Casar ou não casar?



Autora toda ensagëntada, torcida, cheia de ataduras e de cadeira de rodas surge do mundo dos mortos..
Espana a poeira da fic, joga pra debaixo do tapete! =D
Espirra um pouquinho! E tharantchãn..
- Apresento-vos:

39º Cap. Casar ou não casar? .. Eis a questão.



Faltavam poucos instantes para o inicio da cerimônia de casamento entre o empresário Draco Malfoy e Magen Shmertz. Os convidados já se acomodavam no luxuoso e requintado salão ricamente decorado em vermelho e alguns detalhes negros e dourados. Moonshine Saloon era o salão de cerimônias mais requisitado para as festas da elite do Reino Unido Bruxo. A estrutura do prédio era de dois enormes andares, um gigantesco jardim com fontes e flores, uma cozinha subterrânea e mais de 12 banheiros distribuídos pela construção.
Draco Malfoy estava acomodado em uma poltrona vermelha da sala de espera, onde somente era permitida a entrada dos padrinhos. A gravata do fraque preto que usava estava por fazer, os sapatos que deveria usar estavam jogados ao lado do sofá e ele não parecia nem um pouco disposto a calçá-los. E seus pensamentos vagueavam pelo mundo, enquanto mantinha uma expressão impassível na face.
- Andei observando o local. – falou Blaise Zabine despreocupadamente, entrando no local. – E tem uma porta nos fundos que dá pra você fugir sem ser visto, caso desista dessa palhaçada. – acrescentou animado, sorrindo para ele.
Draco riu fracamente da tentativa do amigo e balançou a cabeça mostrando que não podia fugir. Nesse instante, Luna Lovegood entrou no local e se acomodou sem cerimônias ao lado do moreno.
- Ansioso Malfoy? – perguntou tentando parecer agradável com o melhor amigo de seu namorado.
- Cortar as minhas unhas do pé me deixa mais ansioso do que isso. – comentou debochadamente, fazendo o amigo rir e a mulher revirar os olhos.
- E as garotas? Já chegaram? – perguntou novamente, animada em conhecer Daphné.
- Briguei com Daphné. – murmurou secamente. – Você sabia que ela está namorando o pivete dos Potter? - indagou à loira.
- Quando ela estava na casa da Gina, no Natal, parece que pegaram eles juntos. – comentou dando de ombros.
- Ela está namorando um Potter, brigou com você e se recusou a vir no casamento? – admirou o moreno sorrindo de lado. – Parece que há mais de Weasley nela do que imaginávamos.
- Emmy é mais Malfoy que ela em muitos quesitos. – comentou Luna sorrindo para o loiro.
Draco concordou com a cabeça, e então arregalou os olhos parecendo se lembrar de algo muito importante.
- BLAISE SEU BASTARDO INFELIZ. – bradou olhando irritado para o amigo, como se ele fosse culpado de todos os seus problemas. - Aquele PIVETE do seu filho está dando em cima da minha filha. – continuou, apontando um dedo na cara do outro.
- Não chame meu filho de pivete. - rosnou o homem, estranhamente sério. - A sua filha não é mais nenhuma criança Draco, aceite isso. E antes ela namorar um garoto que você conhece do que um idiota qualquer. – contrapôs levemente irritado, mas parecendo que já previa aquela reação.
Eles se encararam mortalmente até que o loiro baixou os olhos, assentindo silenciosamente sua derrota naquela batalha.
Um silêncio mortal se instalou no cômodo.
- E.. er.. eu vou...er vou.. conversar um pouco com a Pansy. – gaguejou a loira, desconfortável com o silencio, mas sem se levantar da poltrona.
- Por falar nisso, Draco, porque convidou o Potty? – indagou Blaise curioso.
A discussão foi ignorada, os dois eram assim mesmo. Não remoíam essas pequenas explosões um do outro, afinal, eram melhores amigos e se entendiam perfeitamente bem.
- Pansy sempre foi minha amiga, não podia deixar de convidá-la. – respondeu dando de ombros e olhando para o lustre.
- Cara, você já a viu? – disse animadamente o moreno, o outro balançou a cabeça negando. – Está parecendo que engoliu um ovo de gigante. – comparou debilmente, fazendo gestos amplos mostrando ondulações desproporcionais na barriga.
A namorada, inesperadamente, foi fechando a cara e o queixo começando a tremer levemente.
- Gigante não bota ovo, Blaise. – corrigiu Draco incapaz de não rir.
- Tanto faz, Drakie. – deu de ombros, com um sorriso de escárnio. - Por Salazar Slysterin, ela ‘tá enooorme. – contou rindo.
Luna fez um estranho barulho com a boca e levantou-se subitamente da poltrona, afastando-se dos braços do ex-sonserino e correndo porta a fora não sem antes gritar:
- Você é o ser mais estúpido que colocou os pés na Terra, Blaise Zabine. – fungou e bateu a porta com um estrondo.
Os amigos se entreolharam assustados.
- Cara, o que eu fiz? – perguntou o moreno depois de obter sua voz novamente, recebendo um dar de ombros do amigo.
- Acho melhor você ir atrás dela. – comentou observando a porta.
E ele o fez.
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Masmorras, Mansão Malfoy
Daphné e Emmy estavam em pé uma em frente à outra, e ambas ao lado do corpo inconsciente da avó.
- Está pronta? – perguntou Emmy sorrindo de lado para a irmã.
- Antes de mais nada, porque EU tenho que fazer isso? – indagou arqueando as sobrancelhas.
- Em você pareceria bem mais convincente, se for em mim a mamãe vai sacar na hora que é mentira. – respondeu a irmã rapidamente, como se já tivesse previsto aquela pergunta.
Daphné respirou fundo, assentindo com a cabeça.
- Faça logo, antes que eu me arrependa. – resmungou fechando os olhos.
- È pra já. – concordou a ruiva sorrindo marotamente e levando a mão de encontro à pele quase de porcelana da garota.
Dois segundos, um barulho seco, um grunhido de dor e lá estava ela.
Uma bela marca de cinco dedos bem no rosto de Daphné Malfoy.
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Blaise correu por entre os membros da “elite” do mundo bruxo, trombou em muita gente importante sem nem se desculpar, quase derrubou algumas das amigas nojentas de Magen, mas ele pouco se importava. Só precisava achar sua Lunática. Trombou em uma mulher morena, quase derrubando-a e ela o xingou de nomes nenhum pouco educados.
Estranhando essa reação por parte de alguém naquela festa de pessoas que se dizia de classe, ele se virou e acabou encarando Pansy Potter com sua enorme barriga de nove meses de gestação.
Antes de mais nada, talvez vocês devam saber o porquê de Blaise Zabine não gostar de grávidas.

Flashback
Um Blaise Zabine alegre e contente de 4 anos adentrava a biblioteca da Mansão Zabine atrás da governanta da casa, Matilda Flech.
- Matiiiiiilda. – berrou a criança, correndo por entre as estantes.
- Sim, Blaise? – perguntou a mulher docemente, sentada lendo um livro de culinária francesa.
O garotinho moreno apareceu de frente a ela, encarando-a com seus olhos azuis escuros atentos.
- Porrquê aquela tia amiga da mamãe ‘tá barriguda? – perguntou inocentemente. - Tem um bebê lá dentro, não é?! – perguntou astutamente, com um sorriso sapeca no rosto.
Como se fosse uma premonição, a boa senhora viu aquele sorriso evoluir, num futuro próximo, para um sorriso malicioso.
- Tem sim, querido. – assentiu, rezando a Salazar para que ele não perguntasse como o bebê foi parar lá dentro.
- E como que ele sai de lá, Matilda? – perguntou despreocupado, sentando-se no tapete persa e fazendo desenhos com os dedos sobre ele.
A mulher tossiu fortemente, sua pele adquirindo um tom rosado na parte das bochechas.
- Er.. tiram ele de lá. Er..Um curandeiro. – gaguejou, fugindo dos olhos dele. - Isso. Um curandeiro o tira de lá.
- Eles estouram a barriga dela com algo pontudo? – perguntou mais uma vez, fazendo uma careta enojada.
- Mais ou menos isso. – desconversou a mulher.
- Dói? – ela acenou com a cabeça. – Sai sangue?
- Bastante. – confirmou distraidamente, os pensamentos voando para o parto de sua patroa, presenciado por ela.
Blaise fez uma grande careta de asco em suas belas feições angelicais, imaginando a cena.
- Estouraram a barriga da mamãe para eu sair? – perguntou preocupado. Os olhos azuis marejando e o queixo tremendo.
- Não querido. – apressou-se em responder, não querendo fazê-lo chorar. - Famílias sangue-puro recebem seus filhos de uma encomenda trazida por leprechauns montados em unicórnios negros.
O pequeno nem percebendo a mentira deslavada, pareceu se convencer.
- Sem sangue? – perguntou abrindo um pequeno sorriso.
- Sem sangue. – garantiu, voltando a ler seu livro.
- Ainda bem que eu sou puro-sangue. – disse num suspiro aliviado e correndo para fora da biblioteca.
Fim do Flasback.

Tudo bem que, agora com 34 anos e com um filho de 16, ele sabia que não havia sido levado para seus pais por leprechauns e que nenhum bebê chegava assim ao mundo. Mas mesmo assim, a cena da barriga de uma mulher estourando e sangue esguichando para todo lado e saindo do meio daquilo tudo um bebê sujo, lhe vinha à cabeça toda vez que encontrava uma gestante. Não era culpa dele, se a pele delas esticava tanto a ponto de parecer que aquilo ia estourar a qualquer instante, certo?!
- Blaise seu idiota. – praguejou a mulher, passando a mão no ventre coberto.
- È só eu não olhar. - dizia para si mesmo, tentando forçar um sorriso amigável em seu rosto. – Desculpa Pansy, não te vi. – desculpou-se, olhando para seus joelhos.
- Tudo bem. – falou a morena sorrindo, outra coisa estranha nas gestantes que deixava o homem espantado, a capacidade de mudanças drásticas de humor. – Mas me diz o que aconteceu pra você estar correndo? – perguntou ainda alisando o ventre, enquanto o homem repetia mentalmente: “Olhe para os olhos dela, não desvie o olhar.”. Como uma espécie de mantra. - O Draco fugiu do casamento? – tentou, abrindo um sorriso animado.
– Nada disso. – cortou, não estava com paciência para conversar. - Estou atrás da Luna, viu ela por aí? – perguntou rápido, tentando fugir dali o mais depressa possível.
- Acabei de vê-la entrar no banheiro feminino ali. – contou apontando. – Ela parecia bem transtornada. – comentou para o nada, já que Blaise não estava mais a sua frente.
Olhou para os lados a tempo de ver o vulto do moreno entrando na porta que ela tinha apontado.
- Obrigada. – ele berrou lá de longe.
- De nada. – murmurou pra si mesma, e depois murmurou carinhosamente para seu ventre. – Eu espero, sinceramente, que você não fique assim quando crescer, querido.
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Paris, França.
Fou e Vail jogavam videogame animadamente na sala de sua casa, quando uma labareda azul surgiu do nada bem em frente ao garoto de cabelos roxos. Assim que ela cessou, uma pena azul e um pergaminho haviam aparecido.
O loiro viu o amigo ler a carta rapidamente, fazer uma careta, enfiar os tênis nos pés. E aparatar logo em seguida, sem dizer nada. Ele pegou o pergaminho e pôs-se a lê-lo.
Fou.
Plano de Última hora.
Estou presa nas masmorras da minha mansão, Daphné e minha avó estão aqui também.
Não consegui entregar o Dossiê para o meu pai, ele vai se casar em instantes.
Ache minha mãe, ela deve estar em casa.
Deturpe informações, invente uma história, dance cancã, vire-se do avesso, mas eu quero que traga-a aqui em menos de vinte minutos.
Vá sozinho.
Beijos.
Pen.

Balançou a cabeça rindo e voltou-se para seu jogo. Parece que Fou tinha ido acabar com um casamento.
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Os funcionários da renomada Fascinationsualité encontravam-se encolhidos em suas divisórias, escondidos em suas salas, ou até mesmo refugiados nos banheiros. O fato era que nenhum deles queria dar o azar de encontrar com sua presidenta naquele dia.
A mulher parecia procurar pessoas para descontar a raiva reprimida que sentia, desde o incidente acontecido naquele mesmo dia com a diretora do departamento de Marketing que tinha ido lhe mostrar a escolha do modelo para a nova campanha publicitária da marca. A pobre mulher tinha sido atirada praticamente a pontapés da cobertura, enquanto a ruiva gritava coisas como “Nada parecido com aquela Doninha Albina posa pra MIM.” e “Tire esses urubus oxigenados da minha frente.”.
E falando no diabo, eis que ele aparece. Andando feito uma leoa atrás de sua nova presa, Vírginia Weasley caminhava por entre todos os setores da sua empresa, os olhos esquadrinhando uma possível coisa fora do lugar.
Ela escolheu entrar na sessão mais “alegre” da empresa, o andar onde ficavam os ateliês dos estilistas mais famosos da Fascinationsualité. Adentrou a primeira sala do corredor e deparou-se com a decoração estilo “ficção cientifica gay”. O local era todo decorado em rosa e branco, com pufes em formas geométricas, uma mesa quase triangular cheia de croquis inacabados, entre outras excentricidades.
Vírginia Weasley encontrou seu famoso estilista sentado no chão com as costas escoradas num pufe branco, os olhos cheios de lágrimas e olhando para um ponto fixo da parede.
- O que aconteceu, Luigi? – perguntou ela brandamente, se apiedando com a cara de desolação do “homem” loiro.
- Ele vai se casar, Vivis. Meu bofe encantado vai se casar. – murmurou dramaticamente, sem desviar seu olhar do ponto fixo da parede.
Acompanhando o olhar do estilista, ela encontrou um grande mural de fotos em forma oval. Nele havia vários fotos e recortes de jornais de um mesmo homem. Era um loiro com feições aristocráticas, de porte atlético e olhos cinza. Gina não precisou se esforçar muito para reconhecer Draco Malfoy e seu famoso sorriso petulante.
Sentindo seu humor mudar drasticamente, a mulher avançou contra o mural.
- O que essa doninha loira está fazendo aqui? – berrou ela, apontando para as várias fotos.
- È o mural que eu tenho do Deus Loiro, Vivis. – contou Luigi, apontando as várias fotos. – Demorei anos para conseguir todas essas fotos, ele não é muito sociável.
- E eu só vou demorar alguns segundos pra destruir ele todo. – falou ela indo de encontro ao maior pôster que tinha ali.
Só agora percebendo com quem ele falava e o perigo que corria. Luigi foi capaz de expressar alguma reação.
- Nãão! – gritou o homem descontrolado, tomando a foto da mão dela. – Você vai ter que passar por cima do meu cadáver, pra relar um dedinho se quer no meu Deus.
Olhando abismada para seu subordinado e depois voltando a olhar para o Karma de sua vida, retratado em diversos ângulos ali, Gina tomou sua decisão.
- Já que você insiste. – fez ela, voando pra cima dele, tentando puxar o pôster.
Atraído pelo grande estardalhaço, Joe McFacer um dos grandes sócios da fábrica, correu até lá. Encontrando os dois engalfinhados, como se digladiassem por comida.
Com muito esforço, o homem conseguiu separá-los. Luigi exibia belos arranhados pelo braço e um supercílio machucado. Vírginia por sua vez, somente tinha as roupas amassada, o cabelo bagunçado e parecia pronta para outro round. Dezessete anos de convivência com os gêmeos muito bem aplicados.
- Virginia minha Musa, que tal você ir para a casa descansar? – falou Joe com um sorriso amarelo, mas segurando firmemente o braço da amiga caso ela pulasse no pescoço da “biba loira”.
Lançando um último olhar ao estilista, agarrado ao seu pôster de Draco como se sua vida dependesse daquilo, ela assentiu levemente com a cabeça e aparatou.
- O que aconteceu com ela? – grasnou o “homem”, com lágrimas nos olhos olhando para um arranhado no braço esquerdo.
- Não aconteceu NADA com ela, entendeu?! – falou o outro, com uma expressão séria incapaz de ser contestado por alguém.
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Blaise chutou sem delicadeza uma por uma as portas das cabines do banheiro exageradamente vermelho e perfumado. Sobrando apenas uma, forçou a maçaneta dela recebendo um pequeno choque, esse era o aviso quando um banheiro estava ocupado.
- Loony? – chamou ele suavemente, não querendo irritar a namorada.
- Vai embora Blaise. – berrou ela, a voz nasalada mostrando que estava chorando.
- Você está chorando, querida? – perguntou debilmente.
- Não, idiota. Estou com alergia do seu perfume exageradamente forte. – falou asperamente. – Agora, vai embora.
- Só quando você sair daí. – retrucou com a voz firme. - Vamos conversar.
- Por que você não vai conversar com o Malfoy? A conversa de vocês sobre vosso repúdio a grávidas aparentava estar muito boa. – fungou a mulher, tentando soar irônica, mas fracassando completamente.
- Eu não entendi porque você ficou desse jeito, eu sei que mulher adora defender a outra, mas isso passou dos lim-
– Vai embora. Eu não quero te ver mais. – choramingou a loira, cortando-o.
- Isso está ficando estranho, Luna. Diga-me o que está acontecendo. – pediu ele, e se não fosse o sonserino que era já estaria entrando em desespero.
- Eu não vou falar, eu quero que você vá embora daqui e me esqueça. - fungou ela novamente.
O moreno olhou aturdido para a porta de onde vinha a voz de sua amada, balançou a cabeça, e por fim, enquanto se sentava escorando na madeira, disse:
- Então, nós vamos ficar aqui pra sempre. Porque eu só saio daqui quando você falar.
Ficaram quinze minutos em silencio absoluto, a porta do banheiro estava lacrada para somente ser aberta por dentro, impedindo-os de serem interrompidos. Blaise batucava seus dedos no chão, bocejava, assobiava alguma música, mas nada da loira emitir algum som além de fungadas. Ele já começava a perder sua grande paciência.
- E então? – começou tentativamente na esperança dela respondê-lo.
Nada de resposta, ela continuou silenciosa nos próximos 10 minutos, porém Luna subitamente abriu a porta fazendo Blaise cair de costas no chão do banheiro.
- Você quer realmente saber? – berrou, mas sua voz estava longe de parecer a da mulher sensível de alguns segundos atrás.
O homem levantou-se num pulo e observou o rosto pálido de sua namorada, marcado por lágrimas secas e os olhos azuis muito vermelhos devido ao choro.
- Quero. – falou decidido.
Ela respirou fundo, olhou-o nos olhos e disse rapidamente.
- Isso não é uma maneira romântica de se contar, mas eu estou grávida.
- Como? – fez ele, fazendo sua melhor expressão de idiota.
- Isso que você ouviu seu demente. – disse ela revoltada, colocando a mão sobre o ventre liso. – Eu estou grávida, e nada do que você disser vai mudar isso.
Blaise respirou para responder, mas no instante seguinte tudo começou a rodar e escurecer. E ele só teve tempo de se maldizer por ter ficado de pé, antes de bater contra o chão.
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França, Mansão Weasley
- Ok! Certo. A mentira é boa. Não tem erro. – murmurava Fou, andando de um lado para o outro do escritório, enquanto esperava a mãe de Emmy descer para atendê-lo.
Cinco minutos depois, a ruiva desceu e o garoto tinha que admitir que pela cara dela, era melhor enfrentar uma manada de hipogrifos do que contar uma mentira tão deslavada como a que ele iria contar.
- Bom dia, senhora Weasley. - começou ele polidamente, mas ela dispensou seu cumprimento com um gesto de mão. – Eu não sei se a senhora lembra-se de m- - outro gesto com a mão, outra introdução pulada. – Eu sou amigo de Emmy e..
- Diga diretamente o que trás aqui e tudo fica mais fácil. – falou Vírginia, numa tentativa de sorriso simpático, mas nada naquele dia a faria o ser. Não quando ela sabia que aquele loiro arrogante estava casando com aquelazinha.
- Venho aqui porque Emmy me pediu. – falou o garoto de uma vez.
- E por que ela te pediria algo assim? Ela não quer que eu vá ao casamento daquela doninha, não é?! – perguntou indignada, imaginando a cena onde ela toda de preto olhava de longe, Draco sorrindo e colocando a aliança nas garras daquele depósito de Poção Colorida.
- Não senhora. – apressou em responder, quando viu as orelhas da mulher adquirem o perigoso tom vermelho, que tantas vezes ele vira na melhor amiga. – Sinto informar, mas acredito que suas filhas correm perigo. – contou em um tom sério, pouco característico.
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Draco olhava entediado para o teto, em poucos instantes ele estaria casado pela segunda vez na sua vida. E isso não o animava nem um pouco.
Uma leve batida na porta e ele ouviu a voz de sua mãe pedindo licença para entrar, assentiu estranhando aquilo tudo. Narcisa Malfoy jamais pedia permissão para entrar.
- Já está na hora, querido. – falou ela com um sorriso estranho.
- Estou indo mãe. – informou com sua voz entediada, levantando-se preguiçosamente e colocando os sapatos.
- Não demore, não queremos deixar Magen esperando, não é?! – disse soltando uma risadinha que não combinava nenhum pouco com seu perfil aristocrático.
Draco olhou aturdido para ela, mas resolveu não falar nada. A última coisa que ele queria era brigar com sua mãe também.
Respirou fundo e tentou se convencer que Magen era o melhor para ele. A mulher havia sido tudo que ele procurava numa esposa até seus 17 anos, quando se apaixonou por aquela ruivinha esquentada.
Por falar em ruiva esquentada, o que será que suas filhas estavam fazendo?
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Masmorras, Mansão Malfoy.
- Cadê o pato, patati patacolá. Cadê o Pato para ver o que é que há? - cantarolava Daphné batucando com os dedos nas grades da cela.
- Dá pra calar a boca ou ‘tá difícil? – resmungou Emmy de olhos fechados, aparentemente querendo dormir.
- Eu estou treinando uma maneira de desviar a dor. – contou ela apontando exageradamente para a marca vermelha em seu rosto.
- Eu fiz um bom trabalho, não é?! - perguntou ela sorrindo.
- Se um bom trabalho significa doer muito, então você fez. – disse emburrada, cruzando os braços. – Minhas pernas doem. – reclamou.
- Sente-se, então. – fez a ruiva, apontando para o chão, onde ela própria estava sentada a muito tempo.
Daphné revirou os olhos, achando aquilo um absurdo.
- Você realmente acha que eu vou sentar nisso? – perguntou com uma careta de asco, recebendo um dar de ombros em resposta. – Por que você não pede para o Shimmy trazer um puffe do meu quarto, do mesmo jeito que ele trouxe o tinteiro e o pergaminho? – completou esperançosa.
- Ò claro, quanto burrice a minha. – zombou Emmy, falsamente animada. - Porque eu não peço também um som, umas almofadas e um pouco de comida, não é?!
- Se é assim, não reclama. – bufou Daphné, para depôs sorrir cinicamente para a ruiva. - Cinco diabretes pulavam na cama, um caiu com a cabeça no chão a mamãe ligou pro médico(..)
- Fou cadê você, seu porco espinho roxo? – praguejou Emmy, olhando para o teto e colocando as mãos nos ouvidos.
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De volta a Mansão Weasley na França
- Você está querendo me dizer que nesse exato momento minhas filhas estão presas em alguma cela da masmorra daquele Mausoléu e que elas só conseguiram se comunicar com você por causa do espelho de duas faces que vocês têm o par? – perguntou Vírginia Weasley, arqueando a sobrancelha em confusão.
- Isso aí. – confirmou Fou, acenando enfaticamente com a cabeça.
A ruiva o encarou por alguns segundos, como se o avaliasse.
- Então me diga uma coisa: PORQUE VOCÊ NÃO FOI SALVÁ-LAS? – berrou essa última parte, assustando-o com a repentina explosão.
- Er- em.. Daphné pediu pra você ir buscá-la. – inventou a pior mentira de sua vida, com um sorriso vacilante na face.
- Daphné? – perguntou a mulher, a voz suavizando e a face abrandando.
- Sim. – confirmou com seu sorriso crescendo consideravelmente.
- E O QUE NÓS ESTAMOS ESPERANDO PARA IRMOS, ENTÃO? – berrou novamente, fazendo Fou dar um pulo na poltrona que estava.
- Uma chave de portal? – ele sugeriu, não arriscando sorrir novamente.
Porém, a mãe das gêmeas pareciam não ouvi-lo, andava de um lado para o outro do escritório aparentemente tentando bolar um plano. Fou sabia que chaves de portais só poderiam ser criadas para lugares fora do país com a autorização do ministério, autorização essa que demoraria dias para sair.
- Já sei. – exclamou Gina, voltando-se para e sorrindo largamente. – Podemos aparatar.
- Pra fora do país? Acho improvável que consigamos.
- Não, não.– contou, balançando a cabeça em negação. E com um sorriso ainda maior, virou-se para o nada, chamando. – Mika, venha até aqui.
Um estalo depois, a pequena criatura de grandes olhos castanhos estava olhando-os atentamente e Fou começava a entender o que a mãe de sua melhor amiga tinha em mente.
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A primeira coisa que sentiu quando recuperou os sentidos foi um cheiro demasiado forte. Abriu os olhos com dificuldade e viu muito vermelho e alguns figuras turvas e embaçadas.
- Eu sabia, eu sabia. Eu morri e estou no inferno. - choramingou uma voz dentro da sua cabeça.
- Mas eu fui tão bonzinho ajudando o Potty a salvar o mundo e tudo mais. - contrapôs uma segunda voz muito indignada.
Um dos vultos turvos pareceu perceber que ele estava acordado e se aproximou.
- Até que enfim Zabine, e eu achando que você não ia acordar mais. – falou uma voz grossa, um perfil conhecido formando-se na mente travada de Blaise.
Olhos excessivamente verdes. Cabelos que pareciam não saber o significado da palavra escova. E por fim, um péssimo gosto para óculos.
- Potter! – berrou o sonserino se levantando num pulo assustado. – Mãeeee, me leva pro céu. Eu juro que vou ser um cara bonzinho – gritou desesperado, olhando para o teto.
- Blaise-cale-a-boca. – mandou uma terceira voz e ele reconheceu a figura de Pansy.
- Pansy. – exclamou correndo até ela, esquecendo completamente de sua fobia de grávidas. - O capeta tem a cara do Potter, Pan. Eu quero ir para o céu! Me leva pro céu, Pansy.
A morena olhou abismada para seu amigo de tempos da escola, teve ganas de esganá-lo pelo drama que fazia, mas também teve vontade de rir. Então, conteve-se e formou uma expressão meio risonha, meio séria.
Olhou para seu marido pedindo ajuda, o homem de cicatriz somente sorriu para ela e caminhou até um Blaise que batia a cabeça na parede e dizia que era bonito demais para estar no inferno com o Potter.
- Como é triste essa vida de herói. – comentou Harry. Fingindo sentir muito, ele acertou um belo soco de direita no rosto de um de seus inimigos no tempo da escola.
O Zabine caiu de joelhos no chão com a mão no rosto, parecendo recobrar a pouca consciência que tinha.
- Harry! – repreendeu a senhora Potter, olhando ameaçadora para o marido.
- Que foi? –indagou fingindo inocência.
- Potter seu infeliz desgraçado, nenhum grifinório de merda coloca as patas no rostinho que mamãe fez carinho e saí impune. – rosnou Blaise, levantando-se e ameaçando partir pra cima do outro homem.
- Eu quero ver você tentar. – provocou o grifinório em questão, cruzando os braços na frente do peito.
Pansy vendo que dali sairia um briga muito feia, resolveu interferir.
- Blaise você não estava atrás da Luna? Eu vi quando ela saiu daqui possessa daqui. – comentou, vendo o amigo perder totalmente o semblante furioso, ganhando um aspecto desesperado.
- Por Salazar, LUNA. – lembrou-se o homem – Que grande merda de dragão frita, cozida e assada. – praguejou, passando a mão nos cabelos em frustração. - Estou com problemas, Pansy.
- O que aconteceu? – perguntou a morena, se aproximando dele com o semblante preocupado.
Harry rapidamente saiu do local com uma careta de nojo, dizendo que ainda precisava ver muito na vida para poder ser capaz de presenciar um sonserino contando suas mágoas.
- Ela está grávida, Pansy. – contou segurando a mulher pelos ombros. – GRÁVIDA. Eu não sei o que fazer.
- Você já tem um filho, Blaise. – argumentou sem entender o drama.
- Mas o Bernard chegou prontinho lá na Mansão. Perfumado, cabeludo, rosado e tudo mais. Ele nem tinha cara de joelho. – defendeu-se parecendo indignado por Pansy não entendê-lo. – Ele já tava quase andando e falando. E bebês só choram e berram. E quer que nós saibamos o que está acontecendo com eles...
Irritando-se com o monólogo, a mulher colocou as duas mãos na face do amigo fazendo-o parar de falar e olhá-la fixamente.
- Você ama essa mulher, Blaise? – perguntou encarando-o com seus olhos negros inquisidores.
- Amo. – murmurou ele, parecendo uma criança acuada perante o olhar da mãe.
- Você quer fazê-la feliz? – tornou a perguntar, no mesmo tom.
- Quero. – murmurou em resposta.
Pansy sorriu parecendo satisfeita com a resposta e tirou as mãos da face dele.
- Então, eu não tenho nada em que te ajudar. – falou despreocupadamente virando-se e indo em direção a porta.
- Por quê? – perguntou ele, sem entender nada do que ela dizia.
- Porque você sabe o que tem de fazer. – contou ela, com um sorriso sincero.
E quando a silhueta dela sumiu pelo vão da porta, Blaise percebeu que Pansy não parecia mais tão assustadora como antes.
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Um leve estalo quebrou o monótono silencio à frente da suntuosa Mansão dos Malfoy, e três figuras se fizeram presente ali. Dois humanos e um elfo doméstico.
O plano de Gina era fácil, Mika tinha poder de aparatar muito mais alto e intenso do que o dos bruxos normais, assim ela pôde aparatar de um país para outro na maior facilidade.
Fou só não entendia de onde que a pequena elfa conhecia o lugar para poder aparatar com tanta precisão, mas não se prendeu a essas perguntas, precisava ajudar Emmy e eles ainda tinham um grande obstáculo pela frente. Sorriu exageradamente e deu passos largos em direção ao portão.
- Olá Dona Gárgula! – cumprimentou alegremente, e se gárgulas pudessem bufar e revirar os olhos, ela teria o feito.
- Você de novo, humano? – perguntou retoricamente, com impaciência.
- Pois é. Então, como você já me conhece é só abrir o portão, certo? – juntou as mãos e fez uma enorme cara de pedinte esfomeado.
- Nada disso, humano. Você entrou da última vez porque teve ajudo e ainda não confirmaram seu nome na minha lista de permissões. – respondeu rispidamente a outra gárgula, a menos simpática das duas.
- Olha Gárgulas, nós não temos tempo. Eu preciso entrar nessa Mansão nesse exato momento. – mandou Vírginia, intrometendo-se na conversa.
As duas guardiãs do portão olharam a ruiva de cima a baixo, avaliando-a.
- Quem é você? – perguntou finalmente a da direita.
- Vírginia Weasley. – informou impaciente, jogando os cabelos para trás.
- Vírginia Weasley? Não há registros de autorização para nenhuma Vírginia Weasley entrar na Mansão. - informou a gárgula encarando a ruiva.
- Não se barra um Weasley, compreende? Nós entramos aonde quisermos. – ameaçou a mulher.
Trocando olhares exasperados entre si, só agora realmente percebendo de que família aquela mulher se tratava, a da esquerda tomou a palavra.
- WEASLEY? E você acha que algum Weasley vai entrar nessa Mansão? – crocitou beirando a incredulidade. - Para isso terão que me demolir primeiro, queridinha. – desdenhou.
- Não é que isso é uma ÓTIMA idéia?! – falou Gina, irritando-se e puxando de dentro da sobreveste sua varinha mágica.
Só que antes dela tentar qualquer feitiço contra as pedras, alguém havia sido atraído pelos gritos na entrada.
- Senhora Malfoy? Mika? - esganiçou uma voz vinda do outro lado do portão.
- Akim! – exclamou Mika, sorrindo exageradamente e seus olhos arregalados em felicidade. – A Mestra precisa de sua ajuda, Akim. – contou rapidamente.
O elfo assentiu rapidamente com a cabeça, e com um estalar de seus dedos os portões da mansão foram abertos.
Porém Vírginia Weasley encontrava-se paralisada, olhando sem pestanejar para o pequeno elfo de propriedade de Draco Malfoy.
- O que você faz aqui, Akim? – perguntou por fim, depois de obter a capacidade da fala.
- Longa história, senhora Malfoy. Longa história. – segredou o pequeno, fazendo uma profunda reverência.
- Mais tarde você me contará, agora precisamos salvar as gêmeas. – cortou ela, caminhando a passos largos. - Vamos, garoto. – chamou com um aceno de mão, mas quando olhou para trás não havia o mínimo sinal de Fou.
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A cerimônia demorou alguns minutos para começar, porque o estimado padrinho do noivo se recusava a entrar antes de ver a namorada, que havia desaparecido do prédio.
Sendo convencido pelo filho a fazer o que lhe era dito, ele acatou aos pedidos e foi para seu lugar no “altar”. (N/a: Eu chamei o lugar onde a cerimonia vai ser realizada sendo chamado de altar, mas como não é um altar de verdade, é só onde o Bruxo do Ministério fica eu deixei-o entre aspas.)
Draco entrou no local da cerimônia junto com sua mãe, ainda lhe parecendo muito estranha. Esperou alguns minutos por sua noiva que preferiu entrar sozinha.
Magen usava um vestido branco sem mangas, com alças presas atrás do pescoço. O corpo do vestido era apertado, delineando a cintura da mulher de uma maneira que parecia impossível dela respirar, era todo bordado a mão em ouro. O saiote era liso até a metade, onde iniciava novamente o bordado em ouro, que se estendia até sua cauda de quase três metros. Uma luva dourada ia até a metade do antebraço, e em seu pescoço o colar possuía um pingente em fios de ouro que se estendiam até o fim do decote do vestido. Nos olhos usava uma sombra branca cintilante e nos lábios um batom vermelho carmim.
Assim que os noivos se encontraram, a mulher sorriu largamente, e o homem permaneceu sério, sem movimentar qualquer músculo facial. Alguns estranharam, outros não se importaram e outros nem chegaram a notar.
Mas isso pouco importava porque o pior tinha acontecido: O casamento de Draco Malfoy havia começado.
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Daphné ainda cantarolava qualquer música infernal, quando as duas garotas ouviram uma pequena explosão e passos no corredor de acesso à masmorra.
- Emmy? Daphné? Vocês estão aí? – puderam escutar a voz de sua mãe.
- Estamos aqui mamãe! – gritou a loira, colocando rapidamente sua melhor expressão de sofrimento.
Olhou rapidamente para sua gêmea, que sustentava sua melhor máscara de raiva, trocaram mínimos sorrisos.
Era hora de atuar
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Blaise olhou sério para Draco, enquanto o bruxo do ministério dizia algumas baboseiras de praxe. Ele não acreditava que seu amigo ia fazer aquela besteira, TODOS sabiam que ele ainda gostava da Weasley e o idiota ainda teimava em se casar com aquela ameba loira.
Olhou para seu filho, acomodado despreocupadamente em duas cadeiras da primeira fileira, lançou-lhe um olhar questionador. Não era suposto o garoto estar preocupado com aquilo também, já que era tão ligado as gêmeas?
Entendendo a pergunta silenciosa do pai, o garoto sorriu maroto e movimentou os lábios, sem emitir som algum.
- Elas vão acabar com isso. Não se preocupe.
Olhando mais uma vez para a entrada do Salão, Blaise Zabine desejou com todas as suas forças que Bernard estivesse certo. Ele já tinha muita coisa com que se preocupar.
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Escritório Draco, Mansão Malfoy.
Recém saídas das masmorras, a mãe pode observar melhor as gêmeas. Emmy estava com a calça jeans emporcalhada de sujeira do chão sujo e Daphné impecável em suas vestes, porém outra coisa chamou-lhe atenção na filha loira.
- Filha, o que é isso no seu rosto? – espantou-se puxando a garota mais pra perto e observando a perfeita marca de uma mão ali.
- Magen. – disse a garota, com lágrimas falsas nos olhos, fazendo o coração da mãe ficar apertado.
- Ela disse que não poderíamos fazer nada para impedi-la de se casar com o papai. Aquela vaca! – contou Emmy num bufo teatralmente irritado.
As orelhas da mulher ruiva adquiriram um tom vermelho.
- E disse também que ninguém acreditaria em duas garotas doidas que sofrem com falta de atenção por parte dos pais. – emendou a loira, alisando a face.
Os pulsos de Gina cerraram-se fortemente e ela espreitou os olhos, transformando-os em duas fendas de pura raiva.
- Isso depois dela estuporar a vovó e mandar a Emmy calar a boca, porque senão ela não seria tão branda com os feitiços. – complementou Daphné, colocando “lenha na fogueira”.
A mãe sentiu sua veia no pescoço pulsar em irritação. E quando ela falou, sua voz era forçadamente controlada, as palavras transbordando raiva.
- Eu. Vou. Matar. Essa. Mulher. Agora. – disse caminhando até a saída da Mansão para poder desaparatar.
- Eu vou com você. – disse Narcisa, recém acordada pelos elfos. – Ninguém coloca Narcisa Malfoy em uma masmorra. – citou solenemente, ajeitando as vestes e pondo-se de pé.
Antes de correrem atrás delas, Emmy e Daphné trocaram olhares e sorrisos cúmplices, tinham conseguido o que queriam.
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No Salão de Festas, a hora mais esperada chegara.
- E é em nome do poder concedido a mim pelo Ministério da Magia da Grã Bretanha, que eu vos pergunto: Magen Shmertz você aceita Draco Thomas Malfoy em matrimônio, prometendo honrar o sobrenome que lhe será dado e comprometer-se em fidelidade perante as leis bruxas desse país?
A mulher loira posou seu olhar em “Narcisa Malfoy”, que lhe sorriu carinhosamente e incentivou com a cabeça.
- Aceito. – falou sorrindo verdadeiramente e Draco pode perceber a monstruosa diferença entre esse e os sorrisos costumeiros dela.
- E você, Draco Thomas Malfoy, aceita Magen Shmertz como sua legítima esposa, prometendo fidelidade perante as leis bruxas desse país? - perguntou o bruxo do Ministério, todos os olhos do Salão voltados pra ele.
- Eu... err.. - gaguejou o loiro. - Eu ac... – tossiu um pouco, pigarreando e aproveitando para pensar verdadeiramente naquela pergunta. Ele queria aquilo para sua vida?
-“ EU ME RECUSO A VER MEU PAI FAZER A MAIOR BURRADA DA VIDA DELE.”
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“- Você sabe que tudo que a garota disse é verdade.”
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“-Tem uma porta nos fundos que dá pra você fugir sem ser visto, caso desista dessa palhaçada.”
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- “Daphné já tem uma mãe”.
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-“Ou, talvez, ele queira voltar para casa e encontrar sua adorável noiva. (..)”
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- “Adeus, Draco (...) Eu te amo.”
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Olhos cinza tristes e incriminadores o encaravam friamente, e palavras não precisavam ser ditas para ele entender o recado silencioso: Ele era um covarde.


Fechou os olhos com força, afastando as imagens de sua mente. Daphné odiava Magen. Emmy a repudiava. Narcisa a desprezava. Por Salazar, até Blaise não gostava dela. E ele? Ele, Draco Malfoy, amava Vírginia Weasley.
Balançou a cabeça fortemente e voltou a encarar sua noiva, que sustentava uma expressão incrédula, o sorriso falso machucando suas belas feições.
- Eu acho.. – começou com sua voz arrastada, disposto a acabar com aquela palhaçada, como Blaise intitulara, mas uma explosão alta fez todos do Salão desviarem a atenção dele.
Um sorriso descrente nasceu nos lábios finos de Draco, Gina Weasley nesse exato momento adentrava pela passarela ricamente decorada por Magen e ela tinha uma expressão de fúria amedrontadora.
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Narcisa Malfoy irritada não era uma coisa muito legal de se ver, concluiu Daphné arregalando os olhos quando sua refinada avó arrancou o portão luxuoso de seu caminho, com apenas um movimento de varinha.
As duas mulheres mais velhas entraram no Salão obstinadas a atingirem o mais dolorosamente possível seus alvos As gêmeas, por sua vez, permaneciam mais atrás caminhando calmamente e sentindo que todos observavam-nas.
- VOCÊ! – berrou Gina, dando passadas rápidas e apontando na direção de uma Magen Shmertz amedrontada que se escondia atrás de Draco. – SUA VACA LOIRA TINGIDA.
- Draky essa mulher é doida, ela deve estar com inveja porque estamos nos casando. – choramingou a loira tentando inutilmente fugir.
A ruiva alcançou rapidamente o casal.
- Vírginia o que você faz aqui? – perguntou o homem em um sorriso esperançoso.
- Sai da frente, Draco. – mandou ela, as orelhas muito vermelhas e os olhos espreitados em fendas de pura raiva.
- Só se você me disser o que veio fazer aqui. – implicou mais ainda, fazendo as pessoas do Salão se perguntar se ele amava a própia vida.
- Saia da frente dessa mulher, Draco Thomas Malfoy. – mandou Narcisa, num tom de voz parecido com o que ela o repreendia quando criança.
- Mãe? – estranhou, olhando para a outra versão de Narcisa que se encontrava ao lado de Blaise no “altar”.
Esse pequeno desvio de atenção foi o suficiente para que a Vírginia avançasse sobre Magen inesperadamente, berrando:
- Eu vou te esfolar viva, sua gralha loira.
E então, foi aquele tumulto que só acontece em salões de alta sociedade. Senhoras histéricas gritando, preocupadas com o magnífico vestido da loira. Crianças assistindo atentamente os tapas e puxões de cabelo, torcendo cada um para sua favorita. Homens tentando se manterem desinteressados, mas fracassando completamente. Pessoas fofocando sobre o aparente motivo da briga e todas essas coisas, mas nada de alguém separá-las.
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Emmy olhou para o salão inteiro, parecendo um lobo procurando sua presa.
- Ele sumiu. – murmurou para si mesma.
- Que foi, Emmy? – perguntou Daphné, observando sua mãe derrubar Magen com um soco cruzado de esquerda.
- Carlos sumiu. – comentou preocupada. – Pelo jeito, ele não gosta tanto assim da amante.
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A cópia de Narcisa Malfoy esgueirou-se para uma parte menos movimentada da festa, ninguém observava-a. Era a oportunidade perfeita para fugir dali, Araminda que fosse presa sozinha. Ele, Carlos Reis, que não iria para Azkaban tão cedo.
Recostado na parede ele caminhou atentamente aos movimentos no centro do Salão, só precisava chegar até o portão e de lá aparatava para qualquer lugar longe dali. Sua fuga foi um sucesso, dando uma última olhada a sua parceira apanhando horrivelmente, ele correu com um grande sorriso de encontro a sua liberdade e ....
Bem, digamos apenas que abriram a pesada porta de mogno das escadas com acesso a cozinha e ela embateu fortemente contra o rosto do vigarista.
- Ops. – gemeu Luna com um sorriso envergonhado, mordendo um grande muffin de chocolate. – Eu acho que ele desmaiou. – comentou cutucando o homem com o pé.
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Blaise Zabine caminhou calmamente até o centro das atenções, aonde Gina havia estava sentada sobre a cintura de Magen e batia-lhe no rosto com uma fúria gigante, enquanto a outra mulher tentava, sem muitos resultados, puxar-lhe as madeixas ruivas. Draco estava ocupado demais sendo chamado de bastardo e “vergonha da minha carne” por uma nada adorável mãe naquele momento.
Rindo um pouco, Blaise puxou a cintura fina da sogra de seu filho tirando-a da sessão de espancamento, enquanto ela esperneava e se debatia.
- Olha o que você fez com o meu vestido, sua ruiva nojenta. – berrou a loira levantando-se do chão com uma feição de desagrado, não muito diferente de sua expressão normal.
- Isso é pra você aprender a NUNCA MAIS colocar essas patas imundas nas minhas filhas. – berrou de volta, quase conseguindo se soltar.
Magen ameaçou avançar contra sua oponente, mas as mãos fortes de Harry Potter fizeram-na permanecer no mesmo lugar.
- CHEGA DE BRIGA! – trovejou o moreno, as mulheres ainda se debatiam querendo continuar a pancadaria. – NÃO ME OBRIGUE A AZARÁ-LAS!
E todo o salão entrou em absoluto silencio.
- Ui.. o Potter falou, o mundo calou. – desdenhou Draco, recebendo um olhar de censura da mãe e de Pansy. - Que foi? – perguntou sem entender e a mulher morena acenou levemente para a porta do lugar onde adentravam duas figuras.
A primeira era uma bela mulher negra de olhos azuis e com a barriga saliente, do 3º mês de gravidez, escondida pelo uniforme de Auror do Ministério Alemão.
Junto dela vinha um ligeiramente esverdeado Brendan Shmtson, ou Fou para os íntimos.
Ela caminhou altivamente até Harry, mostrou-lhe suas credenciais de seu ministério e disse com a voz séria e intimidadora, em um inglês carregado de sotaque.
- Sou Vivian Simens, aurora do Ministério Francês e estou a procura de Araminda a 2 anos... - e assim ela se pôs a contar toda a já conhecida história da vilã mais chata dessa história.
Na metade do relato, Vírginia caminhou lentamente em direção a saída tentando passar despercebida e voltar para a calma de seu lar. Ela quase conseguiu o feito, porém a dois metros do portão seu caminhar foi interrompido.
- Fugindo novamente, Weasley? – perguntou uma voz arrastada bem ao pé do ouvido, fazendo-a pular como um gato assustado.
- Eu não fujo de nada, Malfoy. – rebateu indignada, recompondo-se.
- Então, os últimos três meses foram o quê? – a voz dele ainda era arrastada, mas seus olhos o traíam, mostrando o quanto aquela resposta era importante para ele.
- Foram o que eu devia ter feito a minha vida inteira. – disse a mulher com a voz fraca e voltando a caminhar.
A mão dele segurou-a pelo antebraço, impedindo sua ida.
- Você não pode ir assim, depois de tudo que aconteceu, Vírginia. – sussurrou ele, com a voz arrastada.
- Malfoy, eu sinto muito pelo seu casamento. – falou, sem encará-lo olhando para frente. - Sinto pela sua noiva ser uma vaca interesseira e sinto mais ainda por ter estragado a porcaria daquele vestido, eu posso pagá-lo se- Gina não chegou a terminar seu monólogo.
Draco puxou sem delicadezas o corpo pequeno dela de encontro ao dele, e a beijou-a com paixão. Beijou-a como queria fazer desde a primeira vez que a viu naquele dia. Avançou ferozmente contra os lábios dela, querendo puni-la por ser tão intoxicante e inesquecível, apertou-a entre seus braços como se quisesse fundi-los, e assim jamais ela seria indiferente a suas tentativas.
Gian por sua vez, deixou-se beijar de inicio sabendo-se incapaz de afastá-lo, não importando quantos anos passariam ela jamais conseguiria afastá-lo de verdade. Quando ele aumentou a intensidade, querendo castigá-la, ela retribuiu a altura expressando toda a raiva que sentia dele. A mesma raiva que a fez bater em seu melhor estilista, aquela raiva que lhe deu forças para bater na noiva dele como se não houvesse amanhã. Ela pode sentir os braços dele ao redor dela com força maior do que a necessária, mas não se importou com aquilo, sentiu-se protegida e acolhida no abraço de uma serpente poderosa e venenosa.
E quando toda aquela mágica findou-se, eles não se separaram, não queriam se separar. Só precisavam de ar, e recomeçaria novamente. Não existiam mais preocupações, eles estavam novamente na França, há quinze anos atrás, era só isso que queriam pensar. As testas coladas, os lábios inchados, os dedos dele passando levemente pelo rosto dela e os sorrisos bobos tão bem conhecidos e saudosos.
Passos pesados como se alguém corresse de um grande perigo, os despertou.
- LUNAA! - berrou Blaise pulando por cima da porta derrubada do Salão e correndo atrás da mulher que já alcançava os portões.
Vírginia passou os dedos levemente pelos traços do homem que amava, sorriu tristemente e beijou-lhe os lábios superficialmente.
- Eu me caso em um mês. – sussurrou e correu atrás da amiga.
Quando as duas se encontraram abraçaram-se e aparataram no instante seguinte.
Blaise parou ao lado do amigo, suspirando pesadamente e olhando para o ponto de onde Luna havia desaparecido.
- Nós estamos ferrados, cara. – concluiu desiludido, dando um tapinha amigável nas costas dele.
Draco também soltou o ar lentamente, ambos com os olhos fixos no mesmo lugar.
- Estamos mesmo. – concluiu.


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N/a: Uou! Depois de séculos e mais séculos e maís séculos ainda..
Aqui estou eu! =DDDD
Demorei demais pra postar, eu sei e tudo mais.!
Mil perdões para toooodos!
È que eu tava travada mesmo, e ainda pra pior fiquei doente esses dias(espero que não tenha sido nenhuma praga de vocês)!
Espero que gostem do cap.
Só tem mais dois, o bônus e o epilogo!
Vou tentar postar o próximo o mais rápido possível!

- A nova personagem a aurora grávida tem o nome em homagem a Vivika que me agüentou muito tempo durante a construção da fic! Alguèm aí sabe quem é o pai do filho dela?

Obrigada pelo comentários,
Desculpem a demora!
bjo!

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