A nova tarefa



Capítulo 18

A nova tarefa


-Não consigo entender porque temos que estudar Grindlows... Quero dizer, eu sei que ‘tá tendo uma epidemia por culpa do veneno das cutículas deles e...

-Lily! – Julie colocou as mãos sobre os ombros da amiga. – Muita informação.

A ruiva revirou os olhos, desgostosa, e recomeçou a caminhar em direção ao lago.

-Além do mais... – Julie bufou ao ver que Lily realmente não iria parar de reclamar. – Eu odeio água. E são oito horas da manhã! Que tipo de anormal gostaria de nadar a essa hora?!

-Veja pelo lado bom, pelo menos a gente pega uma corzinha... – Julie piscou o olho direito apontando para o sol.

Lily fitou a amiga por um instante e abriu a veste:

-De maiô? Mesmo? Você quer ficar com marca de maiô?

A loira bufou e passou o braço pelo da amiga e começou a puxá-la em direção ao grupo de alunos.

Samantha estava já na borda do lago e mal notou quando as amigas a cumprimentaram.

-A Lily está estressada hoje... – avisou Julie em um murmúrio para a morena.

-Aham... – fez ela balançando a cabeça. – Gente, sério, da só uma olhada nos marotos de sunga!

Julie e Lily olharam na direção que a morena apontara e os queixos caíram.

-Eu sei! – Sam concordou embasbacada.

-Caraca! – disse Julie. – Dá até pra lavar roupa no tanquinho do Sirius!

Lily e Samantha riram. Remo acenou para as meninas.

Lílian tirou a própria veste e dobrou-a cuidadosamente dentro da mochila. Sam continuava a observar os marotos – precisamente um certo moreno – enquanto abria os botões da veste com calma.

-Bom dia meninas. – disse Pedro aproximando-se das garotas.

-Aham. – fizeram as três em uníssono distraídas.

Pedro revirou os olhos e foi se juntar aos outros.

-Ah! Que cena deprimente... – disse Julie observando o gordinho com uma careta. Sam riu e Lily a repreendeu.

Logo, todos já estavam dentro do lago. Lily fez menção de cumprimentar Tiago, mas não o fez.

“Que essa anta ignore a mãe dele...” – pensou se postando no meio de Samantha e Sirius.

-Dividam-se em duplas. Extremo cuidado com as unhas dos Grindlows! São muito venenosas! – brandiu o professor.

Lily puxou o braço de Sirius no mesmo instante e murmurou: “Você vem comigo!”

O maroto ficou um tanto decepcionado porque percebeu que Sam também tinha a idéia de ir com ele, mas resolveu não deixar a ruiva na mão.

Sirius sorriu para a morena como se pedisse desculpas, no que ela fez um aceno do tipo: “Deixa pra lá!”

-Imagina se a Lula aborda a gente... – murmurou Julie agarrando-se ao braço de Remo.
– Quero dizer, e se ela leva a gente para o fundo do... AH! – ela gritou, chamando a atenção de todos para ela.

Remo riu, abaixando-se e retirando algo que se prendera no tornozelo da loira.

-É só uma alga. E ela nem fica no raso...

-Hehe... – fez Julie corando levemente.

-Anda, vamos achar algum Grindlow... – disse ele, puxando Julie para dento do lago. – Por sinal, você está uma graça de maiô.

Julie sorriu maliciosamente e murmurou em seu ouvido:

-Hum... Meu comentário era um pouco mais pervertido.

Mais para dentro do lago, Lily nadava mais no fundo. Arrepiava-se por inteiro, porque realmente detestava nadar. Todos aqueles bichinhos nojentos que nadavam pelo lago faziam a se sentir enojada.

De repente, alguma coisa tocou lhe no ombro e ela virou-se rapidamente dando um tapa com força no que quer que fosse.

Arregalou os olhos percebendo que tinha batido em um garoto. O rapaz nadou até a superfície e Lily o acompanhou.

Assim que conseguiram respirar, a ruiva começou a pedir desculpas ofegante:

-Ah, me perdoa! Eu achei que fosse algum bicho nojento! Eu não estou muito bem hoje, tipo, eu não dormi nada ontem e...

-Calma! – riu o rapaz. – Respire fundo e relaxa.

Lily sorriu:

-Desculpa. Por sinal, acho que nem ao menos o conheço... Lílian Evans. – disse a ruiva estendendo-lhe a mão.

-Ah, George Dalton.

“Hum... Aperto de mão forte. E ele tem um sorriso lindo... Não tão bonito quanto o do Potter, mas... Lily se mata! Fala, sorria, faça qualquer coisa!”

-A escola é tão grande que a gente acaba não conhecendo todos os alunos, né? – ela sorriu.

-Pois é... Mas eu sempre te vejo durante as aulas. – o garoto sorriu. – É difícil não notar.

Lily sentiu as bochechas enrubescerem.

Ele estava cantando-a, não estava?

“É claro que ele está sua besta!”

George era muito bonito. Tinha grandes olhos azuis e um cabelo loiro escuro. Tinha algumas sardas debaixo dos olhos, o que na opinião de Lily o deixavam ainda mais charmoso. Sem mencionar o corpo...

“Lily, pára de observar o peito do cara...” – ela pensou desviando o olhar do loiro um instante.

-Bom, te vejo por aí, Evans.

-Aham. – fez Lily. George sorriu e afastou-se.

A ruiva se deu um tapa na testa, mordendo o lábio inferior:

“Aham? É isso que você diz?”

Sirius aproximou-se da amiga e estudou o rapaz que antes estivera falando com ela. Perguntou com uma voz severa:

-Quem é aquele?

-George Dalton... – respondeu Lily.

-Seu amigo?

-Na verdade, acabamos de nos conhecer... – Lily disse sentindo um sorriso se formar nos lábios.

Sirius não gostou nenhum pouco da feição da amiga. Ele ia conhecer o cara antes de deixar os dois terem qualquer coisa...

Não muito longe, Tiago observava a cena irritado. Por que ela não estava correndo atrás dele? Ela estava simplesmente dando em cima de outro?

Samantha estava submersa, mas não estava exatamente procurando por qualquer criatura. Estava pensando em Julie...

As duas tinham decidido contar para a Lily para tornar as coisas mais fáceis. A morena começava a se perguntar se não deveria abrir o jogo sobre o negócio do livro, Voldemort e tudo o mais.

Após a noite passada, sentia que o afeto pela loira dobrara, e o dela por Samantha também.

De repente a imagem de Sirius invadiu-lhe a cabeça e deixou um sorriso maroto escapar-lhe dos lábios.

“Meu Deus... Imaginava... ‘Tá, eu senti que ele era gostoso, mas não sabia quão gostoso ele realmente era...”

Começou a imaginar os dois se beijando no lago, mas logo espantou os pensamentos da cabeça.

Não que ela quisesse, mas por algo que a deixou espantada:

Seu pulso.

Sentira uma pontada e quando o puxou para olhar, percebeu que a marca estava vermelha, causando o mesmo efeito em sua pele.

Seu rosto se contorceu de dor e logo o braço começou a sangrar. Por estar embaixo d’água, ardia ainda mais, por isso nadou rápido a superfície.

Quase deu um encontrão com Tiago. O moreno olhou rapidamente para o braço da amiga e espantou-se como o braço dela jorrava sangue num fluxo um tanto grande.

Samantha fechou a mão esquerda sobre o pulso direito. Tiago envolveu-a com o braço direito e os dois começaram a sair do lago.

-O que houve? – o professor gritou.

-Me arranhei. – Sam replicou pegando o casaco.

-Vá com ela até a enfermaria, Potter.

Tiago assentiu e num ato de subconsciente trocou um olhar preocupado com Lily. Respirou profundamente e começou a andar em direção ao castelo com a morena.

-O que você acha que está acontecendo? – ele perguntou quando já estavam longe.

Sam exclamou um palavrão e enrolou a gravata por cima da faixa que cobria a marca diariamente para estancar o sangue ainda mais.

-Acho que ele quer me ver.

Tiago não pode deixar de conter uma exclamação.

-Pra quê?!

-Sei lá... Só sei que eu tenho que ir agora.

-Ah, de jeito nenhum! – Tiago exclamou virando a morena para si.

-Deixa de ser bobo, Pontas. – Sam riu com dor. – Vai ser rápido.

Os dois entraram na floresta, discutindo, já que Tiago não queria que a menina fosse de jeito nenhum.

-Me deixa ir junto.

-Não.

-Por favor?

-Não!

-Ah, qual é Sam?!

-Fica aqui com as minhas coisas, e eu já volto. – disse Sam declarando que ele não a faria mudar de idéia.

Tiago estendeu o braço para tentar detê-la, mas Samantha já havia aparatado.



-.-.-



-Vamos subir para o quarto pra trocar de roupa? – Julie perguntou para a amiga vendo-a chegar acompanhada de Sirius.

-Não, eu vou me trocar no banheiro mesmo.

-Ah, por que não na nossa frente? – perguntou Sirius maroto, no que Lily lhe deu um tapa no ombro.

-Coitado do George. – disse Sirius acariciando o próprio ombro. – Já entendo ele...

-George? – Julie perguntou. – Que George?

Lily lançou um olhar irritadiço sobre o amigo, que sorriu. Vestiu o casaco e disse:

-Um cara aí que conheci agora.

Remo arqueou as sobrancelhas:

-Um cara aí?

-Ele deu em cima da Lily totalmente... – disse Sirius enciumado.

Lily revirou os olhos:

-Não começa Sirius, não começa...

Julie sorriu e passou o braço pelos ombros da amiga.

-Que legal! Ele é gato? Como ele?!

-Não tem nada demais... Sem contar uns olhos azuis bem profundos, o cabelo louro sedoso e bem cheio, um corpo definido e umas covinhas adoráveis quando sorri...

-Imagina se ela não tivesse notado nada... – murmurou Sirius para o amigo, fazendo-o rir.




-.-.-



Samantha balançou o braço vendo algumas gotas de sangue saltar.

“Porcaria...” – pensou, procurando a porta de mogno pelo corredor escuro. Um frio tomou conta de seu estômago.

-Finalmente. – murmurou uma voz atrás de si.

Samantha virou para trás, e respirou profundamente reconhecendo a voz:

-Lestrange, não é?

O homem assentiu juntando-se a menina.

-Por aqui... – ele murmurou começando a andar. Sam apertou o passo para acompanhá-lo.

O moreno estudou o braço da garota e disse:

-Não sabia que ele ia te incluir nesse plano.

-Plano? – perguntou Sam. – Que plano?

Lestrange se manteve quieto e virou à esquerda. Sam apertou o braço, percebendo que o sangue parava aos poucos de escorrer.

-Estava tomando banho? – a voz de Rodolfo soou marota para os ouvidos de Sam.

A morena empinou o nariz e disse grosseiramente:

-Estava tendo uma aula no lago.

Lestrange assentiu. Logo, Samantha pode avistar a porta de mogno. Lestrange abriu-a e entrou na sala sem esperar a morena. Samantha segurou a porta com o braço bom e entrou na sala.

Voldemort se levantou no mesmo instante e andou rapidamente em direção a morena. Puxou-lhe o braço segurando firmemente no local dolorido.

Samantha sentiu os olhos marejarem e prendeu a respiração.

-Por que não veio antes? – perguntou Voldemort num tom extremamente brusco.

-O quê? – ela replicou percebendo que a voz estava um pouco embargada.

Tom desamarrou a gravata do pulso da morena e arrancou a faixa revelando a marca negra inundada em sangue. Apertou o pulso de Samantha novamente e ela não conseguiu segurar uma exclamação. Puxou o braço, num reflexo e o encarou.

-Você não sentiu queimar esses dias?! Estava convocando você, Brewston. Achava que tinha mais cérebro. – disse Voldemort estudando os olhos cinzas de Samantha com raiva.

-O que você quer? – Sam perguntou com dentes cerrados.

Voldemort riu desgostoso e limpou o sangue da morena nas vestes.

-Respeito. Com quem pensa que está falando?! Com seu mestre Lord Vol...

-Meu mestre? – Sam perguntou mais sarcástica do que gostaria. – Eu não te escolhi para ser meu mestre... Eu não te devo respeito nenhum!

-Você não sabe cumprir um trato, Samantha? – Voldemort perguntou passivamente, surpreendendo até mesmo Lestrange. – Talvez você seja mais difícil de lidar do que eu pensava...

Samantha sentia o pulso latejar. Queria lavá-lo rapidamente e colocar alguma bandagem.

-Sente dor com isso? – Voldemort apontou para o pulso. – Não faz idéia do que faria com você, garota.

Tom aproximou o rosto da morena e eles ficaram a milímetros de distância.

-Sem passos em falso, Brewston, estou avisando.

Sam respirou fundo e passou a língua sobre os lábios para umedecê-los.

-Sabe o que é Inferi? – perguntou Voldemort com a voz num tom casual.

-Pessoas mortas que você pode controlar... Por quê? Você quer fazer um exército delas?

Tom sorriu perigosamente e disse:

-Algo assim... Veja, os outros comensais que são alunos de Hogwarts já foram informados. Vocês têm muito contato com sangues-ruins. Por isso, quero dez até semana que vem, mesmo dia, mesmo horário.

Sam riu nervosamente, sem entender:

-Eu entendi errado ou você está me pedindo para matar dez pessoas?

-É isso mesmo. – disse Voldemort como se aquilo fosse a coisa mais normal do mundo.

Samantha ficou sem reação. A única coisa que lhe passava na cabeça era: “Como é que é?”

-Só isso, Brewston. Vá andando. – Voldemort disse grosseiramente.

Sam engoliu em seco e lançou um olhar a Lestrange. Sentiu-se constrangida ao ver que o homem observava seu busto.

Mordeu o lábio inferior e aparatou na Floresta Proibida, onde encontrou um Tiago preocupado.

Samantha encontrou o olhar do amigo e contou-lhe a conversa com Voldemort. O maroto pareceu ainda mais irritado do que ela própria.


-.-.-



O almoço fora silencioso. Lily já havia sido informada da “missão” da amiga e da história de Julie, o que a deixara extremamente perturbada.

Tiago resolvera ficar quieto durante a refeição. Primeiro, por estar bravo com a Lily (N/A: Isso porque ela não sabe que ele transou com a Bela... Dá pra ver quem é a injustiçada nessa história!) e segundo por estar enojado com Voldemort, assim como a própria morena, que ainda por cima tinha o braço dolorido.

Julie sentia-se desconfortável com o clima, porém estava tão chateada quanto os outros. Contar tudo para a ruiva a desgastara e a fizera chorar novamente.

Sirius, Remo e Pedro não entendiam o que acontecia com os amigos.

Sirius e Samantha seguiram para o pátio interno de Hogwarts, pois tinham uma aula livre no mesmo horário, enquanto Remo, Julie e Pedro foram para a biblioteca.

Lily e Tiago, que faziam o curso extra de Estudo dos Trouxas, seguiram para a sala de aula.

Nenhum dos dois trocou palavra alguma e sentaram-se em mesas separadas.

Enquanto o professor não chegava, Lily resolveu rever algumas anotações. Abriu o livro e começou a revirá-lo quando alguém tocou-lhe no ombro.

Levantou o rosto e encontrou George parado ao seu lado.

-Oi! – disse ela com um sorriso. – Você está fazendo Estudo dos Trouxas?

George revirou os olhos e disse com um sorriso:

-Larguei Advinhação e a única aula que substituiria o horário era essa aqui. Não gosto de ter tempo livre...

Lily assentiu, concordando completamente.

-É péssimo... Já temos a tarde inteira livre, né? (N/A: Pessoas nerds...)

-Hey, posso sentar com você?

-Claro. – disse Lily fechando o livro enquanto o louro sentava-se ao seu lado.

A ruiva adorou como a gravata azul da Corvinal estava bem amarrada e posicionada corretamente. Todos os marotos a arrumavam de qualquer jeito, inclusive Remo.

“Ele é melhor que o Potter.” – pensou Lily lançando um olhar na direção do moreno.

Sentiu-se chateada por ele não estar a observando e voltou-se para George novamente. Ela que se enganava, Tiago não deixara de olhá-la durante o resto da aula, mas ela estava entretida demais com o novo amigo para notar...



-.-.-

-Nossa a vista daqui é linda! – exclamou Sam arrumando a saia para sentar-se no parapeito da janela.

Sirius sentou-se do outro lado, encostando as costas na parede.

-Eu sei... Ninguém vem para esse lado. Não sei por que, dá para ver todo o horizonte.

Sam assentiu. O sol refletia seus raios na água.

-Traz muitas garotas pra cá, Sirius? – Sam perguntou tentando soar indiferente.

-Na verdade não... – disse Sirius casualmente. – Você foi a primeira. Nem os marotos sabem que eu venho aqui... Ás vezes é bom ficar sozinho para colocar os pensamentos em ordem.

Samantha riu jogando os cabelos para trás.

-Hum... Então você pensa.

O maroto sorriu, desviando o olhar do rosto da garota. Suspirou pesadamente:

-É.

Os dois observaram as ondas um instante. Uma coruja voou perto da janela e logo direcionou o vôo para o corujal.

-Já foi forçado a fazer alguma coisa que você não quer? – Sam perguntou estudando o rosto do rapaz.

Sirius sorriu percorrendo os olhos pela montanha.

-Várias vezes... Quero dizer, você sabe que eu não tenho um pingo de orgulho de ser um Black.

Sam engoliu em seco, lembrando-se das palavras de Jack:

“Aquele Sirius Black que você ama é um deles. Um comensal nojento.”

Porém, ele não podia simplesmente perguntar: “Ei, você é um comensal?”

-Jantares, festas... – Sirius começou, despertando a morena. – Minha família é tão cínica. Como se eles ligassem para eventos sociais. Só querem é casar os filhos com bruxos de sangue-puro - disse Sirius fazendo uma voz enjoada. – para continuar com a linhagem. Ridículos. Como se eles realmente pudessem me mudar.

-Foi por isso que você mudou para a casa do Tiago? – perguntou Samantha, finalmente trazendo a atenção do moreno para si.

Sirius sorriu:

-Nunca me senti tão feliz. Aquela casa em que eu morava... O clima era mórbido. A única pessoa com quem eu me dava bem era minha prima Andy, mas ela foi expulsa da família por ter se casado com um trouxa.

Samantha arqueou as sobrancelhas.

-Pois é... Muito amável né? Meu sonho é manchar a reputação dos Black. – disse Sirius com uma voz falsamente diabólica, fazendo Sam rir. – E você, tem algum sonho?

A morena sorriu timidamente.

-Se você confessar que é casar comigo ficarei feliz em realizá-lo.

-Não, seu bobo... É... Veja: sempre admirei meus pais por se importarem mais com os outros do que com si próprios. Não é qualquer um que consegue... Sempre quis fazer o bem, sabe? Tentar fazer alguma diferença nesse mundo totalmente injusto...

-Hey, que revoltada... – disse Sirius com um sorriso maroto formando em seus lábios.

-Nem te conto quanto baixaria eu já ouvi... – disse Sam pensativa.

O silêncio caiu sobre os morenos novamente. Sirius observava o rosto de Samantha detalhadamente. Jamais notara a pequena pinta que ela tinha embaixo do lábio inferior.

-Vamos fazer o bem juntos? – ele perguntou com um sorriso.

-Ah, Sirius, se você for dizer alguma bobagem do tipo...

-Não! – ele a interrompeu. – É sério... Quero que os meus filhos tenham um futuro seguro... Ainda mais com esse lunático do Voldemort a solta.

Sam assentiu refletindo as palavras do amigo, e sorriu carinhosamente:

-Filhos? Você pensando em ter filhos?

-É. – disse o moreno encabulado. Jamais admitira isso para alguém antes. – Um casal. Ou quem sabe dois meninos e uma menina... Vou me dedicar a eles em tempo integral! Não vou ser como os meus pais... Quero que eles sejam felizes e façam o que quiserem. Bom, não tudo. Não quero que botem fogo na casa ou coisa do gênero, mas sabe como é... Profissões, ou com quem quiserem passar o resto de suas vidas. Mesmo se forem gays... Preferência sexual cabe a cada um decidir, mas tem uma coisa que todos vão ter que saber fazer.

-O que é? – Sam perguntou, não reconhecendo o amigo totalmente cafajeste.

-Jogar quadribol.

-Ah, eles vão saber, Sirius. Com certeza, ainda mais se tiverem o Tiago como padrinho.

-Isso é óbvio... – ele respondeu.

Sam colocou a franja atrás da orelha e perguntou:

-O que mais você imagina da sua família?

-Ah, não sei... Já me imaginei pedindo alguém em casamento...

Samantha riu e aproximou-se do moreno.

-Oh meu Deus. Me conta...

-Ah não...

-Vai Sirius! – ela continuou insistindo até que o maroto se rendeu.

-Não é nada demais... Acho que eu... – Sirius baixou o olhar. Não conseguiria falar isso olhando nos olhos da morena. – Diria a verdade... Diria a ela como ela me faz sentir, e como adoro todos os pequenos detalhes que a fazem ser quem é. E provavelmente escreveria um poema ou sei lá que eu entregaria a ela antes do, sabe, anel... E a beijaria suavemente nos lábios, é claro. E duvido que pensaria em sexo no tal dia. Só iria querer admirar a minha noiva e estudar todos os detalhes de seu rosto que conheceria tão bem... Ah, que coisa mais idiota... – murmurou Sirius levantando-se com as bochechas vermelhas.

Samantha sorriu suavemente e se postou em frente ao moreno. Sirius não a olhava nos olhos.

-Não é idiota... – disse Sam virando o rosto do maroto para si. – É doce.


-.-.-




-Nunca tinha pensado nisso! – disse Lily rindo.

-Mas é totalmente possível! – exclamou George feliz por ter feito a ruiva sorrir.

Tiago seguia o “casal” pelo corredor depois do final da aula. Odiava aquele loiro cada vez mais. Como ousava tentar roubar a sua Lily?

-Poxa, não acredito que a gente nunca se cruzou, George. Perdemos muito tempo! – disse Lily sorridente.

George assentiu também sorrindo.

“Aí estão as covinhas!” – pensou Lily.

-Ei, escuta... Nesse fim de semana que tal irmos juntos a Hogsmead? – perguntou George coçando o pescoço, fingindo-se casual.

-Eu adoraria.

-Ótimo. – George sorriu observando os olhos esmeraldas de Lily.

-Ei, Dalton! – gritou um corvinal. – Anda logo!

-Ah... – fez ele observando o amigo e depois Lily. – Eu tenho que ir.

Lily assentiu.

-A gente se vê mais tarde... – disse George beijando Lily na bochecha.

A ruiva suspirou vendo o loiro se afastar e começou seu caminho para a próxima aula. Mal sabia que Tiago estava próximo a ela mais furioso do que nunca...


-.-.-




-Vou à cozinha. – anunciou Pedro quando ele e os amigos chegaram ao salão comunal após terem terminado as lições de casa. Não estava com a menor vontade de segurar vela.

Remo sorriu agradecendo o amigo e voltou-se para Julie beijando-a nos lábios.

Julie sorriu:

-Finalmente...

O loiro beijou-a novamente de um modo mais demorado e logo se separaram, sentando-se no sofá para conversarem.

-Gente!

O casal virou-se para onde a voz tinha vindo e viram Charly.

-Posso ficar aqui com vocês? Estou tão sozinha...

Julie pareceu chateada, mas concordou, porém nenhum dos dois esperava que a loira se sentasse no meio de ambos.

-Você tem muita sorte de ter alguém como o Remo, Ju. O Lúcio é um falso...

Os dois sorriram incrédulos com a menina.

-Quero dizer, ele fica agarrando a Narcissa na minha frente! Tipo, hoje de manhã...

Charly começou a xingar o novo casal de Hogwarts, deixando Remo e Julie totalmente entediados.

“O que eu fiz para merecer isso?” – pensou Julie. Remo sorriu para ela. – “Ai, Reminho, precisamos de um tempinho a sós...”



-.-.-



Sirius e Samantha pareciam interligados pelo olhar. Nenhum deles fizera menção de falar... Mal pareciam estar respirando.

Sam ainda segurava o rosto do moreno e não podia deixar de sorrir: estava conhecendo um novo lado de Sirius Black.

O moreno tirou a mão da garota de seu rosto e entrelaçou seus dedos com os dela, observando as unhas pintadas de marrom.

Samantha soltou-a e aproximou-se de Sirius ainda mais, sem romper o contato visual. Sorriu marota, e pressionou seus lábios levemente com os dele.

O moreno lhe mordeu o lábio inferior, fazendo-a sorrir e passar os braços em volta do pescoço do rapaz.

-Sabe de uma coisa? – ela murmurou.
-Hum?

-Eu te adoro, Six.

-Que pena... Pensava em ouvir aquela palavrinha de três letras. (N/A: Acho que todos pensavam...)

Samantha sorriu e fechou os olhos, suspirando.

Sirius estudou o rosto de Sam durante alguns instantes, até que ela abriu o olho direito e perguntou numa voz marota:

-Não vai me beijar?

Sirius envolveu-lhe pela cintura e a beijara tão rapidamente, que ela tinha certeza de que se ele não estivesse segurando-a cairia de tontura. O moreno prendeu-a na parede enquanto começou a explorar as costas de Sam por baixo da blusa.

Samantha desceu as mãos do pescoço do rapaz envolvendo-lhe os ombros. Sirius parou de beijá-la um instante e começou a distribuir beijos pelo seu pescoço até atingir o lóbulo de sua orelha. Mordiscou-o levemente, fazendo-a cravar as unhas nas costas de Sirius por baixo da camiseta.

-Quer saber o que eu estava pensando? – ele murmurou na orelha da morena fazendo arrepios percorrerem todo seu corpo. – Eu te diria a palavra de três letras.

Sam empurrou-o um pouco para poder observar seu rosto.

-Você está falando sério, Sirius?

-O que você acha? Acabei de me humilhar totalmente te contando essas histórias...

Sam mordeu o lábio inferior e estudou os olhos azuis de Sirius demoradamente.

-Você ainda passa? – ele sussurrou numa voz rouca.

A morena sorriu brincalhona, lembrando-se de quando se conheceram na estação.

-Ser sua namorada? – ela perguntou tombando a cabeça para o lado.

Sirius beijou-a novamente antes de ouvir a resposta.

-Vou pensar no seu caso. – disse a morena ofegante.

Samantha se desvencilhou dos braços do rapaz e pegou a mochila no chão. Sirius pegou a sua própria e passou o braço em volta da cintura da morena.

Os dois começaram a caminhar de volta para o castelo.

-E o outro cara? – perguntou Sirius com uma voz enciumada.

Sam sorriu:

-Promete que não vai se vangloriar?

-Vou pensar no seu caso... – ele respondeu, imitando-a.

Samantha respirou profundamente e disse observando os pés de ambos:

-Ele não se compara a você.



-.-.-




-Sabe de uma coisa? Passar o tempo no quarto de vocês é bem melhor do que no nosso. – disse Remo sentando-se na cadeira de Lily.

-Pois é. O de vocês é uma bagunça completa... Sem contar a sua parte. – acrescentou Lily sorrindo.

Sirius revirou os olhos e jogou-se na cama de Samantha.

-Você é folgado, hein? – ela perguntou quando a cabeça do moreno atingiu suas pernas.

-Não exatamente...

A morena se levantou no que Sirius se acomodou melhor.

-Gente, falando sério, eu vou falar com o Tiago. – Julie avisou levantando-se da sua cama.

-Ah, Julie não vai! – exclamou Lily. – Deixa ele. “Vou ignorar você”. Criança...

-Concordo... – disse Sirius observando Sam que estava sentada ao lado de Lily. Ela sorriu.

Remo percorreu o olhar de um ao outro.

-Vocês dois estão bem?

-Aham. – fizeram em uníssono.

-Putz! – Remo levantou-se, dando um tapa em sua testa. – Lily, a reunião!

-Ai não... – ela murmurou e correu em direção à porta. – Vamos logo!

Os dois se despediram e deixaram Julie, Sirius e Samantha no quarto.

Julie sorriu e disse:

-Agora que Lily e Remo não estão aqui, dá pra um de vocês dois me contar o que aconteceu?

Sam sorriu e jogou os cabelos para trás.

-Nada. – Sirius deu de ombros. – Só conversamos...

-Uhum... – fez a loira marota. – E aquele chupão no pescoço da Sammy é a prova viva disso...

Samantha sorriu envergonhada.

-É, bem...

-Falamos sobre nós. – disse Sirius sentando-se na cama.

-Existe algum “nós”? – Sam perguntou risonha.


-.-.-


N/A: Oi pessoas!

Eu sei que a maioria de vocês quer me matar por causa do negócio Tiago e Belatriz do capítulo passado e tal, mas mais pra frente vai ser importante para a fic.

Agora, enquanto eu estava lendo comentários, o da And GW me chamou a atenção...

Eu não estava pensando em colocar alguém para dar em cima da Lily na verdade, porém minha cabeça muda muito no rumo da história...

Então, criei o Georgie... E acho que vocês vão gostar muito de uma cena que eu estou bolando entre Tiago/Lily/George.

Huauhuah, triângulos amorosos nunca são demais, né?

Outra coisa é que estou profundamente enjoada da capa... E para melhorar, o meu Photoshop que eu ganhei a alguns dias não está rodando... É uma beleza, essas coisas só acontecem comigo... Então vou ter que ir lá na Fnac trocar...

Mas, se alguém tiver interesse e goste de fazer capas e quiser fazer uma para a PAM (abreviação, não agüento ficar escrevendo o nome... xD) pode me mandar por e-mail ([email protected]) que eu coloco aqui!

Bom, o cap não está betado (novidade...) e então se acharem erros por favor me avisem.

Carol pottermaniaca: Beta é uma pessoa que corrige os capítulos para mim... Não se sinta boba por perguntar isso... Não tem obrigaççao de saber, oras! Eu não fazia idéia do que era até começar a entrar na Floreios! Bjo e continue comentando!

Srta’s Lupin and Weasley: Obrigada pelos coments! Então, quando eu disse pra desenvolver a escrita na sua fic, é tipo, para relatar as coisas melhor, não mudar de cena rapidamente, sabe? Desenvolver a idéia! Porque a história da fic tá ótima!!! Postem logo! Bjos

Ah, só respondi aos coments delas porque tinham perguntas... Se alguém quiser perguntar alguma coisa, pode mandar!

Muito muito obrigada pelos comentários e a você que acompanha a fic e não comenta (sempre vejo o mesmo nome de algumas pessoas no detector de mudinhos da Floreios que muda todo mês. Hehe..)! Mas, se você gosta, escreva sua opinião! A fic seria att mais rapidamente!

Beijos e até a próxima atualização,

Kiki Ravenclaw

05/12/07

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