O acidentado



Capítulo 12

O acidentado



Nunca me senti tãão leve. Devo estar tendo um soninho bom...

Peraí. Por que eu não consigo me espreguiçar?!

Oh meu Merlim! Não consigo abrir os olhos!

Estou cego!

AHHH!

Não. Espera.

Acho que é pior.

Eu ‘tô em coma! Meu Merlim! Eu tô em coma!

SOCORRO!!! Sou muito jovem para estar em coma! Tenho muito pra viver!

Tenho que ganhar a taça de quadribol, me formar em Hogwarts, me tornar um auror, me casar com o lírio e...

-Droga... Acho que ele está desacordado!

Hey. Essa voz é da Lily.

-Não, Evans, ele ‘tá só tirando uma soneca... – ouvi Sirius resmungar.

-Você acha? – Lily perguntou esperançosa.

-É claro que não! – Sirius e Sam exclamaram juntos.

Até que para a maior “nerd” de Hogwarts ás vezes a Lil me surpreende com o nível de “tosqueira”...

Hey! Gostei dessa palavra... Tosqueira!

-É óbvio que ele ‘tá desacordado. – Sam explicou. – ‘Tava se exibindo pra você, aí o balaço o atingiu na cabeça e ele caiu feito pato no chão.

Sam e Sirius começaram a rir de mim. Que ótimo! Não posso me mexer, abrir os olhos, ou me defender. É hoje!

-Parem de “zoar” o Potter! Será que sou a única preocupada?

Provavelmente, minha elementar ruivinha...

E sabe qual é o nome dessa preocupação?

Amor!

-Sirius olha a varinha! – Sam exclamou.

Ai! Isso doeu.

Minha bunda está latejando. Bateu em um degrau provavelmente...

Eu mereço.

-Opa. Desculpa... – Sirius riu. – Nunca fui bom em feitiços de levitação mesmo...

-Então por que não deixa a Lily fazer isso? – Sam perguntou.

-É, Black, por que não me deixa fazer isso?!

Fui movido para a esquerda. Acho que a Lily pegou a varinha de Sirius.

Estou em boas mãos! Graças a Deus!

-Por que VOCÊ sempre tem que fazer tudo?! – Sirius reclamou, e movi para a direita.

Maravilha.

-Porque EU sou MELHOR!

Esquerda.

-E daí?! Ele é MEU melhor amigo!

Direita.

-GENTE PÁRA COM ISSO! VOCÊS VÃO DERRUBAR ELE!

Não, Sam. Eu vou vomitar mesmo.

Para um lado... Para o outro... Para um lado... Para o outro...

HELLOO! ESTOU ENJOADO!

-AH! –Sam gritou no que eu cai em cheio no chão.

Pela segunda vez ao dia.

-Seus bestas! – Sammy ralhou com eles. Isso aí, minha heroína! – Assim ele não chega inteiro na enfermaria.

Agora eu estou no ar novamente. E não estou balançando, diga-se de passagem.

-Sam, mas eu... – Sirius começou.

-NÃO! EU QUE VOU LEVAR ELE!

-Não é is... – Lily continuou, mas Sam gritou interrompendo-a novamente.

-A PAREDE! – Sirius e Lily gritaram juntos.

-Que?! Que parede?!

Ai... Minha cabecinha... Minha linda cabecinha...

Assim eu vou chegar detonado na enfermaria.

Lista de ferimentos, por Tiago Potter:

Bunda latejante.
Náusea.
Cegueira temporária.
Músculos sem controle.
Cabeça rachada. (N/A: Exagerado!)

Fazer o que?

Você fica idiota quando não consegue fazer mais nada além de pensar...
(N/L: Realmente é um grande exercício para Tiago Potter. Haha) (N/T: Lily você sabe que me ama) (N/L: Não comece... ¬¬).

-Hum... Lily...? – Sam começou, rindo sem graça.

-Você também acha que EU sou a pessoa certa pra fazer isso agora? – Lily perguntou no que me parece com dentes trincados.

-Hehe...

-Me dá isso aqui! – Lily rugiu, e pegou a varinha, no que fui balançado novamente.

-Me desculpa se eu não vi a parede! Até aí o Sirius... – Sam começou a se explicar.

-Chega! – Lily praticamente gritou. – Black, você vem comigo, Sam, você vai lá avisar o Remo e a Julie.

Isso mesmo, Lilyzinha, bota moral nessas crianças! (N/B: falo aii ô adulto)

É essa mesmo a mulher com que eu vou me casar, sim senhor!






-.-.-




-Olha por onde anda, Heingbester! – gritou uma morena, ao ter os livros derrubados no chão.

-Me desculpa! – Julie exclamou, ajudando-a a recolher os livros.

-Obrigada... – a menina respondeu emburrada, tomando seu caminho novamente.

Julie bufou e começou a correr novamente em direção ao seu dormitório. Esbarrara em algumas outras pessoas, mas não estava nem um pouco preocupada.

Estava com a cabeça na carta.

Não conseguia compreender... Não queria compreender...

Finalmente avistou a porta de seu quarto. Correu para ela, como se sua vida dependesse daquilo.

Abriu a porta com estrondo, atirando a veste (N/B: proibido para menores) (N/A: o casaco...) (N/B: é um começo..) (N/A: Credo, Marcela... Tá parecendo o Sirius.) em cima da sua cadeira.

Tirou os sapatos e as meias e jogou-se na sua cama, enfiando a cabeça no travesseiro, num misto de tristeza e raiva.

Após alguns minutos, levantou-se novamente, e fechou a porta que havia deixado aberta. Quando ela recomeçou a andar para a cama, viu o próprio reflexo no espelho e se deteve.

Observou a si mesma, e se surpreendeu ao ver que mesmo após tantos anos, ainda tinha as mesmas feições. Não mudara em absolutamente nada, sem contar uma única coisa: os olhos.

Eles sempre haviam sido azuis, isso era certo, porém, o brilho que eles possuíam, juntamente de toda a inocência, ela já havia perdido há muito tempo.

Suspirou pesadamente e sentou-se na cama, sem dar importância em como sua saia estava e olhou o quaro a sua volta.

Lily, Sam, Tiago, Sirius, Charly, Pedro e Remo…

Principalmente Remo. Aliás, toda Hogwarts...

Todos achavam que ela era a garotinha boba, perfeitinha e feliz, mas ela sabia muito bem que aquela nunca foi e nunca seria a realidade.

Mas uma coisa ela se perguntava constantemente: por que fingia ser alguém que não era? (N/B: eis a questão)

Apesar de ser mesmo “patricinha”, como já admitira a si mesma há muito tempo, ela não era ingênua como fazia parecer. E odiava o fato de não admitir aos outros que tinha problemas.

Balançou a cabeça, desviando esses pensamentos que não podiam lhe ocupar a mente naquele instante, e retirou o pergaminho do bolso.

Estendeu o papel com os dedos observando o esmalte que estava começando a desbotar, anotando mentalmente para arrumá-las mais tarde, e releu a carta.

O porquê, não sabia.

Já havia lido a carta tantas vezes que já a decorara...

E apenas duas frases se instalaram na cabeça:

Não há nada que possa fazer Julie.

Nada? Nada?!

Ela estava em Hogwarts, sã e salva... Se ao menos não tivesse sido convencida de abandoná-los, se ao menos tivesse ficado por perto...

Ela está morta.

Morta. Mais uma que estava morta...

Por que ele fizera isso?

“Ele vai vir atrás de mim. Mais cedo ou mais tarde. E vou acabar com ele...”

Julie estava com os olhos embargados. Sentia-se extremamente mal e exposta.

Amassou o pergaminho e socou-o no bolso novamente. Sentou na beirada na cama, e pegou o copo de água que estava em sua mesa, dando um gole, mirando-se no espelho.

Parecia com ele. Isso era o pior.

Parecia com ele.

Sentiu a raiva lhe subindo a cabeça, e jogou com força o copo no espelho. Observou o chão de madeira com vidros espalhados em sua superfície.

-Julie?

Assustou-se, e virou reconhecendo a voz.

-O que aconteceu? – Remo a observava, sem ter entrado completamente no cômodo.

-Nada! – sorriu, odiando-se por ser tão cínica.

-Como nada? – fez ele, contornando a garota, e andando até os cacos de vidro. – Isso lhe parece “nada”?

Julie mordeu o interior de sua bochecha, nervosa. Puxou a varinha do bolso, e fez um aceno: “Reparo!

O espelho voltou ao normal, assim como o copo. Julie fez outro aceno, levando o copo até a escrivaninha.

-O que está acontecendo, Ju?

Julie sorriu, e andou até o namorado, enroscando os braços em volta de seu pescoço:

-Já lhe disse. Nada.

-Julie, nos últimos dias você tem andado estranha. Todos notaram. – respondeu Remo, sério, sem encostar-se à garota. Só a estudava os olhos, como se buscasse alguma resposta.

-É? – a loira murmurou, colando o corpo no rapaz. – Mas eu estou completamente normal.

-Julie, pára! – resmungou Lupin, empurrando-a. – Merlim, eu estou querendo conversar com você, não percebe?

Julie cruzou os braços, desgostosa:

-Eu estou te falando que não está acontecendo nada.

-Então que cartas são essas que você tem recebido?!

Julie riu sarcástica, mas ao ver que Remo continuava a encarar-lhe seriamente, respondeu:

-De um amigo.

-Verdade? – fez ele. –Eu conheço?

-Ah, não! Você não pode estar com ciúmes, pode? – Julie riu.

-Bem, eu nunca te vi assim... Quebrando espelhos! Que problemas você tem para dar um “piti” desses?

Julie fechou a cara, e controlou-se para não gritar:

-Primeiro Remo: Eu estou com você. Nunca me envolveria com ninguém. Segundo: Se estivesse mesmo envolvida, jamais quebraria um espelho por causa de um cara. E terceiro: você não me conhece tão bem assim pra dizer que não tenho problemas.

Dessa vez, Remo que riu:

-Ah, não? Eu conheço você desde os onze anos! Você é inteligente, bonita, tem uma ótima família, cheia de amigos! Onde você está vendo problema nisso?

-E você supõe que só poderia ter problemas com garotos?! Remo agente está namorando! Eu te amo! Por que eu te trairia?

-Então por que não me conta o que está acontecendo?! – Remo exclamou.

-PORQUE EU NÃO POSSO! – Julie gritou furiosa. – EU NÃO QUERO E NUNCA PENSEI EM CONTAR PRA VOCÊ!

Remo assustou com o grito da garota. Nunca a vira daquela maneira.

-Viu como você está descontrolada? – ele perguntou calmo, mas irritado.

Julie abafou um grito:

-É claro. Por que você acha que pode me interrogar...

-Interrogar?! INTERROGAR?! – Remo gritou, fazendo Julie abrir a boca pra responder, mas o loiro continuou. – EU NÃO POSSO ME PREOCUPAR COM VOCÊ?!

-Com o que você está preocupado? Comigo, ou por que você acha que estou te traindo? – Julie perguntou venenosa.

Remo segurou o pulso de Julie mais firme do que gostaria, e puxou-a para si.

-Larga! Você ‘tá me machucando. – Julie pediu um tanto manhosa.

-É o mesmo que você fez ao perguntar isso... – respondeu ele, num sussurro, fazendo os pêlos da nuca de Julie se eriçarem. – Jamais duvide dos meus sentimentos por você, ouviu?

-Remo. – ela começou, sentindo-se meio zonza. – Você acha mesmo que...? – ela não completou a frase, porque Remo havia a beijado. (N/A: Parece que alguém anda aprendendo algumas coisinhas com os marotos, hein?) (N/B: ele É um maroto ¬¬) (Tá bom, idiota: aprendendo alguma coisa com os nossos marotos pervertidos. Satisfeita?)

Julie sentiu extrema vontade de empurrá-lo e continuar a discutir, mas aos poucos se esqueceu da idéia.

-Hey! Por que os dois não arranjam um quarto? De preferência, um quarto que não seja público...

Julie e Remo largaram-se instantaneamente, e observaram Sam parada em frente a porta, com a mão sobre os olhos.

Julie arrumou a blusa, lançando um olhar de censura sobre Remo, que corou.

-Que você quer Sammy? – perguntou a loira, um pouco chateada.

-Posso abrir os olhos? Ou vou ficar traumatizada? – perguntou a morena marota, mas decidindo abaixar a mão de qualquer maneira. – Enquanto vocês dois estavam aqui no maior amasso... – Sam riu, ao perceber que os dois haviam corado furiosamente. – O Tiaguito sofreu um acidente. Ele caiu da vassoura, gente! (N/B: kiki também sabe fazer rimas inteligente) (N/S: RIMO DE NOVO) (N/B: vai se fuder)

Julie estudou a amiga, achando que estivesse brincando.

-É sério! – fez Sam, irritada. – Bom, eu vou voltar para a enfermaria porque a Lily deve estar pirando por só ter o Black pra conversar! Vocês vêm?



-.-.-




Tiago dormira sob os olhares de Sirius e Lily.

Ambos haviam puxado cadeiras próximas a Tiago, e ficaram observando-o torcendo para que acordasse.

Lily mantinha o olhar fixo na colcha da enfermaria no local onde a mão de Tiago estava apoiada. Queria tanto que ele se mexesse.

Sabia que não era nada de mais, mas sentia falta de Tiago enchendo-a.

Lily se deu um tapa ao pensar em tal coisa.

Sirius deixou de observar um mosquito ao ouvir a amiga se batendo:

-Você ‘tá bem? – perguntou, segurando o riso.

-Maravilhosa Black. Nunca estive melhor.

-Que bom. – respondeu.

Sirius suspirou, espreguiçando-se e olhando o relógio.

Podia estar fazendo outra coisa naquele momento, como beijando Samantha ou qualquer outra garota. Ou até mesmo treinando mais um pouco de quadribol e adiantando lições de casa.

“Nãão! Que é isso Almofadinhas!”.

Lily bufou, e desviou a atenção para Sirius:

-E aí, Black, o que me conta?

Sirius riu com a atitude da ruiva.

-Nada novo Lílian... Por quê?

-Sei lá. A gente nunca conversa, sabe como é...

-É. Você geralmente está gritando comigo... – respondeu o moreno, fingindo-se irritado.

-Err... Desculpe por isso. Sabe como é... Potter me deixa estressada durante a maior parte do tempo.

-Sem problemas. – ele assentiu, e o silêncio se instalou novamente.

Lily virou-se para o moreno, como se algum assunto lhe tivesse surgido na cabeça, mas esqueceu o que iria falar. O moreno revirou os olhos.

Lily começou a rir no que o amigo arqueou a sobrancelha, divertido.

-A gente parece dois idiotas!

-A gente vírgula... Você que está rindo aí... – Sirius disse, sorrindo.

-É. Eu sou meio feliz mesmo. Eu rio sozinha demais, sabe? A Sam e a Ju às vezes acham isso meio estranho. Elas falam que eu tenho duas personalidades: a ruiva estressada e a boba-alegre. Pessoalmente prefiro a segunda, mas o Potter me tira do sério! O problema não é você e nem o Remo, sabe? É ele!

Sirius assentiu meio tonto vendo a ruiva desatando a falar. De repente, sorriu maroto:

-Você nunca quis beijar o Tiago? (N/B: eu? Ah.. ontem, hoje, amanha, semana passada..) (N/A: Hahaha!)

-É... – Lily tentou responder, pega de surpresa. Sirius arqueou as sobrancelhas e fez menção de falar novamente, mas Lily o cortou. – É claro que não!

-Hum... Você não o acha bonito? – Sirius perguntou, sentindo-se meio gay.

-É. É um pouco... – fez Lily estudando-o. – Mas não como todas acham! Todas as garotas acham o Tiago lindo de morrer, assim como você! Meu Merlim, se eu te contasse todas as vezes que já peguei garotas suspirando por você e pelo Potter, ficaria aqui até amanhã!

Sirius sorriu:

-Quem é mais bonito em sua opinião?

Lily fechou a cara:

-Você tem que agir assim mesmo, Black?

-Ah, Lílian, é só uma brincadeira! Pára de me chamar pelo sobrenome pra começar. A gente se conhece há bastante tempo. Eu te digo quem eu acho mais bonita... – Sirius disse como se incentivassem a ruiva a falar.

-Ah eu sei, né. É claro que é a Sam... – começou Lily, sem pensar corretamente. – Vocês dois ficam se beijando e... – Lily levou as mãos à boca, como se algo extremamente feio tivesse saído de seus lábios.

Sirius a encarava:

-Você sabe que a gente...? Ela te contou?!

-Bléh! – fez Lily, abanando as mãos. – Esquece o que eu falei! Esquece!

-Não! Agora eu quero saber! – Sirius sentou-se voltado para Lily, como se a conversa tivesse ganhado um interesse extremamente importante. – O que ela achou Lily?

-Sirius! Vai você falar com ela! Ai Merlim, por que eu fui falar?!- continuou a ruiva, enquanto Sirius implorava que ela lhe contasse. – Tá bom! Tá bom! Ela falou que você beija bem!

Sirius revirou os olhos:

-Isso é óbvio! Que mais ela falou?

-Ô Sirius, eu tenho cara de coruja pra mandar recados?!

-Tem! Brincadeirinha... Hehe. – adicionou Sirius, quando Lily fechou a cara. – Mas ela não disse mais nada?

Lily estudou o moreno, e pensou na amiga...

Será que dava um empurrãozinho?

“Não, Lily! Não se intrometa!” – pensou irritada.

-É. Só isso.




-.-.-




-Lúcio, me larga... Se me pegarem aqui... – começou a loira, arfante, entre os beijos do rapaz.

-Charly, fica quieta. Você é como se fosse uma sonserina.

Charly sorriu marota, e deixou-se ser beijada por Malfoy. Não tinha a menor vontade de detê-lo, na verdade... Queria não parecer tão dada...

A loira sentiu o namorado levando a mão até o zíper de sua saia, mas o deteve.

Seu olhar prendeu-se na porta.

-O que foi agora? – Lúcio perguntou irritado.

Charly o empurrou, e levantou da cama, abotoando a blusa.

A porta se abriu com estrondo, e por ela entrou Belatriz, que estava como Charly sempre a definia: impassível.

-Que bom que está aqui, Charly, assim as coisas serão mais fáceis. Lúcio não vou conversar com você seminu. – Belatriz disse bruscamente, parecendo não se importar de ter interrompido os dois. Avistou a camisa social no chão, e jogou-a. – Vista-se.

Lúcio colocou a camiseta, mas não a fechou. Lançou um olhar sobre Charly, que riu marotamente, voltando a atenção para Belatriz.

-Você não está amiga da Brewston, certo? – perguntou a morena, sentando-se ao lado de Malfoy.

-Ela não é bem do tipo que alguém consegue fazer amizade, não concorda? – Charly disse um tanto desgostosa.

Belatriz sorriu, e cruzou as pernas:

-Pouco me importa. É sua responsabilidade.

-E daí?! – Charly reclamou. – Por que ele quer tanto que eu seja amiga dela? Por que você não faz isso?!

-Porque eu tenho mais o que fazer do que ser uma babá de garota de dezessete anos...

-Como dar o golpe em Lestrange. – Lúcio resmungou venenoso.

Bela inclinou-se para trás, e mexeu o pescoço para um lado e para o outro, estralando-o:

-Não é da sua informação com que eu me relaciono. O problema é que o Lorde das Trevas está extremamente irritado pelo fato de não estarmos dando procedimento ao plano.

Charly arqueou as sobrancelhas:

-Bem... Ele podia pedir para algum comensal mais experiente matá-la de uma vez.

Lúcio e Belatriz trocaram um olhar.

Charly respirou pesadamente, e dobrou um pouco a manga do braço esquerdo.

Odiava aquela caveira. Era asquerosa.

Mas apesar de não gostar de receber ordens, ela adoraria ver o mundo bruxo livrado de sangues-ruins.

-Ela não é o alvo. – disse Lúcio, simplesmente.

A loira riu:

-Por que tantos joguinhos, hein?

A porta se abriu novamente, e por ela entrou Narcissa. Parecia irritada:

-Bela. Cadê a minha tiara?!

-Sua tiara? – perguntou sarcástica. – Aquela tiara é minha, garota.

Narcissa sentiu vontade de gritar com a irmã, mas não o fez. Lançou um olhar discreto a Malfoy, que sorriu, no canto dos lábios.

-Ela abriu o livro. – Charly disse, mudando o rumo do assunto. –Junto da Evans.

Belatriz sorriu de prazer:

-Isso é ainda melhor! – pulou da cama, e começou a andar de um lado para o outro. – Agora só nos resta esperar o encontro.

Narcissa estralou os dedos, e observou a marca negra nos pulsos dos presentes, e depois a sua própria:

-Ardeu durante esses últimos dias, não é?

Todos assentiram. Lúcio levantou da cama, andando em direção à janela:

-Pelo que parece, anda irritado.

-Será que você não escutou o que eu disse? – Belatriz perguntou enojada, mexendo em alguns papéis na escrivaninha do loiro. – Ele está muito bravo. E eu detesto vê-lo bravo... Ele é simplesmente... Brilhante.

Charly arqueou a sobrancelha e riu sarcasticamente:

-Você tem um tipo de fetiche por caras “do mal”?

-O que quer dizer com isso? – Bela perguntou, levemente irritada.

-Bem... Rodolfo Lestrange não é exatamente um doce de pessoa...

Lúcio riu, e virou-se para encarar a morena:

-E sabe como é. Ele gosta de “mocinhas indefesas”. Quantos anos ele tem? Vinte e sete? Não acha ele meio velho para você?

Bela riu, e levantou-se da cama, brincando com a varinha nas mãos:

-Malfoy, me surpreendo em ouvir que você me ache... Como disse? Indefesa. – Bela sorriu, perigosamente. – Sabe bem do que sou capaz. E apesar de ele ter sim alguns anos a mais do que eu, ele é muito melhor do que qualquer pirralho. Incluindo você.

Narcissa segurou o riso, mas quando Belatriz virou-se para começar a discutir com ela, formulou rapidamente com uma resposta:

-Achava que você gostava de pirralhos...

-O que quer dizer com isso?

-Bem... O Sirius tem sua idade, e nas férias vocês fazem mais do que discutir... Principalmente durante a noite.

Charly deixou o queixo cair, enquanto murmurou: “Seu primo?”.

Bela riu, secamente:

-Me desculpe Cissy, querida, se ele simplesmente não olha na tua cara. E com quem eu durmo ou deixo de dormir não é da sua conta.

-Tudo bem, tudo bem... – fez Narcissa, em sinal de rendimento. – Mas parece que você gostou muito do amiguinho dele.

Lúcio caminhou para perto das meninas, de braços cruzados:

-Não me diga que você gostou do Potter. Ele é um prepotente arrogante, traidor do próprio sangue. Achei que você soubesse escolher melhor.

Belatriz arqueou as sobrancelhas, enquanto um sorriso brincou em seus lábios. Caminhou lentamente até Lúcio, e pousou o dedo indicador no peito do loiro:

-Me desculpe se não me interresei por você, querido... Mas gosto de homens que têm algo a oferecer. Coisa que você certamente não tem... – fez Bela, observando-o de cima a baixo. – Além do mais, as melhores relações são as que têm um toque de perigo. Tudo fica mais excitante.

Malfoy sorriu desgostoso. Charly prendeu os cabelos em um rabo alto, andando em direção à porta. O loiro a puxou:

-Aonde vai?

-Atrás da Brewston, oras. – resmungou ela. – Quanto antes ficarmos amigas, melhor.

-Ótimo. – respondeu Bela, abrindo a porta. – Vamos juntas. Preciso dar uma palavrinha com o Potter.

-Você só vai dar uma palavrinha, maninha? Ou vai dar algo a mais? – Cissy perguntou maliciosa.

-Palavreado tenebroso, Narcissa. – respondeu Bela fechando a porta atrás de si e de Charly. – Tenebroso.



-.-.-



-Só isso? – fez Sirius.

-É. Ela disse que você beijava bem e que repetiria a dose. – Lily respondeu, achando que as palavras soavam estranhas.

-Tiago! – exclamou Julie entrando na enfermaria, vindo de encontro aos amigos. – Coitado dele!

Remo e Sam juntaram-se aos outros. Os olhos de Sam e Sirius esbarraram, no que a morena sorriu, fracamente. Sirius estudou os lábios da morena, fazendo o estômago desta revirar.

Lily observou a cena, sentindo-se protetora de um segredo que não queria acobertar. Por que os dois não abriam o jogo com tudo mundo?



-.-.-




Tiago acordou no meio da noite com a garganta extremamente seca. Olhou em volta, mas não achou a enfermeira. Não teria problema se ele se levantasse... certo?

Desceu da cama, e caminhou até um armário. Não tinha absolutamente nada que pudesse beber dentro dele. Somente algumas roupas de cama.

-Fora da cama Potter?

Tiago fechou as portas no mesmo instante, e virou para trás, aturdido:

-O que...? Como você sabia...?

-Que você estava na enfermaria? – a morena sorriu. Tiago notou que seus dentes eram extremamente brancos e eram todos muito bem alinhados. – Eu não sabia... Eu vim pegar um remédio... Estou com uma tremenda dor de cabeça...

Tiago observou Belatriz depositando a mão na testa, num teatro extremamente ensaiado.

-Acho melhor deitar, Potter... – murmurou Bela, empurrando-o para a cama. Tiago sentou-se, desgostoso.

-E acho melhor você ir embora.

-Hum... – fez Bela, desamarrando o laço do roupão, sedutoramente. – Não sei... Não estou bem mesmo... – disse Bela, bagunçando os cabelos, devagar, observando Tiago estudar-lhe o corpo. Sorriu marota.

Tiago balançou a cabeça, e deitou-se na cama:

-Então vai acordar a Dumphyl. – resmungou, tentando tirar pensamentos pervertidos da mente.

-É. – fez Bela, contornando a cama de Tiago. – Acho que vou mesmo.

Belatriz caminhou lentamente, satisfeita por sentir os olhos do Tiago grudados em si.



-.-.-



“Dormir... Dormir...”

Sam sentia os olhos pesados. Muito pesados.

Revirava as páginas antigas e amareladas do “livrinho monstro” como ela e Lily o apelidaram.

“Que sono. E frio. Preciso começar a usar pijamas. Ficar de camisola nesse chãozinho gelado não é nada confortável. Podia fazer isso no quarto... Na cama... Não! Julie e Charly não podem saber!”

De repente Sam caiu para trás, já que estava recostada na porta do banheiro. Massageou a cabeça, e escondeu o livro embaixo do braço.

-Você está bem, Sammy?

Charly observava Sam que estava embaixo dela, preocupada.

-Ótima Charly. E me chame de Samantha, por favor.

-Como quiser, .

Sam sorriu amarelo, enquanto se levantava. Começou a caminhar para sua cama, mas Charly a impediu:

-Ah, Samantha! Para de me tratar assim! Não fique brava!

Sam observour a loira, durante instantes e entrou novamente no banheiro, fazendo sinal para acompanhá-la.

Charly sorriu esperançosa, mas Sam fechou a cara:

-Escuta aqui. Eu amava o Mattew. Você sabia...

-Mas...

-Não tem “mas”! – exclamou Sam. – Você gostaria que eu dormisse com o Malfoy? Gostaria?!

Charly deu de ombros, e fez um aceno negativo com a cabeça:

-Mas foi bom! Agora você sabe que não pode confirmar nele!

-É, mais preferia ter descoberto isso com alguém que não julgasse amiga.

Charly respirou pesadamente e abraçou Sam:

-Me desculpe! Me desculpe! Eu te adoro amiga! Não queria ferir seus sentimentos! Isso é passado, vai!

Samantha fugiu do abraço, e abriu a porta:

-Desculpar talvez possa, mas nunca mais confiarei em você, Charly. Você mesma que causou isso.

A morena encostou a porta devagar e caminhou lentamente até a cama. Jogou o livro dentro da gaveta, decidindo que por aquela noite bastava.

Além de o livro ser cansativo, tinha um palavreado muito antigo.

Quando ia se deitar, algo lhe puxou, e logo se viu encostada em Jack:

-Sentiu minha falta? – perguntou maroto.

-Não exatamente. As coisas tem andado mais pacíficas. – respondeu Sam, meio desconfortável com a proximidade de corpos.

Bem... Na verdade do seu corpo com o ESPÍRITO de Jack. Ele não era exatamente de carne e osso.

-Hum. Entendo... Mas eu não sou o pior dos seus problemas. Aquilo... – fez Jack, apontando a gaveta fechada, sem deixar de segurar Samantha próximo a si. – é que é.

-Obrigada pelo aviso. – disse Sam, voltando o rosto para o fantasma. – Mas e aí, vai deixar eu te ajudar? Desculpo você pelos seus atos idiotas!

Jack sorriu, e desencostou-se da garota:

-Não sou eu quem precisa de ajuda. Acredite.

-O que quer dizer?

Jack se sentou na cama de Sam.

-Tom não é flor que se cheire, Samantha. É daquelas que se joga fora.

Sam estudou a feição séria do loiro, e sentou-se ao seu lado.

-Você o conheceu?

-Infelizmente... – respondeu ele rindo tristemente e encarando a parede. – Garoto extremamente perturbado.

Sam engoliu em seco, e virou o rosto de Jack para si:

-Foi ele? Ele te matou?

Jack removeu a mão da morena de seu rosto devagar, e deu de ombros:

-Nunca faça esse tipo de acusação se não sabe de nada.

-Não estou acusando! – fez Sam, levemente ofendida. – Estou perguntando.

Jack respirou pesadamente e encarou-a:

-Se ele fez mal a mim, pode fazer um mal muito pior a você.

Sam riu, sem notar na proximidade de seu rosto com o do rapaz:

-Nossa... Por quê? Você acha que eu não sei me cuidar?

-Não. – fez ele, levando a mão para o rosto de Sam. – Você é muito linda para ser ferida por um cara daqueles.

Sam não gostou nem um pouco da afirmação de Jack. Na verdade, não gostara dele ter chamado-a de “linda” e muito menos de ter colocado a mão em seu rosto, apesar de ela mesma ter feito isso.

Aquilo havia feito seu estômago revirar.

“Samantha Brewston, você gosta de todos agora?”

Charly abriu a porta do banheiro com a expressão curiosa:

-Com quem você está falando?

Sam revirou os olhos para a loira e murmurou um “ninguém”. Charly se deitou, e antes de Sam fazer o mesmo, descobriu-se triste por Jack ter ido embora. Principalmente naquele momento.

Naquele momento em que um certo climinha caiu sobre ambos...

-.-.-



Oi gente!

Capítulo doze postado, e em homenagem a fiel leitora Laura Black!

Amanhã é o níver dela, gente! PARABÉNS LAURA!!! TUDO DE BOM!!! Tá aqui seu presente... Espero que tenha gostado, haha...

Viu só como um "pequena" prévia pode dar a impressão de que outras coisas vão acontecer?

Tiago não beijou Bela e muito menos a Sam beijou o Jack... Massss...

Não garanto que isso não acontecerá num futuro próximo...

Enfim, espero que tenham gostado do capítulo e deixem comentários porque eu fui extremamente boazinha dessa vez!

A prévia foi postada dia 27/08 e o capítulo dia 31/08/07.

Rápido, não?

COMENTEM!!!

Besitos!


Kiki Ravenclaw

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