Desencalhando



Hyann
- A estrela da morte -


Ok, eu confesso: troquei a blusa azul com branco pela blusa roxa com branco. Combina mais com meu casaco.

SOCORRO! SÃO SEIS E MEIA E EU JÁ TOMEI BANHO E VESTI UMA ROUPA NORMAL!

Eu estou com um pouco de medo. Medo do que vai acontecer neste encontro. Eu já saí com James; mas fomos eu e a turma toda, só ficamos sozinhos uns poucos instantes... Eu não consigo nem pensar direito! Que horas nós vamos? Será que SÓ depois do almoço?

Eu não agüento de ansiedade! Estou aqui, sentada em minha cama, com uma calça, meias e um casaco de moletom. Meu cabelo está muito grande, e acabei de perceber isso.

Será que James gosta de cabelos curtos? Ou de grandes? Eu nunca o ouvi dizer nada sobre isso. Ele já me disse que ama ruivas, e que a mãe dele é meio ruiva, e que a avó dele era meio ruiva, mas nunca disse nada sobre o comprimento do cabelo.

Por que quando a gente quer que as horas passem rápido, elas passam devagar?

Seis e trinta e um. Eu acho que vou dormir de novo. Joguei-me na cama, e só acordei boas horas depois...

[...]

Sonhei que era uma bolha de sabão! Acredita nisso? James e a Corvinal oferecida estavam passeando em Hogsmeade, e eu era uma bolinha de sabão, que só tinha o rosto e uma parte do colo. Eu flutuava perto deles, e quando eles iam se beijar, James me viu e me estourou, rindo diabolicamente!

Eu o deixo impossibilitado de ter filhos se ele fizer isso um dia. Muah.

Levantei de novo e peguei um livro trouxa que eu amo: O Hobbit. Alguém já leu? Amo esse livro. Sentei-me na cadeira que conjurei ontem e comecei a ler...

Li, li e li, até minhas vistas pedirem descanso. Mas, por um infeliz acidente do mundo, eu coloquei a cabeça no encosto e dormi...

[...]

UMA HORA! SOCORRO!

Agora eu lembro que marquei com James duas horas em frente ao portão do salão principal. Mas eu nem almocei e nem me arrumei ainda! Merlin, Merlin...

Entrei no banheiro, tomei uma ducha hiper rápida e me vesti, ficando MUITO linda (isso é uma ironia, ok?): Camisa roxa com detalhes brancos, casaco preto com botões brancos, saia preta até o joelho, meia calça branca com detalhes pretos BEM grossa pra proteger minhas pernas, meu all star e duas polainas roxas em cima deles. Meu corpo está totalmente coberto.

Peguei minhas luvinhas de pelica, que eram de minha avó, e coloquei. Elas eram do mesmo tom da minha blusa. Prendi a franja pro lado, com o cabelo dividido de lado também. Ele estava até legal!

Desci como uma bala e fui pro salão principal, sentando num lugar fora dos olhos de James. Ele não pode ver minha roupa. Por sorte, tinha um resto de almoço, que eu engoli rapidamente.

Duas horas! E ainda nem tinha comido a sobremesa. Ninguém que eu conhecia estava na mesa. Então, comi a sobremesa, voltei pro salão dos monitores, escovei os dentes, passei brilho, um perfume e desci, chegando na escadaria do portão do salão principal pelo menos vinte minutos atrasada.

James estava lá, MUITO lindo. Ele estava com uma calça, uma blusa e um casaco preto, mas como o dia estava claro e frio, seus olhos estavam muito cinzas! Maravilhoso. E as linhas castanhas estavam mais acentuadas também, ficando perfeitas.

Só que ele NÃO estava olhando pra mim, de modo que eu fui obrigada a gritar:

- JAMES! – Imediatamente ele se virou pra mim, abrindo o sorriso mais lindo que eu já vi ele dar.

Sabe o que eu imaginei agora? Sabe naqueles contos de fadas trouxas, onde a princesa desce as escadas e o príncipe maravilhoso baba por ela, sorrindo abertamente? Foi isso. E eu tomei todo o cuidado pra sorrir, embora o sorriso fosse mais envergonhado do que qualquer outra coisa, pois eu NUNCA costumo me arrumar pra ir a Hogsmeade.

Desci os degraus lentamente, sorrindo nervosa e olhando pros meus tênis, com o cabelo cobrindo meu rosto dos lados. Quando cheguei ao chão, meus pés afundaram um pouco na neve, que nem era tão grossa assim.

James sorriu ainda mais, e olhe que de perto é mais perfeito ainda!

Naquela hora, eu juro: meu juízo, dignidade e comportamento ficaram bem guardados no castelo, e de preferência sem previsão de sair. Meu coração batia aceleradamente, e eu senti uma coisa nova, estranha... De todos os rapazes que eu saí, nenhum me causou isso.

E eu nunca senti aquela sensação antes. Uma sensação de, sei lá, que uma coisa grandiosa estava pra acontecer...

Alala Alala, you’re so cool! Can I be your friend? I’ll drive ‘till the end!

Já ouviu essa música? É de uma banda brasileira, Cansei de Ser Sexy. E, antes que você fale: “oh, a Lily sabe de alguma coisa que não seja idiotice!”, saiba que Lily também é cultura.

Globo, a gente se vê por aqui.

- Posso... Beijar esta formidável e maravilhosa moça? – Perguntou ele, sorrindo de um jeito TÃO perfeito que eu levantei os pés e dei um selinho dele. Então ele me ofereceu o braço, e eu aceitei, lógico.

Caminhamos para as carruagens (que sairiam dali a 5 minutos) sem dizer nada, cada um com seus pensamentos (jura?) e devaneios. Quando sentamos em uma carruagem, onde só tinham Corvinais, James resolveu falar comigo:

- Onde você quer ir primeiro quando chegarmos a Hogsmeade, Li? – Ora, meu bem, com você eu vou até o inferno! Eu ia falar isso, mas achei melhor não mostrar que eu era (sou) uma completa retardada logo em nosso primeiro encontro.

- Na Zonko’s! Meu estoque acabou... – E é verdade. Não tenho mais bombas de bosta nem nada!

James pareceu meio surpreso, mas sorriu.

- Não esperava ouvir isso! Depois, pensei em irmos ao Três Vassouras...O que acha? – Indagou ele, beijando minha mão.

Eu corei.

Corei! A palavra mais corada do mundo. HAHAHA.

Haha.

Há.

- Vamos onde você quiser! – Respondi, amavelmente, entrelaçando minha mão na dele.

É uma coisa bem estranha, sabe? De repente, eu estou numa carruagem com James, de mãos dadas com o mesmo, indo a Hogsmeade para sairmos juntos. Eu NUNCA imaginei que fosse assim... Principalmente antes do sexto ano.

Como eu fui capaz de odiar James Potter?

- James, por que você não desistiu de mim logo no quinto ano? Eu defendi o seboso! – Lembrei, com uma cara de profundo nojo.

- Não me parecia a coisa certa a se fazer... – Respondeu ele, chegando um pouco mais perto de mim e me encarando. – Eu não conseguiria esquecer esses olhos verdes nem que você namorasse o Ranhoso.

Eu sorri. Simplesmente sorri. Gostando do que ele disse, sorrindo de puro alívio e alegria. Sabe, é tudo de bom quando alguém fala que gosta de você.

Socorro! Eu não consigo controlar meu corpo! Merlin, Merlin! Eu não sorri de propósito. Eu não segurei a mão dele de propósito quando ele voltou a sua posição normal. Eu não tenho o controle do meu corpo! AH!

Venenosa, ê ê ê ê ê, erva venenosa, ê ê ê ê ê...

- Chegamos! – Exclamou ele, quando a carruagem parou.

Descemos em Hogsmeade (Sério? Pensei que fosse no pólo norte!) e começamos a andar em direção a Zonko’s. Eu estava com frio, mas cruzei os braços e fomos em silêncio até lá. E seja o que Merlin quiser.

James abriu a porta e fez um sinal, indicando “Passe, Lily, as damas primeiro”. Ele é bem cavalheiro, sabe?

Eu perguntava “Do you wanna dance?”, e te abraçava “Do you wanna dance”, amar você, um sonho a mais não faz mal!

Bom, nos divertimos muito na Zonko’s. Compramos muitas coisas, eu saí de lá com uma sacola cheia! James não comprou nada porque os marotos sempre compram pra eles quatro. (Isso quer dizer metade da loja, então...).

- Vamos tomar uma cerveja? – Perguntei, animada, quando saímos da Zonko’s.

Agora, preste atenção: vou contar tudo no mínimo detalhe. Sem QUASE nenhuma loucura. Aproveitem, é único, eu estava bem sã!

- Três Vassouras, certo? – Indagou ele, já me conduzindo para o Três Vassouras.

- Não sei, tem outro? – Ele não precisa saber que eu sei do Madame Puddifoot. É assim que se escreve? Bom, é assim que eu sempre entendo.

- Tem... – Ele corou. COROU. Corou.

Congela; James Oliver Davis Potter, o maroto, o EX-garanhão, o extrovertido, CORADO?

Tenho que marcar isto pro resto da vida. E fazer ele corar mais.

- Qual? – Indaguei, ainda bancando a inocente.

- O Madame Puddifoot. – Ou seja lá o nome do barzinho. Só sei que começa com Puddi. – Mas acho que você não gostaria de ir lá...

Quando chegamos a porta do Três Vassouras, eu parei e encarei ele, segurando a maçaneta da porta para ele não entrar. Ele ficou bem vermelho e até desviou o olhar!

- E por que não vamos lá? – Ainda bancando a inocente, consegui James ficar totalmente encabulado. MUAH.

- Prefiro o três vassouras... – Respondeu James, colocando a mão em cima da minha e girando a maçaneta.

Nós entramos no bar e James pediu duas cervejas. Eu estava um pouco nervosa; Diana e Kath estavam numa mesa do outro lado, com Alice lá perto. Se elas me vissem iam me zoar pelo resto da vida!

- Então... – Olhei para ele com um sorriso maroto no rosto, bem no estilo dele.

Cansei de Ser Sexy.

OOPS! Congele.

Cansei de ser boazinha (e de NÃO ser sexy).

- Então? – Ele se fingiu de inocente, dando um sorriso igual ao meu.

- Não vai dizer nada, Jimmy? – Arqueei a sobrancelha e olhei marota pra ele. Acho que a convivência com os marotos não me faz nada bem... – Quem diria...

- Estou esperando você dizer algo, Marie.

Certo. Evans ou Lily tudo bem... Mas nunca, NUNCA pronuncie o Marie. Lily Marie Evans. Não é algo realmente lindo? (Isso porque você não sabe o meu outro nome do meio).

- E você, Oliver? – James Oliver Davis Potter não é um nome lindo?

Ele riu, surpreso.

- Quem te contou meu segundo nome? – Perguntou ele, pedindo algo a Madame Rosmerta com um sinal esquisito.

- Remus! – Eu respondi, bebendo um gole da cerveja. – Certo, vamos ficar aqui o dia todo?

[...]

Bom, nós comemos um tipo de batata frita bruxa e conversamos mais um pouco sobre família, até que saímos do restaurante, totalmente empanturrados e aquecidos. Andamos um pouco em direção ao outro lado do povoado, em silêncio, até que paramos numa estranha escada que parecia dar para o topo de um tipo de montanha...

- Quer ir lá? – Questionou James, olhando saudoso para o céu escuro. (Eram quatro e meia da tarde e o céu estava muito escuro!) – É bem bonito e tem bastante neve!

Segurei a mão dele (e eu com uma luvinha de pelica!) e subimos com muita dificuldade a escada coberta de neve. Chegamos a um tipo de terreno plano em cima da montanha, que do lado contrário a escada dava para um tipo de floresta.

Quando começamos a andar em direção à parte de trás, sabe o que aconteceu? De repente meus dois pés afundaram uns vinte centímetros no chão e eu perdi o equilíbrio, caindo para trás.

Uma cena ridícula, se quer saber.

- Aaaah! – Eu gritei, antes de molhar minhas nádegas e minhas costas na neve gelada.

Quando eu caí, afundei mais um bocado, ficando com o corpo quase todo coberto pela neve. James virou-se, assustado, mas logo começou a rir de mim, que estava com o corpo esticado um palmo afundado na neve e os joelhos dobrados, mais pra dentro ainda.

Eu juro que senti neve nos meus ouvidos.

- Lily, você está ok? – Perguntou ele, dando umas boas risadas.

Ah, claro. Meus tímpanos estão guerreando com bolinhas de neve e está tudo excelente!

Ele me puxou pela cintura e logo eu me senti quentinha de novo... Ele tirou meu casaco e colocou o dele enquanto eu fechei meus olhos e sacudi as orelhas!

Olhei pra ele, surpresa, e ele correspondeu... Foi como se tivéssemos ligado um fio entre nós! Eu me senti paralisada, embriagada (Saiba que meu grande amor hoje vai se casar! Mandou uma carta pra me avisar... Deixou em pedaços o meu coração! E pra matar a tristeza só mesa de bar... Pode mandar todas, vou me embriagar! E se eu cair no sono... Me deite no chão.), como se o chão (neve) sob meus pés tivesse evaporado...

Ele se aproximou. Mais, mais... Lentamente. Sorrindo. De repente, ficou um silêncio tão profundo que eu me assustei! Ele ficava cada vez mais perto... Chegou num ponto em que eu podia contar todas as linhas verdes no olho dele... Pude sentir a respiração dele perto da minha...

Lentamente, ele levantou a mão e passou por minha nuca. Olhou pra minha boca, pros meus olhos, pra minha boca...

Cara, crachá, cara, crachá, cara, crachá, cara, crachá... SEVERINOOO! (Zorra total! Yeah!).

Que foi, doutor?

(Eu preciso parar de ver esses programas).

Continuando.

Olhos, boca, olhos... Mais perto... Nariz com nariz... E, no milésimo seguinte, a única coisa que eu senti foi que meus olhos se fecharam, eu segurei com força num ombro dele e nossos lábios se tocaram...

Eu logo me esquentei totalmente. Minhas duas mãos com luvinhas de pelica ficaram vagando pelo ar enquanto nos beijávamos, envolvidos, como se fossemos um só! Minhas pernas ficaram bambas, e, cara... Pela primeira, PRIMEIRA vez, eu senti meu coração disparar completamente.

Dava pra pensar que tinha alguém batendo contra meu coração fazendo ele saltar pra frente de tão intensa e forte que estava a batida dele. Eu até fiquei com medo de ter um infarto ou algo assim...

Nos separamos. Eu senti um calafrio e cosquinha na nuca, porque James estava com a mão lá. Abri os olhos. Ele ainda estava muito perto de mim, segurando meu pescoço com uma mão e com a outra em minha cintura, mas sorrindo... Sorrindo de carinho (isto existe?).

Mas, para interromper todo o clima, alguém começou a gritar que nem um retardado:

- Lily, Lily, LILY! – Eu até olhei, mas um segundo depois James virou meu rosto com uma mão, fez um sinal para o ser humano que nos atrapalhou e colou seus lábios nos meus de novo.

Depois do que me pareceram um cinco minutos nessa indecência (mentiiira!), com direito a selinhos e a mordidinhas (James sabe ser realmente romântico e falar umas coisas bem fofas), nos separamos totalmente, mas ele me abraçou.

No mínimo... Estranho.

- Lily, o que vai ser agora? Quero dizer, nos beijamos, nos abraçamos e tudo, mas não vai passar disto de novo? – Certo, eu realmente me assustei.

- Passar disto COMO? – Saí do abraço dele e encarei aquelas maravilhosas íris.

Sabe o que ele disse? SABE? SABE?

- Eu quero algo sério com você. Algo muito sério, sabe. – Minha boca se abriu, de verdade.

Acho que James me achou idiota, porque eu fiquei com a boca aberta, mostrando toda a minha garganta, sem contar o olhar de espanto.

ELE QUER NAMORAR COMIGO?

S o c o r r o.

- Sério? COMIGO?

- Lily, eu não agüento mais ficar perto de você só como amigo...

- Você não é só meu amigo! E-e-eu... – Eu gaguejei no final e me calei, não conseguindo falar nada. Fechei a boca. Lágrimas me cegaram e começaram a cair, molhando a neve (que já é molhada).

Foi tudo por causa da emoção.

- Lily... O que você tem? – James estava constrangido e meio triste, eu pude ver.

- Eu não acredito... – Quando eu estava prestes a cair no chão, James me segurou e acabou caindo para trás, comigo em cima dele. Comecei a chorar. – James, eu nunca imaginei que você poderia querer algo sério com alguém como EU! É claro que eu aceito! Eu te amo!

Preciso dizer mais alguma coisa? =)

[...]

Depois que saímos da neve, James me deixou numa pracinha ali perto e disse que precisava fazer uma coisa muito importante, um dever. Bom, eu deixei, claro. O que poderia fazer?

Estava esperando ele, quando o céu escureceu bruscamente. Comecei a sentir um pouco de frio, mas apertei o casaco de meu NAMORADO contra meu corpo e fiquei esperando, batendo os pés.

Sabe, o casaco tem um cheirinho tão bom! Sorte minha ter arrumado um namorado perfeito e cheiroso como o Jamie.

- Lily! – Gritou ele, vindo correndo até mim.

James ajoelhou-se e eu me levantei. Ele olhos fundo nos meus olhos, e, tirando do bolso uma caixinha preta, abriu-a e revelou um LINDO anel prata com uma minúscula estrelinha de esmeralda encaixada.

Meus olhos brilharam ao ver o anel... Um anel de namoro! Eu vi uma pequena aliança na mão do James.

- Lily Marie A. Evans, quer namorar comigo? – Perguntou ele, com os olhos brilhantes.

Eu acho que eu parecia uma bobona quando ele falou isso.

- CLARO QUE EU QUERO! – Ajoelhei-me, e ele colocou a aliança em minha mão direita (eu não sei em que mão se usa um anel, mas eu gosto dele na mão direita!). Eu me aproximei e dei um selinho nele.

AAAAH, EU AMO MUITO MINHA VIDA!

Demos as mãos novamente e fomos voltando para Hogwarts, porque já estava realmente tarde. Foi tão fofo! O que eu menos esperava, com certeza, foi o fato de Remus e Kayheryn estarem conversando.

- James, vamos ouvir? – Perguntei, sorrindo marotamente, ao ver Remus encostado na árvore com os braços cruzados e Kath em frente a ele, meio triste.

Ele sorriu positivamente em resposta, e nos aproximamos, ficando em uma moita do lado deles. Eu tenho vergonha de mim! Mas, a curiosidade supera né...

- Kath, olhe só... – Remus argumentou, encarando Kath. – Agora que você sabe a verdade, pode ir. Está esperando o que? Que eu vire o lobo mal?

- Remus, pare! EU GOSTO DE VOCÊ! E não é isso que vai acabar com meu sentimento! – Gritou Kath, quando seus cabelos louros caíram do coque que ela usava.

Katheryn estava muito irritada!

- Será que você não entende que eu não vou mover um pé daqui sem obter uma resposta sua? Remus, você sente algo por mim ou não? Diga a verdade! Eu quero saber, eu preciso saber...

Xi!

- Alguma coisa eu sinto. – Respondeu ele, sorrindo no canto dos lábios.

Kath pareceu ficar aliviada, e chegou mais perto dele, entrelaçando suas mãos.

- Então eu tenho uma chance? Você vai abrir um espaço nesse coraçãozinho pra Kath tentar entrar por ele? – Kath chegou mais perto dele, mais perto, mais perto...

- E ela começa agora, Kath. – Respondeu ele, dando um leve beijo na bochecha de Katheryn e saindo andando pelo outro lado das moitas.

Kath também saiu, apressada, pelo mesmo lado. Alguns segundos depois começou a correr, aparentemente enxugando as lágrimas que caíram. Eu acho que me senti um pouco mal por ter espiado minha amiga...

Olhei para James e ele olhava para outra direção, com um sorriso maroto nos lábios.

- Por que este sorriso? – Perguntei, levantando.

Ele levantou também.

- Remus vai ter muito a me contar hoje!

Voltamos pro castelo e logo jantamos... Eu devolvi o casaco para James, dei um selinho nele (meu namorado!) e fui para o meu dormitório, pois precisava urgentemente falar com Katheryn e dar um apoio moral. Ela já me ajudou tantas vezes, e é minha amiga, certo?

Subi as escadas feito uma louca, chegando ao salão comunal totalmente ofegante, desarrumada e risonha, por ser tão retardada. Entrei no salão e sabe quem estava na poltrona, sozinho e com uma cara de túmulo?

Sirius Black.

- Ei figura... O que houve? – Perguntei, sentando-me ao lado dele.

Ele tirou um estranho embrulho do lado dele e me estendeu, com uma expressão totalmente desanimada. Abri o presente e sabe o que era? Um macaquinho de pelúcia, com um cartão de “Amo você”. O nome dele é Harry!

- Que fofo! Foi o James, né? – Ele assentiu. – O nome dele é Harry, Sirius, e você é o padrinho dele! Agora, diga-me, meu amigo, o que aconteceu com você, por que está tão triste?

Sirius me encarou e suspirou lentamente. Pegou minha mão e segurou-a com força. Ele está triste! Fiquei com vontade de chorar também.

- Lily, Diana está triste e... Eu não sei, estou triste também... Lily, você acha que damos certo? Isto não é loucura? – Perguntou ele, olhando fixamente pra minha mão.

- Claro que não! Vocês se gostam! Não há nada mais lindo no mundo do que vocês dois juntos, certo? E eu vou conversar com ela, pode deixar.

Sirius começou a chorar levemente. Duas lágrimas escorreram de seus olhos azuis e contornaram o seu rosto até o queixo, onde caíram para seu uniforme. Ele soltou minha mão e encarou-me, tristonho.

- Eu sou um idiota...

- Não, claro que não é! – O Abracei, com muita vontade de chorar. Sabe, ele é meu melhor amigo e uma das poucas pessoas que eu amo neste mundo (como amigo, claro!). Acariciei levemente seus cabelos e quando me separei, um pouco mais feliz, dei-lhe um beijo na bochecha e exclamei, feliz: - Você é meu melhor amigo!

[...]

- Lily... Meus pais... Mortos... Mortos! - Eu senti alguém me abraçar com força e chorar em meu ombro assim que entrei em meu dormitório...

ERA DIANA!

Que? Como assim? TÁ FALANDO SÉRIO? Então é por isso que Sirius disse que Diana estava triste? Mas, GENTE! O sr. e a sra. Swredam! Como assim, os pais de uma das minhas melhores amigas, duas pessoas super bondosas e que foram super legais comigo e com as meninas, MORTOS?

- Di... O q-q-que aconteceu? – Gaguejei, com um buraco no coração.

É minha amiga que perdeu os pais! Que... Que droga!

- Ai, Lily... – Ela apoiou a cabeça em meus ombros e começou a chorar, tão inconsolável... Levei-a até sua cama, e comecei a conversar com ela.

- Como assim? O que aconteceu, como, QUEM?

- Voldemort, Lily! Ele matou todos que viviam naquela região... T-t-todos! Nem m-m-meus pais eu tenho agora... Estou p-p-perdida, Li... – Entre soluços e muitas lágrimas, Diana se jogou de barriga na cama, afundando o rosto no travesseiro.

Voldemort. Mais uma vez ele acabou com uma família inocente e totalmente decente! Mais uma vez! Sabe o que eu me pergunto quase sempre quando ouço falarem desta guerra?

Quantas famílias a mais serão destruídas? Quantas pessoas vão chorar que nem Diana por causa daquele maníaco sem coração? Eu tenho MUITA raiva! Por isso que eu vou ser uma auror das melhores, só pra poder me vingar disto tudo!

- Di... Calma... – Sentei no chão, do lado de Alice e Katheryn, e olhei desconsolada para Diana. Não era justo! Simplesmente não era!

Alguns minutos depois, Diana dormiu ali mesmo, e eu e as meninas achamos melhor deixá-la dormindo. Quando Alice foi dormir, tratei logo de me esconder na cama da Kath e fazer umas perguntas.

No meio da noite, levantei e entrei na cama da Katheryn pelo cortinado. Sentei em frente a ela e acendi a varinha...

- Não tem nada para me contar, McTally? – Perguntei, fazendo Kath sentar-se na cama, assustada. – Eu e James ouvimos sua conversa com Remus e eu não me arrependi, então, confesse tudo.

Direta e firme! This is Lily!

- Ai, Lily... – Kath começou a chorar também, falando baixinho. – Eu gosto muito do Remus! Eu amo aquele maroto! Mas parece que ele não me vê além de uma amiga, e que nem chance de tentar conquistá-lo eu tenho... Sabe, eu só não desisto dele pois sei que não vou parar até ter tentado, pelo menos... E agora, que ele me deu uma chance... Não sei...

Abracei Katheryn pelo pescoço, se dá pra entender, e logo soltei. Levantei-me, direta e firme, e falei, dando uma piscadela:

- Remus já está na minha lista, aguarde.

[...]

Será que tem alguém acordada? Ainda tenho que ver minhas estrelas.

Fui para a janela... A oitava estrela estava brilhando mais intensamente que as outras, mas era um brilho estranho, sombrio... Acho que tem a ver com a morte dos pais de Diana. Por isso, o nome dela é Hyann, a estrela da morte.

Voltei para minha cama e logo me afundei embaixo dos quentinhos cobertores.

Sabe o que eu lembrei? Eu não contei nada do James para as meninas.

Ooooh no.

PS: EU TENHO NAMORADOOOOOO!

Wait, don't go away.
Espere, não vá embora.
Just not yet.
Pelo menos, não agora
Cause I thought,
Porque eu achei
That I had it.
Que eu tinha.
But I forget...
Mas eu esqueci…

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