Natal na Mansão Black



CAPÍTULO 13

NATAL NA MANSÃO BLACK







_MAMÃE!!! _ Janine exclamou e correu para abraçá-la. Deixando o seu casaco cair no chão, Marilise Vargas Sandoval abriu os braços e neles estreitou sua querida filha única.
_Mas que surpresa, mamãe! Eu pensava que você iria para Punta del Este, com vovó e vovô e, de repente, me aparece aqui em Londres, sem aviso algum... Esperem aí, senhores Sirius Black e Draco Malfoy. Não me digam que os senhores têm alguma coisa a ver com isso?!
_Queeemmm, nóóóóssss?! Iiiimaaagiiiinaaaa!!! _ disseram os dois bruxos, fazendo as caras de inocentes mais fajutas possíveis e arrancando risos de todos, inclusive dela mesma.
_Na verdade, Jan, até o Prof. Dumbledore estava envolvido nesse nosso plano. _ Draco Malfoy confessou, sorrindo e abraçando Janine _ E acabou dando certo, não foi, Sra. Sandoval?
_Aah, Draco, vocês britânicos e sua formalidade. Lembra-se de que eu pedi que me chamasse de “Marilise”?
_Está bem, D. Marilise. Mas que deu certo, isso deu.
_Sim, Draco. Com certeza deu. Na verdade eu estava a ponto de ir para Punta del Este, com meus pais e o seu grupo de terceira idade, mas acabei recebendo uma coruja de Dumbledore, na qual ele, mais Draco e Sirius, sugeriram que eu viesse passar o Natal com vocês, aqui em Londres, assim fazendo uma surpresa para Janine. Além disso, eu andava com saudades daqui, desde o tempo em que seu pai foi Adido Militar. O Ministério da Magia do Brasil autorizou uma Chave de Portal para que eu viesse e um Feitiço de Ampliação Interna em minha bolsa, para que eu não precisasse ficar carregando muitas malas. Aliás, vamos esvaziá-la, pois temos lembranças para todos. Só tive de atualizar o visto do meu passaporte, para não criar problemas com a alfândega trouxa e aqui estou. _ e, ato contínuo, começou a esvaziar a bolsa de viagem, retirando de dentro dela vários presentes que foram colocados ao pé da árvore _ Também trouxe, como não podia deixar de ser, algumas garrafas das melhores safras da Serra Gaúcha, orgulho do Vale dos Vinhedos, o melhor de Bento Gonçalves e Garibaldi. _ e também retirou várias garrafas de vinho e espumante, que foram levadas para a cozinha.
Trocando de roupa, Marilise juntou-se às mulheres, para ajudar na confecção da lista de compras dos ingredientes e nas preliminares do preparo dos pratos da ceia da véspera de Natal e do almoço de Natal. Rapidamente ela e Molly Weasley afinaram-se e logo parecia que eram amigas de longa data. A arte culinária bruxa de Molly e a trouxa de Marilise complementavam-se, maravilhosamente. Aquele evento prometia.
Um estalido e uma senhora aparatou na sala. Usava um vestido verde, carregava uma bolsa vermelha, tinha uma estola de raposa nos ombros e, na cabeça, um chapéu com um urubu empalhado. Neville olhou e disse:
_Vovó! Que bom ver a senhora!
Augusta Longbottom abraçou o neto e cumprimentou todos os presentes, recebendo um afetuoso abraço de Luna.
_Luna, minha querida! Eu estava com saudades. É tão bom saber que você está de olho no meu garoto. _ e piscou para Neville, que ficou como um pimentão _ Mas essa senhora eu ainda não conheço, embora a semelhança com Janine Sandoval seja mais do que evidente. A senhora só pode ser a mãe dela.
_Sim, sou Marilise Vargas Sandoval, mãe de Janine. Ela já me falou da senhora, Augusta Longbottom, avó de Neville. _ Marilise falava em um inglês fluente, sem a menor necessidade de um Feitiço “Vernaculum Britanica”. Afinal de contas, ela era professora de idiomas.
Dali a pouco, tocaram a campainha e um casal adentrou a sala, cumprimentando a todos. Edward e Elaine Granger abraçaram a filha e logo Arthur Weasley convidou-os para um aperitivo. Enquanto conversavam, Molly perguntou:
_E não foi um choque muito grande descobrir que, aos dezesseis anos de idade, Janine havia manifestado dons mágicos, Marilise?
_No começo estranhei, Molly. Mas aí me lembrei de algumas coisas que ocorreram durante a infância dela, tipo ver coisas diferentes, objetos que se moviam, entre outras coisas. Não eram manifestações de magia, mas de paranormalidade. Além disso, havia a surpreendente habilidade dela para idiomas e um verdadeiro sexto sentido para o perigo, o que ajudava bastante devido ao gosto dela por esportes radicais, herança de Adriano. Ele, entre outras coisas, mergulhava, praticava artes marciais e surfava, desde garoto. Ainda era do tempo das “Longboards”, aqueles pranchões enormes e pesados.
_Tipo aqueles em que a garotada surfava nos filmes de Frankie Avalon e Anette Funicello, com a “Turma da Praia”, Deadhead, Animal, Debbie e a gangue de motoqueiros atrapalhados de Erik Von Zipper, com aquele antigo ator trouxa do cinema mudo, Buster Keaton, fazendo papel de índio? Aqueles nos quais a turma sempre se metia em aventuras, tipo saltar de pára-quedas, competir em corridas de arrancada e encontrar sereias, entre outras loucuras? _ Sirius perguntou _ Eu adorava aqueles filmes! Ainda me lembro do grito de guerra da turma do Frankie: “Cowabunga”!!! _ todos riram.
_Exatamente, Sirius. Acho que aquilo tudo serviu, creio eu, como um fator precursor para isso. Ainda me lembro de como foi que tomei conhecimento do mundo mágico... foi no final de novembro do ano passado, algum tempo depois que Janine teve de transferir-se para Hogwarts. Um casal de amigos de Santo Tomé, cidade da Argentina que faz fronteira com São Borja, iria jantar conosco na estância, mas desmarcaram em cima da hora e o nosso convidado acabou sendo outro, Leonardo Mafra, o Ministro da Magia do Brasil. Estávamos na sala e, de repente, a lareira vazia se acendeu sozinha e as chamas ficaram verdes. Ouvimos uma voz, que dizia: “Leonardo Mafra, Ministro da Magia do Brasil, solicita permissão para entrar em sua residência, Sra. Sandoval, Sr.e Sra. Vargas. Me autorizam?”, ao que respondemos que sim, ainda que meio espantados. Ele saiu da lareira e nos cumprimentou:
_ “Boa noite. Me desculpem pela maneira como cheguei, mas precisava ser assim para que acreditassem em tudo o que vou dizer. Primeiro, a magia é uma realidade, como puderam ver pela lareira, que é um dos nossos meios de transporte. Excepcionalmente hoje, ligamos a sua à Rede do Flu pois ela não é uma lareira bruxa. Segundo, ainda existem bruxos de verdade no mundo e, infelizmente, nem todos são bons e honrados. Um deles, chamado Lord Voldemort, deseja conquistar poder absoluto e reduzir os não-mágicos ou trouxas, como são conhecidos no nosso meio, à condição de escravos. Ele tem um plano, foi o que um grande amigo meu, Alvo Dumbledore, me disse e, para isso, ele parece precisar de sua filha, Janine.”
_ “Minha filha? Mas, por que?”
_ “Durante as últimas férias de verão na Inglaterra, ela e um rapaz apaixonaram-se e começaram a namorar. Esse rapaz é um jovem bruxo, filho de um perigoso bruxo das Trevas que está preso e é o braço direito de Voldemort. Até há pouco tempo, pensávamos que o rapaz, Draco Malfoy, estivesse do lado deles mas, por amor à sua filha, ele rompeu definitivamente com a Ordem das Trevas e quis colocá-la em segurança. Para isso, ele e Dumbledore, que é o diretor da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, na qual ele estuda, combinaram um plano para levá-la até lá e mantê-la a salvo, transferindo-a para lá como aluna, embora ela seja trouxa e não bruxa de nascença. Não se preocupem quanto à segurança dela, pois qualquer lugar onde Dumbledore esteja será o mais seguro que se possa imaginar. Isso aconteceu no dia seguinte ao Dia das Bruxas, primeiro de novembro. Agora ela é aluna de Hogwarts e membro da Grifinória, uma das quatro Casas da escola.”
_ “Gostaria de jantar conosco, Ministro? Íamos receber um casal de amigos, mas eles...”
_ “Desmarcaram, eu sei. Eles virão amanhã. Embora não seja muito direito induzir as pessoas através de magia, tive de fazer isso para que tivéssemos mais privacidade, além de que ficaria difícil explicar porque eu saí da lareira no meio do seu jantar. Seria um prazer.”
_ “O senhor disse que Janine está em uma escola de magia, na Grã-Bretanha, Ministro? E o que o senhor quis dizer com ‘não ser bruxa de nascença’?”
_ “Sim, Sra. Sandoval. Hogwarts foi fundada há cerca de mil anos e desde então gradua bruxas e bruxos, em sua grande maioria, do bem. Infelizmente há bruxos maus e esse que está atrás da sua filha é um dos piores que já existiram. Mas ela agora tem um ‘Plus’ para se defender do perigo. Vou explicar o que eu quis dizer quanto a Janine não ser bruxa de nascença.”
_ “???”
_ “Ainda bem que vocês estão sentados, pois o que vou lhes dizer poderá chocá-los um pouco. Alguns dias depois de transferir-se para Hogwarts Janine, mesmo tendo nascido trouxa, executou um feitiço conjuratório dificílimo, algo de nível de aluno de sexto ou sétimo ano. Uma coisa inédita, essa manifestação de dons de magia por parte dela.”
_ “Como inédita, Ministro?”
_ “Um bruxo pode ser de sangue puro ou seja, vir de uma linhagem de bruxos, ser mestiço ou seja, nascer de pai bruxo e mãe trouxa ou vice-versa ou ter nascido trouxa e manifestar magia. Em todos esses casos os dons de magia manifestam-se na infância. Se isso não ocorrer, a magia fica latente para o resto da vida. Quando isso ocorre em famílias bruxas, a pessoa é chamada de ‘Aborto’, um bruxo sem poderes. O inédito é que Janine manifestou magia na adolescência e já com altíssimos níveis de poder. Como as notícias no mundo mágico costumam correr rápido, ela já está sendo conhecida como ‘A-Trouxa-Que-Virou-Bruxa’. Acreditamos que ela é muito especial e que essa é uma das razões pelas quais Voldemort está atrás dela.”
_ “O senhor tem certeza de que lá ela está segura, Ministro?”
_ “Com certeza, Sra. Sandoval. Além de estar sob a guarda de Dumbledore ela travou uma sólida amizade com um grupo de pessoas que já tiveram combates contra Voldemort antes e venceram. São Harry Potter, Virgínia e Ronald Weasley, Hermione Granger, Luna Lovegood e Neville Longbottom. Agora ela e Draco Malfoy juntaram-se a eles. Um excelente jantar, Sra. Sandoval. A senhora é exatamente como seu marido a descreveu, quando o conheci.”
_ “Como é, Ministro? O senhor e Adriano se conheciam?”
_ “Aqui no Brasil a Inteligência Militar e o Ministério da Magia trabalham em colaboração, investigando atividades das Trevas. Quando o seu marido estava na Segurança Presidencial ele atuava no setor de Inteligência e, quando ele fez o curso na EsIMEx, Escola de Inteligência Militar do Exército, eu era o instrutor de Assuntos Bruxos. Fiquei muito sentido quando soube da morte dele.”
_ “Sim, todos sentimos. Inclusive, aconteceu algo estranho com Janine. Ela ficou dois dias sem dormir, comer, falar ou se mover, em estado de choque, com o olhar fixo em um canto do quarto do Hospital Central do Exército. Mas, quando um tenente que estava conosco, um dos que levaram-na para lá quando Adriano morreu, abriu uma barra de chocolate, ela pediu um pedaço, comeu e foi só então que ela perguntou ‘Ele morreu, não foi?’ e chorou, dormindo por dois dias seguidos.”
_ “Creio que talvez houvesse um dementador no quarto. Uma criatura que suga a felicidade das pessoas, acentuando más lembranças. O chocolate faz o humor melhorar, ajudando a espantá-los. Quando ela comeu, a depressão e o estado de choque passaram e, por isso, ele foi embora. A paranormalidade da sua filha permitia que ela os visse, mesmo sem ser bruxa, na época. Agora ela é bruxa e, se antes já podia vê-los, agora pode defender-se deles. Creio que, logo, poderá conjurar um Patrono Corpóreo, uma entidade protetora contra perigos das Trevas, inclusive dementadores, a qual também pode servir como mensageiro em caso de necessidade. Bem, devo ir. Mas preciso antes tirar suas fotos, para os cartões de acesso, que permitem o ingresso em locais mágicos e o conhecimento de assuntos do nosso mundo. Para os parentes, o acesso é de Nível 3.”
_ “Câmera digital, Ministro?”
_ “Bem, elas são mais compactas e permitem fotos melhores, principalmente quando ‘melhoradas’ com Feitiços Tecnomágicos. Pronto, já tirei as fotos. Dentro de alguns dias receberão uma coruja com os cartões.”
_ “Coruja?”
_ “Ah, sim. As corujas costumam ser nossas mensageiras. Inclusive, muitos de nós possuem corujas como animais de estimação. Boa noite e sejam bem-vindos ao nosso mundo Uma última coisa, Sra. Sandoval. Ainda não conheço pessoalmente a sua filha mas, tendo conhecido seu falecido esposo e conhecendo a senhora, tenho certeza de que ela deve ser uma jovem muito especial.”
_Depois disso, o Ministro entrou na lareira e foi embora. Três dias depois, recebemos uma coruja com nossos cartões. No decorrer do ano, recebíamos as cartas de Janine via coruja e não mais nos espantamos. Então, ao término do último ano letivo, ela adquiriu Gaudério.
_Notei qua a senhora tem “Vargas” no sobrenome, D. Marilise. Algum parentesco com Getúlio? _ Harry perguntou _ Quando eu estudava em uma escola trouxa, minha professora era casada com um executivo brasileiro de uma multinacional, por isso ela conhecia e frisava tanto a História das Américas. Foi ela quem nos ensinou sobre a Revolução Farroupilha e sobre a Revolução de 1930, que levou Getúlio Vargas ao poder.
_Sim, mas meio distante. Descendo, na verdade, dos “Silva Vargas”, dois irmãos que foram da Europa para o Brasil, mais exatamente para o litoral sul do Rio de Janeiro, no povoado de Mambucaba. Chamavam-se Manoel Jordão e Vicente Jordão da Silva Vargas. Um deles permaneceu lá e seus descendentes estabeleceram-se no Vale do Paraíba, estado de São Paulo. O outro irmão foi para o Rio Grande do Sul.
Enquanto isso, Gina pensava: “Então foi por isso que Jan bateu tão duro naquele cara. Foi uma ofensa à família.”
_ “Pensando alto, Srta. Virgínia Ginevra Molly Weasley? Essa deu para ouvir daqui, meu amor.” _ Ela ouviu a comunicação telepática de Harry.
_ “Não faça gozação, Sr. Harry Tiago Potter. Anda sondando minha mente?”
_ “Não, nem foi preciso. Você abriu tanto seus pensamentos que eles ficaram quase acessíveis mesmo a um não-telepata. Então vocês realmente ‘deram um couro’ naqueles caras?”
_ “Nós não iríamos ficar ali, belas e faceiras, esperando que aqueles asquerosos abusassem de nós. Não houve outro jeito senão sentar o braço neles. Mas atendemos ao pedido do Prof. Lupin e pegamos leve com eles. Não irão ficar com muitas marcas.”
_ “Ainda bem que vocês estavam de bom humor. Não queria estar na frente de vocês quatro quando estiverem na TPM.”
_ “Sem-graça. Mais tarde a gente conversa.”
_ “Vai ser meio difícil, com tanta gente hospedada aqui para o Natal. Precisaremos ter um pouco de paciência.”
_ “OK, minha vassourinha despenteada. Mas, lá em Hogwarts, você não me escapa. Te amo.”
_ “Mal posso esperar, minha pequena leoa. Também te amo demais.” _ e, para a Sra. Weasley:
_Então as listas estão prontas, Sra. Weasley?
_Sim, Harry. Vocês, rapazes, terão bastante trabalho amanhã. Parte das coisas pode ser encontrada em supermercados trouxas, mas há artigos que só poderão ser encontrados no Beco Diagonal. Fred, Jorge, vocês têm certeza de que Angelina e Alícia virão para nos ajudar e, também, para a ceia e o almoço?
_Sim, mamãe. _ responderam os gêmeos.
Um estalido e um homem loiro e alto, com alguns fios grisalhos, aparatou no meio da sala.
_Nigel! _ exclamou o Sr. Weasley _ Já pensávamos que você não viria.
_Papai! _ exclamou Luna _ Que saudades de você! Como é bom vê-lo de novo!
_Luna, minha querida filha. Não poderia deixar de vir a essa reunião. Demorei, Arthur, porque tive de fechar a edição especial de fim de ano do Pasquim. Aqui está um exemplar de cortesia para vocês.
_ Papai, lá em Azkaban Voldemort nos disse que você criou muitos problemas para ele no passado, com o Pasquim. Como foi?
Nigel Lovegood sentou-se e explicou:
_Nos Dias Negros, eu publicava artigos contra a Ordem das Trevas em minha revista, incentivando a Bruxidade a não temer Voldemort e seus esbirros, além de caricaturas ridicularizando o “Todo-Poderoso” Lord Voldemort. Aquilo é que foi o mais difícil pois aquela cara já é uma caricatura (risos).
_Eu que o diga. _ Harry comentou _ Em Azkaban os outros Inseparáveis viram-no pela primeira vez... bem, Draco pela segunda, pelo que ele nos disse. Eu já encarei aquela cara-de-cobra por quatro vezes, sem contar aquela quando eu tinha um ano.
_Pois é. _ Nigel prosseguiu _ ele não gostava nada e, seguidamente, mandava alguém atacar a redação. Mesmo o Pasquim sendo uma revista incomum, com artigos nos quais a maior parte da Bruxidade não acredita, muitos a lêem e gostam, principalmente depois daquela entrevista que Harry concedeu a Rita Skeeter, há dois anos atrás. Por isso Dumbledore mandou colocar Feitiços de Proteção na redação do Pasquim e colaborava nos artigos e desenhos.
_Também temos revistas bem incomuns entre os trouxas, Sr. Lovegood. _ disse Edward Granger. Mas nem tudo é mentira ou invenção. Se fosse tudo balela, vocês bruxos não existiriam e nós não estaríamos aqui tendo essa conversa, não é mesmo? _ todos riram _ Inclusive, Hermione nos mostrou um exemplar do Pasquim e vimos que o senhor é imparcial e, quando algo realmente não existe ou não é uma coisa fantástica a revista traz uma matéria explicando.
_Sim, Sr. Granger. _ Luna comentou _ Como foi a história da criatura do Kilauea, que descobrimos ser um escultor trouxa, que recolhia lava dos vulcões e vestia um macacão de amianto. Depois tornamo-nos todos bons amigos.
_É, como dizia aquela série de um canal trouxa de TV por assinatura, “A verdade está lá fora.” _ Hermione disse, com uma expressão pensativa no rosto _ Só porque muitas pessoas não acreditam em uma coisa, não quer dizer que não seja verdade. Pés no chão não devem tolher uma mente nas alturas. Com o tempo eu mesma aprendi a reconhecer isso.
Gente, acho que já está na hora. Amanhã os rapazes terão muito o que fazer, pois estarão encarregados das compras. Quanto a nós, mulheres, teremos a missão de realizar o maior espetáculo de fusão das culinárias bruxa e trouxa e, para isso, deveremos estar todos bem descansados ou não vai sair nada que preste. _ disse Molly Weasley, sinalizando o toque de recolher.
_Quando a Sra. Weasley manda... _ disseram Fred e Jorge.
_... É melhor obedecer... _ Sirius completou, divertido.
_...E ai de quem contrariar. _ concluiu Draco, com um sorriso.
Realmente, já estava ficando meio tarde e todos foram recolher-se. Com tanta gente hospedada na Mansão Black, não houve quem se atrevesse a dar nenhum “passeio” na madrugada. Todos dormiram, profundamente.

No dia seguinte, os rapazes saíram para as compras, enquanto que as garotas ficaram ajudando na decoração da casa e na cozinha. Dali a pouco, tudo estava em ordem e brilhando. Rumo às compras, as tarefas foram divididas. Harry, Draco, Lupin, Gui, o Sr. Weasley e Rony iriam ao supermercado trouxa. Sirius, Neville, Nigel, o Sr. Granger e os gêmeos ao Beco Diagonal, mesmo porque Fred e Jorge precisavam dar uma passada na Gemialidades Weasley e ver como estavam Angelina Johnson e Alícia Spinnet, além de chamá-las para o batente na Mansão Black.
_O bairro está tão tranqüilo. _ Harry comentou.
_Também pudera. _ disse Lupin _ Os Punks que faziam desordens por aqui foram parar na cadeia.
_É, mas ninguém me tira da cabeça que as garotas tiveram algo a ver com aquilo. _ Sirius observou, com uma expressão divertida no rosto.
_O que?! _ admirou-se o Sr. Granger _ Não consigo imaginar Hermione baixando a porrada em um grupo de marginais.
_É, mas quando o negócio é evitar ser molestada, Sr. Granger, acredito que a coisa mude. _ Rony comentou _ Ainda mais quando se tem treinamento Ninja. Mas eu acho que é melhor a minha mãe permanecer na incerteza, pelo menos por enquanto.
_E, afinal de contas, foi prestado um serviço à comunidade. Aqueles caras vão ficar um bom tempo atrás das grades. _ Draco sorriu, imaginando a cena do combate no beco.
_Isso por que o senhor não viu o que ela fez com Voldemort, durante a batalha em Azkaban. _ Harry comentou _ Considerando que depois eu o atingi no mesmo lugar, quase que dava para sentir pena dele. Quase.
_É, Mione me mostrou o volume mais novo de “Hogwarts, Uma História”, no qual há um relato de sua batalha e uma descrição de certos golpes, inclusive esse (risos). Mas eu pensava que isso devesse ficar em sigilo e não sair em um livro de ampla circulação na Bruxidade. _ o Sr. Granger disse, admirado _ Inclusive, Draco, fiquei bastante sentido quando soube que sua mãe havia morrido pelas mãos de seu pai.
_Muitos ficaram, Sr. Granger. Mas, como consta do livro, o sacrifício dela apagou seus vínculos com as Trevas e a Marca Negra desapareceu. É importantíssimo que a Bruxidade tome conhecimento de fatos como esse, para demonstrar que Voldemort não é invencível, apesar de ser perigoso. Quanto mais pessoas souberem disso, mais oposição à Ordem das Trevas e mais próxima sua derrota, assim esperamos todos nós. _ Draco respondeu _ E agora está na hora de nos separarmos, para o supermercado e para o Beco Diagonal.
_Você está certo, Draco. _ Sirius observou _ E espero que esse dia chegue o mais breve possível. Bem, vamos às compras, senhores. Ponhamos os braços para funcionar...
_... Para Molly Weasley não ter do que reclamar. _ concluíram os gêmeos rindo, acompanhados por todos os outros.
Munidos das listas, os rapazes foram às compras. Ainda bem que os grupos eram grandes, pois seriam muitas sacolas.

Algumas horas depois, gemendo com o peso de várias sacolas e caixas, os homens retornaram à Mansão Black. Pela cara de alegria de Molly Weasley, nada havia sido esquecido. De posse de todos os ingredientes e itens necessários, Marilise, Molly, Elaine, Augusta, Fleur, Tonks, Ayesha e as meninas puseram mãos à obra, para criar mais uma magnífica proeza das gastronomias trouxa e bruxa. Muito apropriadamente os homens foram terminantemente proibidos de sequer se aproximarem da cozinha, sob pena de receberem alguns feitiços e azarações nem um pouco agradáveis, além da ameaça de ficarem sem provar dos quitutes, o que os amedrontava mais do que qualquer bruxaria. Percy e Penélope aparataram e, mais do que depressa, ela foi para a cozinha, juntar-se às outras enquanto Percy ia para a sala, acompanhar o restante dos homens em uma taça do bom vinho da Serra Gaúcha.
Tudo estava tranqüilo, até que Fred e Jorge (quem mais senão eles?) resolveram correr o risco e botaram as caras pela porta da cozinha. Por um instante, nada se ouviu. De repente, ouviram-se vozes femininas dizendo: “Vocês foram avisados!!!” e, em seguida, ouviu-se a voz dos gêmeos:
_Não, meu amor! Não faça isso! _ Fred gritou. A voz de Alícia Spinnet se fez ouvir:
_ “Porcifacies”!!! _ ela bradou, lançando seu feitiço. Em seguida, foi a vez de Jorge:
_Eu já estou saindo, meu bem! Não precisa fazer isso, em nome de Merlin, NÃO PRECIIISAAA!!!
_ “Cianoderma”!!! _ dessa vez ouviu-se a voz de Angelina Johnson.
Os gêmeos Weasley retornaram aborrecidos para a sala, juntando-se ao resto dos homens, sendo recepcionados pelo coral de suas gargalhadas. Motivos para isso haviam de sobra. Fred estava com a cara de um porco e Jorge estava com a pele toda azul.
_Se alguém disser uma palavra... _ disseram os dois, furiosos.
_Como se precisasse. _ Neville torcia-se de rir.
_Pelo menos agora dá para saber quem é quem. _ Harry comentava, com a voz entrecortada pelas risadas.
_Sei que vocês não vão querer que eu diga... _ falou o Sr. Weasley.
_... Então não diga, papai. _ os gêmeos resmungaram, contrariados.
_Mas ninguém pode dizer que vocês não foram avisados do que aconteceria. _ disseram, juntos o Sr. Weasley e o Sr. Granger.
_Que isso sirva de aviso para todos nós. _ Draco observou, com uma expressão divertida no rosto _ Todo o cuidado é pouco com as nossas garotas.
_Depois vou pedir para que Angelina e Alícia me ensinem esses feitiços. Acredito que teremos utilidade para eles. _ Jemail olhava para Jorge, que parecia um pedaço de céu de verão.
_Oh, oh! _ Rony brincou _ Se aparecer alguém azul ou com cara de porco em Hogwarts, saberemos que foram os “Honra e Amizade”, também conhecidos como “Musashi & Cia”.
_Por mim, podem usar à vontade, contanto que as primeiras vítimas sejam Baddock e Pritchard. _ disse Harry _ E eu quero estar perto para ver aqueles caras azuizinhos e com focinhos de tomada. Estou certo de que Amanda Wallace vai adorar.
_Como professor eu não deveria estar dizendo isso, Harry, mas sou obrigado a concordar com vocês. Acho que nem os sonserinos suportam aqueles dois, não é, Draco?
_Sem dúvida, Sirius. Até nós, da Casa das Serpentes, possuímos um limiar de tolerância. _ Draco respondeu, rindo _ E aqueles dois sabem ser intragáveis. Mas eu garanto que Malcolm Baddock vai lembrar-se de Harry, todas as vezes em que vestir uma cueca.
Todos riram e o Sr. Granger fez uma cara de quem não estava entendendo nada.
_Fiz as cuecas dele encolherem um pouquinho, durante uma visita a Hogsmeade. _ Harry explicou.
_ “Um pouquinho”, eu sei. _ Sirius comentou _ Pelo que eu soube, se ele não as tirasse logo, estaria falando fino a essa altura.
Entre risos, todos permaneceram degustando o excelente vinho e conversando sobre vários assuntos, até a hora de irem encarar os chuveiros. Mas antes, a pedido de Molly Weasley, procederam à colocação da mesa da ceia, com toda a formalidade que a ocasião exigia.

À noite, todos estavam reunidos na sala, os bruxos em vestes formais e os trouxas em elegantes trajes sociais. A melodia das clássicas canções de Natal, vinda do aparelho de som enfeitiçado, espalhava-se pelo ar e, pela TV, assistiam às comemorações natalinas ao redor do mundo. Dali a pouco, as corujas começaram a chegar, trazendo cartões de Natal dos amigos de todos os lugares:
_Cho Chang e Luke Donovan. _ disse Gina _ Virão de Dublin para o Baile de Ano Novo e depois partirão para Hong Kong. Os Tornados aceitaram a proposta dos Jade Dragons pelo passe dela, como Sheldrake havia dito.
_Falando em Sheldrake, este aqui é dele e de Pansy Parkinson. Desejam um Feliz Natal e um próspero Ano Novo, rumo à harmonia entre bruxos e trouxas. _ Rony falou, com o cartão do casal em suas mãos.
_Alastor “Olho-Tonto” Moody. Ele está no Afeganistão, onde Voldemort andou se escondendo no ano passado. Deseja Boas Festas e recomenda vigilância constante. _ Sirius trazia em suas mãos o cartão do Auror e amigo.
_Não seria “Olho-Tonto” Moody se não recomendasse. _ Harry comentou, rindo _ Bem, vejamos o que mais temos aqui... Prof. Mason, dos EUA. Está em Nova York, com os seus primos trouxas. Retornará para o Baile de Ano Novo.
Molly Weasley pegou um outro cartão e disse:
_Rosmerta McTaggert e Severo Snape. Resolveram fugir um pouco do frio e estão em Veneza. Mandaram uma foto dos dois, numa gôndola.
Foi então a vez de Janine pegar um cartão:
_Hagrid. Foi para a França, passar o Natal com Madame Máxime. E esse aí, Draco?
_Valérie. Os Malfoy neste ano resolveram reunir-se em Portugal, na casa do meu tio, Jacques. Vejam o que ela diz: “Lembre-se do que eu lhe disse. Não importa o que o resto dos Malfoy pense, para mim sangue ainda é mais espesso do que água. Boas Festas a todos”.
_Fica meio difícil saber qual é a dela. _ disse Neville _ Mas ela está parecendo sincera. Vejamos este... Milly e Blaise. Nossas queridas “Coturno e Sandalhinha” nos desejam um Feliz Natal. Reuniram-se na fazenda dos Zabini, no interior, para as festas.
Começaram a servir a ceia e, dali a pouco, chamas verdes acenderam-se na lareira e dela saíram Alvo Dumbledore e Minerva McGonnagall, ambos em trajes de festa.
_Prof. Dumbledore! _ exclamaram todos.
_Para que o espanto, gente? Eu disse que não deixaria de vir aqui, para desejar Boas Festas a todos e provar desta excelente ceia. _ ele e Minerva sentaram-se. Dumbledore cumprimentou Marilise, dizendo:
_Confesso que uma das razões para colaborar com o plano de Draco e Sirius era a minha curiosidade para conhecê-la, Marilise Vargas Sandoval. A senhora é exatamente como Janine a descreveu. _ disse ele, beijando a mão de Marilise.
De repente, chegou uma última coruja, trazendo um cartão sem o nome do remetente, no qual via-se escrito apenas “Carpe diem” (“Aproveite o dia”). Todos estranharam aquela frase, aparentemente fora de um contexto natalino. Minerva McGonnagall achou que aquela letra lhe era familiar, mas achou melhor permanecer em silêncio, pois não tinha certeza absoluta.
Após a ceia, enquanto todos entretiam-se em conversas as mais variadas, Draco foi ao seu quarto e retornou com um envelope, entregando-o a Dumbledore:
_Prof. Dumbledore, gostaria que isto ficasse sob a sua guarda, até que chegue o momento certo. Inclusive, é preciso que nem mesmo o senhor leia, por enquanto. Estou certo de que, com o senhor, este envelope estará em total segurança.
_Sem problemas, Draco. _ Dumbledore disse e guardou o envelope em um bolso interno das vestes.
Minerva assistia à transmissão das comemorações do Natal pelo mundo, bastante entretida. Para a bruxa escocesa a TV ainda era uma novidade, quase que algo de outro mundo. Ao iniciar-se a Missa do Galo, diretamente do Vaticano, ela disse:
_É realmente algo fantástico poder assistir a algo que está acontecendo neste exato momento em outra parte do mundo. São as tais transmissões via satélite, não são?
_Sim, Profª McGonnagall. _ Hermione explicou _ Mas nem sempre foi assim. Já houve tempo em que a televisão só transmitia programas locais e em preto-e-branco. A tecnologia de TV a cores surgiu nos anos 60, tendo sido a Copa do Mundo de Futebol da Inglaterra o primeiro evento transmitido a cores, em 1966.
_Aliás, foi quando Eusébio, da Seleção Portuguesa, quase aleijou o nosso Rei do Futebol, Pelé. _ comentou Marilise _ Muitos brasileiros ainda não perdoam isso e afirmam que se Pelé não tivesse sido tão duramente atingido, o Brasil seria Tricampeão naquele ano.
_Mas a festa foi apenas adiada, mamãe. _ Janine disse, lembrando-se dos documentários _ Quatro anos depois, no Estádio Azteca, a taça estava sendo levantada por Carlos Alberto Torres, sagrando o Brasil como o primeiro Tricampeão Mundial de Futebol. Inclusive, foi a primeira Copa do Mundo com transmissão via satélite. O mundo inteiro pôde assistir àquela conquista.
_E o Brasil continua fazendo justiça à fama de formador de grandes jogadores. _ Dumbledore comentou _ Creio que é um dos países que mais possui jogadores atuando em clubes estrangeiros. Inclusive, é a única Seleção Pentacampeã. Cinco títulos não é pouca coisa.
_Com certeza. _ disse Minerva _ Mas, voltando ao assunto da TV, as transmissões antes eram somente ao vivo? _ e Hermione respondeu:
_Sim, professora. Ainda não se sabia como gravar os programas, o que só foi possível com a invenção do “Videotape”. Depois disso, desenvolveram-se as transmissões por satélite, TV de alta definição, TV digital, TV por assinatura, inclusive agora com um canal bruxo, além de outros avanços.
_Se um trouxa do Século XIX visse isso tudo, iria pensar que era magia. _ a Profª McGonnagall disse, pensativa _ Os avanços da tecnologia trouxa deixam de queixo caído principalmente a nós, bruxos. Isso sem falar em internet e telefones celulares.
_Certamente, Profª McGonnagall. _ Gina comentou _ Eu quase caí de costas quando Janine me mostrou os recursos do telefone dela. Câmera fotográfica digital, rádio, internet, músicas digitalizadas, um monte de toques e tudo isso ainda melhorado pelos feitiços tecnomágicos de Fred e Jorge.
_Falando nisso, quanto tempo demorou para passar o efeito das azarações de Angelina e Alícia? _ perguntou Janine.
_Cerca de três horas. _ Rony respondeu _ Aquelas duas capricharam.
_Gostaria de ter estado aqui na hora. _ a Profª McGonnagall disse, com um sorriso _ Elas sempre foram excelentes alunas, principalmente em Transfiguração e Feitiços. Jamais me decepcionaram e nem a Filius.
_E, para provarem todo o talento delas, tinham de demonstrar isso bem em cima de nós dois. _ Fred e Jorge fizeram caras de coitadinhos, provocando o riso de todos.

Depois de horas de diversão, Dumbledore e Minerva desaparataram e os que estavam hospedados na Mansão Black foram, aos poucos, se recolhendo aos seus quartos. A expectativa pelos presentes, na manhã seguinte, não os impediu de, mais uma vez, dormirem profuuundaaaameeenteeee.

Manhã de Natal. Ainda em pijamas, todos reuniram-se na sala, para abrirem os presentes. Roupas trouxas e bruxas (Trapobelo, of course), jogos, objetos mágicos, doces da Dedosdemel, brincadeiras e logros da Gemialidades Weasley, eletroeletrônicos enfeitiçados, etc. Ninguém foi esquecido. Foram trocar de roupas e colocaram a mesa para o almoço natalino, que foi saboreado na companhia de Dumbledore e Minerva, que haviam ido novamente à Mansão Black (Até parece que Alvo Dumbledore iria deixar passar essa oportunidade) e mais Andrômeda e Ted Tonks, pais de Nymphadora. Esta abraçou afetuosamente os pais, depois de (obviamente) um belo tropeção enquanto corria ao encontro deles. Sirius foi cumprimentado pela sua prima favorita e pelo marido, os quais não via há algum tempo. Andrômeda era bastante familiarizada com o dia-a-dia dos trouxas, bem mais do que Sirius. Portanto, os aparelhos eletrônicos não eram novidade para ela, que gostou bastante da nova decoração da Mansão Black.
_Sirius, eu não acredito. _ disse ela, divertida _ Se, por acaso, Tia Walburga ainda estivesse viva, acho que teria uma parada cardíaca só de ver como a casa ficou. Aliás, que fim levou o retrato dela?
_Dumbledore conseguiu neutralizar o Feitiço Adesivo que ela havia lançado e o retrato agora está em um depósito, enrolado. Mas, quanto à tapeçaria com a árvore genealógica, não houve jeito. De certa forma, é melhor que ela fique aí. Pelo menos vai servir para que eu não me esqueça de sempre desprezar a obsessão de Walburga e Orion Black pelos padrões de “Pureza do Sangue”, seu absurdo lema, “Toujours Pur” e tudo o mais. Só há dois nomes aí que valem a pena: Charlus Potter e Harfang Longbottom. Acho que é exatamente por isso que são as únicas referências a eles. Quanto ao restante, quase todos deram bruxos das Trevas.
_Eu costumava estar aqui. _ Andrômeda disse, apontando o dedo para a queimadura na árvore _ E agora há mais dois detonados: Draco e N-Narcisa (uma lágrima escorreu pelo seu rosto). Sobraram apenas aqueles dois psicóticos, Lucius Malfoy e Bella. Não é justo, Sirius. Ciça não era realmente má. Ela não precisava ter morrido para provar isso e se redimir.
_Calma, Andie. Não pense nisso, pelo menos por hoje. Tenho certeza de que, onde quer que esteja e eu garanto que está em um bom lugar, Ciça não gostaria de ver você triste no dia de Natal. Venha, vamos nos juntar aos outros... e enxugue essas lágrimas, prima. Elas não combinam com o ambiente. _ Sirius deu um beijo no rosto de Andrômeda e os dois foram reunir-se aos outros, para almoçarem.

Em outro lugar...

Ele havia despertado tarde e estava sozinho, pois todos os outros haviam ido passar o Natal com suas famílias. Parado ali, no terraço, vestindo um pesado casaco negro e com um gorro a proteger sua cabeça do frio, ele olhava para os picos nevados, com os cotovelos apoiados no parapeito e um Dunhill aceso entre os dedos indicador e médio da mão direita e, vez por outra, dava uma tragada distraída e exalava a fumaça lentamente no ar invernal. Apagou o Dunhill em um cinzeiro e espantou-se ao sentir o suave contato de uma delicada mão feminina no seu ombro e uma voz que dizia, suavemente, ao seu ouvido:
_Feliz Natal.
Ele voltou-se, viu quem era e disse:
_Você? Pensei que tivesse viajado para a Romênia, passar o Natal com algumas amigas.
_Não. Mudei de idéia no último instante. Bucareste não tem mais novidades para mim, Constança está fora de cogitação, pois não é época de praia, Timisoara e Cluj-Napoca estão meio caídas e não há uma emissora de rádio, bruxa ou trouxa, que não toque umas dez vezes por dia as músicas daqueles garotos do O-Zone, principalmente a tal “Dragostea Din Tei”. Eles estão praticamente virando heróis nacionais, mais conhecidos do que o Conde Drácula. Já não suporto mais ligar um rádio e ter de ouvir (começou a cantar): “Vrei sa pleci dar/ Nu ma nu ma iei/ Nu ma nu ma iei/ Nu ma nu ma nu ma iei/ Chipul tau si/ Dragostea din tei/ Mi-amintesc de occhi tai”. Além disso eu não gosto muito de Bistritz e nem do Castelo Bran. Eu sei que os vampiros prometeram ficar neutros, mas não acho seguro ir para os Cárpatos, no momento. Em vez disso, preferi voltar e ficar aqui... com você. Apenas nós dois ficamos aqui, não é?
_Sim, estamos sozinhos. Por que?
_Porque o Natal não é um dia para se passar sozinho, mesmo para nós. Mesmo que eu tivesse ido para a Romênia, desaparataria de lá para ficar com você e não deixá-lo solitário. Este é um dia para um belo almoço e deixar os problemas para depois.
_Mas eu não tenho nada preparado, não estava prevendo sua vinda e...
_Não se preocupe. _ disse ela, com um sorriso _ Desde quando isso constituiu alguma espécie de obstáculo para nós? Conjurar um almoço de Natal não vai demorar nada. Mas vamos sair daqui, pois está ficando meio frio.
_Tem razão. É melhor irmos lá para dentro e providenciarmos o almoço de Natal para nós.
_O almoço pode esperar. Tudo o que eu quero agora é estar com você.
_Só mesmo você, minha querida, para me trazer um pouco... não, um pouco não. Muita felicidade. Me faz voltar a outros tempos, mais despreocupados e tranqüilos. Aliás, você canta muito bem. _ ele brincou.
_É, eu me lembro de já ter vivido dias assim. E muito obrigada pelo elogio. _ disse ela, abraçando-o, apaixonadamente.
Beijaram-se e foram para dentro, em busca do calor da lareira e de um do outro. Realmente, o almoço poderia esperar um pouquinho mais.

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