O casamento



A despedida de seus pais foi muito triste. Tentou manter o sorriso e passar tranqüilidade para ambos. Logo após o embarque deles não conseguiu mais segurar o choro e aparatou para a Toca. Havia combinado com Harry e Rony que se encontrariam fora da propriedade que estava protegida com um feitiço anti-aparatação. Logo que apareceu no local combina-do os garotos já estavam lá e vendo a tristeza dela tentaram lhe passar força com abraços e palavras de consolo. Todos haviam concordado que esta era a melhor saída para os pais de Hermione, porém sabiam como isto a entristecia.

Foram andando calmamente até a Toca ( as malas de Hermione haviam chegado bem mais cedo ). Tentaram diminuir a tensão falando sobre os preparativos para o casa-mento e de como a Srª Weasley e Fleur estavam se dando bem melhor agora. Rony contou que na última lua cheia Gui apenas apresentou algumas alterações de comportamento como ficar mais sensível a cheiros, mais forte, e simplesmente ter que comer carne crua – o que disse fazendo uma careta de nojo - porém nada mais sério ocorrera ao mais velho dos We-asley o que deixou a família mais tranqüila. Hermione levou a conversa para o lado dos planos sobre a caçada das Horcruxes e definiram alguns pontos.

Chegando à Toca ficou decidido que permaneceriam lá até o momento de embarcar para Hogwarts e então comunicariam que não retornariam à escola e seguiriam para Largo Grimmauld nº 12. Harry também havia decidido manter a Ordem da Fênix unida e para isto iria tentar conseguir o apoio de Lupin e da Professora McGonagal. Já havia conversado sobre isto com o Sr Weasley e com Gui (a Srª Weasley continuava sendo contra o fato de Harry, Rony, Hermione, e os gêmeos fizessem parte da ordem, alegando que eles ainda eram “crianças”).

Hermione tentou conversar com Harry sobre Gina, mas ele não lhe deu chance. Her-mione sabia que Gina estava sofrendo muito com o fim de seu namoro com Harry, mas o garoto não queria sequer falar no assunto e não a deixou terminar quando esta tentou ar-gumentar que ele estava agindo como o Professor Lupin no ano anterior.

Desde que chegaram na Toca não pararam de ajudar a Srª Weasley com os últimos preparativos para o casamento, foram dormir tarde e acordaram mais cedo do que gostariam para um sábado no meio das férias. Felizmente às 18h quando os primeiros convidados começaram a chegar tudo estava perfeito e todos prontos.

Gina estava de mal-humor, teve que usar um vestido igual ao de Gabrielle (irmã de Fleur), se sentia ridícula de dama-de-honra aos 16 anos de idade. Só tinha aceitado por que adorava Gui. Harry estava tendo sérias dificuldades para se conter, sua Gina estava maravi-lhosa naquele vestido dourado e com aquela carinha emburrada que a deixava especialmen-te linda. Infelizmente precisou se manter bem longe para não aparatar a cabeça de todos aqueles convidados de Fleur que não tiravam os olhos dela.

Hermione também estava muito bonita em um vestido longo azul com bordados discretos e os cabelos parcialmente presos caiam como cascatas onduladas pelos seus om-bros. Rony também estava tendo problemas para se controlar. Hermione não pôde deixar de notar que ele estava mais estabanado do que nunca e lhe lançava olhares como que esperas-se uma brecha para chegar a ela. Hermione já havia notado desde que ele terminara o na-moro com Lilá, porém devido a todos os acontecimentos no início deste ano não consegui-ram conversar sobre isto.
Os rapazes também estavam muito bonitos de vestes a rigor. Harry com suas vestes verde garrafa que realçavam seus belos olhos verdes e deixava Gina Weasley sem fôlego. Rony com suas novíssimas vestes negras que os gêmeos haviam lhe dado, porém sem cau-sar o mesmo efeito em Hermione que as de Harry causavam em Gina.

Os convidados foram chegando junto com a noite. As 19:30 foi iniciada a cerimô-nia, foi simples e não muito longa, porém muito bonita e emocionante. Fleur estava maravi-lhosa e irradiava felicidade, contagiante. Hermione ficou feliz em ver que a Srª Weasley não parava de sorrir, finalmente havia percebido que a nora amava seu filho e o faria feliz.

A festa após a cerimônia foi super animada, havia uma banda que tocava músicas bruxas e trouxas, a pista de dança estava cheia. Rony, Hermione e Gina dançavam juntos com Fred, Jorge, Alicia, Angelina, Katie e Lino Jordan. Harry havia dado como desculpa que não sabia dançar e havia ficado sozinho na mesa. Seria melhor ficar longe de Gina. Seria mesmo possível aparatar a cabeça de alguém? Não parava de pensar nisso...

Com o aviso do vocalista de que “esta é para os casais apaixonados” começou a tocar uma música mais lenta e envolvente. A língua era outra. Parecia Élfica mas várias palavras já não eram usadas. O Sr. Weasley começou a explicar ser uma das poucas melo-dias conhecidas daquele povo tão antigo e dedicado. Gina rapidamente sumiu da pista de dança e no dia seguinte souberam que também fugira da festa. Hermione viu que Rony se aproximava dela com um belo sorriso nos lábios e um tom avermelhado característico. Ao mesmo tempo em que a enlaçou pela cintura perguntou “Quer dançar?”. Ela passou os bra-ços em torno do pescoço dele e o mundo em volta parou de existir. Olhavam-se nos olhos e ele tentou falar com confiança, porém sua voz tremeu um pouco. Hermione não tinha como saber, mas imaginava o quanto ele teria ensaiado aquele momento, tentou ajudá-lo com um sorriso e ele pareceu um pouco mais confiante.
-- Mione, você sabe que eu gosto de você...- ela desviou os olhos corando e disse quase em um sussurro.
– Também gosto de você, Rony – voltou a olhar nos olhos dele que agora brilhavam, esta-vam mais azuis que nunca.
Ele havia pensado em várias coisas para lhe dizer neste momento, mas agora achou que nada mais precisava ser dito, aproximou-se lentamente e tocou seus lábios levemente, puxou-a pela cintura para mais próximo dele, como se tivesse medo que ela escapasse, ela aprofundou o beijo como que para lhe dizer que estava tudo bem e que ela não iria fugir. Algo estava muito estranho, o beijo era muito bom, mas ela não sentia aquelas borboletas voando em seu estômago como imaginara que sentiria ao beijar Rony. Na verdade as sen-sações eram muito parecidas com as que tivera ao beijar Victor Krum no baile de inverno do torneio tribruxo e ela não estava apaixonada por ele na época beijou-o mais por curiosi-dade. Porém antes que pudesse concluir o que sentira ao beijar Rony ouvira vários “Vivas”, “Mandou bem!” e “é isto aí roniquinho” além das palmas e assovios vindo do lado deles. Ao abrir os olhos Hermione já estava rubra de vergonha e Rony da cor de seus cabelos. Hermione ficou sem ação, mas Rony dando um sorriso sem graça a puxou para fora da pis-ta de dança sumindo de vista.

Hermione ficara muito envergonhada andava de um lado para o outro falando coisas como “que vergonha’, “como tiveram coragem”, porém Rony que estava mais acostumado com os irmãos já havia se controlado e aproximava-se dela sorridente, falando baixinho:
-- Mione, esquece aqueles bobos, eu te adoro – a beijou de leve nos lábios – nós não fize-mos nada errado, eu gosto de você e você gosta de mim nada mais certo do que nos beijar-mos – A beijara novamente, desta vez com mais paixão. Hermione se entregara ao beijo, porém não sem antes pensar que havia alguma coisa muito errada naquilo. Ela só não con-seguia descobrir o quê.


Assim que Harry ficou sozinho na mesa, resolveu que era hora de procurar Lupin. Logo o encontrou sentado a uma mesa com Tonks e a Professora McGonagal. Sentou-se com eles e não pôde deixar de observar que a Diretora de Hogwarts parecia muito cansada, talvez mais velha do que da última vez que a vira. Seu olhar tornara-se triste e Harry imagi-nou que deveria estar sendo muito difícil para ela superar a morte de Dumbledore. Ela, po-rém, o olhou com carinho e tentou sorrir para ele.
-- Como Vai Harry?
-- Bem Professora. – respondeu mecanicamente e tratou logo de entrar no assunto que o levara até ali – Gostaria de saber o que irá acontecer com a ordem da Fênix agora? – pensou ter visto os olhos da professora brilharem com lágrimas, mas quando ela falou sua voz esta-va bem firme.
-- Todos continuam fazendo o que vinham fazendo antes, mas a verdade é que sem Alvo – a voz dela tremeu um pouco – não sabemos bem como continuar – terminou tentando mos-trar um pouco mais de confiança.

Harry teve vontade de abraçá-la, mas nunca teria coragem de abraçar sua professora mais severa, então optou por dar palmadinhas sem jeito em seu braço como a consolá-la. Disse então, dirigindo-se aos três:
-- Não podemos desistir, não podemos nos deixar abater. Devíamos marcar uma reunião com todos que faziam parte da ordem e que quiserem continuar a lutar no Largo Grim-mauld para discutir o que iremos fazer. Se desistirmos agora o Professor Dumbledore terá morrido em vão – tinha lágrimas nos olhos.
-- Isto nunca – falou um pouco mais alto do que pretendia Minerva McGonagal, uma lágri-ma solitária corria por sua face, tinha um brilho um tanto sinistro em seus olhos – nem que eu tenha que lutar sozinha, nunca deixarei de lutar por aquilo que nós acreditamos. Lupin também com os olhos brilhando segurou as mãos de Minerva e disse com a voz um pouco embargada – você nunca estará sozinha, todos nós continuaremos, não va-mos deixá-los vencer – olhou sorrindo para Harry e completou – enquanto existir um Ho-mem de Dumbledore a Ordem da Fênix continuará a lutar.

Harry também sorriu, entendendo que de alguma forma o professor soubera de suas duas discussões com o Ministro da Magia – Ótimo, que tal marcarmos uma reunião para 3ª feira próxima na sede? Acham que conseguiremos avisar a todos? – Os três concordaram com a cabeça e Harry completou “Então às 20h!” antes de se levantar e sair.

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