Seqüestro em Londres



CAPÍTULO 20

SEQÜESTRO EM LONDRES


_Mas que saco, Sirius! _ disse Harry, aborrecido _ Quer dizer que você não poderá estar presente ao jogo?
_Infelizmente sim, Harry. Justamente amanhã eu deverei estar em Londres. Ayesha e Jemail irão comigo, ainda hoje. Dumbledore autorizou a saída dele para nos acompanhar. Ficarei triste em perder o jogo, mas era a única data que o Ministério tinha disponível. Será algo de histórico, pois é a primeira vez em que tal solicitação foi atendida.
_Mas que bom você ter conseguido, Sirius. _ Janine estava contente pelo sucesso dos amigos.
_Ainda não entendo. _ Rony comentou.
_Querido, é a primeira vez em que o Departamento de Heráldica Bruxa do Ministério aceita a solicitação e concede a autorização para que se troque o lema de um brasão de família. _ Hermione explicou ao noivo.
_E qual será o novo lema do brasão, Sirius? _ perguntou Draco.
_Bem, Draco, você se lembra de que o brasão da Mui Antiga e Nobre Casa dos Black (Sirius disse aquelas palavras com uma expressão irônica no rosto) era “Toujours Pur”, “Sempre Pura”. Pois agora vamos apenas acrescentar mais duas palavras, para que o lema passe a ser “Toujours Pur Le Coeur”, “Sempre Puro O Coração”. Acho que irá soar bem melhor, não concordam?
_Com certeza. _ todos disseram. Pouco depois a família Black entrava na lareira, com suas bagagens e, depois de se despedirem de Dumbledore, Minerva McGonnagall e dos Inseparáveis, Sirius lançou um punhado de Pó de Flu na lareira e disse: “Largo Grimmauld, Nº 12!!”. As chamas verde-esmeralda levantaram-se e os três, Ayesha, Jemail e Sirius, entraram e rodopiaram para Londres.
Conformado com a ausência do padrinho no jogo que a Grifinória teria contra a Corvinal, Harry ocupou-se em estudar as táticas que empregariam. Sentados à volta da mesa estavam ele, Gina, Rony, Kane, Foster, O'Toole e Gilmore, tendo no centro o jogo de Quadribol Miniatura que ganhara de Rony no Natal do ano anterior. Harry o havia modificado com feitiços que possibilitavam a ele demonstrar as jogadas e calcular as variáveis. Era uma forma mais dinâmica e divertida de discutirem as táticas, bem melhor do que os enfadonhos e soníferos cartazes de Oliver Wood.
_Bom, gente, as táticas estão discutidas e estabelecidas. Agora vamos para o campo, colocá-las em prática. O time desceu para o seu último treino antes do jogo, no dia seguinte. Aquele jogo definiria a classificação final. Se a Grifinória vencesse, seriam campeões. Caso a Corvinal fosse vitoriosa, as Águias enfrentariam a Lufa-Lufa nas finais. Harry torcia para que os leões saíssem vencedores, obviamente.

Em Londres, Sirius, Ayesha e Jemail saíram pela lareira da Mansão Black, sendo recepcionados por Tonks e Lupin.
_E aí, cachorrão, pronto para mudar o lema dos Black?
_Vai ficar bem melhor do que é, lobo bobo. Imaginem, nós conseguimos a autorização para mudar um lema de brasão que existe desde a Idade Média.
_Isso foi idéia dos primeiros Black, Sirius? _ Jemail perguntou.
_Sim, Jemail. Naquela época, a Bruxidade já começava a sofrer alguma espécie de perseguição, ainda que muitos reis tivessem bruxos como conselheiros. Quando a harmonia começou a se perder, os Black estiveram entre as primeiras famílias que julgaram melhor (e Sirius novamente usou aquela cara e voz irônicas) “Preservar a Pureza do Sangue Bruxo”. Daí o antigo lema, significando “Sempre Pura”. Quanta babaquice...
_E os Malfoy, Sirius? _ foi a vez de Ayesha perguntar.
_Ah, sim. Os Malfoy começaram a registrar sua linhagem e obtiveram o seu brasão mais ou menos na mesma época, só que o lema deles reflete a ambição. Sempre foram concorrentes dos Black no comércio, mas ficavam para trás nos ganhos porque os Black, embora ciosos da pureza do sangue nos casamentos, não tinham restrições a investirem em negócios trouxas e comerciar com eles artigos não-mágicos, o que aumentava bastante o seu capital. Os Malfoy demoraram para reconhecer a necessidade do comércio com trouxas, então sempre perseguiram o status dos Black e isso está explícito no brasão deles, que representa um “M” sobreposto a duas varinhas cruzadas e uma mão agarrando o globo terrestre, com o lema “Tudo Ainda Não é o Bastante”.
_Que ambição, que nada. _ Tonks comentou _ Ganância pura, isso sim. E pensar que o Draco mudou radicalmente o seu jeito de ser.
_Ele tomou juízo, querida. Rompeu com as Trevas e tornou-se amigo de Harry. _ Lupin comentou _ E com uma enorme contribuição de Janine, ainda por cima.
_Aquela garota vale ouro. _ Sirius comentou _ Incrível como as situações acabam por se entrelaçar. Voldemort já estava seguindo Janine, mesmo antes dela e Draco se apaixonarem. Aí os dois acabaram se conhecendo e agora estão noivos. Aquele jeito arrogante de “Sonserino-Padrão” que ele tinha era, na verdade, uma fachada. No fundo ele só estava esperando por um sinal para coroar de vez seu rompimento com as Trevas.
_E o sinal veio, com cabelos castanhos e olhos azuis. _ disse Ayesha, contente _ Ainda bem que ele é bem diferente do pai. Sirius, já que estávamos falando em brasões, lembro-me de já ter visto o dos Potter, no batizado de Harry. Depois daquilo, nunca mais. Acho que nem mesmo Harry sabe como ele é.
_Escudo inglês de fundo vermelho, tendo como figura principal um leão dourado, cujas patas dianteiras encontram-se pousadas sobre um grande vaso de cerâmica com a letra “P” em relevo, tendo por lema a frase: “Diferenças Não Importam”. Os primeiros Potter ficaram famosos por serem incomparáveis ceramistas bruxos. Seus vasos encantados para poções, perfumes, especiarias e vários outros conteúdos ficaram para a História Bruxa. Daí vem o sobrenome “Potter”, que significa “Ceramista”. Então, durante a Renascença, um ancestral de Harry inventou as Capas de Invisibilidade e as patenteou. Desde então os Potter acumularam um considerável capital e diversificaram seus negócios, principalmente com o comércio de artigos mágicos e o patenteamento de feitiços experimentais. Essa é a atual fonte de renda de Harry, à qual somar-se á o seu salário de Auror.
_Então você já está contando com o fato de que Harry vai ser aprovado, ir para a Academia e tornar-se Auror? _ Jemail perguntou.
_Conto como certo. E olha que não sou eu o membro da família com poderes premonitórios. _ e notando que Ayesha estava meio estranha _ O que aconteceu, querida?
_ “Flash” premonitório, mas meio vago. Situação de risco próxima, envolvendo a todos nós. Nada muito preciso, mas suficiente para supor que Voldemort e seus aliados não irão demorar muito para se mexerem. É melhor que estejamos atentos.
Ayesha estava certíssima.
Depois do jantar, Sirius pediu para que Jemail demonstrasse alguns dos acessórios de “Musashi & Cia”.
_Nós criamos os Casulos Instantâneos, esferas que explodem e envolvem a pessoa em uma espuma que endurece e imobiliza, mas não impede a respiração. Logo ela fica quebradiça e permite que a vítima se solte. Já nos rendeu boas risadas e, inclusive, o próprio Pirraça já foi nossa vítima. Também temos as Bombas de Black-out, nas quais adaptamos o Pó Escurecedor Instantâneo Peruano da “Gemialidades Weasley” para Bombas-Ninja. Há um clarão ofuscante e, logo em seguida, uma escuridão completa que dura uns dez minutos e que nem mesmo um “Lumus Solaris” é capaz de iluminar. Aproveitamos os Feitiços “Porcifacies” e “Cianoderma”, conseguindo colocá-los em doces. Uma mordida e a pessoa fica com cara de porco e pele azul, por cerca de uma hora. Fizemos um pouquinho mais fraco do que o original. Ainda estamos pensando em que uso poderemos ter para a Azaração de Reduzir Cuecas, que Harry usou em Malcolm Baddock.
_Eu bem que comentei, Remus que a sucessão dos Marotos estava garantida. _ disse Tonks.
_Acho que comentamos a mesma coisa lá em Hogwarts, não foi, Sirius? Aquela turma é uma mistura de “Marotos” com Inseparáveis”, sem esquecer dos gêmeos Weasley. _ Ayesha comentou.
_Desde que sacaneiem quem merece, tipo alguns sonserinos irritantes...
_Sei a quem você se refere, Sirius. _ Jemail comentou _ Mas aqueles dois andam mansinhos, desde a última vez em que Harry os pegou.
_O Pelotão de Fuzilamento, eu sei. A turma pegou pesado naquela tarde.
_Ninguém mandou aqueles idiotas começarem a levantar as saias das garotas com feitiços, fazendo parecer que foi o vento. Pediram e levaram.
_Estou imaginando a cena. _ Sirius fechou os olhos, como se formasse mentalmente o cenário _ Os dois pelados, dependurados e dando de cara com Severo. O Ranhoso deve ter ficado possesso por precisar tirar pontos da própria Casa.
_Cento e oitenta, pelo que eu soube. _ disse Ayesha _ E uma detenção daquelas, limpar os banheiros durante uma semana, sem magia. Mas eu soube que, mesmo com tudo o que teve de fazer, Severo riu bastante depois. A visão deve ter sido cômica.
_É, humor negro. Uma das especialidades do Pontas. _ Lupin comentou, divertido _ Harry está ficando muito parecido com o pai.
Jantaram e foram para a sala de TV. Lupin e Tonks haviam locado “Simplesmente Amor” e todos apreciaram bastante o filme, pois admiravam bastante o talento de Liam Neeson, Hugh Grant e dos outros atores, principalmente o brasileiro Rodrigo Santoro e, acima de tudo, Emma Thompson e Alan Rickman.

No dia seguinte, logo pela manhã, os cinco estavam em uma cabine telefônica meio depredada, mais ou menos perto da Rua Charing Cross. Ayesha teclou 6-2-4-4-2 e logo uma voz se ouviu:
_ “Bem-vindos ao Ministério da Magia. Digam, por favor, os seus nomes e a razão da visita”.
_Remus Lupin, Nymphadora Tonks, Jemail Zaidan Bin Laden, Ayesha Zaidan-Black e Sirius Black. Solenidade no Departamento de Heráldica Bruxa. _ Sirius disse, ao bocal do telefone. Pela abertura de devolução de moedas, saíram cinco crachás prateados, com os seus nomes e o destino dentro do Ministério. O chão da cabine começou a descer e logo estavam no Átrio. Então, transfiguraram as roupas trouxas em vestes a rigor, entregaram as varinhas a Eric e seguiram pelo corredor, até o Departamento de Heráldica Bruxa. No caminho, cruzaram com uma baixinha roliça que estava dando instruções a um grupo de faxineiros.
_Bom dia, Madame Umbridge. _ Sirius cumprimentou _ Seu Departamento é um dos que mais tem trabalhado no Ministério e estão todos de parabéns. Não me lembro de ter visto os corredores brilhando assim nem quando eu era criança e vinha aqui com meus pais e, depois, com os Potter.
Os outros seguravam o riso, enquanto Dolores Umbridge fazia uma cara de quem poderia estrangular um trasgo. Todos sabiam o quanto a ambiciosa bruxa fizera para prejudicar Harry, perseguir Lupin e tentar capturar Sirius dois anos antes, quando o último dos homens Black aparentemente morrera. Aliás, Harry ainda carregava no dorso da mão direita os vestígios das cicatrizes que diziam “No More Lies” (“Sem Mais Mentiras”), resultantes das detenções que cumprira com a bruxa de cara de batráquio, durante o quinto ano. Sirius Black fizera questão absoluta de exercitar um pouco do senso de humor ácido dos Marotos em cima de alguém que, com certeza, merecia.
No anfiteatro do Departamento de Heráldica Bruxa, Arthur Weasley, Amélia Bones e o Chefe do Departamento, Clifton Waverly, estavam sentados à mesa principal tendo vários pergaminhos à sua frente. Então, Arthur disse:
_Bom dia a todos. Hoje, pela primeira vez, foi autorizada a troca do lema de um brasão de família. Isso ocorreu porque Sirius, o último membro homem da família Black expôs razões mais do que suficientes para nos garantir que o antigo lema, “Toujours Pur”, não traduz mais o atual perfil da família. Ele nos propôs a mudança para “Toujours Pur Le Coeur”, o que é mais compatível, com toda a certeza. Todos nós conhecemos os outros membros da família ainda vivos, que são Andrômeda Tonks, Nymphadora Tonks, Draco Malfoy e Bellatrix Lestrange, sendo que esta última integra as fileiras de Voldemort. Andrômeda e Nymphadora expressaram sua concordância há alguns dias e Draco fez o mesmo ontem. Quanto a Bellatrix, bem, precisaríamos prendê-la antes e eu acho que ela não nos acompanharia com muito boa vontade (risos). Depois deste preâmbulo, passo a palavra ao Chefe do Departamento de Heráldica Bruxa, Clifton Waverly.
_Bem, senhoras e senhores aqui presentes, depois das palavras do nosso Ministro eleito, Arthur Weasley, só me resta declarar oficialmente modificado o lema do brasão da família Black de “Toujours Pur, “Sempre Pura”, para “Toujours Pur Le coeur”, “Sempre Puro O Coração”. Receba, Sirius Black, juntamente com sua esposa, Ayesha Zaidan-Black e seu enteado, Jemail Zaidan Bin Laden, o escudo de armas para figurar em lugar de destaque na Mansão Black. _ e passou às mãos de Sirius o escudo. Com um golpe de malhete, Arthur Weasley declarou encerrada a solenidade e procederam a um brinde com um bom Merlot para os adultos e suco de abóbora bem gelado para os menores.
Depois do pequeno coquetel, os três receberam de volta suas varinhas e tomaram uma lareira de volta à Mansão Black. Lá chegando, Sirius retirou o brasão antigo de cima da lareira e colocou o novo no lugar.
_Tonks, vamos fazê-lo juntos. _ Sirius disse, apontando a varinha para o brasão antigo _ Em nome de Andrômeda, Draco e, por que não dizer (e Sirius deu uma risadinha), Bellatrix, você poderia fazer o favor de me acompanhar?
_Com prazer, Sirius. _ e Tonks também apontou a varinha, juntamente com o primo.
_ “INSIGNIA EVANESCO!!!” _ o antigo brasão de armas da família Black desapereceu, sem deixar vestígios. Lupin, Ayesha e Jemail bateram palmas.
_Que tal um pequeno passeio? _ Sirius sugeriu.
_Onde? _ perguntou Ayesha, curiosa.
_Eu estava pensando em irmos naquele shopping center trouxa onde Janine e Draco se conheceram. Ela me disse que há boas lojas de eletroeletrônicos e eu estava pensando em darmos um presentinho de formatura para Harry e uma lembrança de conclusão de ano para todos os Inseparáveis. E para Jemail, é lógico. E lá também há uma agência postal bruxa, pela qual poderemos mandá-los aos gêmeos Weasley, para que eles coloquem Feitiços Tecnomágicos.
_Excelente idéia, Sirius. Vamos colocar roupas trouxas e vamos para lá. _ Jemail estava bem animado.

No shopping, pesquisaram preços e, em uma loja de eletroeletrônicos, compraram um MP3 Player com capacidade de 1 Gigabyte para cada um dos Inseparáveis. Vermelhos para Harry, Gina, Rony, Hermione, Janine, Neville e Jemail, azul para Luna e verde para Draco. O presente de formatura para Harry foi escolhido, depois de um consenso geral. Um celular com uma grande variedade de recursos.
_Acho que ele vai gostar. _ disse Ayesha.
_Sem dúvida. _ Sirius concordou _ Como ele vai ser Auror e os Aurores trabalham em colaboração com os serviços de segurança trouxas, principalmente a Interpol e a InterSec, ele vai precisar de um bom aparelho de comunicação. Vejam só.
_Realmente. Ele tem mais recursos do que o da Jan. Será um presente de formatura à altura de Harry. _ Jemail comentou _ Agora é só mantermos a surpresa.
Levaram os aparelhos comprados à agência postal bruxa e acondicionaram tudo em uma caixa, com o endereço da Gemialidades Weasley, no Beco Diagonal e uma carta explicando os serviços a serem feitos. Em seguida, foram dar uma volta pelo shopping, admirando as lojas, cujas vitrines exibiam as coleções de verão.
_Parece que as praias estarão bem coloridas este ano. _ Sirius comentou.
_Ibiza vai estar uma loucura. _ Ayesha concordou com o esposo.
Continuaram o passeio até que, próximo de uma das saídas, viram uma cara conhecida.
_Remus! _ Sirius admirou-se de ver o amigo ali e sem a companhia de Tonks _ Aconteceu alguma coisa?
Uma sensação desagradável apoderou-se dos três. Ayesha teve um novo Flash premonitório de perigo. Como animago, Sirius acabou por adquirir uma característica canina, o olfato. Ele sentiu uma diferença no cheiro do homem que estava ali parado, parecendo com sangue, o que ficou confirmado quando ele sorriu. Era um sorriso diferente daquele que estavam acostumados a ver no rosto de Remus Lupin, sendo selvagem e cruel, com dentes pontiagudos à mostra. Quando Jemail deu o alarme, já era tarde demais.
_Esse aí não é Remus Lupin! Fujam!
Não deu tempo. O homem igual a Remus agarrou Jemail e outros dois chegaram por trás de Sirius e Ayesha, encostando frios canos de pistolas nas suas nucas.
_Nem tentem reagir. Por mais poderosos que vocês dois sejam, não são mais rápidos do que balas de 9 mm. E esses dois não hesitarão em atirar, se necessário. Me acompanhem, por favor.
Seguiram-no até uma limusine que estava no estacionamento e embarcaram. No interior do espaçoso automóvel que ainda possuía Feitiços de Ampliação Interna, os capangas continuavam apontando suas armas para os três, sentados no banco em frente.
_Salim, Hamid, podem baixar as pistolas. Eles não têm para onde fugir, não se preocupem. _ e para os Black _ Cachorrão, há anos não o vejo. Doze anos em Azkaban não te prejudicaram tanto quanto um ano no Mundo do Além.
_Não pode ser! Pensei que estivesse morto, lobo mau! Todos acham que Greyback matou você, embora houvessem rumores de que você estivesse vivo!
_O que? _ Ayesha estava espantada _ Quer dizer que esse daí é...
_Exatamente, Ayesha. _ Sirius confirmou _ É alguém que nós julgávamos morto.
_Quem? _ Jemail perguntou.
_Romulus Lupin, o irmão gêmeo de Remus.

A atmosfera era um misto de medo e curiosidade. Toda a Bruxidade pensava que Romulus Lupin tivesse sido devorado por Fenrir Wolf Greyback quando criança. E agora ele estava ali, à frente deles, vivo e inteiro.
_Não fiquem assim, meus caros. Para mim era bastante conveniente que pensassem que Greyback havia me matado. Em vez disso, ele cometeu o maior erro da vida dele.
_E qual foi?
_Me mordeu, tornando-me um Lycan. Ele afeiçoou-se a mim e me treinou, preparando-me para ser o seu sucessor no comando das matilhas Lycans da Europa. Parece que ele me preparou bem demais.
_E o que houve com Greyback? _ Ayesha perguntou.
_Eu o matei, Ayesha. Com isso assumi o comando das matilhas, mas sempre permaneci na sombra. Isso me possibilitou andar por aí disfarçado e saber o que andava rolando nos mundos bruxo e trouxa. Pude observar os passos da Ordem da Fênix e aguardar o melhor momento de abordar vocês. Montei essa pequena operação de seqüestro com alguns amigos da Al-Qaeda e aqui estamos.
_Para onde vai nos levar? _ Sirius perguntou.
_Para um local onde o Mestre e nossos aliados estão esperando. A última coisa que faltava era capturar vocês três juntos e agora conseguimos.
A limusine afastava-se de Londres e, vendo a direção do deslocamento, Ayesha teve um outro Flash premonitório.
_Meu Deus, não pode ser! Por Merlin, eu sei para onde estamos indo!
_Para onde, mamãe? _ Jemail perguntou, curioso.
_Para Glastonbury. _ Ayesha respondeu e Romulus confirmou, com um sorriso maligno.
_Se estamos indo para Glastonbury, isso quer dizer que Voldemort deseja que você... _ e Sirius deixou a frase pela metade.
_... Que eu afaste as Brumas de Avalon! _ Ayesha exclamou e o sorriso de Romulus alargou-se, confirmando.

A operação de seqüestro planejada por Voldemort e executada por Romulus Lupin e dois terroristas da Al-Qaeda tinha tudo, mas tudo mesmo para ser cem por cento bem sucedida, não fosse por um detalhe aparentemente sem importância: três pessoas haviam testemunhado o seqüestro. Uma delas era um bruxo.
Willy Wildershins era tido como um marginalzinho de menor importância na Bruxidade, conhecido por pequenas vigarices e por pregar peças tipo fazer privadas de banheiros públicos regurgitarem seu conteúdo quando fosse dada a descarga, vender canetas de brocas odontológicas de alta-rotação que esguichavam cerveja em vez de água para refrigeração e chaves que encolhiam até desaparecerem, entre outras coisas, já tendo passado algumas temporadas na cadeia bruxa de Londres e uma etapa de dois meses em Azkaban, esta última tendo sido o bastante para fazê-lo ser muito mais cuidadoso. Ele havia, certa vez, denunciado a existência da AD para Dolores Umbridge, antes da azaração das pústulas entrar em atividade. Apesar disso, era contra as Trevas até a alma tendo sido mais um que, nos Dias Negros, perdeu parentes nas mãos dos Death Eaters. Embora tivesse um quartinho em um cortiço bruxo, passava a maior parte do tempo pelas ruas, sendo freqüentemente visto em companhia de Mundungus Fletcher, sem saber que o bruxo vigarista precocemente envelhecido pela vida desregrada era agente da Ordem da Fênix. E foi exatamente à procura de Mundungus que Willy correu, assim que reconheceu a figura de Sirius Black sendo levado para a limusine com sua esposa e enteado, sob a mira de pistolas. Chegando a um beco, viu Mundungus a roncar, meio embriagado.
_Dunga! Dunga! Em nome de Merlin, ACORDA, DUNGA!!!
_Mas que di... Willy! O que aconteceu?
_Acabei de ver uma coisa lá naquele prédio trouxa cheio de lojas, o tal de...
_... Shopping center? _ Fletcher perguntou.
_Isso. Acabei de ver Sirius Black.
_Mas claro, cara. Ele está vivo e não morto, como todos pensavam até há algum tempo atrás. Mas o que tem isso de mais?
_Claro que sei que Sirius Black está vivo, seu monte de estrume de hipogrifo. Acontece que acabei de ver a ele, à esposa, Ayesha e o filho dela, Jemail, sendo levados para dentro de uma limusine, sob a mira de armas de fogo trouxas.
_Como é? _ o pileque de Mundungus Fletcher passou, como que por encanto. Por garantia, ele tomou um bom gole de Poção Para Curar Bebedeiras.
_Exatamente o que eu disse, Dunga. Mas você não sabe o mais incrível. Um dos que estavam seqüestrando Sirius era... Remus Lupin.
_Impossível, Willy. Totalmente impossível.
_Mas por que, Dunga?
_Porque eu acabei de falar com o Remus. Telefonei para ele.
_Como, Dunga?
_Com isso aqui. _ e Mundungus tirou do bolso um celular de modelo meio obsoleto, mas que funcionava perfeitamente _ Se o cara que você viu era a imagem do Remus, isso só pode significar uma de duas coisas. Ou alguém está usando a aparência dele ou...
_Ou o que, Dunga? Me diz, cara! Você sabe mexer nessa coisa de trouxas?
_Claro que sim, QI de trasgo. É um telefone que a gente carrega para qualquer lugar. _ e pensando alto _ Não, é praticamente impossível. _ Mundungus Fletcher teclou “Redial” no seu celular e ligou novamente para Remus e Tonks, no Largo Grimmauld, Nº 12.
_Alô. _ Tonks atendeu _ Dunga, o que houve? Você acabou de desligar, cara!... O que? Sim, sim. Ele está aqui, do meu lado... Quer que eu passe para ele?... É muitíssimo importante?... OK, Dunga. Tchau. _ e passou o telefone para Remus.
_Sim, Dunga... O que?... Não, não arredei o pé daqui... Com a minha aparência?... E você acha que pode ser... Caracas! É improvável, ele devia estar morto... Sim, sim. Vou avisar Dumbledore, imediatamente. Foi muito bom você nos ligar na hora. Obrigado, Dunga... Tchau.
_O que foi, Remus? _ Tonks perguntou.
_Dunga. Se ele estava dizendo a verdade, isso significa que temos um enorme problema nas mãos.
_Tipo?
_Meu irmão ainda está vivo e é das Trevas.
_Romulus? Vivo? Impossível.
_Eu diria improvável mas não impossível, meu bem. Temos de avisar Dumbledore, sem demora. _ e correu para tomar providências.

O fato também havia sido presenciado por mais duas outras pessoas, além de Willy Wildershins. Duas jovens que estavam indo para a academia, a fim de malhar. Até aí, nada de mais. Acontece que eram duas jovens trouxas com cartões de acesso bruxo Nível 3, cortesia do próprio Ministro eleito, Arthur Weasley.
Elas eram Lauren Collingwood e Shanna O’Rourke.

_Lauren, aquele bonitão de olhos azuis e jaqueta de couro, com a mulher e o garoto de traços árabes, eu estou reconhecendo das fotos que Jan nos mostrou.
_Sim, Shanna. É Sirius Black, o padrinho do noivo de Gina Weasley, Harry Potter. Ele deve saber de nós.
_Que tal nos apresentarmos? Faz tempo que a Jan não manda notícias. Eles devem estar apertados com os tais exames de N.I.E.M.
_Boa. Vamos lá.
Mas, quando Lauren e Shanna fizeram menção de irem na direção dos três bruxos, as coisas aconteceram e elas esconderam-se atrás de uma coluna.
_Meu Deus, Shanna! Eles estão sendo seqüestrados e ninguém está reparando! Por que só nós estamos vendo?
_Acho que é porque nós temos cartões de acesso bruxo, Lauren. Eles devem estar usando alguma espécie de encantamento que impede que trouxas comuns percebam o que está acontecendo.
_Precisamos avisar a algum bruxo, aos Aurores, seja como for. Mas não podemos ir sozinhas a lugares bruxos, nosso acesso é Nível 3. Para que pudéssemos ir ao Ministério ou a outro lugar mágico sem a companhia de um bruxo, precisaríamos de acesso Nível 4.
_Sim, Lauren. Mas há algo que nós podemos fazer e vamos fazer agora. _ Shanna O’Rourke sacou o seu celular da bolsa e teclou um número. O número do celular de Janine Sandoval.

Em Hogwarts todos estavam no campo de Quadribol, aguardando pelo início da partida Grifinória x Corvinal. As torcidas faziam o maior barulho nas arquibancadas, principalmente a da Grifinória, que era a favorita no jogo e que, se vencesse, seria a campeã daquele ano. Os Leões estavam motivadíssimos, formando uma ruidosa onda vermelha e amarela, com bandeiras, faixas, casacos e pinturas de rosto nas cores do time, exceto por um detalhe: a pintura de rosto de Neville era vermelha e azul, assim como a de Luna, na torcida da Corvinal. Todos achavam interessante o equilíbrio entre o amor e a paixão pelos times, tanto que quando o jogo era Grifinória x Sonserina, Janine pintava o rosto de vermelho e verde. A bruxinha brasileira estava na arquibancada, aguardando a entrada das equipes juntamente com Draco, Hermione e Neville quando, naquele momento, sentiu uma vibração no bolso das vestes e ouviu o som de “As Time Goes By”. Era o seu telefone tocando. Ela estranhou, pois era raro que recebesse ligações quando estava em Hogwarts. Tirou o celular do bolso e viu o nome de Shanna O’Rourke na minitela. Atendeu.
_Shanna? Que saudades, guria!... Como é?... Coisa estranha?... O que houve?... Viram Sirius e a família no shopping?... Mas o que?... Seqüestro?... Levados para uma limusine?... Sob mira de pistolas?... Caracas! Temos de fazer alguma coisa, tipo avisar Dumbledore!... Muito obrigada por ligar, Shanna. Agora é conosco. Beijos, Shanna, Lauren. Tchau.
_O que aconteceu, Jan? _ Hermione perguntou.
_Pior do que qualquer coisa, Mione. Sirius...
_O que houve com Sirius? _ Draco perguntou, logo em seguida.
_Seqüestrado, junto com Ayesha e Jemail. Por coincidência Lauren e Shanna estavam indo para a academia e presenciaram tudo.
_Caracas, que estranho! _ Neville exclamou _ E o que vamos fazer?
_Acho que a primeira coisa deve ser avisarmos Harry e Dumbledore. _ Luna havia estranhado aquela movimentação dos amigos e fora até a torcida da Grifinória, ouvindo a notícia e dando sua opinião.
_Tem razão, Luna. _ disse Draco _ Vamos aos vestiários.
Desceram aos vestiários para avisarem Harry, Gina e Rony. Sequer perceberam que, nas cadeiras dos professores, Dumbledore e Mason haviam acabado de se levantar.

_Harry! Harry!
_O que foi, Draco?
_Notícia bem ruim, cara! Jan acabou de receber um telefonema da Shanna.
_E...?
_Sirius foi seqüestrado, Harry. _ Janine explicou _ Parece que ele e mais Ayesha e Jemail estavam naquele shopping e foram abordados por uns caras com pistolas, que os levaram para dentro de uma limusine.
_NÃO!! Não pode ser! De novo, não!! _ Harry exclamou.
_Alguma coisa mais, Jan? _ Gina perguntou.
_Sim. Elas conheciam Sirius e Lupin pelas fotos que mostramos a elas, no último Natal.
_E daí? _ perguntou Rony.
_Daí que elas disseram que um dos caras, que não estava com arma de fogo, era a cara do Prof. Lupin.
_Mas como? _ Harry estava surpreso _ Não poderia ser ele. Deve ter sido alguém com a sua aparência, usando Poção Polissuco, transfiguração ou... Espere! Sirius nos falou... _ e Harry deixou a frase pela metade, a qual foi logo completada.
_... Romulus Lupin. _ explicou Dumbledore, que estava entrando nos vestiários, juntamente com Mason _ Passamos anos pensando que ele estivesse morto mas, na verdade, esteve bem vivo e ativo.
_E o que vamos fazer? _ os Inseparáveis perguntaram.
_Se aqueles bandidos seqüestraram Ayesha, acompanhada de seu marido e seu filho, isso só pode significar uma coisa, Diretor. _ Mason disse, com uma cara bastante preocupada _ Ayesha era o alvo principal e vão utilizar Sirius e Jemail para forçá-la.
Lembrando-se do que Ayesha havia dito sobre o seu passado, Hermione arriscou um palpite:
_Forçá-la a afastar as Brumas?
_Exatamente, Hermione. _ o Prof. Mason concordou.
_E se Voldemort quer forçar Ayesha a afastar as Brumas de Avalon para penetrar na ilha e descobrir os segredos da manipulação do tempo, eles só podem ter ido para um lugar.
_GLASTONBURY!!! _ Harry e Gina exclamaram, juntos.
_Isso mesmo. _ Dumbledore confirmou os temores do casal de noivos.
_Prof. Dumbledore, o senhor vai me desculpar se eu estiver sendo rude, mas preciso dizer uma coisa. _ Harry encarou o Diretor, com uma cara séria e um olhar bem firme _ Das outras vezes em que nos envolvemos em aventuras perigosas, o senhor ficava sabendo depois que já tínhamos ido mas, desta vez, eu estou dizendo antes. Vou atrás de Sirius para tentar ajudá-lo e espero que o senhor não tente me fazer desistir.
E Harry quase caiu de costas, quando Dumbledore olhou para ele e disse:
_De modo algum eu tentaria dissuadir você, Harry. Inclusive, eu e Derek também vamos.
_Diretor, eu vou indo na frente para tomar algumas providências e obter o material de que precisaremos. Encontro vocês no QG da Ordem da Fênix. Remus e Tonks estão me esperando. _ Mason deu um tapinha nas costas de Harry e encarou o jovem, antes de sair _ Harry, o seqüestro de Sirius e sua família também mexe comigo, pois sempre fomos muito amigos. Vai dar tudo certo, eu prometo.
_OK, Prof. Mason. Obrigado. _ e, virando-se para os amigos, Harry Potter começou a tirar o uniforme de Quadribol, dirigindo-se para onde estavam suas roupas _ E vocês, estão comigo? Se alguém não quiser ir, tudo bem.
_Tem alguma dúvida, cara? _ Rony perguntou, já começando a se trocar.
_Acha que eu o deixaria sozinho nessa, meu amor? _ Gina abraçou o noivo e também foi trocar de roupa.
_Somos “Os Inseparáveis”, Harry. Isso significa que, se um vai sair em uma missão, todos vão junto. _ Draco Malfoy disse, começando a tirar a pintura vermelha e amarela do rosto _ Concordam?
_Com certeza. _ disse Janine.
_Conte comigo. _ Hermione deu um passo à frente.
_Comigo também. _ Luna avançou.
_Estou nessa. _ Neville juntou-se aos amigos.
_Inseparáveis... _ Rony disse, estendendo a mão direita.
_... PARA SEMPRE!! _ os outros sete responderam, também estendendo a mão direita e unindo-as à de Rony Weasley.
_Gilmore, os reservas terão de assumir, para que a Grifinória não perca essa partida por W.O. _ Harry avisou o Artilheiro.
_Tudo bem, Harry. _ Gilmore respondeu _ O que está em jogo é muito maior do que uma partida de Quadribol.
_Não digam nada, até que saiamos. _ Draco recomendou _ é para não alertarmos Venom. Tenho certeza de que ele deve estar a par de pelo menos parte dos planos de Voldemort. Se bem que ele não vai poder fazer nada antes do final do jogo, para não despertar suspeitas para si mesmo. Estiquem a partida o mais que puderem.
Os Inseparáveis e Dumbledore saíram, rumo ao Gabinete do Diretor. Mason já estava no Largo Grimmauld, Nº 12, traçando as preliminares para a ação a ser empreendida. Gilmore assumiu o comando da equipe.
_Demelza Robbins, prepare-se para substituir Gina. Cormac McLaggen, hoje é o seu dia. Vista o uniforme e prepare-se para defender o gol.
_Temos um problema, Gilmore. _ Foster olhou para o companheiro de equipe, preocupado _ Quando Harry não pode jogar, Gina assume como Apanhadora. Mas agora os dois tiveram de sair e não temos ninguém para procurar o pomo de ouro. Todos os outros reservas são de Artilheiros, Goleiro ou Batedores. Não poderemos utilizar Dean Thomas nem Seamus Finnigan ou Jack Peakes.
_Vocês têm a mim! _ ouviu-se uma voz, vinda da entrada do vestiário.
_Você? Mas você nem participou dos testes.
_Sou perfeitamente capaz. Demelza Robbins já me viu voar e apanhar pomos às escondidas, informalmente.
_É verdade, gente. Ele é um talento ainda não descoberto.
_Cara, sei que o Harry é um ídolo para você. Mas tem certeza de que poderá dar conta do recado?
_Me deixem usar a Firebolt de Harry e eu mostro para vocês.
_OK, cara. Veja se tem um uniforme do seu tamanho.
_Nem precisa, Gilmore. Eu mesmo posso providenciar isso, agora mesmo. “Indumentaria Cambio”!! _ e suas vestes transformaram-se em um uniforme de Quadribol da Grifinória.
_Beleza, cara! Monte na vassoura de Harry e vamos lá!
Colin Creevey montou na Firebolt e acompanhou os companheiros de equipe no brado:
_ “VAMOS NESSA, GRIFINÓRIA”!!!

No Gabinete do Diretor, Dumbledore e os Inseparáveis preparavam-se para entrar na lareira, quando ele lembrou-se de algo:
_Harry, é melhor que você leve a “Espírito do Artífice” com você. Se Voldemort estiver com eles é certo que deve ter levado a espada de Slytherin, a “Víbora de Aço”, então você precisará estar com uma lâmina Masamune nas mãos.
_Excelente idéia, Prof. Dumbledore. Mas vou levá-la com outra aparência. “Vera verto Ninja-To”! _ a espada de Godric Gryffindor transfigurou-se em uma espada Ninja, de lâmina reta, bainha e cabo negros. Em seguida, disseram “Largo Grimmauld, Nº 12”!! e entraram na lareira, rodopiando rumo ao QG da Ordem da Fênix (“Que se dane a minha vertigem de Flu”, pensou Harry).
Já na Mansão Black, todos estavam à volta da mesa de jantar, onde havia um mapa da ilha de Avalon, com os pontos mais importantes asinalados.
_Existem apenas dois pontos de acesso à ilha de Avalon. Um deles é pelo lago. Do lado trouxa, o lago não existe mais com as dimensões que possuía mas, após o afastamento das Brumas ele revela-se por inteiro, do lado mágico. Creio que esse ponto será o que Voldemort irá usar, pois ele permite o acesso de um grupo maior e eu tenho certeza de que ele estará com um bom contingente de Death Eaters, além de terroristas da Al-Qaeda e outras criaturas. Deveremos estar preparados para enfrentarmos pelo menos um lobisomem, alguns Inferi e Grindylows que estarão no lago. Além disso, creio que o próprio Osama estará com ele.
_Quanto aos Inferi, Prof. Dumbledore, como faremos? O Prof. Mason não abordou esse capítulo no ano passado e iríamos vê-lo só na próxima semana, para os N.I.E.Ms.
_Mancada minha, gente. Desculpem. _ Mason começou a explicar como deveriam proceder _ Um Inferius é um cadáver animado que o bruxo escraviza. Você pode até dividi-lo com aquele feitiço cortante que Severo criou, o Sectumsempra, mas as partes continuarão animadas. A única coisa que um Inferius teme e que pode destruí-lo é o fogo, portanto deverão usar Feitiços de Chama. Nesses eu sei que vocês são feras.
_E o outro ponto de acesso a Avalon é pelas ruínas da Abadia de Glastonbury, não é, professor? _ Hermione perguntou.
_Exatamente, Hermione. Ali podem ser levantadas as Brumas e, quando afastadas, revelam a passagem para Avalon. Essa passagem é menor, permitindo apenas o acesso de pequenos grupos. Muito provavelmente estará vigiada mas vocês, Ninjas, saberão como contornar esse problema.
_Estão todos com suas varinhas de liga de Mirtheil? _ Mason perguntou e, ante a resposta afirmativa, prosseguiu _ Ótimo. É certo que aqueles Sensores de Atividades Mágicas portáteis devem estar nas mãos dos Death Eaters, então deveremos proceder como no ano passado, em Azkaban. Entrar sem usar magia até o último momento e com varinhas não-detectáveis. O restante do equipamento está nessas caixas.
Os bruxos abriram as caixas e tiraram o equipamento. Ali estavam os trajes, as armas e equipamentos Ninja preferidos de cada um. Também haviam vestes bruxas um pouco diferentes das de Hogwarts. Diante das caras de surpresa dos Inseparáveis, Dumbledore explicou:
_Glastonbury é um ponto focal de energia mística e é muito procurada tanto por bruxos quanto por trouxas que pesquisam o oculto. Se formos para lá com essas vestes, ninguém irá nos diferenciar de qualquer outro grupo esotérico que esteja em excursão no local.
_E quem irá afastar as Brumas, Prof. Dumbledore? _ Luna perguntou.
_Eu mesmo, Luna. Quando Ayesha era aluna de Hogwarts ela me ensinou a fazê-lo, a pedido da Sacerdotisa-Mor de Avalon, Viviane. Creio que elas já acreditavam que isso seria útil no futuro.
Revisaram os planos, identificando os prováveis locais onde poderiam haver emboscadas de Death Eaters e terroristas. Harry ainda deu mais uma contribuição ao grupo.
_Acredito que isso será útil, já que entraremos à noite. _ conjurou, para cada um, óculos com a aparência de Oakley modelo Straight Jacket, que envolviam bem o rosto e ainda fez algo mais _ “Infrarubra Thermosensora”! Acho que com isso nós teremos mais uma vantagem à noite. Óculos com o meu Feitiço Experimental de Visão Noturna.
_Com certeza, Harry. _ Dumbledore colocou os seus no rosto e olhou-se no espelho _ Fantástico! Vejo a emissão de calor de cada objeto e pessoa, além de que são bastante bonitos. Como foi que você criou esse feitiço?
_Me inspirei em um filme trouxa de espionagem, onde o herói usava óculos de visão noturna. Inclusive, foi com esse feitiço que localizei Baddock e Pritchard atrás daquela moita, quando eles perderam as roupas.
_ “Perderam as roupas”, sei, sei. _ Lupin olhou para Harry e deu uma risadinha _ Sirius me contou a história do “Pelotão de Fuzilamento”. Vamos comer alguma coisa, pois se nossas barrigas roncarem os inimigos nos perceberão.
_Com certeza. _ todos riram e foram ajudar a providenciar um lanche.
_Glastonbury é sempre cheia de turistas, principalmente na época do Festival de Música. _ Hermione comentou _ Embora não haja Festival neste ano, o movimento na cidade será suficiente para que possamos nos misturar na multidão.
_Mas deveremos estar atentos para prováveis Death Eaters ou terroristas da Al-Qaeda na cidade. _ disse Luna.
_Tem razão, Luna. _ Neville comentou _ Mas acredito que quem estiver com Voldemort irá direto para Avalon. Ele deve estar ansioso para chegar à ilha.
_Vamos descansar um pouco, para estarmos em boas condições de combate. _ Dumbledore disse _ Desaparataremos dentro de uma hora. Meus jovens, há algo que devo lhes dizer. Voldemort e os Death Eaters estarão dispostos a tudo e, além disso, haverão criaturas das Trevas e terroristas que não pensarão duas vezes antes de tentar matá-los. O que eu quero lhes explicar é que...
_... Acho que já sei, Prof. Dumbledore. _ Harry disse, olhando para o Diretor com uma expressão bastante séria no olhar _ Como agora é guerra, talvez seja preciso matar para não ser morto.
_Exato, Harry. Eu sempre procurei ensiná-los a preservarem a vida, mas...
_Não se preocupe, Prof. Dumbledore. _ Janine procurou tranqüilizar o Diretor _ Continuaremos preservando a vida.
_Sim. _ Rony concordou com a amiga _ A começar pelas nossas. Saberemos nos cuidar, Prof. Dumbledore.
_Assim espero, meus jovens. _ e, recostando-se em uma confortável poltrona, Alvo Dumbledore puxou o chapéu para cima dos olhos, fechando-os e tirando um breve mas relaxante cochilo.

Voldemort já não estava mais em Chamonix. Já se encontrava na Inglaterra, perto de Glastonbury. Osama Bin Laden, Bellatrix e Wormtail estavam com ele. Consultou seu relógio, vendo que tudo corria dentro do horário previsto. Venom não mandara nenhuma mensagem, o que significava que ninguém em Hogwarts estava sabendo de nada, era o que esperava. Em breve, o eficaz envenenador partiria para cumprir a missão que o Lorde das Trevas lhe designara. Mesmo assim, era quase impossível não sentir uma certa ansiedade. Para tentar contorná-la, Voldemort acendeu um Dunhill e tragou lentamente, exalando a fumaça em seguida. Revisou os bolsos de suas vestes e ficou um pouco mais tranqüilo. Havia tudo aquilo de que precisaria. Para quaisquer eventualidades. Voldemort seguira os ensinamentos de Napoleão e procurara não deixar nada ao acaso, além de raciocinar levando em conta todos os possíveis contratempos.
O ronco de um motor tirou Voldemort de suas reflexões. Apagou o Dunhill em um cinzeiro e foi para a sala da casa. Logo em seguida, entraram Sirius, Ayesha e Jemail, escoltados por Romulus, Salim e Hamid que saíram em seguida, deixando-os a sós com o Lorde das Trevas. Assim que entraram, Sirius disse:
_Lord Voldemort. Senti a catinga de serpente desde o início. Só mesmo você para associar-se à Al-Qaeda. Juntou-se o pior de dois mundos: o maior terrorista trouxa com o mais maléfico bruxo das Trevas.
_Sirius Black. “Aquele-Que-Voltou-Da-Morte”. Sabe, isso até que me interessaria, não fosse o fato de que seria preciso morrer antes e por essa experiência eu não tenho intenção de passar.
_O que você pretende, serpente dos infernos? Por que quer me forçar a afastar as Brumas de Avalon?
_Ora, ora, se não é a bruxa Vidente sangue-ruim Ayesha Zaidan-Black. Pensei que já soubesse. Pretendo obter os segredos da manipulação do tempo, guardados por Viviane. Há anos atrás, quando vocês eram crianças, quase tive em minhas mãos um segredo semelhante mas fui obrigado a matar dois colegas de escola, em virtude da sua inflexibilidade em recusarem-se a me revelar o segredo.
_P-por Merlin! Então foi você quem matou, pessoalmente, os pais de Derek? _ Sirius perguntou, espantado.
_Exatamente, Sirius. Eles não quiseram me revelar a localização e o acesso a Shamballah, então tive de matá-los. Agora, tenho novamente a oportunidade de obter um segredo semelhante e não pretendo desperdiçá-la.
_E onde a Al-Qaeda encaixa-se no seu plano? _ Ayesha perguntou.
_Temos interesses em comum, Ayesha. Prometi a Osama duas coisas. Um segredo capaz de abalar os alicerces da civilização judaico-cristã ocidental e que está guardado em Avalon.
_E a outra coisa? _ Jemail estava curioso.
_A outra, jovem Jemail, são fundos para seu pai continuar financiando sua “Jihad-Al-Islami”, sua Guerra Santa. Parte do Tesouro dos Templários encontra-se lá e, embora não seja todo ele, há o bastante para suprir a Al-Qaeda e a Ordem das Trevas por um bom tempo. Afinal de contas, uma guerra exige investimentos.
_Isso para mim é roubo puro e simples, Voldemort. _ Sirius Black olhou para o Lorde, com uma expressão de asco no rosto _ Você desceu ao fundo do poço, agindo como um ladrão vulgar. E o que Osama lhe prometeu em troca?
_Ele já cumpriu a parte dele, Sirius. Direcionou os atentados da Al-Qaeda de modo a desestabilizar a Bruxidade e criar o caos necessário para que a Ordem das Trevas pudesse agir sem ser incomodada e eu pudesse colocar elementos meus em posições importantes para meus projetos. Ora, aí está Osama.
Osama Bin Laden entrou na sala e parecia espantado ao ver os três prisioneiros do Lorde das Trevas.
_Ayesha? O que faz aqui?
Foi Voldemort quem respondeu:
_Lembra-se, Osama, de quando eu lhe disse que você era próximo de alguém que tinha o acesso ao segredo do qual falávamos, só que não sabia disso? Pois essa pessoa é sua ex-esposa, Ayesha Zaidan, agora Black. Ela tem a habilidade para nos levar ao local. Sirius e Jemail são um pequeno incentivo para garantir sua colaboração.
_Cobra miserável. _ disse Ayesha, indignada _ E você, Osama, aliando-se ao que surgiu de pior na Bruxidade.
_Tempos difíceis, medidas radicais, Ayesha. Esperava não ver você envolvida nisso mas, agora que já está, nada mais há para se fazer. Sugiro que obedeça a Voldemort, para não sofrer as conseqüências.
_Você não conhece essa serpente como nós conhecemos, Osama Bin Laden. _ Sirius disse, olhando com uma cara bem séria para o líder da organização terrorista Al-Qaeda _ Da mesma maneira que ele está tomando chá com você ele pode lhe apunhalar ou lançar uma Avada Kedavra, na hora em que ele achar que você não serve mais aos planos dele. Ele despreza trouxas, mesmo que seja um que pense como ele e que seja um terrorista no seu meio.
_O senhor me julga mal, Sr. Black, assim como o restante dos, como o senhor diz..., trouxas. O mundo me considera um monstro, um ceifador de vidas enquanto eu me acho um revolucionário, alguém que luta para impedir a total hegemonia dos conglomerados imperialistas do Ocidente e sua decadente civilização dependente de máquinas, que só pensa em lucros egoístas, enquanto milhões de seres, principalmente velhos e crianças morrem à míngua.
_Explodir bombas em shopping centers não é o melhor meio de chamar a atenção para a sua causa, papai. _ disse Jemail _ Isso só faz com que a opinião pública o considere um monstro, assim como a Bruxidade a Voldemort.
_Ora, então o pequeno Jemail não teme pronunciar o nome do Lorde das Trevas? _ Voldemort deu um meio sorriso que distendeu um pouco o seu rosto viperino _ Bruxos adultos e poderosos ainda têm medo de dizê-lo, meu jovem.
_Você possui poder para me matar, mas minha língua não vai cair se eu disser seu nome. Aliás, embora poderoso, você não é invencível. Está aí Harry Potter, que não me deixa mentir. Ele já fez questão de deixar isso bem claro e não foi uma vez só.
_Moleque insolente. _ o meio sorriso no rosto de Voldemort foi substituído por uma expressão de raiva _ Se eu não precisasse tanto de você, sua mãe estaria lamentando o seu fim (Mesmo Osama teve de fazer força para disfarçar o orgulho pela coragem demonstrada por seu filho). Mas agora chega. Vamos para o lago, pois nossas forças estão à espera, para tomarmos Avalon de assalto.

No Largo Grimmauld, Nº 12, o grupo liderado por Dumbledore ocupava-se dos últimos preparativos antes de desaparatar para Glastonbury. Todos já estavam vestindo trajes de combate negros e revisavam o equipamento. Depois colocariam as vestes. Enquanto embainhava a “Espírito do Artífice” e ajustava seu bastão Bo articulado, Harry perguntou:
_Prof. Dumbledore, a barba e os cabelos longos não irão atrapalhá-lo em caso de combate?
_Nunca me atrapalharam antes, Harry. Mas, considerando as circunstâncias e a possibilidade de um confronto corpo-a-corpo, eles poderão ser uma desvantagem. Foi muito bom você me alertar disso. “Reducio Capitis et Barbae”. Acho que agora está melhor. _ os cabelos e a barba de Alvo Dumbledore ficaram mais curtos, após a realização do feitiço.
Já devidamente equipados, todos colocaram as vestes bruxas que iriam fazê-los passar por um grupo esotérico em excursão às ruínas da Abadia de Glastonbury e prepararam-se para desaparatar. Os mais diversos pensamentos cruzavam as suas mentes.
“Isso terminará hoje, de uma maneira ou de outra. Não é vingança, mas justiça”, Harry pensava, enquanto bloqueava o elo telepático que mantinha com Gina, a fim de não preocupá-la.
“Espero que Harry, no afã de pegar Voldemort, não descuide de sua própria segurança”, era o pensamento que Gina Weasley tinha em sua mente naquele momento.
“Se Harry não destruir Voldemort, eu mesmo o farei. Hoje a maldita serpente pagará pelas vidas que tirou, inclusive as de meus pais”, pensava Derek Mason.
“Por Merlin, meu irmão ainda vivo. Também é um lobisomem, mas só que é das Trevas. Como será encarar o lobo mau frente a frente? Como reagirei? Como ele reagirá?”, Remus Lupin pensava, abraçado a Tonks.
“Voldemort. Hoje vou novamente encarar aquele que me queria como seu sucessor. Espero ter a satisfação de frustrá-lo novamente. Ele, com certeza, quer vingar-se de Janine e isso eu jamais permitirei”, pensava Draco, ajustando o cinto e guardando sua corrente com esferas de aço.
“Humilhei Bellatrix em Azkaban e ela, certamente, vai querer dar o troco. Preciso estar preparada para a bruxa má”, Janine pensava, com uma expressão séria no rosto.
“Bellatrix Lestrange ainda está livre. Rudolph e Rabastan Lestrange encarcerados na prisão de Azkaban. Bart Crouch, Jr dementado. Hoje meus pais serão vingados, eu juro”, Neville Longbottom tentava disfarçar a tensão gerada pela expectativa de enfrentar o último dos torturadores de seus pais que ainda estava livre.
“Não posso deixar que Neville fique cego pelo desejo de vingança e acabe expondo-se demais. Eu não suportaria a idéia de perdê-lo”, Luna estava preocupada com seu amado.
“Voldemort. Tom Riddle. Responsável pelo fim de muita gente boa na Bruxidade e também descendente dos responsáveis pela ruína de minha família. Hoje ele pagará pelo que fez”, Rony Weasley tinha os olhos brilhando de animação. Ele esperava ter a oportunidade de ajudar a fazer justiça.
“Vamos encarar aquele que despreza os nascidos trouxas. Bem, ele vai ver do que esta nascida trouxa é capaz”, pensava Hermione, enquanto verificava se os seus leques de aço estavam bem acessíveis.

_Todos prontos? _ Dumbledore perguntou e, ante a resposta afirmativa dos outros bruxos, explicou _ Lembrem-se, Glastonbury fica a cerca de 220 Km a Sudoeste de Londres. Vamos aparatar nas ruínas da Abadia e, de lá, afastarei as Brumas. Entraremos próximo de um círculo de pedras semelhante ao de Stonehenge. Deveremos estar todos com os óculos de visão noturna e prontos para o combate. Lembrem-se, talvez seja matar ou morrer. Evitem tirar qualquer vida, se possível. Mas, como disseram Janine e Rony, a preservação da vida deve começar pelas suas próprias. Vamos lá, amigos.
Harry beijou Gina e Neville beijou Luna. Todos desaparataram, rumo à Abadia de Glastonbury.
A Batalha de Avalon estava prestes a começar.

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