Dúvidas



Havia se passado pouco mais de um mês do fim do ano letivo. Hermione ainda estava na casa de seus pais, queria ficar o máximo de tempo com eles, pois sabia que ficariam muito tempo sem se ver. Logo depois que retornou de Hogwarts teve uma conversa séria com eles, explicou tudo que vinha acontecendo no mundo mágico, no seu mundo, e como ela estava envolvida diretamente nisto por estar tão próxima a Harry. Sua mãe chorou muito ao saber todos os riscos aos quais sua filha estaria exposta. Tentou convencê-la a ir embora da Inglaterra, mas isto seria impossível e sua mãe sabia disto, portanto não continuou pressio-nando-a. Mais difícil foi convencer os pais a saírem do país. Eles não queriam ir embora sem ela, não queriam deixá-la sozinha, porém ela os convenceu que eles corriam mais risco que os outros por não serem bruxos e que seriam vítimas óbvias e fáceis. Disse que tudo que os comensais da morte e Voldemort pudessem fazer para destruí-la eles fariam. O pai de Hermione concordou que eles passariam a ser uma preocupação a mais para a filha e sabia que não tinham chance de se defender dos bruxos das trevas. Depois de convencê-lo foi mais fácil convencer sua mãe.

Eles partiriam para França na véspera do casamento de Gui e Fleur. Hermione iria para a Toca neste mesmo dia. Pela conversa que tivera com Harry no final do ano letivo ele não voltaria para a escola. Partiria em busca das Horcruxes e ela e Rony iriam com ele. Isto a entristecia mais ainda, adorava Hogwarts e gostaria de terminar seus estudos, porém não poderia deixar Harry seguir sozinho nesta jornada.

Continuava a receber o Profeta diário, mas as notícias eram sempre as mesmas, mortes e desaparecimentos de bruxos anônimos ou não, uma ou outra prisão de suspeitos de ligação com Voldemort. O ministro da magia dizia que estava tudo sobre controle, porém ela sabia que isto estava longe de ser verdade. Os jornais trouxas também traziam notícias de mortes violentas e misteriosas, desastres “naturais” inexplicáveis. “Nada diferente do que vinha acontecendo há pouco mais de um ano” pensou Hermione dando um suspiro. A única coisa nova era que todos os dias o Profeta diário e em até alguns jornais trouxas sai-am fotos de Severo Snape, agora o comensal da morte mais procurado no mundo bruxo e trouxa (onde era descrito como um assassino frio e perigoso, assim como acontecera com Sírius há alguns anos), havia recomendações de que não deveriam tentar capturá-lo e sim comunicar ao quartel general dos aurores (para os trouxas uma polícia especial) que se en-carregaria de sua captura.

Era nisto que Hermione estava pensando sentada na janela de seu quarto no fim da-quela tarde de verão. Ela não conseguia acreditar naquela história como estava sendo con-tada, várias vezes desconfiaram da lealdade de Snape e ele sempre se provou leal a Dum-bledore e o professor confiava nele, nunca deixou dúvidas quanto a isto. Hermione achava que era uma afronta à memória e a inteligência do Professor Dumbledore que simplesmente não dessem a Snape o direito de defesa. Chegara a tentar argumentar isto com Harry, mas ele se mostrou tão irritadiço que ela não teve coragem de retomar a conversa. Rony achava o mesmo que Harry, que Snape era e sempre fora um comensal e que traíra a confiança de Dumbledore. Harry sempre odiara Snape e agora estava extravasando todo o seu ódio tendo o apoio de todos. Havia sido a única testemunha (pelo menos do nosso lado) do que ocorre-ra naquela torre e eles tinham que acreditar no que ele havia visto. O que intrigava Hermio-ne não era o que Harry havia visto, mas o que ele havia concluído, as lacunas que o ódio de Harry tinham completado e o mundo bruxo, chocado, aceitado.

E o que mais a preocupava é que se todos estivessem errados, ou seja, se o que a-conteceu naquela torre fizesse parte de um plano de Dumbledore e não de Voldemort; então agora Snape estaria sozinho sem apoio ao lado da ordem e eles além de estarem caçando um inocente ainda estariam jogando por terra o sacrifício de Dumbledore. Neste momento sentiu uma lágrima descer pela sua face. Ainda doía lembrar a morte do professor Dumble-dore e por isso não poderia aceitar que tudo havia sido em vão, sem antes investigar todas as possibilidades.


Hermione havia combinado com Harry que falaria com ele através do telefone, já que as corujas podiam ser interceptadas, com Tonks se comunicava por correio trouxa e mandava cartas para Rony e Gina que Tonks entregava ao Sr Weasley no ministério, que trazia as respostas para Tonks que as mandava de volta para Hermione por correio trouxa. Era bastante complicado, mas muito mais seguro, e deu certo.

Ficou sabendo que Harry havia ido para a Toca no dia que completara 17 anos (há pouco mais de uma semana), pois sabia que a partir da maioridade não ficaria mais seguro na casa de seus tios e que eles também estariam correndo riscos e apesar de nunca o terem tratado como a um filho pelo menos haviam lhe dado um teto. Houve até uma pequena co-memoração, mas Hermione achou que seria muito complicado ir e voltar e não queria se despedir de seus pais nem um minuto antes do necessário. O Sr Weasley havia conseguido autorização do ministério para colocar maiores proteções em sua casa e sua propriedade para que Harry pudesse ficar lá até retornar à escola (ou pelo menos era o que eles imagi-navam). Sabia também que após aquela noite na enfermaria Tonks e o Professor Lupin ha-viam se acertado, ele não poderia mais viver com a matilha de Greyback e provavelmente estaria de volta ao Largo Grimmauld nº 12.

Após muitas reuniões com o ministério da magia a Professora McGonagal consegui-ra autorização para reabrir Hogwarts e um reforço para a segurança dos alunos. Hermione também soube que o Professor Lupin iria reassumir o cargo de Professor de DCAT e que o Professor Slughorn aceitara permanecer como mestre de poções, pois mesmo sem Dumble-dore Hogwarts ainda era um dos locais mais seguros no mundo bruxo. Ele também voltaria a ser o diretor da Sonserina.

Esta manhã havia chegado a carta de Hogwarts com a lista de material, uma carta que pedia que o aluno confirmasse se continuaria na escola e para Hermione o distintivo de monitora-chefe. Não que isto fosse uma surpresa para ela (ela nunca admitiria isto), mas estava muito feliz do mesmo jeito. Às vezes se lembrava que teria que devolver o distintivo quando desistisse de voltar à escola. Havia combinado com Harry e Rony que só diriam que não ficariam em Hogwarts nas vésperas de embarcar no expresso, pois assim não ficariam tentando convencê-los do contrario, mas tentava não pensar no assunto agora.

Estava com quase tudo pronto no malão da escola, mais duas malas grandes e uma mochila. Algumas de suas coisas ela deixaria na Toca já que não sabia quando poderia re-tornar à casa de seus pais. Ficaria com o cartão do banco onde guardava suas economias e um bom dinheiro que os pais fizeram questão de que ela aceitasse. Havia retirado uma parte que trocaria por dinheiro bruxo no gringotes.

Já havia escurecido quando sua mãe a chamou para o jantar retirando Snape dos pensamentos de Hermione. Este seria o último antes de se despedirem na manhã seguinte. Não queria pensar nisto, mas esta poderia ser a última vez que veria seus pais, mas precisa-va ser forte, por isso controlou as lágrimas, ensaiou um sorriso e desceu.

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Comentários (1)

  • Doutora M.

    Pq tem tracinhos ---------------em palavras que naum tem tracinhos(hífem)  ?

    2011-08-07
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