XX - Quem te viu, quem te vês

XX - Quem te viu, quem te vês



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::N/A :: Ia emendar esse capítulo com o vinte um, mas acabei deixando-o assim por que eles têm "Status-emocionais" diferentes. Esse é um dos meus capítulos favoritos. Kisses para vocês.



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..:: QUEM TE VIU, QUEM TE VÊS ::..

Capítulo XX



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Depois dali, eu não queria voltar para jantar.


Fui dar uma volta fora do castelo.


Acho que foi uma das melhores coisas que já tinha feito.


Estava ventando frio e só fiquei escutando o barulho das folhas batendo por horas.


Nossa, havia tempo que não fazia isso. Sentar-se e ficar escutando o som de galhos rumorejando. Era algo muito bom mesmo.


Principalmente quando você não queria pensar em nada.


Passei em frente ao Salão Principal ainda só que não tinha um pingo de fome.


O Castelo naquele momento estava silencioso de modo que me apressei nas escadas.


Any ficou no Salão Comunal me esperando como falará.


Eu sei que se não tivesse com vontade de jantar deveria ir direto para o dormitório evitar suspeitas, mas eu tinha perdido a noção do tempo mesmo, não era a intenção demorar-se.


- Gina, por onde você esteve?


- Ah, eu sai um pouco.


- Lá fora? Sozinha? - perguntou uma Any confusa.


- Qual o problema? Sempre fiz isso na Toca - disse mal-humorada.


- Tudo bem, não está mais aqui quem falou.


Ela abriu a porta do dormitório devagar, pois as luzes estavam apagadas.


Entrei depois dela então eu tive a "brilhante idéia" de já tirar o agasalho, por que tinha uma vontade louca de colocar meu pijama logo e dormir.


CRAFT!


Ótimo, parabéns Gina. Esbarrei na xícara que ficava em cima do criado- mudo de Any.


Pensei já em dizer qual o lugar que queria ser enterrada por que se fosse a laranja ela com certeza ia voar pra cima de mim.


Não teve jeito, ela acendeu a luz.


Era a xícara laranja.


Somente uma das camas estava com cortinado. A dona com certeza tinha acordado, pois Catherinne abriu as cortinas e com uma voz assustada perguntou o que houve.


Menos mal, achei que ela seria outra querendo me esganar. Talvez eu seje negativa demais.


- Nada não, só a Gi que derrubou uma xícara, nada demais - disse Any em tom tranqüilizador.


- Ah sim... - falou ela vendo eu pegar minha varinha no bolso interno e restaurar a mesma xícara - Gina, onde você esteve? - perguntou ela com estranhamento


Não me alterei muito por que Any não tentará responder.


Ela deu uma piscadela para mim.


- Aiiiii você nem imagina!! Ela recebeu uma carta anônima de um admirador secreto!!


Me alterei por que Any tinha respondido.


- Ah é? E quem era?


Any olhou assustada para mim, aposto que ela não tinha pensado nesse detalhe.


- Não sei. Ele próprio marcou o encontro, e não foi - respondi ainda com uma pontinha de mal-humor.



- Não. Não sei. - respondi tentando ser o mais serena possível.


Devia estar com um azar desgraçado por que Íris entrou no Dormitório e Catherinne falou da novidade. Any nesse momento não escutava por que tomava banho e eu ia fazer o mesmo, logo que ela terminasse.


- Você ainda tem a carta? - perguntou ela animada.


- Não, eu respondi no mesmo pergaminho - falei entediada.


Ela fez um rumorejo decepcionada com a resposta.


- Que pena. Até entendo por que você esteje assim, com um furo desses...


- Ele - não - furou - disse sibilando as palavras perigosamente e num tom levemente mais alto.


Íris ergueu as sobrancelhas e foi para um canto do quarto.


- Íris, a assinatura deu certo? - perguntou Catherinne.


- Ah, tudo bem. Kitty ainda esta falando com a Parvati sobre alguns detalhes somente, o resto já esta ok.


- Que bom! E por falar nela...


- Oi, oi pessoal - disse uma Kitty meio arfante enquanto fechava a porta.


Nós respondemos de volta com um aceno.


Elas conversaram um pouco. E dessa vez Íris falou para Kitty da tal carta.


Nesse ponto eu já estava mirando a varinha contra o vento por que; QUE RAIOS DEU NA ANY DE FALAR AQUILO???


Ta, acho que azarar ela não vai adiantar nada.


Kitty pareceu tão agitada... Nunca tinha visto ela assim.


Foi quando ela soltou:


- Nossa, ele é um verdadeiro canalha de furar com você...


Céus, por tudo que é mais sagrado eu não me aguentei.


- O que deu em vocês hoje??? Será possível??? DÁ PRA PARAR DE FALAR QUE ELE FUROU?? - disse irritada enquanto fechei o cortinado em volta da minha cama.


Catherinne fez um gesto de calma para as garotas, Kitty mostrará impaciência.


Só isso que consegui ver antes de ficar rodeada por aquela cortina vinho.


Se pudesse apostar cinco galeões, eu diria que Catherine devia ter conversado com Madame Pomfrey para ver se eu estava batendo bem das idéias.


Eu acho que sei por que fiquei tão irritada com aquilo.


Por que eu poderia não ter um admirador secreto. Só que aquela história tinha uma ponta de verdade.


Eu esperava alguém, eu esperava um determinado Draco Malfoy.


E me encontrei com outro. Ele conseguiu mostrar-se uma pessoa repugnável. Não sei por que sempre temos que discutir antes de começarmos a conversar como pessoas normais.


E eu não me esqueceria disso. Jamais.


Curiosamente, naquela noite, lembrei de um trecho de uma carta que eu mandei a Hermione nas férias.


Engraçada essas coisas...



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Nos dias seguintes, dias agitados por causa da final do campeonato de Quadribbol, Any declarou sua vontade-inacessível de "metralhar" (??!!) todos os Sonserinos existentes e um certo sentimento de culpa.


É, realmente eu contei tudo para ela sobre o que ocorreu, não queria não, só que ela tava numa ânsia de ajudar tão grande que acabei deixando.


E convenhamos, ela podia ser atrapalhada, feliz demais, ou o que fosse mas ela era ANNE GLAIDS e era justamente a única pessoa que realmente me suportou aqueles dias.


Não á toa; Ela tentou me animar à semana inteira enquanto eu vinha de novo com meu ritmo normal.


Alguns meses atrás estava infurnada numa estufa mexendo um caldeirão.


Nunca mais vou querer fazer isso de novo.


Estranho como as coisas em que penso não fazer são as que mais ocorrem.


Não sei se gostava quando fazia alguma errata e ele voltava, me conduzindo a mexer a poção do lado certo.


Até que poderia ser considerado um avanço para 2 pessoas que só se xingavam. ... Tá, talvez nem tanto.



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Sabia que muitas coisas do mundo iam contra mim.


Naquele dia tinha certeza.


Não pude ver a final de Quadribol.


Fiquei chateada e Any tinha razão: devia ter gritado feito louca no dia da semifinal.


O porquê?


Bem... É meio difícil de explicar.


Em um momento estava na aula de Transfiguração aprendendo a Transfigurar apenas umas partes de um ser vivo em uma coisa útil e agradável.


Em outro momento vejo um bicho asqueroso em meu braço e tudo rodando.


E no final, estou num lugar todo branco e aí escurece minha visão.


Olha só: naquela hora o jogo devia já ter terminado (o chão até tremia).


Ia rapidamente num corredor branco (de mármore claro), recebi uma bronca enorme enquanto estive na enfermaria enfaixando o braço.


A pasta era vermelha.


Entre dois passos comecei a ouvir vozes no corredor.


A primeira voz eu reconheci imediatamente.


Era Draco... Malfoy.


O dono da segunda voz veio alguns segundos depois.


Snape andava rápido e Malfoy falava frases intercaladas apressadamente.


Diminui meu ritmo.


O Professor demonstrava impaciência.


Após três tentativas de falar com Snape, Malfoy desistiu de qualquer contato, colocando o cabelo para trás daquele jeito meio arrogante que só ele sabe fazer.


Foi aí que me viu.


- Problemas com Bulbosus, Weasley?


Devia ser muito engraçado para ele, sim, era o mesmo braço.


Lembrei daquela noite há dias atrás.


Um friozinho chato tinha me tomado.


Ignorei.


- Isto... Não seria da sua conta, não é mesmo?


Não queria ser agressiva, mas minha voz saiu como de uma pessoa furiosa.


Embora não admitisse que não estivesse.


- Se não fosse, não perguntaria - respondeu Malfoy num assomo de parecer indiferente.


Passei reto, como se tivessem me traçado uma linha imaginária onde andar.


Ele permaneceu estático no corredor.


Senti quando Malfoy voltará a andar agora bem mais rápido, me alcançando e puxando meu braço.


Pelo menos dessa vez ele não tinha pego o braço que estava enfaixado.


Nos encaramos durante alguns minutos.


- Você não iria querer saber mesmo - retruquei.


Malfoy manteu uma expressão que dizia com todas as letras:


"Duvida?".


Como se fosse ótimo mudar tudo que estivesse igual. Por que eu não estranharia se ele não desse a mínima para isso.


E parecia que tinha toda a calma do mundo naquele momento. Coisa meio rara de se ver num Malfoy.


Ele devia achar que era capaz de controlar a situação só com o olhar.


E eu comecei a falar besteira.


Devia estar voltando a odiá-lo. Só podia ser isso.


Não me importava se ele estivesse perto ou não naquele momento por que eu sentia uma certa tensão, como se os olhos cinzentos de Malfoy faiscassem em minha direção.


Tentando buscar uma pontinha de rancor lá de dentro eu voltei a falar.


- Não vai me soltar?


Senti minhas orelhas queimarem.


Malfoy largará. Não sei da onde ele arranja toda essa fonte de segurança.


Parecia que aquela fonte tinha falhado naquele exato momento.


A expressão dele mudou para uma mais séria, sem sorrisinhos cínicos, sem ares misteriosos.


Eu não sei, mesmo que negasse me importar com ele, aquilo me impediu de prosseguir por alguns instantes.


Eu poderia ir pra qualquer lugar, eu poderia fazer o que quisesse e eu escolhi gastar mais alguns minutos com Malfoy.


Mas eu não retiraria o que disse. Nem o tom grosso que usei.


- Aula de Transfiguração - murmurei como se não tivesse nada mais á fazer mesmo.


Droga, Malfoy! Você tinha que ter feito essa expressão?


- Por que eu sabia que você iria falar? - disse ele desdenhosamente.


Cometi o erro mais bobo.


Olhei diretamente nos olhos dele como se procurasse algo, qualquer coisa.


Eu não sabia se teria encontrado. Por que acho que não queria encontrar, medo de não achar talvez. Eu só sabia que ele tinha um dos olhos mais azuis que já vi na minha vida.


E isso não era exagero.


- Por que era a coisa mais óbvia?


Sabia que estava sendo dura com ele. Nada que ele não tivesse feito antes comigo.


- Estamos em muita evidência nesse corredor, tenho que ir - falei começando a andar.


Como tinha cometido o erro mais bobo, eu poderia fazer a desculpa mais boba para sair dali.


Então foi eu me virar para sentir aquela mesma leve pressão no meu braço, eu até pensaria que não tinha sido Malfoy novamente por que os dedos não estavam frios tampouco.


Quando Malfoy me impediu de ir novamente, ele me conduziu mais fortemente, talvez um ato meio que desesperado ou poderia ser mesmo calculado, não tinha visto que ele tinha se precipitado para frente.


Eu não somente me virei e parei a frente dele, não, se eu parei foi quando nossos rostos só tinham uma pequena proximidade somente, aquilo me pegou tão de surpresa que nem lembrei de insultá-lo, indagar-me ou qualquer coisa do gênero.


Vi no rosto de Malfoy que com certeza ele tinha gostado dessa minha expressão de surpresa.


E nesse momento recebi um beijo de Draco Malfoy que se por um momento tinha um quê de suavidade, também tinha um jeito intenso, quase chegando à ferocidade, e eu não pude resistir á aquilo por mais que eu pensasse que odiei aquela noite na Torre.


Não sabia se queria provar algo ou não, só sei que causará arrepios em mim.


Eu não conseguiria definir ao certo o que era aquilo, saberia sim que nunca tinha sido beijada daquele jeito.


Como eu não tive coragem de empurrá-lo para longe?


Céus, eu tinha gostado mesmo...


Suavemente ele afastou-se e assim passou um de seus longos dedos pelo meu rosto, parecia brincar tentando afastar uma de minhas mechas ruivas então, exclamou em tom baixo, quase inaudível.


- Ainda estamos em "evidência"? - tinha um toque de malícia naquela voz.


Ah bem, deixa-me pensar.


"Estou no corredor que tem uma certa proximidade da enfermaria, cujo tem- se 3 pessoas na ala hospitalar, sendo que estou colada ao seu corpo e nossa família tem uma rincha idiota que significa que não deveríamos estar desse modo.


Não, Draco Malfoy, de jeito algum."


Mas vamos deixar isso de lado, por que eu não respondi isso.


Mordi o lábio inferior em indecisão.


Tentei voltar naquele tom-interrogatório só que agora parecia que minha fonte estava falhando.


- Por que você faz isso? Porque se é somente por diversão, saiba que...


Malfoy começara a roçar levemente os lábios nos meus, devia adorar me interromper ou me ver em dúvida, só podia ser isso.


- O que você acha? - falou ele num tom divertido já bem conhecido.


- Sr. Draco Malfoy! - disse numa voz fingindo-se brava - É muito feio responder a pergunta de uma pessoa com outro pergunta.


Ele fingiu-se com ar pensativo por alguns instantes. E sabia fingir muito bem.


- Achei que já tinha respondido essa pergunta.


E eu acho que adoro cometer erros bobos.


Bem que ele podia responder minhas perguntas de vez em quando, não faria mal.


Passei uma semana numa verdadeira ação contra mim mesma para nunca mais vê-lo, mas uma semana só não bastaria. Nem sei quanto tempo poderia ser necessário.


Tinha-me esquecido disso, e para ser sincera, não fazia ainda sentido em lembrar, não pelo menos naquele momento.


Tinha que descobrir da onde vinha essas amnésias repentinas.


Acho que era a presença dele que causava isso.


- Vai - sussurrou ele baixo em meu ouvido.


Não sabia ao que ele se referia, então percebi audivelmente a presença de passos.


Estava tão perdida em pensamentos que não tinha escutado nada, permaneci imóvel ainda por alguns segundos.


Malfoy num movimento devagar me soltou, vi-o tamborilar os dedos levemente acima do bolso da calça, talvez um único presságio que seria visível nele de nervosismo ou impaciência.


Com relutância, sai andando rápido.


Ele ficara parado no mesmo lugar.


Antes mesmo de alcançar as escadas tive a impressão de ouvir uma voz ao fundo.

Apertei o passo.


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"Enviado por uma coruja especial...."

..:: Angelina Michelle ::..

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