Convivencia Forçada!





6º Capítulo Convivência forçada!

A professora estava falando fazia quase 1 hora, falava rápida e bem severa. Daphné e Emmy escutavam algumas frases como “Eu não posso suportar mais essas briguinhas infantis.” ou “Nunca nessa escola, essa rixa de famílias havia dado tanto trabalho.”, mas no resto só escutavam um monótono “bláblá”.
Ambas soltaram um longo bocejo, ao mesmo tempo.
- Se as senhoritas desejarem eu paro de falar para vocês poderem dormir! – disse severamente, os lábios crispados de raiva.
- Ohh não precisa – Emmy sorriu amarelo. – Eu durmo mesmo com a senhora falando. – completou em um resmungo para seus joelhos, de forma que só Daphné ouviu e teve que prender o riso.
E a professora continuou o interminável sermão.
- ... E por fim devo comunicar que cumpriram detenção por 1 mês.. - anunciu solenemente, juntando as mãos e descançando-as sobre a mesa.
- 1 mês??? – gritaram em uníssono.
-... e juntas..!! - completou.
- EU NÃO POSSO SUPORTÁ-LA POR UM MÊS!! – disseram novamente, se apontando.
- Para pessoas que se detestam, as senhoritas têm pensamentos e reações muito parecidas, não?!. – sorriu de forma irônica, nada típica. – E agora, posso informar qual será a detenção ou irão ficar gritando? – elas assentiram. – Irão compartilhar o mesmo dormitório por um mês.
- O MESMO DORMITÓRIO? – Daphné gritou, dando sinais de seus genes Weasleys, descontrolados.
- Fico muito feliz que você tenha processado a informação tão rapidamente, srta. Malfoy. – Daph corou, e abaixou seu olhar. – Mas continuando a falar, espero vocês duas na minha sala as 18 horas, com seus respectivos malões. Irei transferi-las para um quarto separado já que são de casas diferentes. Agora, VÃO! – disse ríspida.
Saíram da sala da professora e foram para seus salões comunais, muito inconformadas, arrumarem suas malas.
- Ahh Emmy, não vai ser tão ruim, talvez vocês conversem e resolvam essa briguinha infantil de vocês. – Alethia tentava consolar a amiga enquanto rumava para sala da professora acompanhada por Kevin e James.
- Ah Ale para de ser chata! Vai ser insuportável! Coitada de você, priminha!! – Kevin só piorava as coisas.
- Ahhh Emmy, tudo isso é minha culpa, eu que me abalei com as provocações daquela Barbie – todos os sangues-puros de Hogwarts já conheciam o que era uma Barbie, já que ninguém descansou até descobrir o que significava o apelido carinhoso da Malfoy. – Por minha culpa você bateu nela. – James se culpava.
- SEM DRAMAS TODOS VOCÊS! – ela gritou, eles a olharam espantados com a repentina explosão. – Eu só vou dividir o quarto com ela, não é o fim do mundo, ok?! E quando quiserem podem ir me visitar, certo? Agora vão para o Salão jantar, eu tenho que ir para a minha tortura, digo, detenção. – eles se despediram e obedeceram.
Na frente da sala da professora de transfiguração, dois sonserinos conversavam.
- A culpa é minha, Daphné. Eu cedi aos insultos daquela francesa falsificada, eu que comecei tudo. Você foi zuar o Potter por mim e acabou apanhando, por falar nisso e seu olho roxo? Por Merlin, quando seu pai souber que você apanhou por minha causa ele e meu pai terão um acesso e vão lançar logo o Avada! – ele falava rápido e cerrando os pulsos, controlando a imensa vontade de socar a parede de pedra do corredor.
- Calma Bernard!! - pediu ela em voz alta, depois se acalmando repentinamente. - Primeiro: Pare de falar assim você está parecendo o Potter, achando que sempre a culpa sua. – ele fez uma careta. –Segundo: se você não percebeu meu olho já está normal, Madame Pomfrey arrumou rapidinho. Terceiro: Meu pai nem vai ficar sabendo. Certo? – ele assentiu com a cabeça lentamente, Daphné sorriu satisfeita e enlaçou seus braços em volta do pescoço do amigo em um abraço amigável.
- Desculpe interromper esse momento de carinho, mas nós temos uma detenção Malfoy. – disse uma voz arrastada e os dois se soltaram.
- Olha só, Weasley. – Bernard começou, caminhando até ela. – Experimente fazer alguma coisa contra a Daphné e eu-
- E você o que? Vai me bater com a sua vassoura? – perguntou debochada.
- Seria um começo. - ele disse se aproximando mais e quase tocando seus narizes,encararam-se mortalmente.
- Tente e você irá realmente conhecer o motivo de eu ter sido expulsa de Beauxbatons! – rebateu sorrindo maldosamente.
O sonserino sentiu um calafrio na espinha, nada relacionado ao frio do castelo, quando os olhos cinza o avaliavam.
- Deixem de brigas! - interferiu Daphné. - Você poderá ganhar uma detenção Bernard, vá jantar!! – o garoto ia reclamar, mas parecendo perder a capacidade da fala, ele saiu em direção ao Salão Principal. – E quanto a você. – apontou para a outra. – Temos uma detenção a cumprir. - E abriu a porta.
- Não precisam entrar srtas. Nós estamos indo. – a professora disse, passando por elas.
As garotas a acompanharam, passaram por dois corredores e pararam na segunda porta depois da estátua de uma bruxa com nariz cumprido e vestes de enfermeira. “Berta mãos de Merlin.” – Vocês ficam aqui. E daqui a um mês voltarão à seus dormitórios. – ela ia fechando a porta quando se lembrou. – E nada de brigas, senão serei obrigada a aumentar o período do castigo. – e fechou a porta com um estrondo.
O dormitório era espaçoso, com duas camas, uma em cada extremidade. Tinha um enorme tapete no chão entre elas, uma lareira que deixava o ar aconchegante e com confortáveis poltronas na frente dela. O banheiro era igual ao dos dormitórios normais.
- Bom.. Antes de qualquer coisa, eu queria esclarecer uma coisa, para nossa convivência se tornar suportável. - começou a loira, depositando calmamente sua bolsa na cama perto da janela.
- Diga barbie .. - fez Emmy, jogando sua mochila no chão e se jogando na cama do outro lado.
- Você me ignora e eu te ignoro ok?! – propôs.
- Não poderia ter dito melhor! – concordou, lhe dando as vostas e virando-se para dormir.
Uma semana se passou, e o acordo entre as duas tinha funcionado bastante. Mas Emmy começou a reparar que Daphné, durante as refeições no Salão Principal, lançava olhares para a mesa grifinória. Qualquer outra pessoa que percebesse aquilo acharia muito estranho, mas ela, de alguma maneira, sabia o que estava acontecendo e achava completamente hilário. E um dia pegou-a chorando no dormitório delas. E isso foi a gota d’agua.
- Malfoy, eu sei que eu te desprezo e te odeio mais do que tudo, mas isso é muito ridículo. – disse brava, se aproximando da cama da garota e cruzando os braços na altura do peito.
- Do que você está falando, garota?- perguntou, com a voz abafada pelo travesseiro.
- Ahh Malfoy pra que chorar por ele? – perguntou incrédula, revirando os olhos. -Tudo bem que ele é bonitinho, muito bonzinho, educado e legal. Mas nenhum garoto merece que choremos por eles. – disse numa espécie de mantra.
- Do que você está falando, sua maluca? – perguntou com a voz ainda abafada pelo travesseiro.
- De você gostar do James. - falou ela. - Dessa sua paixão platônica, ora. Do que mais eu poderia falar?!- Daphné rapidamente se virou na cama e encarou Emmy que estava ao seu lado.
- V-v-o-c-ê... q-q-u-que.... – não conseguia formular uma frase concreta, então juntou forças. – Eu não preciso da sua ajuda.
- É?? – perguntou incrédula, arqueando a sobrancelha no seu estilo único. A loira assentiu com os olhos ainda vermelhos. – Então fique aí chorando feito uma tonta. – e foi direto para sua cama ler um livro de feitiços.
A chuva caía forte, parecia que o céu ia desabar, muitos trovões eram ouvidos e o clima estava pesado no dormitório das garotas Weasley e Malfoy. Emmy ainda lia, deitada na sua cama e Daphné ainda chorava abraçada a um sapo de pelúcia com grandes olhos verdes. A janela que ficava do lado de Daphné abriu com estrondo, fazendo todas as coisas dela serem arremessadas para longe e a chuva começasse a molhar a cama da herdeira Malfoy, esta por sua vez, tentava inutilmente fechá-la.
- Droga!! Fecha janelinha, fecha!! – empurrava com toda sua força, que não era muita coisa. – Será que dava pra me ajudar? – perguntou à colega de quarto.
- Você me disse a algumas horas atrás que não precisava da minha ajuda. – respondeu irônica, sem tirar os olhos do livro.
- Mas agora eu estou pedindo pra você me ajudar. – pediu educadamente. – Por favor, Weasley.
- Só porque você foi educadinha eu te ajudo. – pegou sua varinha em cima da cama. – Colloportus!- e a janela fechou.
- Obrigada Weasley. – agradeceu indo catar suas coisas no chão.
Emmy, por mais que fosse contra sua vontade, foi ajudar Daphné, afinal ela era uma Weasley e os Weasleys são sempre bonzinhos.
Daphné olhou o pingente da garota, que estava por cima das vestes, e novamente teve a sensação de conhecê-lo.
- Eu conheço esse seu colar de algum lugar! – apontou para o pescoço da garota.
- Impossível! – respondeu rapidamente, sem olhá-la.
- Por quê? – perguntou curiosa.
- Porque uma vez eu tentei fazer uma cópia dele para colocar no lugar deste. – respondeu, catando as coisas da outra. – E o homem falou que era impossível. Que ele é protegido por uma magia antiga e que além de fazer cópias ser impossível, ele é único.
- E porque você queria colocar uma cópia no lugar do verdadeiro? – ela não estava entendendo nada.
- Porque esse eu surrupiei de dentro de um porta-retrato lá de casa. Estava escondido e achei que minha mãe não ia gostar muito de eu o usar. – respondeu sem emoção.
- Você roubou a sua mãe? – Daphné parecia horrorizada.
- Não foi bem assim!! – se explicou. – Meu pai meio que morreu e minha mãe não gosta muito de falar dele, aí eu achei melhor deixar uma cópia no lugar onde ela, ou ele, tinha escondido pra ela não ficar chateada.
- Seu pai morreu? Sinto muito. - lamentou verdadeiramente.
- Ele não morreu, bom.. eu acho, porque ninguém comenta muito sobre esse assunto. Pelo que eu sei, ele foi embora de casa quando eu era bem novinha. – ela tinha o olhar estranho, pela primeira vez Daphné sentiu pena dela.
- Sinto muito por você! Minha mãe também morreu, quando eu nasci. Nem cheguei a conhecê-la. Acho que entendo você, ninguém gosta muito de falar disso. – contou com os olhos marejando.
- Sabe você é legal. – a ruiva confessou, olhando pela primeira vez para a a loira. – Não sei como está na Sonserina.
- Algum problema com a minha casa? – perguntou irritando-se.
- Nenhum, mas, sabe, achei que você é boazinha demais para estar lá! - comentou encolhendo os ombros.
- É, o chapéu seletor disse que eu não era corajosa o suficiente para a Grifinória, nem inteligente o bastante para a Corvinal, aí ele me disse que ia me por na Lufa-Lufa, aí eu falei que preferia comer bomba de bosta do que ir para lá!- Emmy riu. - Aí ele achou que eu era arrogante e mandona o suficiente para ir para Sonserina. – concluiu. – Mas acho que quem está na casa errada é você.
- Eu?
- È, você é malvada o suficiente para ir para Sonserina. – as duas riram.
- O chapéu me disse que eu era corajosa demais para ir para lá. – confessou, mas logo mudando de assunto. - Esse é o seu pai? – Emmy perguntou olhando um homem loiro na foto percebeu o quão bonito ele era.
- É sim, essa foto é antiga, ele tinha uns 19 anos! – colocou a foto de volta no porta-retrato, antes quebrado. - JÁ SEI! – Daphné gritou, deixando Emmy sem entender nada - Me lembrei da onde eu conheço esse colar, - a outra ainda tinha um olhar desconfiado. - Meu pai tem um igual!! – sorriu vitoriosa, apontando para a foto em suas mãos.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.