Encontros em Hogsmead



Capítulo 19

Encontros em Hogsmead



-Alguém ‘tá acordada? – a voz de Samantha ecoou no quarto.

Julie se virou na cama, enquanto as outras duas meninas continuaram imóveis.

-Vou entender isso como um não. – disse a morena para si mesma.

Apertou o nariz sentindo vontade de respirar. Respirou profundamente e se levantou. Perdera totalmente o sono.

Abriu a gaveta de sua cômoda silenciosamente e pegou o livro para rumar até o salão comunal.

Desceu as escadas lentamente, com várias coisas percorrendo sua cabeça.

Eles nos acolheram, mas nunca nos curaram da dor... Do vazio... Da perda.”

“Quero dez até semana que vem, mesmo dia, mesmo horário.”

“Aquele Sirius Black que você ama é um deles. Um comensal nojento”


Sam balançou a cabeça. Não podia ficar se torturando dessa maneira, simplesmente não podia.

Sentou-se em uma mesa e abriu o livro. Não agüentava mais ler as mesmas coisas, não agüentava mais ter aquela droga de marca, não agüentava mais...

Voldemort.

Por que não desistia de tudo?

“Porque ele mataria Lily e Tiago.” – Sam suspirou.

Observou a saída do salão e perguntou-se porque não andava até a cozinha? Sentia a barriga roncar.

Levantou-se num salto e começou a andar pelos corredores devagar.

“Hogwarts fica sinistra desse jeito... Escura e vazia...”

Continuou seu caminho até que avistou Belatriz encostada na parede. A morena não parecia preocupada de ser pega fora da cama, apenas examinava as unhas cuidadosamente.

-Boa noite, Brewston. – ela disse seca.

Sam assentiu e apertou o livro contra as vestes.

Lembrou-se então da possível marca que vira no pulso da morena. Se ela fosse realmente uma comensal, as chances de Sirius ser eram grandes...

“Mas ele é diferente.”

-Está se divertindo com meu primo? – Bela perguntou maliciosamente, observando Sam.

Samantha riu.

-Não é da sua conta.

-É tem razão. – Belatriz disse com uma expressão séria. – Não é... Mas se você está pensando em largar o Lord das Trevas, bem... Isso certamente é da minha conta.

A morena piscou os olhos rapidamente e aproximou-se da sonserina.

-Pensando em largá-lo...? Como é que você...? –Sam respirou irritada e cuspiu a palavra que faltava. -Sabe?

-Porque todos os comensais sabem... Aliás, eu sou peça fundamental por você ser um de nós... Como acha que o livro foi parar nas suas coisas, querida?

A mente de Sam começou a girar rapidamente.

-Foi você?

Belatriz riu perigosamente:

-E quem mais seria?

-Como? Você nem ao menos é da Grifinória!

-Feitiço de transportação... Página quarenta e sete. Mas isso realmente não vem ao caso: esquece o Sirius e foque em seu objetivo.

-Escuta aqui, essa porcaria de livro é minha e você não podia ter lido. Segundo, eu faço o que eu bem entender da minha vida, incluindo ficar com quem eu quero, e terceiro eu não tenho a menor intenção de matar dez pessoas.

-Oh Brewston, não é desse objetivo que estou falando. – Bela revirou os olhos. – É da profecia.

-Que profecia...?

Belatriz arregalou os olhos e puxou a outra para perto:

-O Filch está vindo. Eu não posso te explicar isso, você tem que fazer sozinha. Se eu fosse você, consideraria matar pelo menos alguém, você não conhece o Milorde bravo. Estude e vai conseguir, e principalmente estará livre.

“Livre”. A palavra soou mágica para os ouvidos de Sam.

-Vai embora. – a morena exclamou, virando-se para o final do corredor. –Eu me viro.

Samantha saiu sem dizer mais nada e voltou para o quarto em passos apressados.

Profeciar. Ela precisava profeciar uma coisa qualquer para o Voldemort e estaria livre novamente! O único problema era:

Como?


-.-.-



-Ai isso é tão legal, meninas! Todas nós temos um encontro!

-Julie. –a voz de Sam soou calma. – O Remo é seu namorado.

-E daí? Continua sendo um encontro!

Lily sorriu com a felicidade da loira, enquanto passava o gloss para Samantha que entregava a escova a Julie, que passava o lápis para a ruiva. As três estavam empoleiradas em frente ao espelho do banheiro.

-Eu quero conhecer o George, Lils. – Sam cantarolou estalando os lábios.

-Eu também! Nunca te vi tão entusiasmada. – Julie acrescentou com um sorriso.

-Gente, ele não é isso tudo... Calma. – Lily riu sem graça, passando as mãos pelo cabelo.

As três trocaram novamente os adereços. A ruiva se observou um tempo no espelho, e perguntou como quem não quer nada:

-O Tiago vai sair com alguém?

Julie e Samantha se entreolharam.

-Você gosta dele não gosta Lil? – Sam perguntou lentamente.

-O George... Ele é tão legal, mas... Eu fico comparando ele com o Tiago. Sei lá. Eu não sei... Não sei mais o que achar...

Julie colocou a mão no ombro da amiga.

-Você está é com medo. De dizer a verdade a si mesma. – a morena avaliou, pintando o olho.

-Também...

-Também?! – Samantha exclamou colocando o lápis na pia.

-Hã... – Julie começou baixinho, vendo que as duas estavam começando a discutir. – Não acho que vocês deviam falar sobre o Tiago agora. Principalmente porque a Lily vai sair com outro cara hoje mesmo.

-Oras! É Tiago Potter! – Lily devolveu um pouco irritada, ignorando a loira. – Não quero dar esse gostinho para ele.

Samantha piscou os olhos, inconformada.

-Lílian, como você é orgulhosa! Por que você não admite de uma vez que é louca por ele?!

Julie observava as amigas falarem. Sempre ficava neutra nas discussões, enquanto sua cabeça mudava de direção de uma a outra. Parecia ping-pong.

-Opa! – fez Lily sarcástica. – Falou a decidida! Você está apaixonada pelo Sirius e nem teve coragem de dizer isso para ele!

-Eu não estou apaixonada pelo Sirius porcaria nenhuma!

-Ah não... – disse Lily com um risinho irônico, e começou a imitar a voz da morena. - Vocês viram o Sirius? Olha ele me olhando... Que droga de sorriso. Esse sorriso não é lindo? Ele me beijou! Cara, como ele beija bem! Como ele é isso, como ele é aquilo...

-Ah é? – Samantha cruzou os braços e afinou a própria voz. – Eu odeio o Potter! Eu amo o Potter! Ele mudou ou é impressão minha? Sabe que o Potter até que é inteligente? Vou começar a chamar ele Tiago, você acha que tem problema? Acho que não, né?

Julie começou a rir, vendo que as duas não parariam tão cedo.

-Hã... O que está acontecendo?

Lily e Sam coraram furiosamente, fazendo Julie gargalhar. Remo estava parado na porta do banheiro com as sobrancelhas arqueadas.

-Nada. – fizeram as duas em uníssono.

-Hum. Sei... – Remo disse marotamente. – Vocês estão afim deles e estão com medo de admitir?

-Qual é o problema, né Remmie? – Julie disse enxugando uma lágrima.

Samantha e Lily trocaram um olhar maroto.

-Ca-ham – Sam pigarreou. – Desculpa, mas que eu me lembre fui eu, o Tiago e o Six que fizemos vocês dois se acertarem.

Os loiros coraram levemente, observando a morena passar.

-Não tem moral para falar! – Lily concluiu, passando seu braço pelo de Sam, enquanto esta abria a porta.

-Ah, e Remo? – Lily chamou.

O loiro arqueou as sobrancelhas, esperando que a ruiva continuasse.

-Se contar, morre. – disse a garota com um sorriso falsamente doce. Samantha assentiu risonha.



-.-.-



Hogsmead estava ensolarada e cheia de pessoas. Em maioria eram alunos de Hogwarts, porém todos estavam com suas próprias roupas, portanto difíceis de identificar na multidão.

O nosso grupo preferido de alunos, no entanto, não estavam juntos... Cada um estava no seu canto, com seu próprio encontro.

Nem todos.

Um moreno de olhos castanhos esverdeados observava as pessoas andarem através da vitrine do Madame Puddifoot. (N/A: Aquele lugar que a Cho e o Harry tomam café no quinto livro).

Detestava aquele lugar todo rosa e meigo por dois motivos: o primeiro, é que vários casais ficam namorando por lá o que o deixava irritado, já que se lembrava de não estar em um encontro e sim com Pedro, que era basicamente o motivo de estarem ali.

Rabicho adorava os biscoitos de canela daquela loja.

E segundo, porque a sua ruiva de olhos verdes amava aquele lugar, e tudo o fazia lembrar ela.

Das várias brigas, conversas e do último fim de semana em Hogsmead que haviam saído juntos – porém como amigos.

Tiago Potter rezava para a ruiva não passar por aquela porta. Tinha quase certeza de que não iria suportar vê-la com o novo pretendente, George, segundo os amigos disseram.

Deu mais um gole no chá e observou o casal da mesa ao lado. Pareciam estar se sugando... Então, voltou-se para Pedro que sorriu tristemente e disse:

-Você queria que eu fosse a Lily, não é?

O maroto suspirou e olhou pela vitrine.

Ah, como queria!



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-Me diga novamente o que estamos fazendo aqui, na Casa dos Gritos?

Samantha bufou, com um sorriso e puxou o elástico de seu pulso.

-Nada, oras... É que a vista daqui é legal.

Sirius riu e passou o pé pela grama seca.

-A paisagem do castelo era linda... Aqui só tem essa casa velha e esquisita.

A morena prendeu o cabelo num rabo alto e arrumou a franja atrás da orelha.

-‘Tá bom? – ela perguntou olhando o maroto, no que ele assentiu.

-Ah, sério, vamos andando até o vilarejo?

Samantha sorriu:

-Okay. Vamos, cachorrinho.

-Estou falando sério, isso não tem a menor graça.

A morena riu jogando o rabo para trás. Os dois caminhavam lado a lado calmamente e pareciam ligeiramente envergonhados e indecisos do que fazer.

-Hum, por quê? Você gosta de cachorros não gosta? Achei que a sua forma de animago fosse um.

-Eu gosto. Mas enche.

-Pelo menos não é um cervo... Hehe, coitado do Tiago.

Sirius riu perguntando-se onde Samantha andara sua vida inteira. Com ela era fácil ficar em silêncio ou conversar de coisas sem sentido, não era como as outras garotas.

-Que animal você gosta? – Sirius perguntou estudando o perfil da morena.

-Sempre adorei gatos, mas hoje em dia tenho tido certa paixão por cães. – ela respondeu marota, lançando um olhar sugestivo ao moreno.

Sirius sorriu de volta e passou o braço pela cintura da menina.

-Como vocês conseguiram virar animagos afinal?

-Está familiarizada com a palavra Remo?

Samantha assentiu.

-Ele estudou um pouco sobre o assunto. Nós tínhamos decidido que ajudaríamos o Aluado nos tempos de lua cheia. Assim, nós estudamos os livros e fomos treinando aos poucos... Só que nós não somos registrados, é claro.

-Hum, marotos fora das regras... Que novidade.

Sirius riu e logo percebeu alguns olhares de outros estudantes.

-Viu? – Samantha cochichou. – Pelo menos na Casa dos Gritos não existiam olhares curiosos.

-Deixa eles olharem. – Sirius cochichou de volta sorrindo marotamente.

Os morenos caminhavam sem rumo. Samantha sentia os lugares em que Sirius encostava em sua pele queimarem. Merlim, como ela desejava aquele maroto!

-Vamos tomar alguma coisa no Três Vassouras? – Sirius perguntou apontando o local.

A morena assentiu e os dois entraram no bar. Como sempre, tudo estava tumultuado.

Escolheram uma mesa afastada perto da lareira. Estava apagada e com restos de cinza.

-Já venho, vou pegar as bebidas no balcão. – Sirius disse arrumando a cadeira de Sam.

-Obrigada. – ela sorriu, adorando como o garoto agia feito um cavalheiro. Não tentara beijá-la nenhuma vez, o que era um recorde para Sirius Black.

Veríamos até o final do encontro se ele agüentava... Melhor:

Se os dois agüentavam. (N/A: E este é o casal fogoso da fic...)


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Julie roçou o nariz no do namorado e cruzou as pernas.

-Sinto falta disso... – ele murmurou.

A loira respirou o ar limpo. Os dois sempre iam até um pequeno barzinho no final do vilarejo que tinha mesas do lado de fora.

Sentavam-se sempre na mesma, e sempre eram atendidos pelo mesmo garçom. A maioria dos alunos que freqüentavam aquele local eram casais do quinto ano, mais uma razão por não serem perturbados.

As pessoas com quem conviviam diariamente, e atrapalhavam-nos – leia-se Charly – não iam ali.

-Eu sei. – a loirinha sorriu e afastou-se de Remo. – Não agüento mais a Ackles na nossa cola.

Remo assentiu dando um gole em seu chá.

-Coitada, o Malfoy acabou mesmo com ela.

-Ah, Remo, não seja ingênuo. Ela está dando em cima de você... – Julie resmungou cruzando os braços e recostando-se na cadeira.

-Você fica linda com ciúmes.

Julie revirou os olhos e riu:

-Você é um idiota sabia? Não foge do assunto.

Remo mexeu nos cabelos e apoiou o queixo na mão para observar a namorada melhor.

-E daí se ela estiver dando em cima de mim? Eu não estou retribuindo.

-É mais você podia espantá-la ou sei lá. Eu odeio aquela cobra...

-Relaxa, Ju. Só tenho olhos para um réptil que é você. – disse Remo maroto.

A loira mordeu o lábio inferior e avaliou:

-Réptil? Eu? Por que não um mamífero bonitinho como um coelho ou sei lá, uma ovelha?

-Ai, Julie se mata. – Remo riu.

Julie se aproximou do loiro e lhe deu um beijo estalado.

-Eu estive pensando sobre... Você sabe, transar.

Remo segurou as mãos da loira e disse com uma voz tranqüila:

-Não quero que você faça sem querer. Eu espero Ju. O quanto for preciso. Okay?

-Bem, se você estivesse com a cobra, já poderiam estar transando todo dia...

-Julie. Eu nunca iria te largar por uma menina que não é virgem... Por mais que eu goste de sexo, eu amo você muito mais. Além disso, eu não sou tarado como o Sirius ou o Tiago.

A loira riu e estudou os olhos do namorado.

-Mas eu não quero transar para não te “perder”, Remo. É simplesmente porque eu quero.



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-Você não imagina há quanto tempo eu venho querendo entrar aqui... Geralmente eu vinha com o Remo sabe? Mas agora que ele ‘tá namorando a Ju, a gente não tem saído tanto ultimamente...

-Nem me fale. Meus amigos passam longe de uma livraria.

George e Lily estavam fuçando livros em meio às prateleiras empoeiradas.

A livraria estava praticamente vazia, sem contar os dois jovens, o próprio dono da loja e mais três pessoas que eles não conheciam.

A ruiva estava extremamente feliz. George era muito fofo, e simplesmente lindo. Podia esquecer o Tiago rapidamente. Quem precisava dele?

-Achei. – ele murmurou puxando um livro fino da prateleira. Lily se debruçou sobre o ombro do loiro e leu na capa “Quadribol através dos séculos.”. – Eu sei que eles têm em Hogwarts, mas é que eu adoro comprar o livro.

-Você faz quadribol? – Lily perguntou sem entender. Não se lembrava de vê-lo em campo.

-É que o Geller quebrou a perna... Sempre faço teste para tentar entrar no time como apanhador. Sou substituto.

-Sério? – Lily perguntou com as sobrancelhas arqueadas.

George também jogava quadribol como o Tiago! Então ele tinha mesmo um ótimo físico, só que além de tudo ele não era cafajeste e era muito inteligente.

Era a alma gêmea de Lily! Tinha que ser!

-Eu já li esse livro. É muito bom, apesar de eu não gostar muito de quadribol... – Lily disse pensativa.

-Vai ter um jogo da Grifinória contra Corvinal essa semana. Você vai ver? Por mim?

Lily estudou os olhos azuis do loiro e assentiu com um sorriso.

-Eu só não posso dizer que vou torcer por vocês!

-Hum... Uma ruiva competitiva... Gosto disso. – George respondeu maroto, fazendo Lily rir. –Te digo uma coisa, se eu pegar o pomo, é para você.

Os dois caminharam até o balcão, e Lily observou o rapaz pagar pelo livro.

-Mas espera aí... Você pode me dar o pomo? Ele não é propriedade da escola?

George franziu as sobrancelhas e segurou a porta para que a menina passasse.

-Ah, é verdade... Fazer o que? – George disse dando de ombros. Lily riu. – Que tal eu te recompensar? Vamos tomar um café?

-Claro... Eu sei um lugar. – disse Lily puxando-o.

Imagine só onde essa ruiva está indo...



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A cerveja amanteigada desceu pela garganta de Sirius, fazendo-o se sentir anda mais calorento. Observar Samantha sorrindo só para ele e principalmente com ele fazia-o se sentir quente. (N/A: Ui, ui Sirius!)

-Mas eu amava o uniforme... Era tão lindo! E graças a Merlim eu perdi o sotaque... Meu inglês ficava estranho.

-Hum, pelo menos você fala outra língua. Eu preciso aprender a falar outra. – Sirius disse pensativo.

-Você não sabe falar nada em francês?

-Oui.

-O que? – Samantha perguntou deixando o braço sobre a mesa.

-Só isso: oui.

Samantha riu, colocando a franja atrás da orelha.

-Você bóia maroto. – disse a garota mordendo o lábio inferior e estudando o moreno.

Sirius sorriu e entrelaçou os dedos da morena com os seus. Um choque bizarro lhe percorreu o corpo.

-Sua vez. – ele disse.

Sam sorriu suavemente e inclinou-se sobre a mesa, sem raciocinar direito.

-Que foi? – Sirius perguntou erguendo a sobrancelha marotamente.

Samantha beijou-o levemente nos lábios e sussurrou:

“Vamos sair daqui.”


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-É aqui. – disse Lily apontando para o Madame Puddifoot.

George avaliou o lugar com a sobrancelha esquerda erguida.

-Você não acha esse lugar muito rosa?

A ruiva revirou os olhos e começou a caminhar em direção a porta.

-Foi a minha amiga Julie que me mostrou... Ela é totalmente patricinha.

-Isso explica as coisas... – George disse sarcástico observando os lacinhos.

-Eu acho fofo... – a ruiva sorriu escolhendo uma mesa.

-Eu acho meloso. –George devolveu, fazendo Lily socar seu ombro, no que ele riu. – Você sabe que ele ainda estava latejando desde quinta-feira? Você é forçudinha, Lílian.

-Obrigada... Acho. – disse Lily deixando o loiro puxar sua cadeira para sentar.

Foi então que viu:

Tiago e Pedro estavam sentados a alguma mesas de distância. Seu estômago deu uma cambalhota.

“Oh não.” – ela pensou, sentindo as bochechas corarem levemente.

-Que foi, Lily? – George perguntou preocupado.

-Nada... – ela respondeu pegando o cardápio da mão do garçom.

O homem anotou os pedidos e se afastou.

Pedro avistou a ruiva primeiramente, mas como o amigo não notara resolveu ficar quieto.

Porém, não podia evitar que o maroto descobrisse mais cedo ou mais tarde...


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-Olha a Sam e o Sirius ali. – Remo apontou, fazendo Julie se virar.

Os casais andaram para se encontrarem e se cumprimentaram.

-Viu o George? – Sam perguntou.

-Nem... Não vi nem a Lily para ser sincera. Ou o Tiago.

Remo respirou profundamente e disse:

-Espero que ele não os veja.

-Vamos à Madame Puddifoot? – Julie perguntou manhosa, no que todos fizeram não com a cabeça. – Ah, por favor!

Contra as próprias vontades, Remo, Sirius e Samantha foram tomar café onde a loira queria.

Sirius e Remo conversavam sobre qualquer coisa, enquanto Julie e Sam cochichavam. Na verdade, quem falava era a morena, porque Julie apenas revirava os olhos com um sorriso malicioso nos lábios: os dois amigos não agüentavam muito tempo sem se “pegar”.

Entraram no café distraídos e ao mesmo tempo foram chamados em duas direções.

Foi aí que Tiago avistou a ruiva. Sentiu um misto de raiva e tristeza crescer em seu peito.

Sirius e Remo foram falar com os garotos enquanto Samantha e Julie foram cumprimentar Lily e George.

Lílian apresentou as amigas ao loiro extremamente feliz e torcendo para que Tiago estivesse vendo tudo.

Enquanto a morena conversava qualquer coisa com George, Julie puxou a amiga de lado:

-E o Tiago?

Lily deu de ombros.

-Nem cumprimentei. Ele que se ferre.

Tiago se empertigou e levantou num salto. Sirius o segurou pelo ombro.

-Aonde você vai?

-Falar com aquele babaca.

-Deixa os dois lá, Pontas. – Remo disse seriamente.

O moreno observou o casal do outro lado do salão. Será que Lily estava mesmo contente?

Foi então que Lily fez o pior: puxou George para apresentá-lo a Sirius, Pedro e Remo. Os garotos se cumprimentaram, enquanto Tiago o fuzilava com o olhar.

Lily e Tiago se fitaram durante um instante, mas foram interrompidos quando George se virou para ele:

-Oi. Tiago Potter não é?

Todos ficaram apreensivos para ver o que viria a seguir.

-É. E você?

-George Dalton. Prazer... – o loiro estendeu-lhe a mão.

Tiago apertou-a bruscamente.

-Nós vamos nos enfrentar quarta-feira, sabia? Sou o apanhador substituto.

-Que ótimo. – ele disse seco, e sentando-se novamente.

-Bom, gente, nós vamos ficar ali. Mais tarde nos falamos... – Lily sorriu voltando para a própria mesa.

Todos estudaram Tiago preocupados, mas a única coisa que ele disse foi:

-O que estão olhando?


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-Eu vou subir... A gente se vê amanhã? - perguntou Lily sorrindo.

George assentiu com as mãos nos bolsos.

-Claro... Foi ótimo, Lil. Fazia tempo que não me sentia tão feliz com uma garota.

A ruiva sorriu e respondeu timidamente:

-Eu também.

O loiro pousou a mão no rosto de Lily apreensivamente e beijou-a. O ritmo foi aumentando com calma.

Quando estavam mais envolvidos, foram flagrados por ninguém mais do que Tiago.

O maroto mordeu o lábio inferior com raiva e andou rapidamente até o quadro da Mulher Gorda.

-Hipogrifo Laranja. – exclamou bem alto, com a intenção de tirar a atenção da ruiva.

E com sucesso. Lily empurrou o loiro, e com um simples “boa noite”, entrou no salão comunal irada.

Avistou Tiago subindo as escadas para o dormitório masculino e correu em sua direção puxando-lhe o braço:

-Qual é a sua Potter?!

-A minha? A minha?! – o moreno exclamou soltando-se de Lily bruscamente. – É você que eu não entendo!

-Por quê?

-Por quê?! – ele questionou.

-É! POR QUÊ?!

- PORQUE VOCÊ SABE QUE EU TE AMO E FICA BEIJANDO OUTROS CARAS NA MINHA FRENTE!

-COMO É QUE É? POTTER FOI VOCÊ QUE APARECEU LÁ! A CULPA NÃO É MINHA SE VOCÊ FICA ME PERSEGUINDO.

Tiago riu sarcasticamente.

-EU?! TE PERSEGUINDO?! CAI NA REAL, LILY! POR QUE EU IRIA TE PERSEGUIR JUNTO DE UM CARA? PARA ME MAGOAR?!

Os dois se encaravam com a respiração arfante.

-Eu não sei por que nós não estamos juntos... - Tiago começou e elevou a voz, com a intenção de não ser interrompido pela garota. – Mesmo você afirmando que não me ama. Eu sei que você gosta de mim, Evans. Nem vem.

-Ah, mas como você é nojento! – Lily disse irada. – Seu prepotente, convencido! Eu te amar? De onde você tirou essa?! Você nem ao menos sabe se gosto de você! Nem eu sei mais!

-Ah é? Eu sei como descobrir!

-Como? – Lily rugiu, enojada.

Tiago empurrou Lily com força na parede e beijou-a. Os dois pareciam em chamas. No início se beijavam com raiva, mas logo tudo se transformou em puro desejo.

O moreno soltou-se e mirou os olhos verdes. O peito de Lily subia e descia rapidamente, em meio a uma respiração violentamente arfante.

-Você sabe muito bem. – ele disse, voltando a ficar seco.

Lily observou o garoto se afastar, contando seus passos. Não conseguia pensar em nada para fazer, apenas deixou-se escorregar pela parede e sentar-se no chão.

“É... Eu sei. Ai Merlim, o que eu faço?”


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Julie e Remo perambulavam pelos corredores. Não tinham intenção de voltar para o quarto tão cedo. Pelo menos a garota não.

-Minha coelha. – ele murmurou, fazendo-a rir.

Julie mordeu o lábio inferior do namorado e sorriu, aproximando-se de sua orelha.

-Me faça sua. – murmurou. Remo sentiu o estômago revirar de ansiedade.

Lupin afastou-a para estudar os olhos azuis delicadamente.

-Você tem certeza?

-Nunca estive tão certa... – Julie respondeu sinceramente.

Remo passou o braço pela cintura da loira e sussurrou:

-Eu sei um lugar.

Julie sorriu marota e deixou-se ser guiada pelo namorado. Os dois andaram calmamente pelos corredores, com os corpos extremamente próximos. Mal podiam se segurar.

O loiro parou em um corredor do castelo, fazendo Julie arquear as sobrancelhas:

-Aqui?

Remo sorriu:

-Pense em local que considere confortável.

Julie achou que o namorado estava enlouquecendo, mas o fez. Ainda sem entender andou de um lado para o outro com ele três vezes.

De repente, uma porta surgiu.

Julie virou-se para Remo.

-O que é isso?

-A sala precisa. É um quarto que se transforma em qualquer coisa que alguém possa querer, e obviamente um lugar aonde ninguém vai nos perturbar.

A loira mordeu o lábio inferior e puxou o namorado pela mão apressadamente.

Remo beijou-lhe nos lábios e ambos bateram encostados na porta. Julie passou a mão pela madeira e encontrou a maçaneta, abrindo-a.

Ainda sem se distanciarem, entraram no quarto. Remo soltou a loira ofegante para fechar a porta.

Quando se voltou para a garota, percebeu que ela parecia encantada. Olhou em volta e entendeu imediatamente onde estavam: no quarto dela.

O cômodo era amplo e luxuosamente decorado em tons claros de azul gelo. (N/A: Surpresa! Apesar da Julie amar rosa, não imagino seu quarto dessa cor.) A cama era grande e tinha um dossel encantador amarrado nos bastões da cama com laços que eram um tanto puxados paras o lilás.

A colcha era branca com detalhes em azul e tinha várias almofadas e alguns pelúcias espalhados sobre ela.

Existiam duas portas, que Remo supôs serem o banheiro e o closet, e uma grande janela que estava coberta com uma cortina branca de seda que provavelmente deixava transpassar a claridade.

Havia uma penteadeira cheia de perfumes, maquiagens e adereços de cabelo, junto de portas retrato.

Um sofá azul claro estava disposto sobre um lindo tapete que possuía uma mesinha em sua frente. Tudo estava perfeitamente arrumado e impecável.

Remo continuava observar o quarto não se surpreendendo nem um pouco. Era exatamente como imaginava ser: simples e doce, como Julie.

-É igual. Simplesmente igual! – Julie riu abrindo o closet descobrindo todas as roupas e sapatos exatamente como ela deixara. Virou-se para Remo. – Como você descobriu isso aqui?

-Segredo dos marotos. – ele disse com um sorriso brincando nos lábios.

Julie revirou os olhos e sentou-se na cama com o coração acelerado.

Remo estudou os olhos azuis de Julie, e aproximou-se da loira. A garota começou a abrir a blusa devagar, com um sorriso nos lábios. Remo parecia hipnotizado.

Jogou a blusa para o lado revelando o sutiã de renda branca. Remo desfez o nó da gravata, enquanto Julie se deitava na cama com um sorriso malicioso.

O loiro se postou na ponta da cama, e observou o corpo de Julie um instante. Colocou as mãos levemente por baixo das coxas da loira e puxou-a pela cama, de modo que ela se aproximasse dele.

Remo abaixou-se e beijou a barriga de Julie, fazendo-a rir. Trilhou os beijos até chegar no colo dos seios da namorada.

Julie fechou os olhos, saboreando a sensação. Logo se sentou na cama e puxou Remo para cima dela.

Ambos caíram sobre a cama. A loira inverteu as posições deixando Lupin deitado entre ela e a colcha.

Julie começou a distribuir beijos em seu pescoço, enquanto abria a camisa do maroto, que corria as mãos sobre as costas nuas da loira.

Julie jogou a camisa de Remo no chão afastando-se para que o namorado se endireitasse. Aproximou-se novamente, mas se deteve:

-Ai!

-O que foi? – Julie perguntou preocupada.

Remo se desencostou da cama com a mão direita ainda na cintura da loira e puxou algo que estava nas suas costas.

Um esquilo branco de pelúcia com um botão no local do nariz o incomodara. Julie riu e murmurou um desculpe.

-Tudo bem... – respondeu Remo puxando-a sobre si novamente.

Julie beijou-o de leve nos lábios e levou as mãos até o zíper da saia. Remo segurou as mãos da loira e forçou-a a olhá-lo nos olhos:

-Eu te amo.

Julie beijou-lhe no bochecha e murmurou: “Eu também.”

Remo abriu a saia de Julie, com o coração disparado e a beijou.

Sabia que a amava, mas não achava possível que o sentimento pudesse aumentar...


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-Que merda! – Tiago urrou chutando o baú, arrependendo-se no mesmo instante. O pé começou a latejar violentamente.

Sirius entrou no quarto extremamente feliz e jogou-se na cama.

-E aí cara?

-E aí?! E aí que a Lily e o George estavam se agarrando na frente da Mulher Gorda!

-E o que você fez? – Sirius perguntou sentando-se na cama.

-Eu a beijei.

-Você fez o que? – o moreno perguntou, achando que não tinha ouvido direito.

Tiago o fuzilou com o olhar e entrou no banheiro a fim de tomar banho.
Sirius se levantou embasbacado e correu até a porta do mesmo.

-O que a Lily fez?

-Dançou macarena e me pediu em casamento... O que você acha seu besta?!

-Te retribuiu e armou um barraco?

-Ponto para Sirius Black!

O moreno sorriu, mas logo balançou a cabeça.

-O que isso quer dizer? Vocês estão okay?

-Não! Nunca estivemos pior... Mas eu tenho um plano.

As sobrancelhas de Black se arquearam, porque de uma coisa ele sabia:

Os planos de Tiago Potter eram infalíveis.



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-Sam! – Lily exclamou, vendo a amiga sentada na cama assim que entrou no quarto.

A morena virou-se para encará-la e foi empurrada por uma chuva de cabelos vermelhos. Lily abraçava-a fortemente.

-O que eu faço?! Eu amo o Tiago, mas e se ele me machucar?! E o George? O George é tão legal!

-Lil... Lil... LIL! – Samantha exclamou, fazendo Lily parar de choramingar. – Faz o que seu coração mandar.

A ruiva sentou-se na cama e se deu um tapa, assustando Sam.

-Eu preciso me controlar.

-Não, você precisa deixar de ser masoquista

-Isso também...


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Sirius estava sentado no saguão principal tomando um copo de suco de abóbora. Levantara cedo, pois não conseguira dormir a noite inteira.

Logo, Julie foi andando em direção a ele e sentou-se de frente ao amigo.

-Bom dia, Six!

-‘Dia. – ele murmurou.

-Hoje está uma manhã realmente linda, não concorda? – Julie disse com um sorriso de orelha a orelha, servindo-se de uma maçã verde.

Sirius se virou para olhar a janela e descobriu um dilúvio.

-Linda?

Julie piscou os olhos rapidamente.

-Ah... Problema! ninguém vai destruir meu humor hoje!

O moreno estava confuso... Em todos os anos que conhecia Julie, nunca a vira de bom humor pela manhã.

-Passa a manteiga, por favor?

Logo, Remo também desceu e junto-se rapidamente aos amigos. Beijou Julie carinhosamente na testa e virou-se:

-Oi Sirius. Nem vi você descer.

-Hã... Eu te dei bom dia.

-Não percebi...

-Quer suco? – Julie perguntou feliz, no que Remo estendeu-lhe o copo.

Sirius engoliu o pão pesadamente, enquanto arqueou as sobrancelhas. O que é que eles tinham?

Remo coçou as orelhas, fazendo com que a ficha caísse na cabeça do moreno:

Certa noite, quando os marotos tinham quinze anos, eles se confidenciaram como se sentiam no dia seguinte após terem tido uma transa...

Como Tiago sentia os pés doloridos, ou como o próprio Sirius não parava de espirrar. Mas Remo...

Bem... Ele sentia coceira nas orelhas.

Não disse nada, apenas estudou os amigos maroto.

-O que foi? – Julie perguntou sem entender, enquanto Remo passava geléia em sua torrada.

-Nada. – Sirius disse divertido. – É só que o Remo é milagroso. Você de bom humor de manhã é praticamente impossível.

Julie corou furiosamente, enquanto Remo sorriu. O moreno começou a rir, enquanto a loira lhe atirou um pedaço de pão na cabeça.

-Mas eu sou bom mesmo, Almofada.

-Oh, eu imagino.

-REMO. – Julie exclamou dando-lhe um soco, fazendo o loiro rir.

-Está tudo bem, Ju. Ia acontecer mais cedo ou mais tarde... Me sinto aliviado, na verdade. Estava começando a achar que o Lupin tinha perdido o jeito.

Foi a vez de Julie rir, enquanto Remo fez uma careta para o amigo.

-Oi gente. – disse Samantha, sentando-se ao lado de Sirius.

-Infelizmente, não tive a mesma sorte... – Sirius falou, movendo-se para que Sam se acomodasse melhor.

-Mesma sorte de que Six? – a morena perguntou sem entender.

Julie lhe lançou um olhar raivoso, mas ele continuou:

-Parece que os nossos pombinhos consumaram a relação.

-Oh, sério? – perguntou Samantha num misto de adoração e brincadeira.

A loira corou furiosamente, colocando a mão sobre a face.

-Pronto Almofadinhas. Vai contar para mais alguém? – perguntou Remo, mordendo o próprio pão.

-Hey, Tiago! – exclamou Sirius, fazendo o amigo sentar-se ao seu lado. – Advinha quem se deu bem ontem?

-Bem Remmie! – disse o moreno lhe dando um tapa no ombro.

-Isso é extremamente desconfortável... – Samantha murmurou risonha, vendo que a amiga ficava a cada instante mais vermelha.

-Chega suas crianças! – Julie exclamou irritada. – O problema não é meu se vocês não estão tendo nenhum. Agora dá licença de eu tomar o meu café da manhã?!

Os marotos se calaram durante um instante, mas logo Sirius disse:

-Não quer que eu leve num quarto para você e o Remo depois de mais uma dosagem?

-Estou avisando moleque! – Julie disse ameaçadoramente, fazendo todos rirem.

-Bonjour! – cantarolou Charly, sentando-se ao lado de Samantha.

-Dá para parar com o francês? – Julie perguntou grosseiramente.

-Que mau humor! Você não é a única... Parece que a Lílian também não acordou muito bem. Ela nem ao menos quer tomar café.

-Ela acordou? – Samantha perguntou preocupada.

-Aparentemente.

Charly serviu-se de cereais. Sam observou Sirius mexer seu leite.

-Eu perdi alguma coisa? – Julie cochichou.

-Depois te conto.


-.-.-



Lily andava de um lado para o outro feito uma demente na frente da sala de Poções nas Masmorras.

Como, no mundo, ela iria admitir ao ridículo, prepotente, lindo, arrogante e maravilhoso Tiago Potter que ela estava... Digamos:

Apaixonada por ele?

“Oh meu Merlim! Que roubada, Evans, que roubada!”

E o pior de tudo, era que George também estava metido nisso tudo... Na noite passada ela havia beijado não só um deles, mas os dois!

“Oh meu Merlim! Que vaca, Evans, que vaca!”

-Lil?

A ruiva parecia ter levado um choque e virou-se para ver quem a chamara.

-Ah. Oi Six... – ela murmurou.

Sirius arqueou as sobrancelhas e andou na direção da menina.

-Você está bem?

Lily fez uma cara falsamente pensativa e suspirou.

-Jura que você não vai me julgar mal?

-Juro. – Sirius respondeu fitando os olhos verdes e descobrindo uma enorme perturbação.

-É o seguinte: sabe o George? O louro gatinho de olhos azuis super inteligente e gostoso que...

-Me poupe dos detalhes, Lil. Quero manter algum mistério entre nós... – disse Sirius com um revirar de olhos.

Lily assentiu e passou a mão pelos cabelos.

-Bom. Ontem eu saí com ele, lembra? E foi tipo, tãão legal... E a gente se beijou. E cara, ele beija bem!

-Lily. – Sirius chamou-a seriamente.

-Hum?

-Poupe-me dos detalhes e chega logo no ponto principal. Por favor? – ele disse levemente irritado.

Por mais que amasse a amiga, ela o irritava quando desatava a falar.

-Ah é. Então, o Tiago ele meio que...

-Viu?

-É. E aí ele meio que...

-Atrapalhou?

-Isso. Então eu não consegui mais ficar com o George. Eu fui atrás do Potter, o que foi a coisa mais idiota que eu poderia ter feito!

Sirius cruzou os braços e respirou profundamente.

“Deixa ela falar... Calma!”

-Porque ele começou a discutir comigo... Na verdade, acho que quem gritou primeiro fui eu... Espera. Deixa eu lembrar...

Sirius balançou-a pelos ombros e tentou dizer o mais paciente possível.

-Lily? Eu adoro você, sério... Mas eu sou um péssimo ouvinte, e eu quero te ajudar. Mesmo. Mas se você começar a tagarelar como você geralmente faz, eu receio ter que deixar você continuar a se torturar com essa cabeça oca como você geralmente faz.

-Okay. Certo... – Lily falou receosa, observando os olhos azuis do moreno faiscarem de irritação. – Discussão vai e discussão vem, o Tiago me beijou.

-E? – Sirius perguntou se contendo para não sorrir.

“Ou vomitar...” – ele adicionou no pensamento.

-E que aí eu fui para a Transilvânia e fiquei mais doida do que uma vaca que pula, dança, gira e que dá piruetas!

-O que? – ele perguntou com medo da amiga ter endoidado de vez.

Lily respirou pacientemente, vendo que Sirius a faria admitir. Fitou os seus sapatos e disse baixinho.

-Eu amo ele.

-O que? – Sirius perguntou sem entender o chiado da voz da amiga.

-Eu amo ele. – ela continuou, elevando a voz bem pouquinho.

-O que? Eu não ouvi! – o moreno disse contendo o riso. Ah, ele ouvira, mas faria Lily admitir em voz alta.

-EU AMO O IDIOTA DO SEU AMIGO, SEU BESTA!

Lily começou a arfar sentindo as bochechas queimarem. Sirius sorriu de um modo falsamente doce e passou o braço pelos ombros da amiga.

-Viu? Não se sente melhor agora?

-Não. – Lily disse irritada.

-.-.-


Após o café da manhã, Sam puxara a loira de lado e contara a ela o que acontecera com Lily na noite anterior. Julie parecia feliz e ao mesmo tempo preocupada. Conhecendo Lily, ela provavelmente ficaria com George só para não ferir o próprio orgulho.

“Ô gente louca!”

Caminhavam em direção as Masmorras argumentando sobre o que deveriam fazer e não fazer e então avistaram a própria conversando com Sirius.

As meninas apertaram o passo e se juntaram aos amigos descobrindo que falavam exatamente sobre o mesmo assunto.

-Ai, Lily, eu se fosse você empurrava ele na parede e o beijava de um modo tão ardente que ele nunca mais iria respirar direito e... – Julie se interrompeu vendo que os outros três a observavam com as sobrancelhas erguidas. – Que foi?

-Sexo realmente subiu tua cabeça, não foi? – Samantha perguntou fazendo Sirius rir.

-Como é? – Lily perguntou sorrindo marota.

Julie lançou a morena um olhar furtivo e disse.

-É isso aí. Eu e Remo transamos e parece que a escola inteira tem que saber disso.

-Oh, que fofo! – fez Lily abraçando-a.

Sam sorriu para as amigas. No entanto, sua visão rapidamente se desviou, por que ninguém menos do que a irmã de Julie estava atrás dela.

“Ele está por perto.”


-.-.-



N/A: Oh-lê-lê Oh-lá-lá... O Voldie vem aí e o bicho vai pegar...

Nossa: o que foi isso?

Deletem.

Próximo cap vai ter o Voldemort + papaizinho psicopata da Julie + L/T/G... Ou seja, vai ser muito bom.

Então comentem, que vem mais rápido...

Mas e aí? Gostaram da Ju e do Remmie? Achei que ficou meio bobinho e tal, mas eles são tosquinhos, né?

Ah... Só dá a autora xingando os próprios personagens mas tá okay.

jessica: Ah, o Georgie é do bem, coitado! Mas eu adorei sua idéia... Seria legal se ele fosse um comensal e quisesse matar a Lily, e o Tiago chegasse para o resgate! Uhuu! É... Menos empolgação Kiki. Mas ele é bonzinho e gosta da Lily mesmo, só que o coraçãozinho dela já tem um dono.

Que coisa melosa.



Bom gente é só isso mesmo... Vou indo...


Beijos,

Kiki Ravenclaw

16/12/07

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