XXI - Porque?



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::N/A :: Ia emendar esse capítulo com o vinte um, mas acabei deixando-o assim por que eles têm "Status-emocionais" diferentes. Esse é um dos meus capítulos favoritos. Kisses para vocês.



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..:: PORQUÊ? ::..

Capítulo XXI



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Eu acreditava que a Biblioteca sempre foi um lugar tranqüilo e ideal para se pensar.


Só naquele dia é que vi o quanto aquele lugar tinha ar pesado e seco, junto aos livros.


Sai correndo de lá para dar uma volta nas propriedades.


Um silêncio gutural prevalecia sempre ao meu redor. Até quando passei pelo saguão e o barulho de sapatos batendo ecoava. Ao fundo.


Eu já não entendia. Simplesmente não entendia!


Não posso esconder que eu tinha gostado daquilo. Do jeito que ele me puxou para mais perto dele, do jeito em que ele me encarou.


Eu me sentia meio estranha.


Não sei explicar ao certo.


É absurdo admitir isso, devia ter odiado, o que não ocorreu.


Ta certo que se tratando se Draco Malfoy eu sempre tenho que odiar algo.


E eu odiei.


Odiei ter gostado.


Acho que ele adora me ver confusa.


E eu odeio me confundir.


Então se é assim, eu digo que odeio o jeito arrogante de Draco Malfoy, de ofender, principalmente de se erguer sobre as outras pessoas.


Mas... Da mesma forma que eu odeio certas coisas em Malfoy, com aqueles encontros eu comecei a gostar de outras.


Ele podia ser uma pessoa legal quando queria.


Podia tirar aquela expressão de ironismo de seu rosto.


E eu já tinha visto ele sorrir, sim, por incrível que pareça.


Não sabia bem o que pensar e nem o que fazer naquele momento.


Sério. O que ELE esta tentando fazer?


A questão é que não tenho amigas que falam com o Malfoy, então não sei se ele era sincero comigo.


Para tudo! Isso esta muito confuso.


Estou reclamando de não ter pessoas para conversar?


- ANNE GLAIDS! - gritei á beira do lado correndo em direção ao castelo.


Ah, ótimo. Como é que poderia ter me esquecido?


- Ei! - dissera Parvati num gesto de indignação ao pé da escada.


Aposto que na opinião dela eu seria uma cliente em perda total, estava vermelha, com saia de prega desalinhada, meias tortas e uma espalhafatosidade total.


Oras, eu tava com pressa, tá?!!


Já não bastava ter que parar a alguns minutos atrás pra falar com meu irmão.


Todo orgulhoso por causa de suas defesas. Hermione se levantará da cadeira preocupada comigo e eu disse que também não era para tanto.


Rony a abraçara por trás, tinha certeza que Harry ficou incomodado pelo clima romântico do casal por que ele tinha emendado uma tonelada de assuntos para o meu lado.


Ele estava com seus cabelos mais bagunçados que o normal.


Depois, Wallace me ofereceu uns docinhos coloridos cujo recusei por educação; a garota que pegou o anterior passou por mim soltando fumacinhas pela boca.


Então somente aceitei a cerveja amanteigada.


Ãhn, Any podia ter me procurado depois do jogo! Não, péssima idéia, pensei enquanto batia e encarava a porta fechada do Dormitório Feminino.


PRA QUE trancar a porta? Francamente...


Lembrei de como foi na enfermaria.


Antes tive que expulsar Any, Any e Catherinne melhor frizando de lá.


Fiquei desmaiada pela manha inteira, quero dizer, entre aspas, porque depois de alguns minutos permaneci apenas dormindo.


E quando acordei já prestes a começar o jogo (Rony saíra para vestir o uniforme, não se tinha goleiro reserva).


Any propusera a cantar-se uma música para eu ficar mais alegre.


Catherinne disse que não ia cantar de maneira alguma.


"Minha voz é horrível" alegava ela.


Então Teo chegou preocupado, o que convenhamos era mais por causa de ausência de Any e os dois cantaram, uma música trouxa.


Que coisa mais feliz, "Cantar na enfermaria".


Catherinne para não fazer desfeita, ficou assobiando, Teo cantava bem e quem desafinava um pouco era a Any.


O.k. Any tinha conseguido me alegrar.


Mas é por que ela não tinha visto a cara de censura de Catherinne...


- Ginaaaa! - disse Íris num abraço em que quase me derrubou - está melhor? La la lá... - continuou ela em forma de música, uma música, que vinha de dentro do dormitório.


- Nossa, achei que teria que derrubar a porta! - exclamei fingindo indignação.


Catherinne ao me ver tampava os ouvidos.


Antes de falar com qualquer uma, minha atenção ficou voltada á uma coruja na janela.


Tracei uma linha reta até ela e recuei um metro no instante seguinte.


Catherinne forá pegar a assinatura para Kitty no parapeito rindo da minha expressão de assombro, já que esta permanecia um pouco ocupada no momento.


Íris ria também.


Não pelo meu trauma perante á revistas cheias de gravuras de roupas em que a tinta com glitter cintilante destaca os números e sim pela disputa que iniciara entre Any e Kitty, Any que estivera cantando antes agora pulava, ela e Kitty, em suas respectivas camas, e gritavam.


Com minhas sinceras de culpas, mas as duas pareciam duas diabretes dando cria.


Preciso dizer ainda quem ganhou a taça de Quadribol?


Derrepente elas pararam e Any de um salto virá ao meu encontro.


- Gina é uma pena você ter chegado só agora - disse ela com pesar - Colin perguntou por você - acrescentou com o mesmo ânimo de sempre.


- É. E Harry também - disse Kitty agora ao lado de Any, vermelha - aliás, todas nós estávamos perguntando por você.


Kitty deu meia volta para falar com Catherinne e Íris que andavam pelo Dormitório fazendo coisinhas aqui e ali.


Essa era a deixa que eu esperava.


- Any - murmurei baixo - precisava falar com você em particular...


Ela olhou-me com cara de preocupação.


Mal dera tempo de ela responder quando Catherinne voltara a falar.


- Está bom? - ela mantinha os ouvidos cobertos - Já chega né? Maravilha! Agora podemos tomar o chá da tarde, por favor?


- Catherinne, que Stress! - exclamou Íris.


Catherinne somente fez um careta.


- Estou com dor de cabeça, nada que um bom feitiço resolva - completou ela com feição mais serena.


Any fizera um movimento com os ombros.


- Eu e Any vamos ao Corujal.


- Gina, você é a que mais precisa de uma boa alimentação - falou Íris com expressão maternal.


- Já lanchei - menti eu.


- Vamos indo então - disse Any apressando - prometi a minha mãe escrever pelo menos duas vezes ao mês.


Uma coisa tenho certeza nessa vida: Jamais vou querer ser a mãe de Any.


Ela olhava seriamente para mim.


É, eu estava com remorso, remorso de nunca ter falado isso para Catherinne.


Queria muito, mas minha intuição dava sinal negativo.


Pois eu não poderia discutir esses acontecimentos com todas as pessoas que considero confiáveis.


- Podemos deixar para ir ao Corujal outra hora? Estou com minhas pernas doendo.


- Você esteve deitada a tarde toda e ainda esta com a perna doendo? Quero dizer... Você ficou lá né? - completou ela receosa.


- É. Em parte sim. É que ocorreu algo enquanto saía da enfermaria sabe, então desci todas aquelas escadas correndo e fui dar uma volta nos jardins. Uma tropeçada no último degrau.


- Ah, então aí sim! - Sempre reclamei da falta de um elevador - comentou ela muito baixo de forma que não entendi nada - Agora deixa eu adivinhar: essa coisa que ocorreu logo que você saiu da enfermaria é o motivo de me chamar aqui?


- BRILHANTE ANY! Sua dedução continua mais aguçada a cada dia - exclamei animada.


Ela fechou a cara momentaneamente.


Conversamos rápido, sentadas confortavelmente em algumas cadeiras de uma sala qualquer.


Estava um pouco encabulada.


Eu disse que me lembrei de uma frase dela.


"Qualquer coisa, conte comigo".


Realmente. Por motivos "técnicos" só podia confiar nela perante a confusão total em que me continha.


Eu falava por que tinha vários "nós" em minha mente.


Embora eu tinha inúmeras certezas também.


E a maioria dessas certezas eu sabia que não iria contar á ela.


- Any, eu e Draco Malfoy nos encontramos novamente.


- Isso eu já sabia.


- Não. Na saída da enfermaria. Ele tentava falar com o Snape.


- Hun... Já imagino o que deve ter ocorrido.


Não preciso repetir tudo novamente, preciso?


Any disse o seguinte: "Você não fez nada de errado, mas esse não era o certo a se fazer".


Ãhn? Alguém entendeu o que ela quis dizer?


- Any, porque você voltou bão voltou?


- Você me ameaçou de morte, se lembra? Falou que se eu não fosse logo ver o jogo convenceria á todos os elfos não utilizarem chocolate no café da mãnha.


- Mas isso não é... - comecei em tom de recusa.


- E você não ia querer ter voltado mais cedo para o Dormitório, não mesmo e não adianta protestar - acrescentou ela sorrindo e vendo que eu abria a boca para falar.


Ela deu um assobio baixo.


- Você está gostando dele, não é?


Preferi não responder.


Por que ela teria que começar pelas perguntas mais difíceis?


- Se eu conheço bem, a Gininha não beijaria qualquer pessoa por aí... - insistiu ela.


- Ele é que me puxou...


- ... Mas você gostou disso. Aiiii!!! Parece que seu sangue Grifinório aflora sempre nas horas erradas. "Sangue Nobre" - disse ela em tom agudo - Por essas e outras é que gosto da Lufa-Lufa.


- Mesmo? Você nunca mencionou isso - falei intrigada.


- Não? - falou ela assustada - E aquela vez no quarto período que... - então derrepente ela exclamou irritada mais consigo mesma - Ah esquece! Nossa, sempre quis que você arranjasse alguém, então ocorre isso.


- Any, dá pra acordar? Ele é Draco Malfoy.


- É! Ele é Draco Malfoy! Parabéns Gina, sua dedução também anda muito aguçada. Desculpe-me por falar isso mas vocês foram muito burros, logo no corredor de fora da enfermaria!


- Eu avisei isso á ele. Parece que adora se arriscar - murmurei desgostosamente.


Lembrei de quando aqueles dedos frios encostara em meu braço.


- Então...


- Não tive tempo de falar muito coisa. Não sei mesmo.


Ela tinha um ar meio que fraternal. Parecia muito sem jeito por que parecia ainda não ter se decidido sobre sua posição. Mas eu tinha certeza que alguma idéia já tinha sido plantada dentro de sua mente.


- É Estranho... - falei mais para os meus joelhos - Eu sei que isso não é o que as pessoas esperavam de mim. Mas eu não quero fazer o que elas querem. Eu pretendo fazer o que quero, entende? Mesmo que isso seje perigoso. Mesmo que isso envolva mais pessoas que eu pense envolver.


Por que num momento eu me sentia livre para ser tudo o que eu quiser e num outro me vejo presa a um bolado de nomes e datas e tradições... Que naquele primeiro momento não fez a menor diferença, mas que sempre vai se destacar quando eu não querer?


Não quero usar dramaticidade barata.


Só que as coisas podem ser tão relativas.


Era difícil admitir que fiquei nas nuvens com aquele beijo?


Olhei para Any.


Sim, era...


- Esquece o que eu disse. Quer saber? A Sra. não fez NADA de errado. Você é fanática em Quadribbol embora não demonstre muito e se Draco Malfoy fez você esquecer a final do campeonato - não me pergunte o porque, comecei a rir - então... Você sabe!! Já que estou nesse posto tão privilegiado de saber o que ocorre de verdade com a Gininha...


- Muito privilegiado! - reafirmei rindo.


- Então vou te ajudar.


Esperava que ela respondesse qualquer coisa. Menos aquilo.


Não era Anne Glaids que estava querendo fazer-sei-lá-o-quê com os Sonserinos?


Não, acho que não. Any era tão "Na Paz". Devia ter falado aquilo por minha causa.


- Com o que? - perguntei assustada.


- Não sei também. Mas você vai ter que saber. Os exames estão chegando, as férias de páscoa bem aí.


- É. Fim de Período.


- Não se preocupe. Eu não quero que você se sinta mal, mais do que você já está. Não vou te criticar mesmo que ache o Malfoy um verme maldito e... - Ela foi impedida de falar porque estava lhe dando um abraço quebra-ossos -... Ta, ta, chega! - disse ela rindo - Onde tem-se um problema não somente tem-se algo a se fazer mas como também a se saber.


- Eeeeee! Parabéns, falou igual à Catherine! - exclamei animada embora uma pontinha de remorso me atingisse.


- Gostou? Treinei durante meses! - terminou ela no seu tom sonhador.


- Acho que estou pegando uma mania do meu irmão - exclamei pensativa.


- Qual?


- Aquela de pensar demais e agir de menos


- Mas você sempre teve essa mania - disse ela com um ar sério.


- Não vou discutir com você Anne Glaids! Pelo menos não hoje.


- Que bom então! Esquece, não vamos falar mais sobre isso o.k? Se algo tiver que acontecer, esse algo com certeza acontecerá.


Uaaaauuu!! Any tava cheia de frases filosóficas hein?


Olha só o que a vitória de um jogo de Quadribbol pode fazer com uma pessoa...


Ela podia até não saber. Mas com certeza algo aconteceria...


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"Enviado por uma coruja especial...."

..:: Angelina Michelle ::..

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