De volta a Hogwarts



Apesar de ninguém ter confirmado que Dumbledore tinha uma companhia na noite em que foi assassinado, havia boatos. Alguns até bem fidedignos de que ele tinha saído de Hogwarts e que sua companhia era Harry Potter “o-menino-que-sobreviveu” ou para alguns, “o eleito”. Por isso todos concordaram que seria melhor que Harry não retornasse à escola de trem. Ele iria aparatar até Hogsmead onde encontraria Remo e Tonks que o acompanhariam até a escola. Rony, Hermione e Gina iriam no expresso normalmente.

Para Rony e Hermione não foi tão ruim. Eles foram diretamente para o vagão dos monitores. Lá ficaram sabendo que o monitor chefe seria Ernesto Macmillian da Lufa-Lufa. Anna Abbot, cuja mãe fora assassinada no ano anterior, não retornaria à escola e foi substituída por uma outra aluna do sétimo ano na função de monitora. Contudo não houve um substituto para o lugar de monitor ocupado por Malfoy. Pansy seria a única monitora do sétimo ano da sonserina. Os monitores da corvinal ainda eram Antonio Goldstein e Padma Patil. Os do sexto ano já haviam convivido com eles no ano anterior e os novos do quinto ano Hermione conhecia de vista. Alguns dos mais próximos até tentaram perguntar algo sobre os boatos da noite da morte de Dumbledore, mas Rony e Hermione foram evasivos em suas respostas, deixando claro que não iriam comentar tal assunto.

Gina, por outro lado, estava enfrentando dificuldades maiores. Afinal ela e Harry não haviam feito segredo sobre o namoro no ano anterior e foram poucos os que souberam do rompimento. A todo o momento era abordada por colegas, alguns que nunca haviam sequer falado com ela todos aqueles anos de escola, que queriam saber onde estava Harry, sobre os boatos da noite da morte do ex-Diretor, sobre o namoro deles. Gina ainda não havia conseguido chegar a uma cabine e estava a ponto de perder a paciência e azarar um grupo do quinto ano, quando Luna e Neville vieram em seu auxílio. A levaram para uma cabine próxima trancando a porta e baixando a cortina. Junto aos amigos, que eram os únicos a saberem de tudo, pois lutaram lado a lado na noite da morte de Dumbledore, ela conseguiu se acalmar um pouco. Só saiu da cabine muito mais tarde e o fez acompanhada de Hermione que com o distintivo de monitora chefe impunha muito mais respeito.
*************************************************************************

Harry chegou cedo à escola e após se despedir de sua “guarda pessoal” seguiu a Diretora até o escritório que fora de Dumbledore para receber a carta que o professor havia lhe deixado. McGonagal disse que não estava ocupando o escritório de Diretor por um pedido especial de Alvo e que continuava na sua antiga sala. Deixou-o sozinho.

Harry reparou que o quadro de Dumbledore ainda dormia “será que já havia falado com alguém?”. Sentou-se e abriu a carta, não teve dúvidas de que era a letra do ex-Diretor.

Caro Harry,
Se você estiver lendo esta carta é porque não estou mais entre vocês. Espero ter tido tempo de lhe ensinar o que era mais importante. Eu já estava ficando velho e sabia que não poderia estar com você para sempre.
Deixei para você a minha penseira e alguns pensamentos que lhe poderão ser úteis estão junto dela no armário de meu escritório. Faça bom proveito deles.
Lembro de lhe ter dito que não deveria contar a mais ninguém sobre as Horcruxes, mas como não estou mais entre vocês acho que precisará de ajuda, portanto pode dividir o segredo com aqueles que você tem certeza que poderão lhe ajudar.
Pedi a Minerva que não ocupe o escritório de Diretor por enquanto. Gostaria que você o utilizasse quando precisar pensar ou para tomar decisões importantes. É só dar uma nova senha a Gárgula.
Você não pode esquecer que o seu maior poder contra Voldemort é o amor, não só o que você recebeu de sua mãe mas também aquele que você é capaz de sentir, não permita que seu coração pare de amar, Harry. Hogwarts ainda é o lugar mais seguro para você e aqueles que ama. E o amor não é importante força apenas em você, mas em todos. O amor transforma. Não esqueça que existem várias formas de amar e que a confiança, a compreensão e o perdão são facetas desse amor.
Por fim lhe digo, que como humano que sou, posso errar como já lhe mostrei uma vez, mas nunca me enganei na avaliação que fiz das pessoas. Pense nisso Harry, pois é muito importante. Eu nunca temi a morte, e lhe disse uma vez que para a mente bem estruturada a morte é apenas a grande aventura seguinte. Por mais que possa parecer, Harry, ninguém parte nesta aventura antes do devido tempo.


Ao terminar a carta Harry tinha lágrimas nos olhos, ficou aliviado ao perceber que não havia sido um erro contar sobre as Horcruxes para Remo, Minerva e Artur. Imaginou que a referencia a viver o amor dizia respeito a ele e Gina. Depois da carta ele achou que seria muita imprudência sua não permanecer em Hogwarts. Logo iria procurar a Diretora para combinar como poderia fazer para procurar as Horcruxes e cursar o seu sétimo ano. Porém duas coisas ele não entendeu bem, primeiro a que falava das facetas do amor e de perdoar aos amigos e o último parágrafo também era uma incógnita para ele.

Levantou-se para sair da sala, ainda pensativo e ouviu aquela voz tão conhecida.
-- Harry, não se envergonhe de pedir ajuda para aquilo que não entende. – e antes que Harry pudesse se recuperar do susto e dizer algo o quadro voltara a dormir. Ainda estava confuso, mas saiu da sala e foi procurar a Diretora.
*************************************************************************

Eles não puderam deixar de notar que as coisas estavam diferentes do ano anterior e que havia menos alunos na escola, talvez pouco mais da metade. Os alunos do primeiro ano também eram em numero reduzido.

Hermione não tardou a perceber a ausência de Crabble e Goyle, porém Nott estava de volta e sempre próximo a Parkinson, a grifinória fez uma anotação mental para ficar de olho nesses dois.

Harry chegou a mesa principal da grifinória pouco depois dos amigos e sentou-se ao lado de Hermione e de frente para Gina, que tentava agir naturalmente. Baixou a voz para que só eles ouvissem:

-- Decidi que vamos ficar – deu um sorriso.

-- Que?!! – disseram Rony e Hermione ao mesmo tempo. Hermione abraçou Harry pelos ombros e lhe deu um beijo na bochecha. Harry corou e olhou rapidamente para Gina que sorria, mas Rony ficou púrpura e falou tentando controlar-se – Hermione!!!. A garota também corou de leve, mas tentou disfarçar perguntando, sem tirar o belo sorriso dos lábios – o que fez o senhor cabeça-dura mudar de idéia? – Gina rira ainda mais, Rony continuava de cara amarrada.

-- É, devo admitir que vocês fizeram um bom trabalho nos últimos dias e bem... – baixou bem o tom de voz e os três tiveram que quase juntar as cabeças para ouvi-lo – o professor Dumbledore me deixou uma carta e entre outras coisas disse que este ainda é o lugar mais seguro para ficarmos – Sorria para os três agora. – Já conversei com a Diretora e com o Professor Lupin (não poderiam mais se referir a ele como Remo) – que será o diretor da Grifinória agora e combinamos como iremos fazer – aqui ele baixou novamente a voz a um sussurro – quando eu precisar sair de Hogwarts.

-- Depois do jantar a professora McGonagal lhes dará as suas cartas e eu queria que você – dizia para Hermione, corrigiu-se depressa – vocês lessem o que Dumbledore escreveu para mim. – e antes que Hermione pudesse protestar completou – ele me disse, digo o quadro dele, que não me envergonhasse de pedir ajuda quando precisasse, então... – Rony, que já estava bem menos vermelho sorriu para Harry, Hermione concordou com a cabeça.

Neste momento a Diretora McGonagal pediu silêncio e todos se calaram. O jantar não foi tão animado quanto era na época de Dumbledore, e eles fizeram um minuto de silêncio em homenagem ao ex-Diretor.

Após levarem os alunos novos à torre da Grifinória Rony e Hermione foram procurar a diretora para receber suas cartas e combinar como fariam para cursar o sétimo ano.

A carta de Hermione dizia:

Cara Srtª Granger
Espero que ao receber esta carta já tenha descoberto o verdadeiro sentimento que vive em seu coração. Se assim for diga as palavras mágicas e poderá ver o restante da carta, senão ela permanecerá em branco até que o descubra.

Ela fechou os olhos e pensou: Eu amo Severo Snape, ao abrir os olhos o pergaminho estava todo escrito.

Meus parabéns Srtª Granger, tinha certeza de que a Srtª não demoraria a descobrir a verdade. Toda ela. Não se preocupe, até o momento oportuno só a Srtª poderá ler o que está escrito, portanto é importante que guarde a carta. Tudo que o professor Snape, digo Severo, lhe contou é verdade. Eu o convenci – não direi obriguei, não seria capaz de tanto – a participar de meu plano e imagino que tudo tenha dado certo. Peço que a Srtª o apóie, pois sei que o que ele fez por mim, e não a mim, o faz sofrer. Mas era necessário e acredito que enquanto a Srtª estiver ao lado dele ele terá forças para continuar.
A Srtª também é essencial a Harry, o ajude a entender tudo o que foi necessário fazer e o ajude também, pois tenho certeza que um dia isto irá acontecer, a perdoar Severo.

Hermione estava emocionada, mas também assustada com a carta. Como Dumbledore pudera saber mesmo antes dela que um dia se apaixonaria por Severo. Ele era demasiado poderoso, e tinha um coração enorme, preocupou-se em deixar tudo amarrado para que nada desse errado.
Estava tão absorta em seus pensamentos que não percebeu que Rony tentava ler a carta dela por cima de seus ombros.

-- Quais são as palavras mágicas, Hermione?

Então neste momento percebeu o que ele tentava fazer.

-- Rony, não sabe que é falta de educação ler a correspondência dos outros – falou lhe dando uma bronca.

Ele deu de ombros

--Desculpe, eu só fiquei curioso. Na minha ele dizia que a amizade era uma das forças que você-sabe-quem desconhece e que a minha por Harry será importante na nossa luta, mas que eu preciso cultivá-la e que o ciúme é uma erva daninha. – Falou com simplicidade, mas Hermione entendeu as intenções dele – Não entendi muito bem esta última parte. – Estava um pouco mais pensativo, mas deu de ombros e a olhando novamente curioso perguntou:

-- Então quais são as palavras mágicas?

-- Não lhe interessa, e além do mais esta carta é encantada e só eu posso ler. Disse já saindo da sala da Diretora para retornar a Torre da Grifinória. – Ela ainda mantinha o cenho franzido

-- Quer dizer que você sabe as palavras mágicas? – Rony vinha correndo atrás dela surpreso, imaginou que talvez a amiga tivesse que pesquisar ou algo assim.

-- Claro que sei, Rony. – falou ainda com um tom irritado – Do que adiantaria o professor me deixar uma carta que eu não pudesse ler? – rolou os olhos enquanto continuava seguindo para a Torre sem nem olhar a cara de bobo de Rony – Já as mentalizei e já li – disse encerrando o assunto.

Quando chegaram na torre, Harry os aguardava. Os três foram para um lugar mais reservado e o amigo estendeu sua carta para Hermione, Rony colou a cabeça à dela para ler também. Os olhos de Hermione brilharam, mas quando falou tentou se controlar.

-- Harry, imagino que você saiba o que eu acho disto, não? – Por um segundo achou que ele iria explodir com ela, mas quando falou estava calmo, talvez até demais e Hermione suspeitou que ele estava se controlando. Ela achou que a referencia a amor, amizade e perdão também dissessem respeito a ela, já que imaginava que Harry poderia não perdoá-la quando descobrisse seu envolvimento com Severo.

Harry lhe respondeu retirando-a de seus pensamentos.

-- Sei! Gina também chegou a pensar nisto. Mas eu ainda não consigo acreditar – falou balançando a cabeça. – Não pode ser, Dumbledore havia escrito esta carta antes de sair comigo naquela noite, não podia saber o que iria acontecer.

Hermione percebeu o tom de dúvida que ele usava, quase como se tentasse se convencer de que aquela idéia que nascia em sua mente fosse absurda. Ela estava um pouco mais feliz, não poderia esperar nada melhor que isto agora, a semente da dúvida já estava plantada em Harry, precisava então cultivá-la.

-- Demos tempo ao tempo, Harry. Quem sabe ainda encontremos algumas informações, não é? – disse segurando as mão de Harry e sorrindo.

Rony que quis “cortar o clima” entrou na conversa.

-- Você viu Harry, a carta de Hermione é encantada – falou com um leve tom de deboche.

Hermione corou.

--Como assim encantada? – soltou as mãos da amiga e ela desviou os olhos dele para disfarçar o constrangimento.

Pegou sua carta e estendeu a ele. Harry leu a introdução e sem devolvê-la perguntou

-- Quais são as palavras mágicas, Mione?

-- Não interessa a vocês – Ela corou ainda mais porém fuzilou Rony, que fingiu não perceber o olhar Avada Kedavra dela – Vou dizer que mesmo que eu lhes contasse vocês não conseguiriam dizer as palavras mágicas e digo mais – disse lembrando muito aquela Hermione do primeiro ano – o que está escrito na carta só diz respeito a mim e somente eu posso lê-la. – Estendeu a mão para um Harry boquiaberto que lhe devolveu a carta, e saiu para o seu dormitório.

Harry ficou pensando o que Dumbledore poderia querer dizer a Hermione que mais ninguém pudesse saber.
*******************************************************************

Não parem agora, sigam e leiam o outro capítulo!!!!!!!!!!!!!

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.