Um Detetive e Outro Matrimônio



CAPÍTULO 15

UM DETETIVE E OUTRO MATRIMÔNIO







Ainda que os elfos domésticos fossem vistos pela Bruxidade como servos e, normalmente, sua presença sequer fosse notada pelos humanos, como convinha a ambas as partes, a morte de Winky tivera uma grande repercussão em Hogwarts, pelo fato dela ter morrido no cumprimento de suas atribuições e pela dramaticidade do quadro, um envenenamento com uma substância tão exótica, como era o caso do Gyokuro. Na verdade todos estavam assustados pois, embora tivesse ficado bem claro que o alvo principal de Venom fossem os Inseparáveis e, em especial, Gina e Rony Weasley, por serem filhos do Ministro eleito, quaisquer alunos poderiam ser atingidos por engano, como Winky ou em outras circunstâncias, como já havia acontecido com Millicent Bulstrode.
_Quem pode ser o tal Venom?
_Seria um aluno? Ou mesmo um professor?
_Ou, talvez, um funcionário?
_Quem sabe até mesmo alguém de fora de Hogwarts?
_Possivelmente um Death Eater infiltrado.
_Se for assim, pode ser qualquer um.
_Como faremos para não sermos atingidos?
_Teríamos de usar o Suspectum Revelio em qualquer alimento ou bebida.
_Desse jeito vamos acabar ficando paranóicos.
_É, igual ao Olho-Tonto Moody.

As conversas entre os alunos giravam quase sempre sobre o mesmo tema: quem seria Venom e como poderiam fazer para não serem vitimados por ele. Depois de uma sessão de musculação na Sala Precisa, os Inseparáveis estavam fazendo seu alongamento e, nesse meio tempo, Dumbledore entrou na sala.
_Que bom encontrá-los aqui, Inseparáveis. Na Sala Precisa temos certeza de que ninguém nos ouvirá. _ e trancou a porta.
_Sim, Prof. Dumbledore. _ disse Harry _ Precisamos conversar com privacidade. Acha que Venom atacará novamente?
_Creio que não, Harry. Pelo menos por enquanto Venom ficará na sombra, já que seu atentado novamente errou o alvo. Acredito que não vai querer chamar a atenção para si, atacando logo em seguida.
_Alguma idéia sobre quem poderia ser, Prof. Dumbledore?
_Não, Rony. Nenhuma, por enquanto. Essa pessoa sabe muito bem como cobrir seu rastro.
_E o principal suspeito que tínhamos, Valérie Malfoy, deixou de fazer parte da lista, pelos motivos que já sabemos. _ Luna comentou.
_Sim, Luna. Mas nossa atenção não deve afrouxar. Toda idéia ou sugestão para descobrir a identidade de Venom deve ser aproveitada. _ o Diretor observou.
Janine ia dizer alguma coisa mas, a um olhar de Draco, calou-se. Os Inseparáveis não notaram nada, embora o fato não tivesse passado despercebido a Dumbledore. Porém o Diretor guardou silêncio. Todos saíram da Sala Precisa, seguindo seus destinos. O Diretor foi para seu gabinete e os Inseparáveis para suas Casas, a fim de um banho, antes do jantar.

Depois do jantar, Draco e Janine encontravam-se, novamente, na Sala Precisa. Desta vez o ambiente recriado pela sala era uma tenda árabe, com macios tapetes e fofos almofadões. O casal estava deitado, recostado a um deles e coberto por um lençol de seda. Depois de novamente terem se amado com paixão, Janine comentou com Draco, após beijá-lo:
_Notei que você fez um sinal para que eu não dissesse nada, Draco. Por que foi que você fez aquilo? _ ela perguntou.
_Percebi que você ia dizer algo a respeito da minha investigação, Jan. É mais seguro que ninguém além de nós dois saiba do que se trata e, mesmo a você, não vou dizer mais nada até que seja a hora. É melhor e mais seguro assim. _ respondeu o sonserino.
_Ainda não estou entendendo, Draco.
_Quanto menos gente souber, menos chances de alertar Venom e menos chances dele tentar nos atingir.
_Mas não há risco de que Venom tente silenciar você, caso seja alertado? _ perguntou, assustada, a bruxinha brasileira.
_Isso será a última coisa que Venom irá querer, Jan. Eu já tomei as minhas providências.
_Como assim?
_Há apenas uma outra pessoa com quem estou compartilhando os resultados de minhas investigações.
_Dumbledore?
_Não, Jan. Não é ninguém de Hogwarts, embora Dumbledore esteja a par de que eu estou fazendo alguma coisa nesse sentido. E ele aprova, mesmo não sabendo exatamente o que é.
_E é de confiança esse seu contato?
_Sim. E é tudo o que eu posso lhe dizer.
_E por que Venom não iria querer que algo acontecesse com você? Não me diga que você e essa outra pessoa estão mantendo os resultados de sua investigação em sistema de “Botão Comprimido”?
_Exato, Jan. Se acontecer alguma coisa comigo, as informações serão liberadas para as pesssoas certas e, mesmo que possam ainda não serem suficientes para que Venom seja levado à Justiça Bruxa, poderão torná-lo alvo de fortíssimas suspeitas. E é melhor que eu não lhe diga mais nada, meu amor. _ beijou a noiva e permaneceram por ali, até a hora de retornarem para suas Casas.

Nos dias que se seguiram, Draco Malfoy continuou conduzindo suas investigações com a maestria e sigilo dos melhores detetives. Na Biblioteca, além de pegar o livro que contivesse o assunto que lhe interessava, ele pegava também alguns outros aleatoriamente, a fim de não levantar suspeitas, assim parecendo que estava apenas estudando para os N.I.E.Ms. Ele sabia que Venom procurava manter os Inseparáveis em sua mira, mas também sabia que o assassino sequer suspeitava de sua pesquisa. Ainda bem, pois isso estava permitindo a ele progredir de forma admirável. Para enviar as mensagens com os resultados da investigação para o seu contato, utilizava-se de vários meios, inclusive aproveitando-se de suas funções de Monitor da Sonserina, o que permitia a ele circular pelos corredores após o horário de recolher. Nessas horas, com a justificativa de fazer uma última ronda pelos corredores, vestia sua Capa de Invisibilidade e baixava o seu Ki o máximo possível, associando o procedimento com a Oclumência para que nem mesmo Janine pudesse tentar descobrir para onde ele ia. Então ele ia para o Corujal e enviava várias corujas para diferentes destinos, todas elas com mensagens cifradas segundo um código previamente combinado com o seu contato, sendo que apenas duas ou no máximo três delas levavam partes da mensagem codificada. Seu contato sabia exatamente quais delas eram as certas e as recolhia.
Em uma dessas noites, coberto pela sua capa, trombou com Harry e Gina, que também invisíveis, com o Ki baixo e a mente bloqueada, voltavam de um “passeio romântico”. Aí, não houve outro jeito senão contar aos dois pelo menos parte do que fazia, pois eles estranharam o fato de Janine não estar com ele. Arrastou o casal até a Sala Precisa, para garantir que ninguém iria ouvi-los e conversou com eles.
_Então, Harry, é somente isso que eu posso lhes dizer no momento, até mesmo para a sua própria segurança. Minhas investigações estão quase no fim e creio que até a nossa formatura poderei revelar, com segurança, a identidade de Venom e levá-lo à justiça. Agora vamos voltar para nossas Salas Comunais ou eu terei, como Monitor, de tirar pontos de vocês por estarem nos corredores fora de horário. _ o sonserino brincou, piscando para o casal _ Até amanhã, Gina. Até amanhã, Harry.
_Até amanhã, Draco. _ os dois despediram-se e todos foram no rumo de suas Casas.

Com o término do mês de fevereiro, chegou março e com ele a expectativa pelo casamento de Severo Snape e Rosmerta McTaggert. Além disso, haveria a posse de Arthur Weasley como Ministro da Magia, no dia do Equinócio de Primavera. Infelizmente os Inseparáveis estariam em aulas e também havia o jogo Grifinória x Corvinal, próximo àquela data. Os preparativos para o enlace dos dois avançavam a olhos vistos e, quando menos se esperava, chegou o dia.
Severo estava elegante, em vestes a rigor verde e prata com o brasão da Sonserina do lado esquerdo do peito e aguardava, junto ao altar, tendo Mason e Lucienne ao seu lado, juntamente com Harry e Gina, mais Draco e Janine. Daquela vez, Luna e Hermione seriam as damas de honra. Ninguém pôde deixar de pensar que havia algo entre Derek Mason e Lucienne Devereaux, pois aquele era o segundo evento em Hogwarts no qual ela deslocava-se de Antuérpia para a Inglaterra. Mesmo ela sendo amiga de Madame Rosmerta, aquilo estava dando na vista.
_Derek, parece que seu velho charme do tempo de estudante continua com toda a força. _ Severo comentou.
_Que é isso, Severo? Somos apenas bons amigos. _ disseram os dois, de um jeito que não convencia a ninguém. Todos riram.
Então veio o cortejo. Hermione e Luna, as damas de honra, em vestes de cor lilás, seguidas por Amanda Wallace e Tetsuken Musashi, como porta-alianças, ela em vestes verdes, com o brasão da Sonserina e ele com um quimono formal de casamento, com as peças internas em branco e as externas em preto, tendo nas costas o símbolo do estandarte da família Musashi e o brasão da Grifinória no peito.
Atrás deles, vinha a noiva. Rosmerta McTaggert estava lindíssima em vestes azuis, que combinavam com seus olhos e realçavam seus cabelos loiros. Caminharam até o altar onde Sirius Black, que a estava conduzindo, passou-a às mãos de Severo Snape que ofereceu o braço à noiva e ambos postaram-se à frente de Dumbledore, que era assistido, desta vez, por um padre católico seu amigo.
_Rosmerta McTaggert e Severo Snape. Mais uma vez é com grande alegria que tenho a honra de celebrar o enlace de dois ex-alunos de Hogwarts que, a exemplo de Sirius e Ayesha, venceram grandes dificuldades para que pudessem chegar a esse momento. Todos sabemos os horrores que assombram o seu passado, Severo. Mas também sabemos que aqui você encontrou a paz e o alívio de sua dor e que sempre estará em casa e entre amigos. Quanto a você, Rosmerta, sabemos que a vida também não lhe foi tão fácil. Durante todo o curso alternou estudo e trabalho, auxiliando seus pais no Três Vassouras durante os finais de semana. Pouco tempo depois que você se formou e herdou o Pub, os Death Eaters torturaram e mataram seus pais, Angus e Clarice, durante a primeira ascenção de Voldemort, nos Dias Negros. Não é segredo para ninguém que você sempre amou Severo Snape e que ele também a amava, só que ainda não tinha consciência disso. Agora que vocês dois se reencontraram, pergunto: é esse o desejo de seus corações?
_Sim. _ respondeu o casal.
_Estão seguros da responsabilidade que traz um casamento?
_Estamos. Sempre estivemos.
_A decisão de vocês é definitiva?
_Sim, é. Estamos seguros disso, Diretor.
_Sendo sincera, segura e definitiva a sua decisão e sabendo o quanto vocês se amam, só posso lhes desejar toda a felicidade do mundo e, junto ao meu amigo, Padre Giorgio Saraceni, egresso da Scola di Magia Stella D’Oro, da Itália, pedir que troquem alianças e abençoar esta união, desejando-lhes muita felicidade e filhos que lhes proporcionem orgulho. Pode beijar a noiva.
Severo e Rosmerta trocaram alianças e beijaram-se, finalmente casados. Toda a assistência aplaudiu e o cortejo deslocou-se para o local da festa. Como Severo era mais fã de Jazz e Blues do que de Rock, Mason e Dumbledore prepararam uma surpresa para ele, com vários cantores e instrumentistas desses dois ritmos, tanto vivos quanto fantasmas. Então via-se, no local da recepção, um grupo seletíssimo, formado por Louis “Satchmo” Armstrong, Billie “Lady Day” Holliday, Duke Ellington, Charlie “Bird” Parker, Dizzie Gillespie, Eric Clapton, Chick Corea, B. B. King, Nina Simone, Thelonius Monk, Herbie Hancock, Aretha Franklin, Charlie Mingus, Miles Davis e outros, reunidos em uma “Jam Session” muito especial, para deleite dos convidados.
Ao final da tarde, os recém-casados prepararam-se para sair em viagem. Uma Chave de Portal já estava preparada para eles.
_E para onde irão, Severo? _ Mason perguntou.
_Embora já tenhamos frio suficiente aqui na Europa, Derek, iremos para a Patagônia. Rosmerta sempre teve vontade de conhecer Ushuaia e eu já estive por lá, em... outros tempos.
_Espero que tenham uma excelente lua-de-mel e que apreciem bastante o local. Eu também já estive lá e gostei muito.
Todos aproximaram-se do casal, para as despedidas. A disciplina de Poções ficaria a cargo de Dumbledore, que acumularia a função com a Diretoria, enquanto Snape estivesse fora. Com as bagagens prontas, acionaram a Chave de Portal e desapareceram, rumo à Terra do Fogo.

Pouco depois da saída do casal, uma coisa diferente foi notada por Blasius Zabini, que estava sentado a uma mesa, em companhia de Valérie.
_Vejam! Alguém saiu da Floresta Negra e vem vindo para cá.
Era um homem já de certa idade, alto e bastante calvo, com raros fios ainda loiros e um vasto bigode, também loiro e bastante sujo, bem como suas vestes andrajosas. Ainda era gordo, embora mostrasse certa flacidez, como se tivesse ficado por um bom tempo privado de uma alimentação adequada. Mostrava, em seu rosto, inconfundíveis sinais de que havia sido torturado, tanto com Maldição Cruciatus quanto com agressões físicas. Aproximou-se dos convidados e, com um fio de voz, disse:
_A-Alvo... _ e caiu de joelhos.
Vendo aquilo, Dumbledore mais do que depressa correu para onde o homem se encontrava e amparou-o, antes que caísse de bruços exclamando:
_Horatio!
Mason, Sirius e os Inseparáveis correram logo atrás e Hermione perguntou:
_Horatio? Horatio Slughorn? Aquele que estava desaparecido?
_Exatamente, Hermione. _ disse Sirius _ Ele foi nosso professor de Poções e era Diretor da Sonserina, como vocês já sabem. Vamos ver o que aconteceu com ele.
Chegando ao local onde Dumbledore amparava Slughorn que, com voz fraca, murmurava:
_Água, por favor. E algum alimento, pois estou há cerca de uma semana sem comer quase nada e só recebia água suficiente para não me desidratar.
Tomou alguns pequenos goles de água e comeu, devagar, alguns salgadinhos e alguns doces, pois estava quase hipoglicemiado. Em seguida, disse:
_M-me pegaram, Alvo. Há cerca de uns... t-três ... t-três meses atrás. Eu... m-me distraí e me lançaram um Feitiço Morpheus. Consegui fugir há... há umas duas s-semanas e vim para... cá, m-me escondendo e desaparatando aos poucos, para n-não cha... chamar a atenção de algum Death Eater. C-consegui, em Barcelona, fazer uma varinha rudimentar que me ajudou bastante. E, em Paris, subtraí um pouco de Poção Polissuco de uma botica no Quartier Latin e v-vim para a Inglaterra no TGV, viajando como... c-como trouxa, para d-despistá-los. De Londres para cá eu vim a pé, de... de carona, c-como podia, para fugir d-deles e cheguei a Hog-Hogwarts.
Tomou mais um gole de água, comeu outro salgadinho e continuou:
_Não posso dizer onde era meu c-cativeiro, pois o local era protegido por F-Feitiço Fidelius. Só posso dizer que era bem frio e que Você-Sabe-Quem, em pessoa, estava lá. E aquele terrorista trouxa, Osama Bin Laden, estava com ele. Alvo, ele fez d-de novo. N-nós imaginávamos que... que nem mesmo ele teria c-coragem de fazê-lo pela terceira vez, m-mas ele... ele fez. Só que ele... ele n-não sabe que eu s-sei onde ele escondeu, d-desta v-vez... _ e, não agüentando, desmaiou nos braços de Dumbledore.
_Vamos levá-lo para a ala hospitalar, rápido. Madame Pomfrey cuidará dele. _ e, conjurando uma maca flutuante, conduziu o inconsciente Horatio Slughorn para o interior do castelo, seguido por Derek Mason, Sirius e Ayesha Black, os três com expressões de preocupação no rosto e pelos Inseparáveis, curiosos para saberem o que Voldemort teria feito, o que seria demais até mesmo para o Lorde das Trevas. Slughorn foi colocado em uma das camas e todos deixaram-no, para que se recuperasse com os cuidados de Madame Pomfrey. Retornaram para a festa que terminava e, após a saída dos últimos convidados, foram todos para o gabinete de Dumbledore, que trazia uma expressão preocupadíssima no rosto.
Lá chegando, Harry perguntou:
_O que foi, professor? O que teria sido terrível até para Voldemort?
_Não imaginava que ele tivesse coragem de fazê-lo novamente. Pensei que, com duas vezes, ele tivesse desistido de fazer mais uma. _ Dumbledore comentou, bastante apreensivo.
_Mais uma o que, Prof. Dumbledore? _ Janine perguntou, curiosa.
_Uma terceira Horcrux. _ respondeu o Diretor.
Os Inseparáveis fizeram uma cara de quem não estava entendendo nada, exceto Hermione. A bruxinha estava branca.
_M-mas não pode ser! Isso seria magia maligna demais e mesmo Voldemort não faria algo assim. Pelo menos não sem estar muito desesperado e relutar bastante! _ exclamou ela, espantada.
_Mas o que é isso, Mione? _ Draco perguntou _ O que é uma Horcrux?
Foi Dumbledore quem respondeu:
_Uma Horcrux, Draco, é uma aberração, uma prática das mais malignas, mesmo dentro da Magia Negra. Significa esconder, através de um ritual de extrema malignidade, uma parte da alma em um objeto, resguardando-se assim da morte. Como foi que tomou conhecimento desse assunto, Hermione?
_Eu vi uma pequena referência a isso em um livro muito velho, na Biblioteca Bruxa de Londres. No mesmo dia, o livro foi confiscado e recolhido, para destruição. _ Hermione comentou _ Horcruxes são consideradas tabu mesmo entre bruxos das Trevas, porque o preço é muito alto.
_???
_Bem, jovens, vou explicar. _ disse Dumbledore _ Para se fazer uma Horcrux, é necessário uma morte. O ato de matar fragmenta a alma e, se a morte for causada deliberadamente, com premeditação, isso a fragmenta mais profundamente. Através de um ritual maligno, quase satânico, realizado antes que a fragmentação da alma se desfaça e ela volte a ficar íntegra, parte dela é guardada dentro de um objeto, servindo como uma salvaguarda e o objeto passa a ser uma Horcrux. Porém a alma incompleta fica menos forte e acaba por deformar o corpo. Essa é uma das razões pelas quais Voldemort não lembra em mais nada o garoto de cabelos negros que foi meu aluno e nem o homem que veio, já meio afetado por esse processo, pleitear uma vaga de professor em Hogwarts, para lecionar Defesa Contra as Artes das Trevas. Venham comigo até a Penseira que eu vou lhes mostrar. Horatio deixou uma memória do tempo em que foi professor aqui e Tom Riddle foi seu aluno. Naquela ocasião ele, involuntariamente, mencionou Horcruxes e Tom interessou-se pelo assunto.
Entraram na memória de Horatio Slughorn e souberam como foi que Tom Riddle tomou conhecimento de Horcruxes e de como mencionou a possibilidade de fazer sete delas. Voltaram daquela memória e então Neville perguntou:
_Então ele fez Horcruxes? Talvez tenha sido isso que o fez entrar em Semivida em vez de morrer, quando tentou matar Harry.
_Exatamente, Neville. _ disse Dumbledore. Naquela época, Voldemort já havia feito uma Horcrux. Mas ela foi destruída, quando Harry estava no segundo ano.
_Quer dizer que era...
_Exato, Harry. Era o Diário de Tom Riddle, aquele que você destruiu com a presa do basilisco. Mas, obviamente, ele já possuía outra ou não teria sobrevivido até poder armar aquele plano de capturar Harry, durante a terceira tarefa do Torneio Tribruxo. Mas nós descobrimos a localização dela e a destruímos. Ela estava naquele anel que está sobre a mesa. _ e mostrou o anel de ouro, com uma pedra de ônix engastada, na qual havia um brasão, o brasão da família Pevereel, ferrenhos partidários das Trevas _ Foi Horatio quem nos avisou do local, pois já estava investigando para a Ordem da Fênix. Infelizmente acabou sendo capturado e só agora conseguiu escapar. E nos trouxe essa preciosa informação, de que Voldemort fez uma terceira Horcrux. Assim que ele recuperar a consciência, poderá nos dizer onde ela está e poderemos ir atrás dela para destruí-la.
_E como foi que o senhor desconfiou que o Diário era uma Horcrux, Prof. Dumbledore? _ Draco perguntou _ Lembro-me de já ter estado com aquele livro nas mãos durante o segundo ano. Lembra-se, Harry? Aquela vez, no banheiro da Murta, quando você o tirou de minhas mãos com um Expelliarmus. Parecia ser um livro comum.
_Eu me lembro, Draco. _ Gina disse a ele _ O fragmento de alma de Tom Riddle que havia naquele livro estava me possuindo e, em um momento de lucidez, eu o joguei fora mas Harry acabou ficando com ele.
_Mais um plano do meu pai. _ Draco observou, pensativo _ Aposto que Voldemort deve ter deixado o Diário sob a guarda dele mas, depois que o plano não deu certo deve ter ficado furioso e meu pai, com certeza, caiu bastante no conceito do louco. Só deve ter se redimido com aquele plano da tomada de Azkaban, no ano passado.
_Isso mesmo, Draco. _ Dumbledore confirmou _ Desconfiei porque uma simples memória não teria poderes para possessão mas, um fragmento de alma, isso sim seria forte o bastante.
_Será que o Prof. Slughorn já acordou, Diretor? _ Sirius Black perguntou, curioso pela informação que seu ex-professor teria a revelar.
_Vamos à ala hospitalar, amigos. _ Dumbledore convidou a todos e puseram-se a caminho _ Se Horatio já estiver consciente, garanto que terá informações preciosas para todos nós.

Porém, ao chegarem, viram logo que o ex-Diretor da Sonserina não poderia dizer nada. Nunca mais.
Madame Pomfrey tentava derramar poções revigorantes pela garganta do bruxo a dentro, mas já era tarde demais. O professor Horatio Slughorn estava deitado, com os olhos arregalados e a boca entreaberta. Morto.
_Em nome de Merlin! _ Dumbledore aproximou-se e examinou o cadáver, junto com Madame Pomfrey _ Papoula, o que houve?
_Oh, Diretor! Ele estava quase acordando e, de repente, levou as mãos à garganta e parou de respirar.
_Harry, venha aqui, por favor. Use o seu Identificador de Substâncias para sabermos o que foi usado.
Harry aproximou-se, pegou o Identificador de Substâncias e tocou o interior da cavidade oral, olhando o que aparecia no mostrador.
_Professor, só pode ter sido Venom. Acabei de identificar o que ele tomou.
_E o que foi, Harry? _ Janine e Luna perguntaram, curiosas.
_Ele usou Zagarashi-Yaku, um veneno extraído de frutas verdes. É a marca registrada de Venom: venenos exóticos e, em sua grande maioria, orientais.
Dumbledore suspirou e disse, com um ar meio desanimado no rosto:
_É, meus amigos, desta vez Venom passou à nossa frente.
Com certeza, pois Horatio Slughorn não poderia mais informar onde estava a terceira Horcrux de Voldemort.
Um ponto para a Conspiração do Terror. Principalmente porque, com a confusão, ninguém percebeu que o Ki da pessoa com a aparência de Madame Pomfrey não pertencia a ela e sim a Venom. A verdadeira Madame Pomfrey estava estuporada, trancada dentro de um armário de vassouras no seu gabinete e receberia depois um Feitiço de Memória, com implantação de uma lembrança falsa, para que se recordasse apenas de haver tentado revigorar Slughorn. Enquanto isso, Venom permanecia livre e impune, após ter cumprido mais uma missão para Voldemort.

No seu esconderijo, resguardado por Feitiço Fidelius, o Lorde das Trevas lia a mensagem que Venom lhe havia enviado e, à medida em que ia lendo, seu rosto viperino ia ficando mais descontraído, em um sinal de que Voldemort estava cada vez mais satisfeito e aliviado.
_Boas notícias, Mestre? _ Wormtail perguntou.
_Sim, Wormtail. _ respondeu Voldemort _ acabei de receber a mensagem de meu agente em Hogwarts, que aqueles patéticos pretensos campeões dos trouxas apelidaram “Venom”. Nela, ele está dizendo que cumpriu uma das missões que lhe paguei, silenciando o velho Horatio Slughorn, nosso antigo professor de Poções, que escapou do seu cativeiro neste local. Eu calculei que ele, ao fugir, procuraria chegar a Hogwarts, a fim de avisar Dumbledore dos nossos planos.
_E do que ele teria conhecimento que poderia representar perigo aos planos do senhor, Mestre? _ perguntou Sibila Trelawney, que acabara de chegar e abraçara Wormtail.
_Nada que eu não possa contornar, Sibila. O que me faz lembrar que ele fugiu durante o SEU turno de guarda, Wormtail. E isso é algo que eu não posso deixar que passe em branco. “Crucio”!! _ atingidos pela Maldição Cruciatus, Peter Pettigrew e Sibila Trelawney caíram aos pés de Lord Voldemort, contorcendo-se em dores indescritíveis.
_M-mas, Mestre... Por que isso? _ balbuciou Wormtail, logo após o Lorde suspender a maldição _ Por que nos torturar assim?
_Não se faça de desentendido, Wormtail. Sei muito bem por qual razão você abandonou seu posto, assim possibilitando a fuga de Slughorn. Eu também sou homem mas, ao contrário de você, coisa gorda, controlo meus hormônios e sei muito bem qual a hora apropriada para isso e, com certeza, NÃO SERIA durante o meu turno de sentinela, caso fosse eu que estivesse de guarda. Aproveite que eu estou de bom humor e não vou tomar nenhuma atitude mais drástica com você mas, se você cometer algum outro erro, Sibila Trelawney terá de procurar outro amante, por absoluta impossibilidade de você desempenhar o seu papel, se é que está me entendendo, roedor obeso. Agora, SUMAM DAQUI, VOCÊS DOIS!!!
Agradecendo a Deus, Merlin, todos os santos bruxos e, por garantia, a todos os santos trouxas por ter preservado sua masculinidade, Wormtail puxou Sibila pelo braço e arrastou-a dali o mais depressa possível, antes que Lord Voldemort mudasse de idéia e pusesse em prática sua mais recente ameaça.
_Será que o Mestre estava falando sério, meu querido? _ Sibila perguntou, preocupada.
_Eu é que não vou voltar lá para perguntar a ele e me arriscar a descobrir isso da pior maneira, meu bem. _ respondeu Peter, com um olhar bastante significativo para sua amante.
Depois que o “Casal Maravilha” deixou a sala onde Voldemort estava, outras duas pesssoas entraram no recinto.
_Mestre, acabei de ver Wormtail e Sibila saindo daqui, os dois com expressões bem preocupadas. O senhor os castigou pela fuga de Slughorn?
_Uma pequena amostra do que acontecerá, se eles falharem comigo novamente. Mas não se preocupe, Bella. A situação está sob controle e Horatio Slughorn está morto.
_Morto, Mestre? Seu agente em Hogwarts?
_Sim, Bella. Venom cuidou dele. Aliás, gostei bastante do nome que Dumbledore achou para ele, “Venom”. Parece nome de vilão de gibi trouxa. Creio que vou adotá-lo para designar esse meu fiel servo. _ e Voldemort deu um meio sorriso.
_Sinceramente, Mestre, embora não seja da minha alçada questionar seus motivos, não sei por que o senhor mantém aquele casal de patetas. Wormtail já era um glutão covarde e Sibila uma completa idiota, desde os nossos tempos de escola. Me parecem dois típicos exemplos de peso morto, completamente descartáveis.
_Nem tanto, Bella. Por mais inúteis que possam parecer, aqueles dois não são totalmente desprovidos de valor. Sibila agiu bem como minha espiã em Hogwarts, no ano passado, até que fez aquela besteira com a Srta. Chang Cho-Yen e a Poção Kathaleptikós na garrafa térmica de Harry Potter. O que a salvou foi o fato de a Srta. Chang Cho-Yen já estar sob efeito do seu Extrato de Servidão e, assim, ter facilitado as coisas para o rapto da Srta. Janine Sandoval. Wormtail me revelou o paradeiro dos Potter, após ter sido escolhido como Fiel do Segredo deles, ainda que por acaso. Assim como também foi meio que por acaso que ele me encontrou nas florestas da Albânia, quase à morte e cuidou de mim, um pouco por medo, um pouco por lealdade. Além disso, encontrou Berta Jorkins e me ajudou a traçar o plano que resultou na recuperação do meu corpo e de minhas forças, com o sacrifício de parte do seu corpo. Isso enseja algum tipo de reconhecimento, tanto que lhe dei aquela mão de prata. Sem contar que ainda tenho planos para aqueles dois. Não se preocupe, Bella, pois eles não vão me decepcionar de novo. Basta uma Cruciatus de baixa ou média potência de vez em quando, para que eles não se esqueçam de quem dá as ordens e, no caso de Wormtail, a promessa que eu fiz de cortar uma certa parte do corpo dele, a única além do estômago que parece funcionar direito, já que Sibila não reclama. Também, aquela “Libélula Ridícula” deve dar-se por satisfeita em ter alguém que a queira, ainda que seja aquele rato gordo do Peter Pettigrew. _ os dois riram _ O que você acha, Osama?
Osama Bin Laden havia ouvido o diálogo dos dois e manifestou sua opinião:
_Não conheço bem todo o seu pessoal, Voldemort, nem o seu modo de operar. Mas admiro bastante a lealdade e devoção de Bellatrix Lestrange à sua causa.
_Muito obrigada, Osama. _ Bellatrix fez uma mesura, agradecendo pelo elogio do líder da Al-Qaeda.
_E concordo com você, quando diz que ninguém é completamente desprovido de utilidade, Voldemort. Tenho elementos semelhantes entre os meus e para alguma coisa eles servem, nem que seja para... explodirem. _ e Osama Bin Laden sorriu, acompanhado por Voldemort e Bellatrix.

Mais um final de tarde em Hogwarts. Rosmerta e Severo já haviam voltado de Ushuaia e ela havia gostado bastante. Com a aproximação da primavera, os dias estavam ficando mais longos e, em uma ocasião na qual os Inseparáveis haviam dado uma pequena folga para os exercícios, estavam todos no pórtico, depois da última aula, com Blasius e Rony empenhados em uma soberba partida de xadrez de bruxo. O sonserino aprendia depressa e mostrava-se um difícil adversário. Uma pequena platéia reunia-se ao redor dos dois, mantendo um respeitoso silêncio, a fim de não prejudicar a concentração dos jogadores. Somente os colegas que estavam um pouco mais afastados é que conversavam e, mesmo assim, em voz baixa.
O sol ainda brilhava com uma respeitável intensidade, o que obrigava àqueles que possuíam óculos escuros a lançarem mão deles. Harry usava o Oakley Valve que havia ganho de Duda no seu aniversário, Draco estava com um Spy modelo Crato e outros colegas usavam os mais variados modelos. Soprava um vento de moderado a forte, que chegava a levantar as saias das garotas que passavam pelo pátio e, em alguns momentos, deixava até mesmo ver as suas calcinhas.
_Se as garotas estivessem aqui, já teríamos levado alguns puxões de orelha e chutes nas canelas, para tirarmos o olho da cena. _ Seamus comentou.
_É, Seamus, mas não temos culpa do vento estar forte. _ Draco observou.
_Mesmo assim, Draco, nossas orelhas já estariam vermelhas antes mesmo de tentarmos dar qualquer explicação. _ disse Dean Thomas, com uma risada baixa.
_Oui, garotos, vous avez razão. _ Valérie havia chegado, silenciosamente e sentara-se ao lado do primo _ Mas eu acho que vocês deveriam notar une chose bastante estranha.
_Que coisa, Valérie? _ Harry perguntou.
_Notem que as saias das garotas levantam-se mais alto e com maior freqüência quando elles passer prochain de quelle grande moita.
_É mesmo, Valérie. _ Harry havia notado aquele detalhe esquisito, depois que Valérie chamara a atenção deles. Moveu sua varinha disfarçadamente e enunciou, de forma não verbal: “Thermosensora”. Além dele, somente Gina Weasley conhecia aquele feitiço e Harry achava melhor que assim permanecesse. Imediatamente as lentes do seu Valve passaram a captar a emissão de calor dos objetos. Olhando para a moita, viu duas silhuetas escondidas por detrás dela e logo teve um palpite seguro sobre a quem elas pertenciam.
_Harry, por que está olhando tanto para aquela moita?
_Não me pergunte como, Draco, mas sei que há duas pessoas escondidas ali e acho que sei quem são: Baddock e Pritchard. _ Harry respondeu, baixinho.
_Mas esses caras não aprendem nunca? _ Dean Thomas perguntou.
_Ninguém merece. _ Seamus comentou _ Pensei que a azaração das cuecas e o baita fiasco no dia do jogo Sonserina x Lufa-Lufa tivessem sido suficientes.
_Burros e teimosos. _ Valérie comentou _ Ficam lançando feitiços para levantar as saias das garotas, fazendo com que as calcinhas fiquem à mostra e todos pensam que foi o vento. Sujeitinhos desagradáveis e desrespeitosos.

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"Adivinhem quem está atrás da moita? Pobres garotas."

_Valérie, eu estou tendo uma pequena idéia. _ Harry ia dizer a todos o que era mas, naquele momento, alguma coisa aconteceu.

Baddock e Pritchard estavam atrás da moita, segurando o riso, enquanto levantavam, com feitiços, as saias das garotas que passavam. Pritchard perguntou:
_Malcolm, quantas saias você acha que dá para levantar com um só feitiço?
_Sou capaz de levantar umas dez. _ respondeu Baddock, contando vantagem.
_Então, prove. Aproveite que vem vindo aí um grupo grande de garotas.
_É para já. _ disse Malcolm Baddock lançando seu feitiço na direção das garotas que vinham, mas sem ver direito quem eram, pois as folhagens atrapalhavam um pouco sua visão. Esse foi o seu grande erro.
O feitiço atingiu as garotas e suas saias levantaram-se a uma grande altura, deixando ver as calcinhas de todas elas. Já teria sido bastante grave se as garotas não fossem: Gina Weasley, Hermione Granger, Luna Lovegood, Martinette Montségur, Janine Sandoval, Parvati Patil e mais duas quintanistas, Romilda Vane e Demelza Robbins. Além delas, ainda foram atingidas Milly e Blaise, que vinham um pouco atrás, conversando com Pansy Parkinson, que também foi vítima do feitiço. Com isso Baddock levantou não apenas dez, mas onze saias e foi cumprimentado por Pritchard. Quando a turma que estava no pórtico viu aquilo, alguns quiseram avançar sobre a moita, mas Harry fez com que se contivessem e explicou a eles o seu plano. Após ouvirem, todos deram risadas baixas e colocaram-no em prática.
Ocultos pelas colunas do pórtico todos eles, inclusive Valérie Malfoy e mais Crabbe e Goyle, que haviam acabado de chegar, executaram Feitiços de Desilusão. Invisíveis, deram-se as mãos para chegarem juntos ao local e então posicionaram-se: Draco, Seamus, Dean e Goyle ajoelharam-se e, logo atrás deles, Harry, Valérie, Neville e Crabbe ficaram em pé, todos assumindo uma formação de pelotão de fuzilamento. No instante em que Baddock e Pritchard lançaram seus feitiços, levantando as saias de Paula Benton e Arianne Skeeter, que passavam de mãos dadas com seus namorados, os irmãos Colin e Dennis Creevey, os invisíveis que estavam ajoelhados lançaram seu feitiço na moita:
_ “Arbusto Evanesco”!! _ imediatamente a moita desapareceu, deixando os dois sonserinos, ainda com as varinhas em punho, bem à vista de todos os que estavam na área, servindo como uma preparação para o que viria logo a seguir.
Os invisíveis que estavam posicionados em pé apontaram as varinhas para Malcolm Baddock e Gram Pritchard e deram o “coup de grâce”, lançando seus feitiços nos dois:
_ “Indumentaria Evanesco”!! _ Quando o feitiço os atingiu suas vestes desapareceram e os dois, de repente, viram-se nus como vieram ao mundo, no meio do pátio e expostos à gozação de todos os alunos presentes no local. Vermelhos como dois tomates, tentaram usar um Feitiço de Desilusão para que ninguém pudesse vê-los, mas Harry Potter e Dean Thomas estavam preparados para essa eventualidade.
_ “Expelliarmus”!! _ as varinhas de Baddock e Pritchard voaram de suas mãos, quando Dean executou o Feitiço para Desarmar. Em seguida, Harry executou o seu:
_ “Accio Varinhas”!! _ ainda no ar, as duas varinhas foram direto para as mãos dele, que logo guardou-as no bolso das vestes.
Sem a possibilidade de ficarem invisíveis, os dois sonserinos saíram correndo para algum lugar onde pudessem se esconder, até que mandassem um elfo doméstico buscar roupas para eles na Sonserina. Só que não avançaram muito. Valérie encarregou-se deles:
_Já indo embora assim tão cedo, mes chéres? Fiquem mais um pouquinho, s'il vous plait. “LEVICORPUS”!! _ dependurados pelos calcanhares, Gram e Malcolm ficaram por ali mesmo, parecendo duas peças de anatomia. E o pior, eles achavam, era que ambos sabiam que de alguma forma Harry Potter tivera algo a ver com aquilo e não podiam provar. Mas eles estavam enganados, pois o pior ainda estava para acontecer.
Passando por ali, o Prof. Snape olhou para aquilo e, fazendo força para segurar o riso, pois naquele momento precisava fazer jus ao nome “Severo”,ele disse, olhando para os dois pelados dependurados:
_Jamais pensei que tiraria pontos da minha própria Casa, mas vocês dois ultrapassaram qualquer limite. Malcolm Baddock e Gram Pritchard, tirarei de cada um de vocês cinqüenta pontos, pelos feitiços mal-intencionados que expuseram as roupas íntimas das alunas e mais quarenta, por esse espetáculo de atentado ao pudor que vocês estão proporcionando e que agora vou encerrar. “Vestia! Liberacorpus!” _ vestes de alunos da Sonserina foram conjuradas pelo professor de Poções, cobrindo a nudez dos dois trapalhões e seus corpos foram liberados do Feitiço Levicorpus, caindo ao chão _ Esperem por mim, em frente à minha sala. Lá veremos quais as detenções que os dois receberão, como complemento aos cento e oitenta pontos que a Sonserina perdeu graças à idiotice de vocês. Meus parabéns por tirarem da nossa Casa quaisquer chances de disputar a Taça das Casas, no corrente ano. Vão! Desapareçam daqui, os dois! AGORA!! _ Baddock e Pritchard retiraram-se dali, correndo e sendo estrondosamente vaiados por todos, principalmente pelas garotas que haviam sido vítimas dos seus feitiços maldosos.
Nesse meio tempo, todos aqueles que haviam participado do “Pelotão de Fuzilamento” já haviam retornado ao pórtico e, ocultos pelas colunas, desfizeram o Feitiço de Desilusão e ficaram por ali, apenas assistindo ao espetáculo da bela “descascada” que os dois cretinos levavam do Prof. Snape, como se jamais tivessem saído dali.
_Nem ligo para o fato de que a Sonserina está fora do páreo na Copa das Casas deste ano. _ Goyle observou, divertido. _ Só isso já compensa.
_Pode crer, Greg. _ Draco respondeu, aos risos _ O simples fato de ver aqueles dois nessa situação já vale muito mais.
_Sem contar que as garotas foram vingadas. _ Harry completou, enquanto Baddock e Pritchard corriam para as masmorras, completamente humilhados.
_Espero que a detenção deles seja bastante ruim. Mesmo na Sonserina eles são malvistos, principalmente aprés quelle confusão antes da partida de Quadribol Sonserina x Lufa-Lufa. _ Valérie concordou, também rindo bastante. Aquela operação conjunta Grifinória/Sonserina tão cedo não seria esquecida.
_Placar atual: Harry Potter dois, Malcolm Baddock e Gram Pritchard zero, para alegria geral. _ Crabbe disse, fingindo fazer uma anotação em um caderninho imaginário.

À noite, durante as revisões das matérias, os Inseparáveis comentavam sobre o que havia acontecido no final da tarde.
_Uma coisa incomum. _ Gina comentou _ Sonserina e Grifinória trabalhando juntas. Você disse que até mesmo Valérie participou, Draco?
_Sim, Gina. Aliás, com isso fica mesmo bem difícil saber qual é a dela. Uma hora age como uma “Malfoy-Sonserina-Padrão”, toda orgulhosa, meio trevosa e obcecada por pureza de sangue e em outra age como uma garota normal.
_Mas valeu a diversão. _ Harry sorriu, lembrando-se de Baddock e Pritchard dependurados e nus _ Se bem que eu acho que pegamos meio pesado.
_Eles sobreviverão a isso. _ disse Rony _ Só lamento não ter participado do “Pelotão de Fuzilamento”. Mas também foi muito bom para quem apenas fez parte da platéia. Quando eu e Blasius Zabini vimos o que estava acontecendo, os caras já haviam sido descobertos e, em seguida, estavam perdendo as roupas. Nós apenas engrossamos o coro de risadas.
_Foi uma idéia excelente, Harry. _ Neville ainda ria ao lembrar-se daquelas cenas inesquecíveis _ Até parecia com o Draco, nos velhos tempos.
_Deve ser a convivência. _ disseram, ao mesmo tempo, Draco e Janine, olhando um para o outro e rindo.
_De vez em quando é preciso deixar de ser bonzinho, nem que seja por um pequeno período de tempo. _ Hermione observou.
_Baddock e Pritchard que o digam. _ Luna comentou _ Só neste ano letivo já foram duas bem pesadas, isso sem contar as de “Musashi & Cia”.
_Havia um escritor no Brasil que costumava dizer que toda unanimidade era burra. _ disse Hermione, lembrando-se de como ninguém suportava os caras.
_Nelson Rodrigues, o “Anjo Pornográfico”. _ Janine respondeu, lembrando-se do jornalista, escritor, cronista, autor de peças teatrais e torcedor fanático do time de Futebol trouxa do Rio de Janeiro, o Fluminense _ Mas nesse caso a unanimidade não é nada burra.
_É verdade, Jan. _ Draco concordou com a noiva _ Aqueles dois constituíram-se em uma unanimidade.
_Pode crer, Draco. _ Rony comentou _ Ninguém gosta deles. Nem mesmo na Sonserina.

Dumbledore estava passando pelo corredor e entrou na sala.
_Meus jovens, que bom encontrá-los aqui, preparando-se para os N.I.E.Ms. Inclusive, queria comentar o incidente desta tarde no qual, estou certo, alguns de vocês tiveram participação. Sei que aqueles dois são um par de alunos-problema e que, mesmo na Sonserina, eles são malvistos. Mas vocês pegaram um pouco pesado demais. Procurem não pesar tanto a mão para não descerem ao nível deles e não começarem a ficar na alça de mira para perda de pontos e detenções. _ o Diretor disse aos Inseparáveis, com uma cara bem séria mas que, logo em seguida, se desfez _ Mas que foi muito boa, isso foi. Não me lembro de uma retaliação tão bem orquestrada desde os meus tempos de aluno, em algumas das quais eu tive participação. Sabem, eu gostava bastante de dar uma lição em pessoas que gostavam de fazer brincadeiras de mau gosto em colegas desprevenidos e costumava fazer isso com classe, semelhante a vocês. Boa noite, jovens.
_Boa noite, Diretor. _ os Inseparáveis despediram-se e Dumbledore saiu da sala. Eles continuaram as revisões até que chegou a hora de todos se recolherem. O tempo não parava e os exames estavam cada vez mais perto.

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