O Arco da Morte



Capítulo 10: O Arco da Morte





Durante aquela noite, Harry perdeu-se em meio á pesadelos e alucinações.
Voldemort matava seus pais várias vezes, enquanto Rony e Hermione discutiam,
e Gina tentava chamar sua atenção. Como era doloroso pensar em Gina. Harry dizia
que sem ele ela estaria bem melhor, e que voldemort adoraria por as mãos na pessoa
que ele amasse. Mas Voldemort parou de matar os pais de Harry e colocou Gina em uma
gaiola gigante. Harry tentou impedir mais Voldemort lhe venceu e levou Gina embora
até a gaiola. Voldemort disse que ele teria uma semana pra salvar a garota, caso
contrário, ele a mataria.

Harry levantou-se de um salto. Estava muito suado e tinha mal-estar.
Por alguns instantes, procurou Voldemort pelo quarto sombrio, e levou
um susto demasiado grande ao ver a gaiola de Hedwiges.

"Foi só um sonho...Só um pesadelo besta!"

Harry deitou-se de lado mas não dormiu.
Ficou horas pensando em Gina...Como estaria agora a garota?
Será que ela ainda sentiria alguma coisa por ele?
Harry então achou melhor esquece-la de vez, como tentara fazer até o momento, pois
desde a conversa que teve com ela durante o velório de Dumbledore, nunca mais fora o
mesmo com a garota, o que diversas vezes levava Gina as lágrimas, embora ela não
tivesse feito objeções a escolha de Harry.
Harry sentiu um aperto no coração ao lembrar de Gina, o que ele mais queria, era que
pudesse ficar junto dela sem oferecer perigo.

Mais uma vez, vinha em sua cabeça a imagem de Voldemort, lhe separando de tudo que queria.
Só ele, Harry poderia deter Voldemort, e sabia que nesse árduo caminho não ia ser nenhuma
surpresa se fosse assassinado por algum comensal, ou mesmo pelo lorde.

Na manhã seguinte Harry desceu até a sala onde estavam Rony e Hermione aparentemente
discutindo.

-...Sabe o que mais Hermione? Porque não vai atrás do seu Vitinho? Ou melhor, do seu goleiro
Córmaco Mac Lagem!

-Calaboca "Uon Uon"!

-Não me chame de Uon Uon!

-Não me lembro de ter escutado reclamar com a Lilinha "Uon Uon"!?

-Ah é!? Pois pelo menos ela não saia por ai se esfregando com o primeiro
jogador de Quadribol que aparecesse!

-Se esfregando???SE ESFREGANDO???

-É! PORQUE?

-AILUS VERMICULUS! Hermione apontara a varinha para Rony que desabou no chão exalando
um líquido pastoso muito semelhante ao dos vermes, e sua boca fora colada pela própria
pasta.

-Voce quem irá se esfregar Uon Uon! Pelo chão! Hermione já não continha as lágrimas
e partiu desolada para a rua ensolarada de Godric's Hollow.

Harry desceu correndo as escadas pulando os lances de degraus, e ajoelhou-se ao lado
do amigo. Nunca vira tal feitiço, muito menos o contra-feitiço que poderia ajudar o
amigo.

Harry decidiu que era hora de ir atrás de Hermione. Ela tinha ido longe demais.
Ao sair, ele viu a garota chorando na bonita praça do vilarejo.

-Hermione! Volte o Rony ao normal!

-NÃO!

-Mione...Não há motivos pra tudo isso!

-Sim Harry...Tem um motivo sim...

-Mas não é pra tanto Hermione!

-ESTÁ DO LADO DELE NÃO ESTÁ???

-Mione... Eu...

-CALE-SE!!!

Naquele momento, Harry sentiu algo adormecido dentro dele renascer, um desejo
sobre-humano algo que nunca sentira antes, era uma emoção desconhecida.
Estaria ele, Harry sentindo atração pela Hermione? Harry olhou no fundo
daqueles olhos castanhos como nunca fizera antes.

Atração não era a palavra certa. Era um desejo ofídico, uma vontade gigantesca de
violação. Harry sentiu um estranho poder lhe aflorar a pele, algo naquele momento
lhe fizera sentir que ele poderia obter toda a verdade que quisesse, e antes que percebesse
ele invadiu a mente de Hermione, o tempo lá fora pareceu se paralisar, Harry via vários
acontecimentos como se fosse um filme.

Zás!

Uma menininha dentuça caia de uma bicicleta

Zás!

A Hermione de dez anos recebia a carta de convocação á Hogwarts.

Zás!

Vitor Krum se aproximava de seu ouvido e lhe dizia:

-Hermioni...Posso non saber me espressar, mas sinto por você algo que
nunca sentti anttes!

-Vitor, sabe...Eu quero...Mais eu gosto do Rony...

-Rony non estar aqui Hermini... Rony non chamar você pra ir ao baile.

Harry percebeu uma expressão de desolamento por parte de Hermione.
Mas durou pouco, pois logo o rosto de Hermione foi se aproximando do de Krum...

Zás!

Hermione encontrava-se parada na casa sete de Godric's Hollow.
As roupas que ela usava e o estado da cozinha indicavam que era uma
visão de poucos minutos.

Hermione apanhou um correio coruja, ao abrir ela leu, começou a chorar,
amassou o pergaminho e atirou pela janela. Alguns minutos depois Rony apareceu,
recem acordado e ja foi abordado por Hermione, que chegou gritando. Harry então
viu ele mesmo descendo as escadas e decidiu que era hora de parar.

Harry voltou a realidade atordoado, recuou dois passos, tropeçou e caiu, com uma
expressão que misturava confusão e incredulidade.

-Harry? Voce está bem? Me olhou esquisito...Está passando mal?

-Mione...Eu... Mas Harry não chegou a completar a frase, calou-se e fitou o vazio.

O que acabara de fazer?
Invadiu a mente da amiga sem o menor esforço...Sem ao menos saber como fazer.
Seria mais um dom recebido na ligação com Voldemort?

-Harry!!! HARRY!!! Hermione falava alto, mas Harry ouvia apenas ecos de uma voz
distante, e aos poucos foi escorregando pelas laterais e caiu.

Ao abrir os olhos, Harry percebeu estar em sua casa deitado em sua cama ao lado
de Rony e Hermione. Ambos pareciam ter esquecido momentaneamente as divergências.

-Harry! O que aconteceu? Hermione parecia muito preocupada.

-Eu...Eu fiz algo terrível Mione...

Harry se sentia envergonhado, e cojitou não contar o que fizera, mas lembrou-se
novamente dos conselhos de Dumbledore sobre ser leal a seus amigos.

-O que Harry?

-Eu...Foi sem querer...Eu invadi a sua mente...Eu usei a legimencia.

-Harry, não seja tolo! É muito difícil de se usar a legimencia, você deve ter
delirado ou algo assim...

-Há um jeito de saber... Disse Rony.

-E qual é? Perguntou Harry.

-Conte-nos o que você viu e Hermione confirma ou nega...

-É verdade... Bom eu vi... Mas Harry não disse mais nada, o que Rony diria se ele conta-se
a verdade sobre Mione e Krum?

-Diga Harry! Eu confirmo! Falou Hermione.

-Bem...Vi uma vez, você caindo de bicicleta...E...Vi você abrindo uma carta hoje
de manhã...

Rony e Hermione trocaram olhares significativos.

-Harry...Eu, bem, realmente abri a carta... Admitiu Hermione constrangida.

-Então eu realmente usei o legimens... Harry estava confuso, como conseguira do nada
invadir a mente da amiga sem fazer esforço?

Mas foi então que Harry lembrou-se da carta então abruptamente disse:

-A CARTA! Foi o motivo da discussão de vocês, não foi?

-Sim Harry... Respondeu Hermione sem-graça. Foi a carta... Rony, desculpe ter aberto
a sua carta...

-Certo...Bem, eu devia ter te contado... Respondeu um Rony igualmente sem graça.

-Bom Harry, o caso é que hoje de manhã, eu desci pra arrumar as coisas e fazer algo
pra gente comer. Quando chegou uma coruja, com uma carta endereçada ao Rony, eu tinha
deixado em cima da mesa, mas logo depois eu percebi que era... Bem... Da Lilá...

-Da Lilá!? Perguntou Harry exasperado. Rony!!! Vocês terminaram a séculos!!!

-É...Eu sei. Mas o caso é que ela insiste o tempo inteiro, e não aceita que acabou...

-Vocês discutiram tanto por causa disso? Perguntou Harry.

-É... Respondeu Hermione. Me desculpe Ron...

-Tudo bem! Rony sorria.

-Mas Harry... Você não pode falar muita coisa...Afinal, termionou com a Gina
sem motivos... Começou Hermione cuidadosa.

Harry sentiu uma queimação nas orelhas e um pesar no estômago. Pensar em Gina era decididamente
algo que ele queria evitar a todo custo como tentou a té agora.

-Sem motivo Mione? Tem idéia do que Voldemort faria com ela se soubesse?

-Harry...Ele já sabe....Snape. Garanto que a essas alturas Snape ja disse tudo o que
sabe sobre você.

Foi então que as preocupações de Harry foram as alturas. Como deixara escapar esse detalhe?
Seis anos de observação em Hogwarts...Tudo em ciência de Voldemort.

-Harry... Desculpe se voce não puder, mais eu quero fazer um teste! Tente usar a legimencia
contra mim!

-Posso?

-Claro! Assim saberemos se foi uma exceção, ou se você reamente está apto na legimencia.

-Bela idéia Ron! Exclamou Hermione. Isso é...Se você não se importar Harry.

-Não, não me importo. Até quero pra falar a verdade.

Harry aprumou-se na cama, olhou os olhos de Rony com o mesmo desejo ofídico de
descobrir a verdade, enchergou claramente as pupílas do amigo, e foi por elas que Harry
começou a penetrar mentalmente.

Zás!

Um Rony bem pequenino está ajoelhado de mãos dadas com um de seus irmãos, é o começo de um
vóto perpétuo...

Zás!

Rony é erguido por uma multidão alegre cantando coros de "Weasley é nosso rei"...

Zás!

Rony está pela aparência no seu sexto ano de escola, em seu quarto na sala comunal admirando
uma foto com um triste rosto sonhador, ao lado, o Harry da lembrança dormia profundamente.
Haviam tres pessoas se mechendo na foto, Harry, Hermione ( a quem o garoto não parava de
seguir com o olhar) e ele, Rony, em seu primeiro ano de escola.

Harry voltou a realidade enquanto sua cabeça rodopiava como se saisse de uma montanha-russa.

-E então Harry? O que viu?

-Vi você, Fred e Jorge fazendo um início de voto perpétuo...

-Ah, mas isso eu ja havia lhe dito...

-É...Bom, eu vi você sendo carregado pelo pessoal da grifinória aos coros de "Weasley é nosso rei"

Rony riu feliz.

-Mas Harry são coisas que voce ja saba...

-Não Rony...Tem mais uma...

Harry decidiu que faria Rony entender, mas não Hermione. Não sabia se podia
comentar aquilo.

-Bem, voce estava no nosso dormitório da Grifinória, era tarde, e você
olhava uma foto...

Rony corou instantaneamente.

-Isso é verdade Rony? Perguntou Haermione interessada.

-..É sim... Harry, isso é demais!

Mas Harry já não ouvia, aquilo não era bom. Pelo menos pra ele. Seria
um sinal de que ele, Harry, era realmente uma horcrux? Seriam aqueles poderes,
sombras do poder de Voldemort? Pensando bem, Harry era ofidioglota, legimente,
e entrava na mente de Voldemort... Eram argumentos demais.

E foi quando a tristesa começou a dominar o ânimo de Harry, que uma coruja enorme
invadiu o quarto, sobrevoou por cima da gaiola vazia de Hedwiges e esticou a pata
esquerda para Harry.

Ao retirar ele reconheceu com alegria a letra de Aberforth.

"Prezado Harry,


Tenho a alegria de dizer que a hora
se aproxima! Desculpe a demora em
demasia, mais acontece que o bruxo
difícil de "convencer" do que lutar
boxe com o irmãozinho de Hagrid...
(por acaso conhecem o Groope?)
Enfim, estarei a sua casa na noite
de hoje, se assim for possível pra
mim, e conveniente pra você!
Supondo que esteja de acordo, me
espere. O pobre Sirius precisa sair
de lá o quanto antes!

Sem mais,


Aberforth Percival
Ulfrico Brian Dumbledore




Harry mostrou a carta para os dois amigos, que ficaram igualmente anciosos por ele.
É bem verdade que Aberforth só havia chamado Harry, e não incluso Rony e Hermione na
missão, mas mesmo assim, não houve protestos nem discóridia entre eles. Pelo contrário,
houve muito incentivo da parte dos amigos. Tá certo que no primeiro momento Rony pareceu
se importar, mas instantes depois já compactuava com a idéia.

E nessa nota de excitação e ansiedade o dia passou lentamente em Godric's Hollow.
Nesse meio tempo, Hermione anotava coisas sobre a última cura com o sangue de Dragão,
e ensinou algumas coisas para Rony e Harry sobre enxergar os rastros de magia.
Harry conseguiu uma vez ou outra enxergar uma espécie de névoa bem ralinha, mas mesmo
assim conseguiu adivinhar que feitiço Hermione usara. Ao dizer corretamente, Rony pareceu
desapontado e nervoso consigo mesmo. Avançar nos rastros da magia certamente impressionariam
Hermione. Ao cair da noite eles já estavam na expectativa da aparição do bruxo. Porém, o mesmo
não apareceu na hora que eles esperavam.

-Calma Harry! Ele disse noite. Pode ser a qualquer hora da noite! Ainda são
sete horas! Disse Hermione ao ver que o amigo andava de um lado para o outro olhando a
janela num intervalo de cinco em cinco minutos.

-É...Eu sei.

Pensamentos fervilhavam na cabeça de Harry. Oito horas- Será que vou rever Sirius?
Nove horas- Será que está tudo bem com ele? Dez horas- Onde estará Aberforth.
Onze horas- O que será que a Gina está fazendo agora?Onze e um- Não! Não devo pensar
mais na Gina! Voldemort pode ver que eu ainda me importo com ela!Meia noite- É agora!
Aberforth vai chegar a qualquer momento! Uma hora- erá que ele não vem mais?

Já se passavam das duas da madrugada, Harry, Rony e Hermione começavam a acreditar que
Aberforth já não viria. E de fato, pareceu se confirmar minutos depois, mas foi quando
Harry colocou o primeiro pé nas escadarias para seu quarto que um barulho aconteceu:

CRAC!

Os tres correram até a janela instantaneamente e avistaram Aberforth
imponente nos jardins da casa.

Era a hora! Se Sirius estivesse vivo, hoje era o dia do resgate.
O coração de Harry deu solavancos de emoção, possívelmente iria rever seu padrinho
Sirius Black.

E se Aberforth que estudou o arco por tanto tempo não puder tirar Sirius de lá, ninguém
mais pode.

-Alo Harry! Weasley! Srta Granger! Cumprimentou Aberforth com um aceno
jovial e um sorriso no rosto.

-Alo! Responderam os tres em um coro descordenado.

-Pronto Harry? Perguntou o bruxo o avaliando ainda sem tirar o sorriso do rosto.

-Sim senhor! Respondeu Harry cujo coração estava aos saltos.

-Então...Vamos! Cheguei mais tarde do que esperava e as cinco da manhã começa o
movimento no ministério.

-Harry! Boa sorte! Desejou Hermione sorrindo para ele.

-Obrigado Mione!

-Vai dar tudo certo cara! Disse Rony ancioso.

-Valeu Ron!

Dizendo isso Harry se juntou ao bruxo do lado de fora da porta que acenava para
seus dois amigos.

-Já sabe aparatar creio eu Harry!?

-Sim senhor!

-E...Já esteve no ministério da magia não?

-Bem...Se o senhor se refere aquele lugar com a fonte das estátuas vivas que
duelaram ao lado de Dumbledore contra Voldemort que tentava arrancar minha cabeça
fora... Sim eu estive. Harry soou irônicamente engraçado.

Aberforth sorriu.

-Claro, claro... Deve ter sido um dia muito excitante Harry.

-Põe excitante nisso! Disse Harry sorrindo.

-Bom, então, vamos ao que interessa! No tres! Um...Dois...Três!

Com dois fortes estalos, os dois bruxos desapareceram do jardim de Godric's Hollow,
e muito longe dali, resurgiam no meio do salão principal do Ministério da Magia.

Harry reconheceu as estátuas reconstruídas, provavelmente por um feitiço Reparo.
Mas depois se perguntou se o Reparo seria forte o suficiente pra juntar de novo os
milhões de pedacinhos que as estátuas se partiram.

Harry seguiu o bruxo até um corredor que ele conhecia bem, abriu uma porta de madeira
maciça e adentrou num aposento redondo com muitas portas. O chão era negro brilhante,
e revelava seus reflexos.

Harry sentiu o gosto das lembranças de um ano muito amargo para ele.

As paredes começaram a girar freneticamente, Harry achou que isso ia acontecer, mas para
Aberforth, isso não parecia ser um problema.

-REVELIO CAMMINUS! Ordenou o bruxo, ao passo que a sala girou mais um pouquinho para a
direita, deixando uma porta parada bem diante deles.

-É essa Harry! Departamento de Mistérios!

Aberforth girou a maçaneta e adentrou a sala. Harry o seguiu.
A sala estava exatamente como Harry a vira anos atrás. havia uma
espécie de arquibancada redonda que ocupava o perímetro da sala, e ia descendo
como em uma grande bacia e lá embaixo, parado sobre um espaldar, havia ele,
O Arco da Morte.

Harry sentiu seu estômago revirar, lá estava, imponente, grandioso e com seu
véu tremulante como em uma brisa, mesmo na ausência de qualquer tipo de vento.

-Lá está Harry! Disse Aberforth descendo os degraus.

Harry o seguiu. Os dois pararam perto do arco, o analisando de cima a baixo.
Havia algo de muito belo no modo rústico e bruto em que o arco fora talhado.
Harry teve a nova sensação de ouvir uma leve voz de lá de dentro.
Ao olhar para Aberforth, percebeu que o mesmo estava de uma cor quase púrpura,
murmurando bem baixo feitiço após feitiço, e quando seu rosto começou a anuviar,
ele ordenou:

-LARETURNUM MORTARE!

Jorros dourados e pretos saiam da varinha de Aberforth, e adentravam o véu.
Harry imaginou o que ele estaria fazendo.

-Agora escute Harry, estou tentando criar um elo entre aqui fora e o interior
do véu, voce conjurara seu patrono e o enviara por entre o lareturnum, e o
patrono se encarregara de demonstrar se há alguma esperança ou se não há nada
por lá. Depressa Harry, não posso aguentar muito tempo!

Os jorros de luzes amarelas e pretas se alinharam, formando uma espécie de estrada
luminosa. Foi quando Harry Ordenou:

-EXPECTO PATRONUM!!!

O enorme veado prateado irrompeu da ponta de sua varinha, seguindo diretamente para
além do véu, por meio da estrada luminosa do lareturnum. Dois minutos se passaram sem
que o patrono de Harry retornasse. Aberforth começava a declinar. A apreensão de Harry
tornou-se grande mesclando-se com sua angústia. Não estava dando certo.

Foi então que o patrono retornou, fazendo com que o véu tremulasse violentamente.

-Exelente! Harry! Ele voltou! Sirius...Ele está lá? perguntou Aberforth resistindo ao
esforço.

Mas a pergunta não foi para Harry, foi para seu patrono, que para sua maior surpresa
respondeu. O enorme Servo fazia sinal positivo com a cabeça, fazendo sua galhada balançar.

-EXELENTE!! Gritou o bruxo.

O coração de Harry teve um espasmo. Sirius estava lá.

-Harry! Ouça! Eu vou entrar no véu e tirar Sirius de lá! Voce terá que aguentar
o peso da do lareturnum sozinho! Se falhar eu ficarei preso junto a Sirius Harry!
Confio em você!

Dizendo isso Aberforth passou a varinha que segurava para um assustado Harry, que segurou
firme a varinha e estava decidido a aguentar anos se fosse preciso.

Aberforth subiu na trilha magica e adentrou o véu corajosamente.
Harry percebeu que era muito mais difícil de segurar do que supunha, e seus braços
começavam a reclamar a dor.

Harry sentiu que seus braços estavam se afrouxando aos poucos...
Ele ia ceder...Estava lá a horas, pelo menos era o que lhe pareciam
os poucos minutos em que segurava a estrada luminosa.
Mais foi então que ele lembrou de Sirius. Da carta ao seu pai, de sua estada
em Askaban, de sua fuga, do tempo em que ficara trancafiado no largo grimmauld, e
percebeu que ele tinha que aguentar. Como não importava, mas ele devia isso a seu
padrinho.

Aqueles pensamentos tiveram um efeito similar ao do canto da Fênix e seus reforços
ao interior das pessoas. E Harry continuou por mais tempo do que achou que poderia.
Os cinco minutos, ja lhe pareciam dias. Suas mãos já não lhe obedeciam, e Harry
percebeu que a dormencia o levaria a largar a varinha.

Suas mãos exitavam. Seu rosto continha uma expressão de tremendo esforço. Foi quando
Harry sentiu um apoio nas suas mãos, seu patrono havia reclinado a cabeça embaixo dos
braços de Harry.

-Obrigado! Disse Harry tentando sorrir.

Foi então que Harry viu o véu se levantando, e por além dele, uma mão resurgia.
O coração de Harry quase explodiu, estavam vindo, pelo menos a mão de Aberfoth.
E logo o véu se abrandou, revelando Aberforth e Sirius, com expressões de tensão
máxima, Ao ve-lo, Aberforth gritou:

-HARRY! AJUDAAA! O VÉU ESTÁ IMPOSSÍVEL DE SER REMOVIDO PELO LADO DE DENTRO!!!!
VOCÊ PRECISA ATAQ....

o véu se fechou sobre eles voltando a seu estado natural.
Ao ver os dois serem engolidos pelo arco Harry se desesperou.

"Pensa rápido, pensa rápido..."

Harry lembrou-se então de Neville, e o modo como entrara em sua casa para a caça ao
comensal. Fez um esforço heróico pra segurar a trilha em uma só mão e com a outra
apanhou a sua varinha, então ordenou ferozmente:

-BOMBARDA!!!!!!!!

BUMMMM

Nuvens de poeira foram atiradas pra todos os lados e o véu balançou ameaçadoramente
para o interior do arco. Então, Aberforth e Sirius se atiraram pra fora caindo
ofegantes sob o chão do departamento de mistérios.

Harry soltou a trilha mágica que desapareceu instantaneamente. Olhou para os dois bruxos,
e ao perceber que dera certo, caiu de joelhos no chão. Vencidos pelo cansaço, os tres
bruxos nada mais fizeram além de sorrir.

Após alguns minutos deitados ofegantes sobre o chão frio do salão, os tres começaram a
se levantar lentamente, eles ainda sorriam. Foi então que Sirius abriu os braços muito
feliz para dar um abraço em seu afilhado. Harry e Sirius se abraçaram as risadas assistidos
por um contente Aberforth.

-Harry! Pensei que fosse ficar lá eternamente! Disse Sirius que agora se esforçava pra não
deixar sua emoção escapar em lágrimas.

-Eu também pensei que não fosse mais ver você! Respondeu Harry cujo coração queria escapar
do peito. Ele não saberia dizer se o motivo era seus esforços gigantescos ou a alegria de ter
de volta a pessoa que mais se aproximava de um parente.

Os tres sairam contentes do Ministério da Magia, Sirius olhava atencioso e maravilhado tudo
que sua vista alcançava.
Ao sairem, Aberforth disse:

-Sabe a localização de Godric's Hollow? A casa de meu irmão? Perguntou Aberforth.

-Sim! Sei sim! Respondeu Sirius.

-É pra lá que iremos aparatar! No três, um...dois...tres!

Os tres bruxos sumiram de lá com tres fortes estalos, reaparecendo logo em seguida a
porta da casa de número sete.

-AHHH Mal posso esperar pra rever Dumbledore!!! Sirius sorria abertamente, sem imaginar
o que acontecera na torre mais alta de Hogwarts tempos atrás.

-Err...Sirius...Algumas coisas mudaram desde a sua ida...

-Mudaram!? Como assim Harry? O que quer dizer com isso?

-Meses atrás, Dumbledore...Bem...Ele meio que...Harry não conseguia falar.

-Está morto Sirius...Meu irmão está morto! Aberforth completou a frase de Harry
com tristeza e seriedade no rosto.

-MORTO!? DUMBLEDORE ESTÁ MORTO? Sirius estava com uma assustadora expressão de desespero.
QUEM????

-Severo Snape. Respondeu Aberforth. Harry notou que o bruxo econdia o ódio em suas
palavras, porém deixou se destacar uma nota inconfundível de desprezo.

-SNAPE?? MAS ELE...?

-Era um traidor...Um traidor Sirius.

-NÃO...Não pode ser... Sirius levara as mãos a cabeça falando mais pra si do que para os
outros.

-A casa agora pertence a Harry...

Harry assistiu Sirius fitar o vazio, braços frouxos inútilmente, e um rosto inespressivo.

-Ele vai pagar... Disse Sirius bem baixinho.

-Sim Sirius! Ele vai! E nós cuidaremos pra que isso aconteça! Disse Harry com uma voz
corajosa que não era dele.

Sirius por um momento se espantou, sorriu e observou Harry de cima a baixo antes de dizer:

-Mais uma vez Harry, eu vejo Tiago em você! Vamos acabar com eles Harry!

Os dois sorriram. Aberforth fez um sinal afirmativo com a cabeça, ainda que não fosse visto
por Harry, mas que demonstrava um profundo orgulho e um olhar que dizia com todas as letras:

"Ele é O Eleito!"

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