Na casa dos gritos



Na primeira noite em Hogwarts Severo apareceu nos sonhos de Hermione. Ele lhe deu um rápido beijo e pediu que ela lhe encontrasse na casa dos gritos às dez da noite do próximo sábado, e logo depois sumiu.

No dia seguinte Hermione soube que Harry e Gina haviam conversado sobre como disfarçar o namoro deles. Harry sugeriu que Gina fingisse namorar outro garoto – que não fosse Dino, é claro – Harry não queria correr o risco do rival tentar reconquistar a ex-namorada. O único que puderam pensar que seria confiável para fingir um namoro foi Neville. Gina, que não queria ter que fingir namoro nenhum, disse ter percebido um clima entre Neville e Luna no trem e que não seria correto “empatar” o casal. Por outro lado, Harry achava arriscado ele fingir namorar outra, pois então esta passaria a estar em perigo. Decidiram que iriam confirmar o fim do namoro desde o semestre anterior e que evitariam serem vistos juntos ou sozinhos.

A semana passou rápida e logo era sábado. Hermione estava ansiosa para encontrar novamente com Severo, já estava morrendo de saudades. E olha que só haviam se encontrado uma única vez. Para distrair foi à biblioteca – só mesmo Hermione – para adiantar os deveres de casa, afinal este era o ano dos NIEMs. Pela primeira vez em sua vida não conseguiu se concentrar em estudar, então às cinco horas decidiu desistir – e ela havia parado por quase uma hora para o almoço!! – Incrível! Mas pelo menos adiantou boa parte dos deveres.

Tomou um demorado banho de banheira no banheiro das monitoras, jantou e retornou ao seu quarto “para estudar um pouco mais” – o que vindo de Hermione não era nenhum espanto. Às oito horas saiu para fazer a ronda dos corredores, cronometrou para que esta terminasse no saguão de entrada faltando quinze minutos para o horário marcado por Severo. Parecia até que ela havia tomado uma dose de Felix Felicis, pois tudo deu certo. Com a ajuda de bichento, usou a passagem do salgueiro lutador e não tardou a chegar na casa.

Subiu ao segundo andar e Severo já se encontrava lá. Charmoso com suas roupas sempre negras e impecáveis e sua capa esvoaçante. Sorriu ao pensar que não poderia culpar Luna se um dia a corvinal dissesse que ele na verdade era um vampiro. Hermione perguntava-se como demorou tanto para notá-lo – na verdade ela sabia a resposta, mas não queria pensar nisso, o importante não era o antes e sim o agora.

Como que sentindo a chegada dela ele virou-se, com dois passos atravessou o quarto, envolveu-a em seus braços, e a beijou com paixão. Ela apenas entregou-se aquele beijo. Estava morrendo de saudades, afinal só haviam se encontrado uma vez e isto tinha quase duas semanas! Trocaram alguns beijos, até que ele decidiu que deveriam dar prioridade a assuntos mais chatos, porém de certa forma urgentes. Ainda bem que um deles conseguia ser um pouco racional, porque Hermione já havia esquecido que estavam no meio de uma guerra.

Sentaram na cama quebrada e mofada que havia lá, e relembraram o que já haviam conversado nos outros encontros. Hermione lhe contou que a Horcrux (medalhão) que Harry e Dumbledore trouxeram da caverna era falsa.

-- Como falsa? – a face dele se entristeceu – Então foi tudo em vão – baixou a cabeça desviando seus olhos dos dela – Alvo se expôs, morreu e não conseguiu recuperar a Horcrux.

-- Não foi em vão, Severo. Dentro do falso medalhão havia uma mensagem, na verdade para Vol... – parou – desculpe, para você-sabe-quem.

-- Você quer dizer que temos uma pista para seguir – ela concordou – e o que dizia o bilhete?

Hermione sorriu satisfeita por sua memória.

-- Ao lord das trevas, então eu pensei. Quem se refere a Ele como Lord das Trevas?

-- Os comensais. – concluiu Severo sem emoção

-- E tinha uma sigla: RAB.

-- Então temos um comensal que descobriu a Horcrux e se chamava RAB. – Os olhos de Severo brilharam.

Hermione concordou, tinha um olhar de dúvida.

-- Você tem idéia de quem seja?

-- Idéia não Hermione, eu sei quem era RAB. Régulo Arcturus Black.

Hermione levou um susto ao ouvir o nome.

-- Régulo?! Irmão mais novo de Sírius, aquele que se tornou um comensal e que depois...

-- Foi morto por um grupo deles. É exatamente ele – falou balançando a cabeça como que para confirmar a afirmativa – Eu estava junto ao grupo quando o Lord mandou alguns matarem Régulo. Era uma ordem simples, todos concluíram que o moleque estava só querendo pular fora.

-- E você simplesmente não entrega um pedido de demissão a você-sabe-quem – Hermione falou olhando para o vazio. Severo a olhou com uma sobrancelha levantada. Então ela focou o olhar e explicou – Nem a família dele desconfiou do verdadeiro motivo. Isso que eu falei foi Sírius que disse ao Harry há uns dois anos.

-- Na época, eu já desconfiava que o Lord tinha algum segredo muito bem guardado, e quando lhe fiz um bom serviço, ele passou a me considerar, algo como um de seus preferidos – Hermione lembrou-se do clube de Slughorn, será que isso era algo de sonserinos? Perguntou-se – então fiquei sabendo das Horcruxes. Provavelmente Régulo soube antes e quando resolveu trair o Lord decidiu levar esta prova com ele. Talvez ele soubesse através de Bellatriz que sempre foi uma das preferidas do Mestre. – Severo a olhava pensativo. – O Lord deve ter descoberto o plano de Régulo e mandou matá-lo, não deve ter imaginado que ele chegou à Horcrux e muito menos que saiu de lá vivo e com ela. Régulo sempre foi considerado um fraco e um idiota, só foi aceito como Comensal por causa do sangue puro e de sua ligação com Bellatriz.

Hermione parecia preocupada.

-- O problema é que não sabemos se a Horcrux foi mesmo destruída. Não sabemos quanto tempo depois de pegar o medalhão ele foi assassinado. Não sabemos se teve tempo e se sabia como destruí-la – Eram muitas as dúvidas e se uma Horcrux era uma âncora, não importava onde estivesse, teria de ser destruída para que Voldemort se tornasse mortal novamente.

-- Teremos que pensar nisto com calma, o importante agora é que você induza Potter a descobrir que RAB era Régulo Black – Pensou por um tempo – Fale com Lupin, ele conheceu a família Black, pode reconhecer a sigla.

Mudando um pouco de assunto, Severo falou novamente:

-- Ainda estou tentando descobrir onde estão as outras Horcruxes. Temos até agora duas destruídas: diário de Riddle e anel de Sérvolo, uma desaparecida: medalhão de Slyterin, duas escondidas: Taça de Hufflepuff e algo de Ravenclaw e a cobra Nagini. Vou tentar descobrir onde podem estar escondidas e o que as protege. Sempre que tiver alguma informação passarei para você e nós pensaremos na melhor forma de você fazê-los “descobrir” – Ela concordou – Tome, trouxe isto – e lhe entregou um espelho quadrado.

-- O que é? – perguntou Hermione curiosa.

-- É um espelho de duas faces, eu tenho o par, quando precisar falar comigo é só dizer meu nome a ele e eu aparecerei.

Ela estava maravilhada. Aquilo parecia fantástico e ele gostou de ver a admiração dela.

-- Genial! Parece um celular! Na verdade é até melhor que um – Ela parecia bastante animada, mas Severo estava confuso.

-- O que é um celular?

-- Um aparelho trouxa, tipo um telefone só que você carrega para qualquer lugar e fala a qualquer hora, mas deixa pra lá – Ela ria do desconhecimento dele.

Severo era mestiço, mas não tinha contato com nada do mundo trouxa, até sabia o que era um telefone, mas celular, definitivamente não era da época dele.

-- Ok. Procure só me chamar em caso de necessidade, é mais seguro que nos sonhos, entretanto precisamos ser discretos.

Ela guardou o espelho com cuidado no bolso e retirou de lá duas moedas de prata e entregou uma a ele que levantou a sobrancelha em interrogação.

-- Eu as tinha preparado, mas acho que serão úteis de qualquer forma. Com elas será mais fácil ser discreto. – Severo continuava sem entender o que significavam aquelas moedas – Está vendo esses números gravados na borda, nas moedas de verdade eles se referem ao duende que a cunhou – Severo acenou em concordância – nas nossas os números poderão mudar dizendo quando será mais seguro chamarmos um ao outro pelo espelho, e quando isso acontecer...

-- A outra moeda ficará quente! Hermione isso é um Proteu?! – Ela era impressionante, incrível como os colegas não se sentiam intimidados por ela.

A garota corou de leve e concordou com a cabeça.

-- Eu fiz a mesma coisa quando estávamos no quinto ano para que os membros da AD pudessem saber o dia das reuniões. Achei que seria uma boa idéia usar agora – Deu de ombros.

Severo estava espantado, isso era um feitiço avançado mesmo para esse momento e ela já o tinha feito há quase dois anos.

-- Você sabe o que é que funciona da mesma forma, não sabe?

Hermione corou ainda mais.

-- Sei. Eu copiei a idéia – abaixou a cabeça “será que ele ficaria chateado com ela? Afinal a idéia em si não era ruim.”

Severo percebeu que ela estava tensa, tratou de tranqüilizá-la.

-- Não estou criticando, só queria saber se você sabia. A idéia é ótima, claro que iremos usar. Você não para de me surpreender – ela corou mais uma vez, mas sorriu.

De repente ele perguntou:

-- Hermione quando é seu aniversário?

-- Porque a pergunta?

-- Andei fazendo umas contas e imagino que seja logo. Você é uma das mais velhas do seu ano. – Ele sorriu galante e misterioso.

-- É no meio deste mês, dia 19 de setembro. Mas porque você quer saber? – Ela achou que ele corava discretamente, mas “deve ter sido só impressão”, pensou. “Severo Snape não corava”.

-- Sou seu namorado, ou não? – ela sorriu e concordou com um aceno de cabeça – então preciso saber o dia do seu aniversário.

Ela notou como o sorriso dele estava belo, e o olhar.... Era um olhar de paixão, de desejo e Hermione sentiu-se tímida, até aquele momento estava descontraída falando do maior bruxo das trevas de todos os tempos, assassinatos, Horcruxes, feitiços avançados e coisas assim, do dia-a-dia. Mas de repente, veio a sua mente que ele era mais velho e muito mais experiente que ela. Com ele, Hermione vinha experimentando sensações novas e estava adorando, mas não sabia se seria capaz de resistir a uma investida mais íntima dele. Achava que ainda não havia chegado o momento certo.

O corpo dela incendiou quando ele colocando as duas mãos em seu rosto a beijou, foi um beijo calmo. Ela sentiu que uma das mãos dele descia até sua cintura e a puxava para mais perto dele, enquanto a outra segurava delicadamente sua cabeça impedindo que seus lábios se desgrudassem. Ela passou seus braços pelo tórax dele, colando seus corpos e sentindo o perfume preso a pele dele; o cheiro dele – maravilhoso. Vendo que ela estava totalmente envolvida no beijo, desceu a outra mão para a cintura dela e ambas passaram a acariciar o corpo da garota. As mãos dela, um pouco mais tímidas, passeavam pelas costas dele.

Em algum momento, talvez porque estivessem ficando sem ar, seus lábios se separaram, e ele passou a beijá-la no pescoço, na nuca e nas orelhas.

Ele sentia o perfume dela e isto o estava deixando louco, agradeceu intimamente que ela não pudesse perceber o quanto ele estava excitado. Não queria assustá-la, não queria que ela achasse que ele queria apenas sexo. Se fosse qualquer outra, ele já teria arrancado as roupas dela e..., mas não com Hermione. Ele estava apaixonado e por isso iria, teria e até queria esperar pelo momento dela. Ela era muito jovem e isso dava a ele ainda mais certeza de que deveria ir devagar. Severo teve muitas experiências com sexo, mas a única que teve com o amor foi uma catástrofe e justamente porque tentou ir mais rápido do que a garota pretendia e porque não soube compreender suas apreensões. Ele não erraria novamente.

As mãos passeavam, já haviam descido até suas coxas, sempre bem protegidas pelas roupas, portanto sem maiores sustos. Quase que por instinto ele tentou colocar uma de suas mãos por baixo da blusa dela. Sentiu ela ficar tensa, e interrompeu o beijo. Ela ainda não o olhava diretamente, ele manteve a mão em sua cintura, e com a outra segurou seu queixo fazendo-a olhar para ele.

-- Severo, me desculpe – ela estava envergonhada, não queria sentir-se insegura. Mas eram muitas sensações novas e ao mesmo tempo. Ele beijou seus lábios rapidamente e continuou por ela

-- Não se preocupe, não vai acontecer nada que você não queira, ok?

Ela sorriu, mas sua expressão ainda era de preocupação.

-- Não é bem o que eu quero – ela desviou os olhos corando – e que ... acho que ainda não é a hora certa.

Ele teve certeza, então ela era virgem, se bem que não era difícil concluir isto. Hermione sempre foi tão séria e reservada, sempre com montes de livros e com seus guarda-costas – Potter e Weasley. Não que isso fizesse diferença para ele. Claro que fazia!, se ela já tivesse tido alguma experiência ele não se preocuparia tanto, iria aguardar até o momento dela de qualquer forma, mas neste caso ele teria que tomar ainda mais cuidado, não queria que ela se sentisse pressionada e fizesse algo do qual se arrependeria depois. Ele tentou tranqüilizá-la:

-- Não se preocupe mesmo, querida.

Ela o olhou um pouco assustada, ele a havia chamado de querida?! Nunca o imaginou capaz disto. Ele sorriu e se aproximou mais dos lábios dela.

-- Você vai descobrir que eu sou muito diferente do Professor Snape que você conheceu – Deu-lhe um beijo rápido – Olhe, esta não é a hora e nem este o local para um momento importante como este – ela corou novamente, “como era transparente”, mas ficou feliz que ele tivesse entendido os motivos da insegurança dela. Entendido que não era falta de confiança nele – e quando chegar o momento, e você saberá quando ele chegar, será importante para nós dois.

Hermione sorriu. Severo voltou a beijá-la, ela estava mais relaxada, ele desabotoou os dois botões mais inferiores da blusa dela, permitindo acariciar a barriga perfeita e as costas. A outra mão ia acariciando dos joelhos até a metade das coxas. Agora era ela que lhe beijava o pescoço, a nuca e descia até o peito por alguns botões abertos na camisa dele. Perderam a noção do tempo, ficaram ali trocando beijos, carícias e juras de amor, até notarem como já era tarde e também que estavam chegando a um ponto que logo, logo não conseguiriam mais controlar os instintos.

Despediram-se e Hermione voltou à escola pela passagem secreta. Severo aguardou um pouco e então aparatou em sua casa.

***********************************************************************

Depois de um longo e tenebroso inverno.....
Mil desculpas pela demora em atualizar, mas tivemos alguns contr-tempos e o beta esta muito devagar. Mas como além de beta é também meu marido não posso demití-lo.

Se você está gostando da Fic, me deixe reviews. Eu não irei abandoná-la até porque já está terminada.

Muito obrigado por ler
Um Beijo
Ana Luiza

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.