O Legado de Avalon



CAPÍTULO 22

O LEGADO DE AVALON






A Batalha de Avalon ficava cada vez mais feroz e arriscada e cada combatente de ambos os lados era, assim que possível, reanimado por seus companheiros para retornar. Harry havia visto seis inimigos à volta de Gina e correu para ajudá-la. Com dois contra seis a sorte passava a favorecer o casal. Golpeando e enfeitiçando, Harry e Gina levavam o combate para um local mais afastado do Templo, em um penhasco que formava uma falésia sobre o lago. Os inimigos aproximavam-se, liderados por dois Death Eaters que Harry logo reconheceu, baseado na descrição que Draco fizera e nas fotos que vira no Catálogo de Procurados pelos Aurores. Eram um bruxo alto e magro, com um ar cruel e uma risadinha nervosa e asmática, acompanhado de uma bruxa baixinha e gorducha. Amycus e Alecto Carrow. Os outros eram Gibbon e mais três terroristas da Al-Qaeda. Voldemort e Osama haviam orientado para que sempre agissem em duplas, um Death Eater e um terrorista trouxa.
Mesmo que o casal fosse mais do que suficiente para dar conta dos seis adversários, aquele combate estava encurralando Harry e Gina na borda do penhasco, tendo o lago a quase uns cinqüenta metros abaixo. Por que aquilo estava acontecendo? Seriam os inimigos mais fortes do que o casal pensava? Ou tinham algo em mente?
Na verdade tinham. Com os inimigos à sua frente e a borda do penhasco às costas, eles resolveram colocar em prática o plano que já haviam combinado, telepaticamente. Com aquilo pegariam todos de uma só vez e não iriam se cansar demais. Harry olhou para Gina, piscou para a noiva e disse:
_Gina Weasley, eu te amo.
Ela olhou para ele, também piscou e respondeu:
_Eu também te amo, Harry Potter.
Beijaram-se e, abraçados, saltaram do penhasco. Os seis inimigos correram até a borda, admirados com o que haviam acabado de ver. Harry Potter e Gina Weasley, Bruxos-Ninjas de avançadíssimo nível, saltando para a morte a fim de evitarem a rendição? Ao chegarem à borda do penhasco, que recebia os primeiros raios de sol da manhã, espantaram-se em não haver nenhum sinal de corpos, nem no lago nem nas pedras. Eles não prestaram atenção em uma coisa. Um casal de falcões-peregrinos, um macho negro e uma fêmea ruiva, voavam, um de cada lado, pousando atrás dos seis vilões e retornando às suas formas humanas.
_ “Estupefaça! Morpheus! Inmobulus! Petrificus Totalus!” _ Gina Weasley disparou certeiros feitiços nos seis.
_ “Incarcerous!” _ Harry amarrou a todos eles e o casal foi engajar-se em novos combates.

Draco Malfoy tinha dois Death Eaters a acossá-lo, dos quais livrou-se rapidamente, com Feitiços de Diarréia Instantânea e Furnunculus. Com o canto do olho viu dois terroristas aproximando-se, faca em punho, prontos para fatiá-lo. Embainhou a varinha e deu um salto, atingindo cerca de três metros e dando uma cambalhota no ar. Ao descer, rodopiava sua temível corrente com pesos, os quais atingiram, certeiras, os dois terroristas nas têmporas. Ao caírem, inconscientes, Draco sacou novamente a varinha e os amarrou com cordas mágicas. Em seguida foi ajudar os amigos mais próximos. Viu que Neville estava dando conta perfeitamente do seu adversário, derrubando-o com sua Kusarigama e colocando-o para dormir com um Feitiço Morpheus. Até o momento, nenhuma baixa fatal em ambos os lados. Até o momento.
Era questão de tempo para que os irmãos Lupin acabassem encarando-se frente a frente. Remus e Romulus duelavam furiosamente, suas varinhas lançando feitiços e contrafeitiços tão rapidamente que os olhos tinham dificuldade para acompanhar seus movimentos. Mas, certa hora, Romulus conseguiu atingir Remus com um Feitiço do Corpo Preso e, quando o irmão caiu ao solo, aproximou-se dele, seu rosto agora meio deformado pelas queimaduras resultantes dos ferimentos provocados pelas Fukumi-Bari sopradas por Luna Lovegood. Com um sorriso maligno, disse:
_Agora, lobo bobo, é a hora de Romulus tornar-se o único dos rapazes Lupin com vida. Diga a Greyback, quando encontrá-lo, que eu mandei lembranças. “Avada...”
_Mas não mesmo, lobo mau! _ Tonks havia acabado de nocautear um terrorista e vira Romulus prestes a lançar a Avada Kedavra em Remus. Como a distância não lhe permitiria usar a varinha, instintivamente a Auror tirou algo de um compartimento do seu cinto e arremessou, atingindo Romulus no pescoço, seccionando sua carótida, a qual lançou um jorro de sangue no ar _ Fale você, pessoalmente, com Fenrir Wolf Greyback, saco de carrapatos!
Romulus soltou um uivo pavoroso e caiu ao solo, o sangue formando uma poça ao seu redor e ele rapidamente entrando em choque pela perda de sangue. Sua morte era certa, pois aquele ferimento não cicatrizaria nem mesmo com o uso de magia. A Shuriken arremessada por ela e ainda cravada na garganta do lobisomem do mal era toda feita de prata e o ferimento por ela causado ainda fumegava, quando Romulus Lupin exalou seu último suspiro, morrendo logo em seguida.
_ “Finite Incantatem”! _ Tonks libertou Remus Lupin do Feitiço do Corpo Preso lançado por seu irmão _ Sinto muito, meu amor. Mas eu não poderia deixar que ele te matasse sem reagir.
_Eu sei, querida. _ Remus disse, baixinho,com uma expressão triste no olhar e abraçando Tonks _ Lamento por ele, mas foi esse o caminho que ele escolheu.

Sirius e Ayesha também não ficavam atrás na fúria com que duelavam, ela contra Yaxley e ele contra sua prima, Bellatrix. Harry estava perto, nocauteando mais um Death Eater. Dumbledore também não estava parado. Atacava e, a cada inimigo vencido, manietava-o com algemas inibidoras de magia. Tendo acabado de vencer mais um inimigo, logo algemado por Dumbledore, Harry viu que Bellatrix preparava-se para lançar a Maldição da Morte em Sirius.
_Não desta vez, assassina das Trevas! “Agni Chakshu Shiva, bhasmasaya Andhas agha Sarpah”!! _ Harry saltou, colocando-se à frente do padrinho e invocando o mantra do Olho de Shiva, a aura dourada do feitiço circundando seu corpo. Só que nem foi preciso.
Em lugar de um fulgurante raio verde mortal, o que saiu da varinha foi um débil fio de luz, que se desvaneceu antes de atingir seu alvo.
_Espere aí! Bellatrix Lestrange jamais lançaria uma Avada Kedavra tão fraca. _ disse Harry.
_A não ser que... _ Sirius comentou.
_... Não seja Bellatrix! “Revertere ad Forma Tua”!!! _ A aparência da bruxa começou a mudar, transformando-se em...
_Profª Trelawney! _ Harry exclamou.
_ “Metralhadora Giratória”! _ espantou-se Sirius _ Bem que eu notei uma diferença no estilo de Bellatrix duelar. Por que está usando a aparência dela, sua tonta?
_Não lhe interessa, cachorrão. Basta saber que ela está cumprindo outra missão de suma importância para o Mestre.
_Obrigada por nos dizer, “Varapau Ossudo”. _ disse Ayesha, apontando a varinha para Sibila _ Agora, durma. “Morpheus”!
Assim que ela caiu, adormecida, Dumbledore a algemou. A sorte da Batalha de Avalon estava passando a favorecer cada vez mais ao seu grupo.
Novamente Rony Weasley e Wormtail encaravam-se, frente a frente. O gordo Death Eater havia adquirido mais habilidade em duelos, usando com muita competência a mão de prata que Voldemort lhe dera. Certo momento, conseguiu desarmar Rony:
_ “Expelliarmus”! _ a varinha do ruivo voou para longe _ Agora, Rony Weasley, você é meu. Vou me vingar do que me fez em Azkaban, no ano passado! Prepare-se para um fim bem doloroso. “Cru...”
Antes que Wormtail pudesse terminar de invocar a Maldição Cruciatus, Rony já não estava mais no mesmo lugar. Com um rápido salto, ele foi parar ao lado de Wormtail, atingindo o bruxo das Trevas com um Empi na altura do diafragma e um Uraken no rosto. Wormtail ainda tentou levantar a mão de prata e apontá-la para Rony, a fim de amaldiçoá-lo. Só tentou.
Rony sacou rapidamente do cinto suas adagas Saï e, com um rápido movimento, golpeou. A mão de prata caiu ao chão, banhada de sangue, enquanto Pettigrew ajoelhava-se, urrando de dor e com o sangue a esguichar do coto.
_Calma, rato. Vou dar um jeito nisso, embora você não mereça um tratamento decente. _ Rony embainhou as adagas e convocou sua varinha, através de telecinese, apontando-a para o local _ “Vasa Cautherium! Hemostatikós”!
As artérias e veias que deixavam correr o sangue de Peter Pettigrew cauterizaram-se magicamente, evitando que ele entrasse em choque e morresse. Rony ainda conjurou bandagens para o Death Eater.
_Ob-obrigado, Rony Weasley. _ Wormtail balbuciou.
_De nada, rato gordo. Agora durma. “Morpheus”! _ Wormtail caiu adormecido e Dumbledore logo o algemou, pela mão esquerda, a outro Death Eater.
Os Bruxos-Ninjas estavam vencendo a batalha, embora todos eles apresentassem ferimentos e contusões, nos mais variados graus. Osama Bin Laden era mantido cativo por duas sacerdotisas, que ficaram a vigiá-lo, com as varinhas apontadas para ele. Mas a sorte parecia que iria dar uma virada, favorecendo Voldemort.
O Lorde das Trevas, que ninguém havia conseguido localizar durante o combate, surgiu do interior do Templo da Deusa e disse, bem alto:
_Parem tudo! Viviane, revele-me o segredo da manipulação do tempo ou o garoto morre.
Voldemort havia ido para dentro do Templo, sob Feitiço de Desilusão, matado várias das sacerdotisas que estavam fazendo companhia ao jovem e o capturara. Lá estava Lord Voldemort, segurando Jemail e mantendo apontada para o seu pescoço não a varinha, mas uma adaga Tanto.
Vendo aquilo, Osama desvencilhou-se das sacerdotisas e aproximou-se do Lorde das Trevas.
_Agora chega, Voldemort! Isso já está indo longe demais!
_Ora, Osama, pensei que você estivesse disposto a sacrificar qualquer coisa por sua causa.
_Maldito! Posso ser considerado um terrorista pela opinião pública internacional, mas o que faço, faço em prol do povo palestino, para que ele possua um lugar seu e para que haja respeito ao nosso povo. Por pior que eu possa ser, não apontaria uma adaga para a garganta de uma criança, quer fosse ou não fosse meu filho!
_Palavras, palavras, palavras. Isso é o que nos diferencia, Osama. Eu estou disposto a ir até o fim, ao contrário de você.
_Desgraçado! _ Ayesha exclamou _ É fácil para você dizer isso, já que nunca amou nem foi amado.
Naquele momento, pareceu que uma pequena nuvem passou pelos olhos de Voldemort e a expressão do seu rosto mudou, como se uma lembrança retornasse. Foi quando Viviane disse:
_Está bem, Voldemort. Eu revelarei a você o segredo da manipulação do tempo. Não posso jogar com a vida de uma criança, ainda mais filho de uma pessoa tão querida por todas nós como Ayesha.
Antegozando o prazer de conhecer o segredo que passara a maior parte de sua vida procurando, Voldemort afrouxou um pouco a pressão no braço de Jemail e afastou um pouco a adaga do seu pescoço. Foi o seu erro.
Ayesha estava atenta às mínimas variações dos movimentos de Voldemort. Quando a lâmina foi afastada da garganta de Jemail, ela fez o mesmo que Dumbledore havia feito antes.
_ “Accio”!! _ Jemail soltou-se do aperto meio frouxo da mão do Lorde das Trevas e voou para os braços da mãe, apresentando apenas um pequeno corte superficial no pescoço, que não atingiu nenhum vaso importante. Mesmo assim, quando ele estava em segurança, Sirius apontou a varinha para o ferimento e tratou de curá-lo.
_ “Cautherium! Hemostatikós”! _ o sangramento foi estancado e o ferimento fechou-se, sem deixar marcas.
Harry Potter avançou em direção a Voldemort, desembainhando sua Ninja-To enquanto caminhava e dizendo:
_Isso termina hoje, Voldemort. De uma maneira ou de outra, eu prometo!
_Que assim seja, Harry Potter! _ Voldemort respondeu, guardando a Tanto e também desembainhando a espada _ A “Víbora de Aço” está sedenta pelo seu sangue e essa sua ridícula Ninja-To não será páreo para a minha Murasama.
_Pensei nisso, cara-de-cobra! Acha que eu viria com outra espada que não fosse a “Espírito do Artífice”? “Vera verto Vera forma”! _ a espada de Harry Potter transfigurou-se na já conhecida Dai Katana de Godric Gryffindor e ele avançou, golpeando furiosamente, mais uma vez fazendo com que as lâminas soltassem faíscas a cada vez em que se chocavam.
Alguns Death Eaters tentaram envolver-se no duelo, mas Voldemort mandou que se afastassem:
_Não se aproximem! Harry Potter é meu!!
Da mesma forma, alguns Inseparáveis fizeram menção de avançar, mas Sirius e Lupin disseram:
_Não! Esse duelo é somente de Harry. Vamos dar conta do restante dos inimigos.
_OK!! _ responderam todos, voltando a engajarem-se no combate. A primeira coisa que Janine fez foi bradar: “Incarcerous” e envolver Osama Bin Laden em cordas, deixando-o sob a guarda de Viviane.
_É melhor que fique aqui comigo, Osama. É mais seguro para você.
_O que é tudo isso, Viviane? _ Osama Bin Laden perguntou.
_Embora Voldemort tenha precisado de você, Osama, agora há muito mais em jogo do que o desejo dele de imortalidade ou vocês pilharem o Tesouro dos Templários para financiarem suas cruzadas que, aliás, são bastante semelhantes.
_Acho que você está dizendo que é melhor eu não saber de mais nada.
_Sua inteligência e perspicácia são lendárias, Osama Bin Laden.
_Tomarei como um elogio, Viviane de Avalon.


Duelo Final


"_Somente um de nós sairá vivo daqui hoje, Harry Potter!" "_E farei tudo para que não seja você, Voldemort!"


 


Os Death Eaters e terroristas da Al-Qaeda iam sendo vencidos e algemados um a um, deixando os Ninjas cada vez mais liberados. Enquanto isso, Harry e Voldemort não cessavam de trocar golpes, o grifinório já tendo bloqueado por várias vezes o “Corte-de-Nove-Espadas”. O sangue de ambos escorria de vários cortes e ferimentos de raspão sofridos por eles no decorrer do combate. Naquele momento, quando Harry executara um violento golpe com a “Espírito do Artífice” e fizera com que a lâmina da “Víbora de Aço” se partisse perto do cabo, Gina vira algo que a obrigaria a envolver-se naquele duelo. Após incapacitar seu adversário, correu para onde o noivo lutava contra o Lorde das Trevas, avisando-o por telepatia:
_ “Harry, Manobra 5-F para a sua esquerda”!
Imediatamente Harry atingiu Voldemort com um Yoko-Geri e executou um triplo golpe circular para a esquerda, enquanto Gina fazia a mesma coisa por outro lado. Um jorro de sangue quente cobriu o casal e, após limparem o líquido que lhes cobria os olhos, viram-se cercados pelos pedaços de uma enorme cobra, cuja cabeça ainda debatia-se na grama, em seus últimos espasmos de morte.
Nagini.
_NÃÃÃÃÃOOOOO!!! NAGINI!! _ Lord Voldemort gritou, desesperado _ Malditos moleques, o que fizeram?!
_Destruímos sua querida Naja, que ia atacar Harry à traição, Voldemort. _ disse Gina, olhando para o Lorde das Trevas com uma expressão mais de censura por uma deslealdade em combate do que de raiva ou ódio.
_Ruivinha enxerida! _ disse Voldemort, indignado _ Nagini não era apenas um animal de estimação de longa data. Ela era muito mais do que isso. Posso dizer que Nagini foi minha única amiga e companheira durante anos, desde que eu a ganhei de presente dos sacerdotes de Naga, na Índia. E, ainda por cima, ela era a minha última salvaguarda contra a morte. Hesitei, relutei mas, por fim, terminei fazendo novamente.
_Quer dizer que Nagini era... _ e Harry deixou a frase pela metade.
_Sim, Harry Potter e Gina Weasley! Nagini era minha terceira e última Horcrux! Vocês destruíram-na e agora sofrerão. Primeiro você, Virgínia Weasley, a quem todos terão dificuldade para diferenciar de um pão árabe, depois disso. Sinta o peso da ira de Lord Voldemort! _ e, sacando a varinha, apontou-a para Gina Weasley e lançou seu feitiço _ “Magnum Impacto”!!
Uma poderosíssima onda de choque, tal como a resultante de uma grande explosão foi disparada pela varinha e Gina mal teve tempo para defender-se, usando uma potencialização do Feitiço Escudo, na qual ela e Janine haviam trabalhado durante semanas.
_ “Protego Maxima”! _ mesmo com a atenuação de quase todo o choque do feitiço de Voldemort, Gina foi lançada a mais de cinco metros de distância, caindo ao solo e ficando deitada, imóvel.
_GINA!!! _ Harry correu para onde Gina Weasley estava caída, deixando de lado sua espada e sua varinha. Sua noiva não se movia e sua respiração era meio irregular. Dumbledore e Mason a examinaram e tranqüilizaram o bruxinho.
_Calma, Harry. O Feitiço Escudo Máximo atenuou o impacto e impediu que ela fosse morta. Acho que ela fissurou umas duas costelas mas não corre risco de vida... Harry! Harry?! O que você está fazendo?
Harry Potter levantou-se, olhou para Voldemort com chispas de fúria nos olhos e avançou.
_Voldemort, desta vez você foi longe demais. Ousou ameaçar o que tenho de mais importante, de mais precioso na minha vida. Você atreveu-se a atentar contra a vida de Gina Weasley, minha noiva! Brincou com a vida dela e agora irá pagar o preço!
O Lorde das Trevas apontou a varinha para Harry, aproveitando-se de que o jovem estava desarmado e tentou lançar uma maldição. Não passou da tentativa. Quando deu por si, Harry já não estava no mesmo lugar, movendo-se mais rápido do que sua vista podia acompanhar e aparecendo bem do seu lado (“Kobudera”, Voldemort pensou). Um Empi na altura do diafragma tirou o ar de seus pulmões e interrompeu seus pensamentos. Harry começou a atingi-lo com duros golpes, não dando tempo dele mirar com a varinha e forçando-o a relembrar o que havia aprendido no Ryu de Kuji-Kiri. Ao mesmo tempo, algo estranho estava acontecendo. A aparência de Harry Potter começou a mudar, sem que ele se desse conta disso.




 


 


"Agora, Voldemort, você conhecerá toda a ira de Harry Potter!!!"


 


Seus cabelos negros começaram a clarear e foram ficando castanhos, em uma tonalidade meio avermelhada. Os olhos passaram do verde-esmeralda para um castanho-esverdeado, parecidos com os de seu pai. Sua voz, que já estava meio grave devido ao final da adolescência e entrada na idade adulta, tornou-se retumbante como uma trovoada. Seu Ki manifestava-se sob a forma de uma aura dourada, que recobria todo o seu corpo e concentrava-se mais nas mãos, onde começavam a formar-se esferas luminosas do tamanho de bolas de Cricket.
_O que foi que aconteceu com Harry, Prof. Dumbledore? _ Draco e Neville perguntaram, espantados.
_Ainda não tenho certeza, meus jovens. Mas faço uma idéia do que seja. Inclusive, é algo de que eu já desconfiava há algum tempo. Mas é melhor que não me perguntem mais nada sobre isso, inclusive o próprio Harry nem se deu conta do que ocorreu.
E os dois bruxos, um da Luz e outro das Trevas, continuavam seu mortal combate corpo-a-corpo.
_É o fim desse seu plano diabólico, Voldemort! _ disse Harry, com voz ribombante _ Hoje acertará suas contas com a Justiça Bruxa.
_Veremos, Harry Potter! _ conseguindo tomar alguma distância, Voldemort preparou-se para lançar uma Avada Kedavra, mas não teve tempo. Harry arremessou contra ele aquelas duas esferas de energia, uma em seguida da outra.
A primeira atingiu a mão com que Voldemort empunhava a varinha, arremessando-a longe e quase fraturando os ossos do punho. A seguinte foi de encontro ao tórax do Lorde das Trevas, atingindo-o com a força de um bate-estacas e lançando-o a uns quatro metros de distância, fazendo-o cair ao solo, atordoado. Aproveitando a oportunidade, Dumbledore correu até o local onde Voldemort estava caído e manietou o Lorde com algemas inibidoras de magia, especialmente preparadas para ele. Lentamente, a aparência de Harry foi voltando ao normal.
_Aconselho-o a não tentar usar magia nem tentar recuperar sua varinha, Voldemort. _ Dumbledore aconselhou _ Você poderia explodir, caso tentasse.

Depois de muitos e muitos anos de perseguição, duas guerras bruxas e perda de muitas vidas o Lorde das Trevas, Voldemort, finalmente havia sido capturado.

Os bruxos das Trevas e seu líder aguardavam, agrupados e algemados, até o momento de serem levados por uma patrulha de Aurores que já havia sido chamada. Dumbledore chegou até onde estavam Osama e seus terroristas e disse:
_Osama Bin Laden, você e sua organização, a Al-Qaeda, foram responsáveis por muitos atentados, com perda de vidas trouxas e bruxas. Porém, suas contas serão acertadas com a Justiça Trouxa. Nós não temos poderes legais sobre vocês. Serão levados daqui e terão as memórias alteradas para que não se lembrem desta batalha, aqui em Avalon.
_Concordo, Alvo Dumbledore. Sabe, não desejo ser nada além do que sou. Acredito na minha causa, no que estou fazendo. Sei que a opinião pública internacional me considera um monstro, um terrorista assassino e talvez eu realmente seja, pois uso métodos muito violentos e chocantes para alcançar meus objetivos. Mas também sou pai e a visão de Voldemort com uma adaga na garganta de Jemail me perturbou. Repudiei Ayesha por dois motivos: ela casou-se comigo sem amor, jamais esqueceu Sirius Black e, agora que o conheci, entendo a razão. Também seria incompatível com a estrita observância do Alcorão permanecer casado com uma bruxa, portanto optei pela saída mais honrosa para ambos, o que a deixaria livre para lutar por seu amor. Também sinto-me orgulhoso por ser pai de um garoto como Jemail, principalmente depois de ter visto como ele discutiu com Voldemort sem demonstrar medo. Gostaria, se Ayesha permitisse, de fazer algo que sempre quis e nunca pude, por orgulho ou falta de chance. _ e Osama abraçou Jemail, com um verdadeiro carinho de pai, ambos emocionados _ Meu filho, sei que nossos caminhos são muito distantes, mas não me preocupo com o seu futuro. Tendo uma mãe como Ayesha e uma referência masculina como Sirius Black, ele não terá do que ter medo. O que quero dizer, Dumbledore, é que no fundo eu agradeço por ter essas lembranças, principalmente o conhecimento do Segredo, fora da minha mente. Para mim bastará saber que ainda existem bruxos de verdade no mundo, que nem todos são malignos e que eu fui, durante algum tempo, casado com uma das melhores representantes da classe. Sejam felizes, vocês três.
Osama ficou ali, à espera de ter sua memória apagada. Enquanto isso, Dumbledore foi ver como estavam os Bruxos-Ninjas, no caminho fazendo com que sua barba e cabelos retornassem ao comprimento original. As sacerdotisas já haviam tratado dos ferimentos de todos eles. Harry estava sentado, à cabeceira de Gina Weasley, que já havia despertado e sentia algumas dores ao fazer movimentos mais bruscos.
_Harry, Hermione, preciso falar com vocês dois. Poderiam vir comigo ao Templo da Deusa?
_Sim, Prof. Dumbledore. _ e acompanharam o Diretor.
No interior do Templo da Deusa, ele encarou os dois jovens e perguntou:
_Vocês já devem fazer uma idéia do que é o Segredo e da razão pela qual mesmo Osama ficou perturbado, não é?
_Acho que sim, professor. E posso fazer algumas associações com o que vejo aqui. _ disse Hermione, apontando para uma estátua, representando o Sagrado Feminino, uma mulher com uma criança no colo _ Eu acredito que todo feminino é sagrado.
_Tem razão, Mione. _ Harry concordou _ O dom de ser mãe já é uma dádiva divina.
_Venham comigo. _ e Dumbledore pressionou um botão oculto no pedestal da estátua. Ela afastou-se para o lado, deixando ver uma passagem com uma escada em espiral que conduzia a níveis subterrâneos, abaixo do Templo.
Os três bruxos desceram pela escada, chegando a uma ampla câmara, cujas paredes possuíam luminescência própria, de forma semelhante ao Jardim Secreto de Gina. Lá haviam várias portas, levando a outras câmaras secundárias, todas ela repletas de objetos os mais variados.
_Harry Tiago Potter e Hermione Jane Granger, sejam bem-vindos à Câmara dos Segredos de Avalon.
_Esse lugar não me é estranho, Prof. Dumbledore, embora eu jamais tenha estado aqui. _ disse Harry, olhando à sua volta _ Aquela câmara secundária com a urna funerária... Prof. Dumbledore, isso tem a ver com aquele meu sonho?
_Tudo a ver, Harry. Veja o nome na urna funerária.
Harry viu o nome que estava escrito e espantou-se:
_M-mas é ela, professor! Ela e o seu filho!
Hermione também leu o nome e disse:
_Incrível, professor! Isso quer dizer que Dan Brown não estava simplesmente inventando?
_Não, Hermione. As suposições do Sr. Brown que, aliás, não possui nenhum parentesco com a jovem Lavender, namorada do primo de Harry, estavam certas. Exceto a última. Já há muito tempo que seus restos mortais não mais repousam sob o Museu do Louvre. Eles foram trasladados para Avalon e estão sob a guarda das sacerdotisas. Enquanto isso, seus descendentes são protegidos por um outro grupo.
_O senhor quer dizer... _ Harry deixou a frase na metade.
_... Exatamente, Harry. _ Dumbledore puxou um belo cordão de prata de Bali que trazia no pescoço, no qual havia uma medalha. Nela haviam, em relevo, uma cruz helvética de braços iguais, com uma rosa sobreposta e, uma de cada lado, as letras “P” e “S”.
_Priorado de Sião, Prof. Dumbledore? _ Hermione perguntou.
_Sim, Hermione. A Ordem que jurou proteger aos descendentes dela, desde os primeiros tempos, principalmente depois da linh... _ Harry interrompeu o Diretor:
_Mas, professor, o Priorado de Sião, como Ordem Protetora dos Descendentes não era uma farsa?
_É, Prof. Dumbledore. Não era uma mentira, uma fraude que foi, se me desculpa o trocadilho, “plantada” por Pierre Plantard, com documentos falsos?
_Ora, meus jovens, vocês podem imaginar melhor maneira de manter um segredo a salvo do que fazer com que todos pensem que é uma fraude? Pierre Plantard estava cumprindo ordens bastante específicas quando... “plantou” aquelas informações que foram consideradas falsas. O Priorado de Sião é uma Ordem verdadeira e, entre suas principais missões, está a proteção dos descendentes dela. Inclusive, o Grão-Mestre atual sou eu.
_O senhor, Prof. Dumbledore? _ Harry e Hermione perguntaram, admirados.
_Sim, meus jovens. E a proteção da linhagem é uma de nossas principais missões, como eu já disse, há muito tempo atrás, principalmente depois do início da Dinastia Merovíngia. Mas esse não é o único segredo que existe em Avalon. E Avalon também não é o único lugar místico que guarda segredos. Shangri-Lá, Atlântida, Shamballah, Aggartha e outros locais também guardam muitos segredos. Inclusive, o Tesouro dos Templários foi dividido em várias partes, estando aqui apenas uma delas. Vejam, aqui está ele. _ e Dumbledore mostrou aos seus dois alunos as fantásticas riquezas em ouro, jóias e obras de arte que, mais do que o valor do ouro, tinham um inestimável valor histórico.
_Vejo que há também outros segredos, professor. _ Harry comentou, apontando para outras câmaras.
_Exato, Harry. Ali, naquelas urnas, estão os restos mortais de Arthur, Guinevere, Mordred, Lancelot e Morgana. A urna do Rei Arthur é facilmente identificável, pois ali está...
_... Excalibur. _ disse Hermione, baixinho.
_Isso mesmo. A lendária espada que contém Mirtheil em sua liga. Vejam o seu brilho. _ e todos olharam para a espada, que emitia um brilho azulado que, logo que ela os reconheceu como amigos, diminuiu.
Harry comentou com Dumbledore:
_Então, professor,o que está aqui constitui o Legado de Avalon para a humanidade.
_Sim, Harry. Mas só quando a humanidade estiver pronta para tomar conhecimento dele, principalmente do Segredo. Mas vocês agora sabem que ele é real. Ainda bem, pois passarão a fazer parte dele.
_???
_Vocês acabarão por terem de fazer parte do Priorado, como Protetores do Segredo.
_Continuamos não entendendo, Prof. Dumbledore. _ Hermione estava intrigada _ Como assim, “Protetores do Segredo”?
_Bem, deixem que eu lhes explique. Arthur Weasley jamais disse qual era o sobrenome de sua mãe, não é?
_Sim, ele nunca disse. _ Hermione respondeu _ Gina apenas comentou que sua avó paterna tinha um lado da família com origem francesa.
_Sim, Hermione. Eu a conheci, depois que ela se casou com o pai de Arthur. O nome todo dele é Arthur Sinclair Weasley.
_Sinclair? Mas essa é a forma inglesa de “St.Clair”. Então a mãe do Sr. Weasley tinha parentesco com... _ Harry estava admirado.
_Com a avó materna de Valérie Malfoy. Prima-terceira, para ser mais exato.
_Se o Sr. Weasley descende de um ramo dos St.Clair isso quer dizer que, a partir dele, os Weasley fazem parte da... _ Hermione não conseguiu terminar a frase.
_... Linhagem Merovíngia! _ Harry completou _ Por Merlin! Isso coloca os seus sete filhos como protegidos do Priorado de Sião, descendentes dela, daquela com quem sonhei.
_Ela veio para a França, quando as Gálias eram província romana e estabeleceu-se, difundindo a Mensagem em sua forma original, com a valorização do Feminino, como era para ser, antes dela ser afastada do núcleo de difusão e tudo ocorresse como ocorreu. Se bem que aquilo proporcionou a ela o anonimato e a segurança para poder sair da Judéia sem atrair a atenção do Sinédrio.
_Os irmãos Weasley sabem disso? _ Hermione perguntou.
_Não, Hermione. Iríamos contar quando todos os irmãos fossem maiores.
_Ou seja, em 11 de agosto, quando Gina atingir a maioridade.
_Isso, meus jovens. Antes disso eu gostaria que vocês dois, Harry e Hermione, mantivessem sigilo absoluto. Acho que agora deveremos retornar lá para cima. Lembrem-se, segredo total.

Subiram para o Templo e, após saírem, juntaram-se aos outros. Os Aurores já haviam levado Osama Bin Laden e os seus homens e retornariam depois para levarem Voldemort e os Death Eaters. Harry sentou-se ao lado de Gina e ficou segurando a mão dela, enquanto Hermione ficou do outro lado, abraçada a Rony. O conhecimento daquele segredo tornava os dois mais unidos aos respectivos noivos.

Enquanto isso, Voldemort estava sentado um pouco afastado de todos, sob a mira de várias varinhas das sacerdotisas. Dumbledore foi falar com ele.
_Serviu para alguma coisa, Tom?
_Não me chame assim, Dumbledore. Tom Riddle morreu. Agora só há Lord Voldemort. Mesmo cativo ainda sou o que sou.
_É um defeito que eu tenho, acreditar no melhor das pessoas. Quando olho para você eu ainda vejo aquele garoto de cabelos negros, inteligentíssimo e promissor. Infelizmente você seguiu o caminho das Trevas. Jamais lhe perguntei mas agora pergunto: Por que?
_Destino, Dumbledore. Eu tinha de seguir esse caminho, pois estava predestinado a ele desde que descobri ser descendente de Salazar Slytherin.
_Não, Tom. Nem tudo é inteiramente predestinado. Nos momentos mais importantes é a nossa escolha que conta. Lembra-se de uma palavra em hebraico, a qual eu citava com freqüência? Aquela que nos confere o poder da escolha?
_Lembro-me dela, Dumbledore. _ disse Voldemort, forçando um pequeno sorriso _ “Timchel”. “Poderás”, em hebraico. Eu escolhi seguir o caminho das Trevas por minha vontade e tomei por missões vencer a morte e reconduzir a Bruxidade à supremacia.
_Com os métodos das Trevas.
_São os que eu conheço e considero mais eficazes, Dumbledore.
_E sempre com a obsessão por vencer a morte. Sabe, Tom, é a nossa finitude que nos faz valorizar cada momento e querer repartir nossas experiências, para que elas não se percam. Acredite nas palavras de quem tomou o Elixir vitae durante muito tempo e desistiu. Chega um momento no qual a imortalidade começa a encher o saco e aí você quer ser igual a todo o mundo. Foi por isso que destruí o estoque de elixir que eu tinha e olha que não era pouco.
_Você desistiu da imortalidade? _ Voldemort perguntou, surpreso.
_Sim, Tom. Sabe, acho que de certa forma eu entendo você. No fundo você tem medo da morte.
_Eu a considero humilhante, Dumbledore. Acho que ela é a suprema desonra, algo que tira de nós toda a dignidade.
_Creio que isso se deve ao fato dela ter sempre se apresentado a você de forma traumática. Sua mãe morreu pouco tempo após o parto. Sua amiga do Orfanato Stockwell, Amy Benson, morreu de difteria. Lembro-me que você passou o Natal do seu segundo ano com a família de Minerva McGonnagall na Escócia e lá viu o que o câncer fez com o pai dela, que morreu pouco depois do Ano Novo. Depois o basilisco matou Myrtle. E, por fim, você iniciou uma extensa trilha de mortes, depois de formado. Sabe, Tom, há algo que você precisa saber e eu vou lhe dizer: é apenas o desconhecido que tememos quando olhamos para a morte e para a escuridão, nada mais. Além disso, sei que você não odeia todos os trouxas. Alguns deles acabaram por merecer o seu respeito e, por que não dizer, sua estima.
_Vamos manter isso em segredo, está bem, Dumbledore?
_Por mim tudo bem. Procure pensar no que eu lhe disse. Terá bastante tempo para isso.
Dumbledore afastou-se. Naquele momento, Harry pediu licença a Gina e foi até onde Voldemort estava sentado. O Lorde das Trevas levantou os olhos e, quando viu Harry, perguntou:
_Veio tripudiar sobre o vencido, Harry Potter?
_Você me conhece muito bem para saber que eu não sou assim, Voldemort.
_Deveria ter me matado quando teve a chance e cumprido a Profecia. No seu lugar eu não hesitaria.
_Mais uma diferença entre nós. Eu não sou obcecado por ela como você. Isso me permite levar a vida mais tranqüilamente. Se bem que a idéia chegou a passar pela minha mente. Você matou meus pais, matou ou mandou matar muita gente boa, seus seguidores fizeram os Longbottom irem parar no St. Mungus, tentou me matar por várias vezes e, hoje, ameaçou a vida de Gina Weasley. Só que, se eu o matasse por vingança, não seria diferente de você. Poderia tê-lo matado em duelo, por justiça. Mas não por estar procurando pela sua morte. Aliás, não temo a morte, Voldemort.
_Não tem medo da morte, Harry Potter?
_Sabe, Voldemort, acho que um dia eu já tive. Mas, depois de encará-la de perto tantas vezes, perdi esse medo. E grande parte disso devo a você.
_???
_Veja bem, você tentou me matar pela primeira vez quando eu tinha um ano, depois quando eu fui para Hogwarts e enfrentei Quirrell pela Pedra, depois eu matei o basilisco e destruí sua Horcrux. Aí, quando eu estava no quarto ano, você retornou fisicamente e nós lutamos em Little Hangleton . No ano seguinte, tivemos a batalha no Ministério da Magia. No ano passado, lutamos no Presídio de Azkaban e, hoje, tivemos esse combate. Sete vezes ao todo. Se isso não é o bastante para fazer alguém perder o medo da morte, não sei o que mais seria. Estou bem resolvido quanto a isso, Voldemort. E quando chegar a minha hora, sei que prosseguirei e evoluirei. Já você terá vários ciclos para isso, pois tem um grande Karma para purgar. Este Samsara não será suficiente.
_Então a morte não o assusta mais?
_Não, Voldemort. Principalmente depois que eu me lembrei de uma frase que o Prof. Dumbledore me disse, quando eu estava me recuperando na ala hospitalar, depois que Quirrell morreu e eu perguntei o que Flamel faria, já que morreria depois que seu elixir se acabasse, pois a Pedra Filosofal havia sido destruída.
_E o que foi que ele disse, Harry Potter? _ Voldemort estava curioso.
_Ele disse: “Para a mente bem organizada, a morte é apenas a grande aventura seguinte”. Bem, creio que vou indo, Voldemort. Minha noiva e meus amigos precisam de mim. Não sei se você sabe o que é isso, pois todos dizem que você jamais amou nem foi amado. Adeus, Voldemort.
Harry voltou para junto de Gina, enquanto Voldemort digeria o que acabara de ouvir. Não sabiam da verdade, dos segredos que o Lorde das Trevas ocultava no mais íntimo do seu ser e que eram a causa da batalha que travava consigo mesmo todos os dias.
Dumbledore, Mason e Harry discutiam sobre um assunto importantíssimo: o que fazer com Voldemort.
_Azkaban pode ser um presídio de segurança máxima, mas não é inexpugnável. Já houveram fugas e, no ano passado, aquela invasão por parte dos Death Eaters. Acho perigoso manter Voldemort lá. _ disse Mason.
_Sim, Derek, mas não há outro jeito. Nenhuma outra prisão é tão segura. _ Dumbledore respondeu.
_Só que, com Voldemort encarcerado em Azkaban, Death Eaters iriam sentir-se incentivados a tentar libertá-lo como prova de lealdade e devoção. Principalmente a louca da Bellatrix. _ Harry comentou.
Sirius e Ayesha vinham chegando em companhia de Viviane e a Sacerdotisa-Mor parecia ter encontrado a solução:
_Voldemort poderá ficar aqui, em Avalon.
_Como é?! _ perguntaram os outros, espantados.
_Sim, ele poderá. Permaneceria aqui, como Prisioneiro da Árvore.
_Prisioneiro da Árvore? _ Harry perguntou _ Como é isso?
_Fenderíamos uma árvore, com magia, aprisionando-o nela. Há um carvalho aqui que presta-se perfeitamente para a função. Ele permaneceria vivo pelo tempo em que a árvore vivesse. E os carvalhos vivem por centenas, às vezes milhares de anos. Seus seguidores não poderiam entrar em Avalon e ele não poderia sair.
_Me parece ser uma boa solução. _ disse Dumbledore _ O que acham?
_Creio que é o mais seguro. _ Mason concordou.
_Deve ser o melhor. _ disse Harry.

Mesmo um pouco afastado, Voldemort mantinha-se atento ao diálogo travado. Então seria aquele o destino do Lorde das Trevas? O final de Voldemort, depois de tantos anos de lutas? Um Prisioneiro da Árvore, sem honra alguma? Ele lutava para não deixar transparecer o turbilhão de pensamentos que o atormentava. Lembrou-se das imagens de sua vida, que assistira na tela mágica, em Chamonix e lembrou-se, também, de algo que ocorrera no Japão, quando deixara o Ryu de Kuji-Kiri, rumo à Índia e ao Templo de Naga.
_ “Então, Voldemort-san, pretende nos deixar?”
_ “Sim, Sensei. Creio ter chegado a um ponto que não conseguirei ultrapassar.”
_ “É uma pena, Voldemort-san. Nesses três anos você tornou-se um grande espadachim e combatente corpo-a-corpo. Deveria ficar e tentar dominar o Ki.”
_ “Eu poderia ficar a vida toda e não conseguiria, Sensei. Bruxos das Trevas não conseguem dominar o Ki. Mas o que aprendi é suficiente para minhas finalidades.”
_ “Voldemort-san, preste atenção no que eu vou lhe dizer: Não somos hipócritas, sabemos que ninguém que recebeu os ensinamentos de Ninjutsu do Ryu de Kuji-Kiri irá usá-los para o bem. Ensinamos técnicas negras e malignas, inclusive vários outros bruxos das Trevas já foram nossos alunos, embora nenhum tivesse sido tão bom quanto você. O que quero lhe dizer é que, não importa para qual finalidade você usar os conhecimentos que adquiriu, jamais se esqueça de que a Honra deverá sempre ficar em primeiro lugar. Isso é algo que sempre tomamos como lema.”
_ “Compreendo, Sensei. É por isso que, embora trouxas, vocês todos mereceram meu respeito e minha estima. O Ryu Ninja de Kuji-Kiri será merecedor de grandes honrarias, quando eu e meus Death Eaters subirmos ao poder.”
_ “Faça uma boa viagem até a Índia. Sayonara, Voldemort-san.”
_ “Sayonara, Sensei.”
_ “Você conquistou o direito de me chamar pelo meu nome.”
_ “Está bem. Sayonara, Isamu-san.”

Voltando ao presente, Voldemort pensou: “Será esse então o meu destino? Que honra me restará, sendo um prisioneiro, quer seja em Azkaban, quer seja no interior de uma árvore? Não! O Lorde das Trevas não pode terminar assim. Não vivi todos esses anos para que as coisas tivessem esse desfecho. Ainda bem que pensei em uma saída.”
Lembrou-se novamente de sua vida, desde a infância até o momento. Amigos que fizera, amigos que perdera. Vidas que tirara ou que mandara tirar. O amor de Minerva McGonnagall, do qual tivera de desistir em favor de seu caminho para as Trevas. A felicidade que reencontrara com Bellatrix, perdida para sempre por causa da missão que tivera de propor e que ela aceitara. Lembrou-se de como procurara agir com honra, segundo o Bushido e de como seu maior inimigo, Harry Potter, acabara por vencê-lo, também honradamente, ambos verdadeiros Samurais modernos. Seu destino não poderia ser aquele, de maneira nenhuma. De que adiantaria toda a sua trajetória, se o final seria desprovido de honra? Não, não mesmo. Havia uma outra saída (“Sim, ainda bem que pensei em tudo. Minha honra será preservada”, murmurou) e ele sabia exatamente o que teria de fazer, naquele exato momento.

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