Monte Everest?



Herppy
- A estrela do dia -


Domingo. Eu acordei, totalmente esparramada na cama. Levantei e cambaleei praticamente bêbada até o banheiro, com Harry em meus braços. Ele é um macaquinho tão bonito! Claro, o James (meu NAMORADO!) me deu, né?

Assim que eu coloquei o pé no banheiro, ele simplesmente escorregou pelo tapete e eu caí pra trás, TOTALMENTE estatelada.

Eu senti alguma rachar, JURO.

Estou MORTA! OH NÃO!

- LILY! – Alice gritou, vindo até mim, completamente desesperada.

Como minha cabeça estava doendo! Eu estava vendo minha constelação voar pelo céu (do banheiro) e coloquei a mão no que me parecia um GALO. Como se não bastasse meu cabelo ser fino e não cobrir o couro cabeludo todo... Agora tenho uma elevação na parte de trás! Obrigada, tapete escorregadio, MUITO obrigada.

- Lice, estou morta! – Eu amo ser dramática. Dá uma sensação de... Drama.

- O que aconteceu? Parece que alguma coisa quebrou... – Comentou ela, tentando arrancar minha mão da elevação vergonhosa que tem o nome de GALO.

Por que GALO? E por que não GALINHA? Ou pintinho. Ou pato. Ou cisne. Ou marreco.

- Eu bati minha cabeça! – Murmurei, sentindo lágrimas nos olhos. – Esse carpete mofado idiota não protege nada! Eu estou vendo estrelas! – Cara, que esforço era falar! Acho que desloquei minha mandíbula ou algo assim.

- Vou chamar as meninas... Precisamos levar você para a enfermaria! – Ela me puxou para cima, e eu senti que meu corpo estava cedendo.

Mas meio que me joguei pra cima e pro lado, caminhando desequilibrada até a cama. Uma cena LINDA de se ver. Acho que vou instalar uma câmera aqui pra filmar cada tombo meu...

Pena que nada trouxa funciona aqui.

- Não, deixe Diana dormir! Katheryn também precisa. Vamos logo, Alice... – Apoiei-me nela e fomos assim, de pijama, até a enfermaria.

[...]

- Madame esqueci-seu-nome, eu estou BEM! – Gritei pela trecentésima vez, tentando levantar daquela droga de maca. – Deixe-me sair, já são dez horas! Eu vou perder o café, tia!

Ela me olhou feio. PODE?

Ninguém me olha feio e fica por isso... Onde está meu guarda-chuva quando preciso? (Rimou!) Isto tudo é um improviso... Meu amigo, que histerismo! (Eu acho que fui Rapper na outra encarnação. Não é uma coisa MUITO legal?).

- Está bem, Srta. Evans, mas é por sua conta. Vá. – E apontou a porta, como se eu fosse cega ou algo assim.

Saí toda pomposa, mostrando a língua pra ela. Ela mereceu!

Foi TÃO lindo eu caminhando por Hogwarts com um curativo branco em cima de uma elevação maior que o monte Everest na cabeça... Ainda bem que Katheryn levou uma roupa trouxa.

Posso contar como era minha roupa? POSSO?

Eu estava com uma calça jeans preta, uma camisa branca, minha jaqueta verde e... Um cachecol vermelho cheio de pelinhos. (Eles me dão alergias, mas tudo bem, eu tenho o poder. Haha).

Alguém já notou que está frio?

- Bom dia, Lily. – Sirius exclamou assim que eu sentei ao lado dele na mesa.

Onde está James? ONDE?

- Bom dia, Six! – Gritei no ouvido do coitado, dando um beijo bem estalado em sua bochecha. – Como vai, meu amor?

- É... E você? – Perguntou ele, sorrindo levemente.

Se ninguém notou, eu tenho o poder de fazer as pessoas sorrirem. I’ve got the power!

- Bem... Six, o James já te contou? – Perguntei, completamente animada.

- Claro que sim... Parabéns, Li! – Ele gritou no meu ouvido, apertando-me em um abraço de urso.

Só agora eu sei o que os outros sofrem em minhas mãos... Sirius e sua voz da verdade.

- Valeu, amore! – É, Sixix é meu amore! E isso é MUITO chique, porque é em italiano. Sacou?

[...]

Nem sinal do Jim. Onde está aquele desnaturado que me abandona no segundo dia de namoro?

Eu estou andando pela neve, parecendo uma boba alegre, olhando o pessoal brincando. O pessoal novo, eu digo. Primeiro, segundo, terceiro ano... É tão fofo ver os pequenos bruxinhos! Como se eu fosse grande. Dã.

- LILY! – Foi a única coisa que eu ouvi antes de cair com a cara na neve, pela segunda vez em dois dias. Só que dessa vez eu não senti neve no ouvido, e sim uma coisa meio pesada em cima de mim.

- Solte-me, seja lá quem for! – Gritei, enchendo a boca de neve e não conseguindo produzir mais que um grunhido desajeitado.

O ser humano levantou e eu levantei depois, com a cara cheia de neve. Depois de conseguir abrir meus olhos verdes sem sentir neve neles, fui sufocada por um beijo de tirar o fôlego. (Eu preciso parar com frases estúpidas. PRECISO).

Lógico que era o James, né?

Nos beijamos por mais um tempo e nos separamos, quando meu pulmão estava ameaçando tampar o buraco clandestino que ele é.

Logo depois disso, minha boca se abriu. Isso mesmo, ABRIU, minha mandíbula desceu e eu fiquei de boca aberta. Literalmente. Dava pra ver meu esôfago com um buraco clandestino e até o pâncreas (Não é um nome legal?), se bobear.

- James, o que aconteceu? – Sabe o que aconteceu? Sabe? SABE?

Guess what! O cabelo de James estava abaixado, tipo que nem o do Sirius, só que molhado e aparentemente com gel.

O MUNDO ESTÁ DE CABEÇA PRA BAIXO! YEAH!

Gravidade, fora! Seria bem mais legal sair flutuando por aí.

- O que hás lê acontecido con su cabelo? - Espanhol é TÃO legal. Eu AMO falar espanhol.

Pena que eu não sei e James me olhou como se eu fosse louca.

- Quer andar de carro velho, amor? Que venha! Pois eu sei que andar a pé, amor, é lenha! – E comecei a andar em volta dele, dando pulinhos frenéticos.

Estoy BORRACHA!

- Lily, o que aconteceu com você? – Perguntou ele, rindo, segurando meu ombro e me fazendo parar.

- Estoy mui contenta! No estás? – É muito legal! MUITO! Tente comigo...

Yo Borracha. Tu borracho. Ello borracho. Nues borrachos. Ustedes borracho. They borracho. Lembrando que borracho és bêbado in português! Buena prueba e que Diós te bendiga.

Sabe, tinha essa parada de Diós te bendiga na minha prova de espanhol da quarta série.

- Andou bebendo o que? – Perguntou ele, me abraçando pela cintura.

Começamos a andar, e paramos numa árvore. É linda! Tengo orgulho de estar perto de esta marabilha.

- James, vamos a gravar nuestro nueme em esta arborezita? – Meu espanhol é o melhor.

Espanhol 5.6.4 BETA. Beta é o nome do meu peixinho, Beta. Da espécie beta.

Ou ERA, porque eu matei o coitado de tanta comida. Oops!

- Vamos, mi Lilycita. – Ele pegou um galho que estava em cima da neve, transformou em pedra, e escreveu nossos nomes na árvore. E sabe o que mais ele escreveu? – Amor eterno e adimensional. Pronto, amor.

Tengo lo mejor bofe de toda el la Inglaterra.

Sin duda!


[...]

Então chegou a hora do almoço. EU já estava com muita fome, molhada pela guerra na neve contra James, amassada por Remus e Peter (O que, COM CERTEZA não é pouca coisa) e depois por Katheryn e Alice. Diana veio só depois, mas ela está mais para lá do que para cá.

- Diana, não fique assim! – Comentei, quando as sobremesas estavam sobre as mesas.

Trocadilho! Yeah!

Acredita que Diana simplesmente levantou e saiu andando? É, sem me responder. Sirius levantou e correu atrás dela... Sabe, por que essas coisas acontecem? Eu fico sem graça! Parece que eu sou a culpada de tudo...

- Remus, quer ouvir minha filosofia de vida? – Perguntei, roubando o docinho da mão de Remus, que estava ao meu lado.

- Filosofia de vida? – Ele questionou, me olhando como se eu fosse LOUCA. – Você, Lily, com uma filosofia?

Joguei o docinho semi mordido na cara dele.

- Olhe só... Quem come azedo, digere doce, quem planta azedo não colhe doce, e quem come doce fica com dor de barriga! – Comecei a rir do nada e meti a cara...

No pudim de rim. IECAAA!

Levantei a cara, suja de um pudim, e olhei para Remus, que ria descontroladamente. QUAL é a GRAÇA de meter a cara no pudim? Eu já tenho um rim (Ou são dois? Ou três? OU SERÁ QUE ME ROUBARAM E EU NÃO TENHO?) e, definitivamente NÃO preciso do rim de um pobre animalzinho.

Que virou pudim. Haha.

- Li, o que aconteceu com você? – James perguntou, limpando minha cara com um guardanapo.

- Eu sou assim todo dia! – Respondi, fazendo biquinho. – Tem pudim na minha orelha!

E lá foi ele para a minha pobre orelha. Quero dizer, POBRE no sentido de POBRE. Porque, cara, se tem uma NANO orelha no mundo é a minha. Não tem nem cinco centímetros. Eu sou uma aberração, uma vergonha pra natureza e pros seres humanos (Racionais) e pros seres... Erm... Vegetais, minerais, animais, aguais, terrais, do fogo, do vento, dos elementos... Uma vez eu vi isso na propaganda da Natura.

Cara... Senti uma vontade LOUCA de dançar!

- Quando eu encontrar um amor pra mim, tem que ser perfeito eu só quero assim, tem que ter respeito, me querer demais, tem que ser perfeito ou mais! – Cantei, fazendo uma dancinha com as mãos enquanto James tirava todo o pudim da minha cara.

Mas, por um infeliz, inesperado, expressivo e incontrolável acidente, os pêlos de meu cachecol entraram no meu nariz.

Sabe, eu tenho alergia.

- PITCHU, PITCHU! – Espirrei duas vezes, assim que James voltou sua atenção para a sobremesa.

- O que foi isso? – Questionou ele, virando-se pra mim.

- Meu espirro! PITCHU!

Yeah, eu espirro assim. Uma coisa inexplicavelmente liiinda de se ver. Pitchu Pitchu Pitchu!

Remus e Peter riram ainda mais de minha desgraça (Não que seja só hoje, porque eu sou uma completa desgraça em fase de crescimento) e até Alice e Katheryn deram uma risadinha! Só porque ninguém espirra “Pitchu” que nem eu.

E olhem que NEM é minha culpa se meu protótipo de cérebro tem células de uma ameba (Mas a ameba não é unicelular? Aulas de ciências, VENHAM!), ou a célula de uma ameba, já que ela supostamente é unicelular, e funciona tão bem quanto eu jogo Quadribol.

Ou seja: nada. Ou melhor, pontos negativos. Com certeza.

Café no bule! Ra ra ra ratinho, todo o povo tá ligado em você! Ra ra ra ratinho, todo o povo tá ligado em você!

Rapaaaz!

- Pitchu! – Espirrei mais uma vez, metendo a cara no ombro de James.

Se eu acidentalmente soltar um protótipo de célula (Já que eu sou um protótipo, né, e que nem PATENTE eu tenho [Desgraças tem patente? {Shush, pateta!}]) na jaqueta dele, é só fazer uma lavagem. Simples, huh?

- Vamos para o nosso salão? – James indagou, sorrindo maroto para mim.

Demorou.

Ou não.

Saia do carro com as mãos para cima, bandido! O bem sempre vence!

???

(Tipo: E eu com isso???)

[...]

Entramos no salão, que estava TÃO quentinho, mas TÃO quentinho que eu até tirei a jaqueta. E, sabe, eu sou uma estrela. Eu tenho luz própria, feito o Sol! E a Hayley, e a Hallie, e a Hophe, a Helle, a Hihey, a Hosttie, a Hannom, a Hyann e a de hoje e a de amanhã, que eu ainda não vi. Por enquanto.

Dúvida astrológica: se cortarmos a Terra ao meio, ela não vai brilhar? Quero dizer, ela é RECHEADA de MAGMA. Bem quentinho. Ou será que ele ia escorrer pelo universo? Ou virar um buraco negro?

Lily e suas dúvidas não-esclarecidas. É uma astrofóbica mesmo.

(Astrofóbica: nova palavra do Dicionário Inglês; significa Lily Evans POTTER, ou uma pessoa que é retardada e mentecapta, que acima de tudo é bruxa e um protótipo de gente que NÃO foi patenteada [Também, quem quer patentear esta astrofóbica?] e que ama algum maroto. Ou apenas uma pessoa com dúvidas... Hum... Universais???).

{Vocabulário sortido é o que há! Go go!}

- Amooor, toque algo pra mim? – Perguntei, sentando no maior sofá com cara de abandonada.

Não que eu NÃO seja abandonada. Sou um produto RUIVO e não tenho patente. Triste realidade...

- Vou pegar o violão e você escolhe uma música, ok?

Ele voltou com o violão rapidinho e sentou-se no sofá em frente a mim. Sorriu, daquele jeito que eu amo...

Sabe, ele é TÃO lindo! Primeiro que os cabelos deles são perfeitos de qualquer jeito, principalmente agora que estão sem gel, sem creme e totalmente bagunçados, seus olhos são de um cinza-castanho tão lindo que eu babo, ele tem um nariz afilado, lábios vermelhos, graciosos e no meio-termo, a pele é branca, macia e cheirosa, tem ORELHAS que PODEM ser consideradas orelhas, um rosto fino e desenhado, de contorno perfeito, o corpo SARADO, pescoço sempre cheiroso (Seja um leve perfume ou o cheiro natural), os pés lindos (Temos que reparar em tudo!) e um sorriso que... Oh My God! Enlouquece qualquer uma.

Além de, claro, ter uma descendência da HOLANDA. Ele me disse que tem uns parentes distantes lá.

- Que música você quer? – Ele perguntou, sorrindo DAQUELE jeito.

- Hum... Emily! – Pedi, enrolando os cabelos.

- Certo... – Ele começou a tocar. - Smiles and her laughter it's the only thing that I've been waiting for a time, regardless of our distance and our hope grows greater… Trapped by pretty eyes and letters for all time, the only thing that I've been waiting for…

Como eu AMO essa música!

- I hope it's something worth the waiting ‘cause it's the only thought that I ever feel real… Thunder storms could never stop me , ‘cause there's no one in the world like my Lily… - Ele tirou o EMILY e colocou MY LILY!

Que LINDO! Tengo lo major bofe de el la Inglaterra. Arriba!

E ele continuou tocando, cantando com aquela voz doce e forte! Ele canta melhor que qualquer vocalista de banda. Qualquer! Mas é meu, Meu bofe.

- She's simple yet confusing, her sparkling eyes make me weak and my words, they
tremble, days seem like years in this month of December! The winter coldens me for I have yet to sleep and never will I give up trying ‘cause you're everything to me!


Ain! Sabe o que significa esta parte da música? Ela é simples, porém confusa, seus olhos brilhantes me deixam fraco e minhas palavras tremem, dias parecem anos nesse mês de dezembro, o inverno me esfria e eu ainda tenho que dormir e nunca irei desistir de tentar, porque você é tudo para mim...

Eu amo James! Eu amo, amo, amo pra sempre!

- I hope it's something worth the waiting, it's the only tought that I ever feel real ‘cause thunder storms could never stop me, cause there's no one in the world like Lily.

Então comecei a chorar… Não sei, de emoção!

James parou de tocar e olhou estranho pra mim. Então percebeu, não sei como, que era de felicidade... Ele veio até mim e me abraçou, sentando ao meu lado no sofá.

- Hey, mesmo de alegria essas lágrimas não combinam com este rosto lindo! – Murmurou ele em meu ouvido, sorrindo ternamente. – Huh? Não gosto de lágrimas saindo dessas duas esmeraldas que você carrega!

- Ai, Jimmy... – Sussurrei, chorando levemente, com os braços envolvidos em seu pescoço. – Eu não sei, é que está tudo tão perfeito! Finalmente eu posso dizer que sou completa! – Soltei-o do abraço e peguei no rosto dele, com uma certa urgência na voz. – Promete que, haja o que acontecer, isto não vão acabar? Nunca?

- Nem a morte acaba com meu amor por ti, Lily. Nem a morte... – Sussurrou ele, beijando-me levemente, apenas com os lábios se tocando. – Não sei viver sem esta mentecapta ruiva, porque, como diz a música, é a única vez que sinto algo real, e tempestades nunca puderam me parar porque não há ninguém no mundo como Lily! Como minha Lily...

QUE COISA MAIS MELOSA! Eu acho que às vezes eu surto demais. Ih, surtada.

Chore, Lily. Pode chorar que o bofe é teu. Mas chore de alegria, companheira!

Yo-ho, yo-ho, yo-ho...

[...]

Ficamos a tarde toda conversando! E namorando, claro. Cheguei até a cantar uma música! É tudo tão perfeito, tão lindo... Mas agora, depois do jantar, estou no dormitório feminino, com Diana chorando em meus ombros.

Sabe, isso me corta o coração!

- Calma, Di... Tudo vai ficar certo... Você ainda tem a nós... – Murmurei, com um nó apertado na garganta,

- Ai, Li... – Respondeu ela, saindo de perto de mim e levantando da cama. – É difícil, sabe... Eu acho que perdi minhas forças. E nada consegue tirar essa sensação ruim de mim! Até pedi um tempo pro Sirius...

Se eu tivesse bebendo algo, certamente engasgaria.

Mas engasguei com a saliva mesmo. Produto sem patente, né, é o que dá!

- O queee? – Questionei, irritada, cerrando os olhos. – Diana, você está fazendo Sirius sofrer! Ele é a pessoa que mais se importa com você, parece se importar até mais que eu! Ele está mais triste que você, amiga, porque você está sendo egoísta com ele. Diana, pense bem no que está fazendo! Sirius não tem nada a ver com isso!

Ela me olhou profundamente, enxugando umas lágrimas.

- Arrume seu cabelo, dê um sorriso e vá falar com ele. – Eu disse, com a voz fraca. – Boa noite, Diana.

E saí do dormitório e do salão comunal. Andei sorrateira e silenciosamente pelos vastos e enganadores corredores de Hogwarts, chegando ao salão dos monitores uns quinze minutos depois.

De repente, me veio uma tristeza... Não sei, enquanto eu dava a senha pra porta e girava a chave (É, temos CHAVES também), veio um aperto no coração... Não sei, como se estivesse tudo ruim, sabe? E eu era cega. Eu pensava que o mal nunca ia chegar perto...

Então eu olhei para James, sentado no parapeito da janela com o violão, cantarolando e olhando saudoso para o céu.

E se algo acontecer comigo? Com a gente? Com ele? Sabe, eu não suportaria se algo acontecesse a ele. De verdade, eu acho que ia entrar em depressão... Ele é minha vida! E isto está ficando meloso demais, mas... Nossa... Fiquei sem palavras!

O QUEE? LILY, A MATRACA NÃO PATENTEADA, SEM PALAVRAS?

Milagre!

Como o parapeito da janela é enorme, sentei-me ao lado dele. E ele nem notou.

- James? – Chamei, baixinho, com a tristeza voltando.

- Oi, Lily... – Respondeu ele, sorrindo levemente. – Quer cantar?

- Claro! – Exclamei, abotoando a jaqueta. – Sabe tocar Breathe?

- Sei tocar tudo que você quiser! – E começou a dedilhar o violão. Ai meu Deus. Eu NUNCA cantei na frente de alguém. Será que eu desafino? E essa música é a mais difícil que eu já ouvi! Ahh!

- I climb, I slip, I fall, reaching for your hands but I lay here all alone, sweating all your blood... If I could find out how to make you listen now, because im starving for you here
with my undying love... And I... I will...
- Cantei, notando que minha voz era muito bonita. Eu tenho futuro com isso! - Breathe for love tomorrow ‘cuz theres no hope for today... Breathe for love tomorrow ‘cuz maybe theres another way...

Vi que ele olhava de um jeito muito fofo para mim... Muito, muito, muito fofo!

- I climb, I slip, I fall reaching for your hands but I lay here all alone, sweating all your blood... If I could find out how, to make you listen now because im starving for you here
with my undying love! And I... I will...
– Olhei para ele, pedindo para ele cantar.

Eu AMO essa voz dele!

- Breathe for love tomorrow ‘cuz theres no hope for today... Breathe for love tomorrow,
cuz maybe theres another way...
- Cantou ele, afinado e doce como sempre, tocando o violão de uma maneira mais forte.

- Breathe for love tomorrow ‘cuz theres no hope for today... Breathe for love tomorrow,
cuz maybe theres another way...
- Cantamos juntos, quando o relógio apitou. Meia noite!

- I climb, i slip, i fall into your empty hands but i lay here all alone. – Terminei, encarando o céu, pensativa.

Pelo canto do olho, pude ver que James me olhava. Mas ele não olhava para mim... Pelo menos não para a parte de fora. Ele olhava dentro de meus olhos. Dentro de mim. E eu não sei porquê, já que sou completamente oca.

Oca, oca, cabelo de minhoca...

???

Ele jogou o violão no sofá e desviou o olhar para o céu, com os olhos brilhando intensamente de um jeito astuto.

- James... – Murmurei, sem jeito. Ele olhou para mim, despenteando os cabelos com uma mão. – O que você acha que vai acontecer? Eu tenho medo de perder alguém próximo, como Diana. Muito medo!

- Tudo vai ficar bem... – Ele respondeu, voltando a olhar o céu. – Não importa quanto tempo demorar, Lily, o bem sempre vence. Sempre. Não posso garantir que nada vai acontecer, não quero te iludir, mas saiba que eu nunca vou deixar algo ruim acontecer a você enquanto eu estiver vivo.

- Faça-me acreditar nisso, então. – Sussurrei, encostando a cabeça na parte lateral da janela. – Não que eu não acredite. Mas é difícil.

- Você é a única que pode fazer isso, amor. Eu faço tudo que consigo pra te convencer. Mas depende de você... Use sua super imaginação para acreditar nisso.

Eu ri pelo canto da boca.

- Eu só sei falar besteira, tenha certeza disso.

- E são essas besteiras as minhas palavras preferidas. – Olhei pra ele, totalmente incrédula, enquanto ele olhava o céu e ria de um jeito maroto. – Porque são sinceras. Você não tem idéia de como é querer dizer algo e não poder...

- Você já sentiu isso? – Perguntei, sorrindo.

- Yeah, muitas vezes. – Ele respondeu, parando de sorrir. – Lembra de quando eu briguei feio com Sirius no ano passado? – QUEM não lembra? Foi o maior barraco, amor! – Então... Eu queria ter dito muitas verdades para Sirius. Mas eu não posso. Entendeu?

Er... NÃO?

- Como assim, não pode?

- Não que seja algo ruim... Mas isso é entre nós. – Murmurou ele, coçando a ponta do nariz. – Sabe, ninguém tem direito de revelar coisas das outras pessoas. E Sirius é meu melhor amigo...

- Sabe, eu admiro essa amizade de vocês! – Comentei, sorrindo de leve. – Eu nunca vi algo tão forte, sabe. Depois de poucas brigas e tanto tempo vocês continuam tão amigos como antes! Você, o Remus, o Sirius, o Peter...

James suspirou.

- É, não é fácil agüentar aqueles três, mas não sei o que seria de mim sem aqueles bestas... Eu os amo. Eu afirmo com toda a certeza, e se eu estiver errado tire minha vida, que nossa amizade é pra sempre. Não sei se entre todos, mas pelo menos comigo...

- Eu entendo. É mais ou menos assim com as meninas.

- Você já tentou aturar um maroto?

Ah, o que eu faço agora?

Brincadeira.

- Você conta? – Perguntei, mostrando a língua. – É, eu imagino.

- Agora multiplique por três, considerando que você também é uma marota... Bom, não é um resultado que podemos chamar de perfeito, ahm?

[...]

Ficamos conversando por MUITO tempo! Quando deu cinco e meia, eu já estava caída de sono.

Lembrando, é claro, que eu não posso cair pela janela antes de saber se eu serei ou não um cadáver de luxo. Porque se for, tenho mais uma exigência: em hipótese alguma colocar algodão no nariz. Alguém já notou que vai me dar uma alergia do caramba a sete palmos do chão?

- Vamos ver o nascer do sol... Olhe só que horas são... – Eu disse, bocejando.

- Não, não, Srta. Evans! Você vai dormir! – Disse ele, descendo do parapeito e espreguiçando-se.

- Certo, Sr. Potter...

Dei um selinho em James e fui para meu quarto, praticamente saltitando até a janela.

Saltita, cavalinho galopante, relinche, jogando seus charmosos cabelos para trás... Ah, uh, como é lindo o seu olhar!

Venha me beijar... Meu doce vampiro! Lalalalalala...

Apoiei-me no parapeito da janela, já tomada pelo cansaço e pelo sono.

HERPPY! Minha estrela do dia.

Porque, certamente, ficar conversando com James até o amanhecer (e até as estrelas quase desaparecerem) é uma coisa que merece ser marcada.

Em minha estrela. Yeaaah!

Coloquei uma blusa do Snoopy, branca com azul.

Eu quero ser um desenho animado! Não é justo eu não ser... Eu sou ruiva, baixinha, tenho voz de desenho animado, cara de desenho animado, TUDO PARA SER um desenho animado. E além do mais, sabe o que eu poderia fazer?

Ver quantas cores tem só numa TV de Plasma. Porque meu desenho só ia passar em TVs de Plasma. Eu sou chique, benhê!

E o nome do programa vai ser: LILY EM SEU MUNDINHO COLORIDO!!!!

And I won't let you fall away,
E eu não vou deixar você cair longe,
From me.
De mim.
You will never fade away.
Você nunca vai parar de brilhar.
I won't let you fall away.
Eu não vou deixar você cair
You will never fade away.
Você nunca vai parar de brilhar...


Música que James canta: http://rapidshare.de/files/36238418/From_First_To_Last_-_Emily.mp3.html
Tentem ouví-la lendo. Perfeito!

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