Sonâmbula



Hannom
- A estrela da esperança -


- Simplesmente não acredito! Ele não fez isso... Não fez! – Quando me dei conta da idiotice que tinha falado, sentei-me em minha cama e...

Eu estava falando durante o sono. EU SOU SONÂMBULA. Eu não acredito! E nem lembro por que acordei falando “dele”. Eu nem sei quem é ele. Acho que pode ser o James, até porque eu NÃO deveria acreditar no que ele fez ontem (apesar de ter um gosto bom), mas e se for um sonho maluco ou algo assim?

Lily maluca, sonhos malucos. Tudo se junta e vira essa bagunça. (?)

HOJE É SEXTA. Amanhã é sábado! (Jura? Achei que fosse segunda-feira, sua animal) E amanhã eu vou a Hogsmeade com James.

Mas será que eu quero? SIM!

Eu só não o deixei me beijar (eu falo como se eu não quisesse, olhe só) porque acho que tudo tem que acontecer o sábado, que é quando vamos sair. Eu acho que estou com um pouco de medo.

Medo de ser vítima de um seqüestro, sei lá. Lily Evans’ Imagination Corporation na veia!

Você ainda lembra dessa minha corporação? Aposto que não, sendo retardado do jeito que você é... Sem ofensas, é claro. Todas as opiniões expressas neste DVD não refletem a opinião da Warner e seus dirigentes. Hahahaha. Não é isso que sempre tem quando a gente coloca um DVD? Faz tempo que eu não vejo filmes, mas...

Alguém percebeu que hoje é dia primeiro de Dezembro?

Hoje tem neve! Acabei de ver pela janela. É fácil quando se está pulando na cama dar uma olhadinha pra janela. Eu amo neve! É super divertido. Ela é gelada e molha a gente de vez em quando (Não diga!), mas é muito bom “guerrear” contra os marotos queridos.

É super divertido ficar pulando na cama também. Eu pareço uma retardada de pijama pulando em sua cama king size SUPER chique com um ursinho de pelúcia na mão. É meu coelhinho, o Tubby. Tenho ele desde os três anos!

Fui ao banheiro, tomei banho, coloquei a meia, a saia e a camisa do uniforme, escovei os dentes, enfim... Tudo o que se faz no banheiro. Depois, abri a porta do armário, calcei meus sapatos que estavam lá (uma vez eu deixei eles no meio do dormitório e ele ficou cheio de coisas estranhas. Acho que eu realmente sou sonâmbula, ou alguém invade meu quartinho enquanto eu durmo.) Agora, falta procurar um casaco quentinho e usar ele.

Procurei um e achei o meu casaco arco-íris! Ele tem manchas de todas as cores, então é um arco íris mesmo. LILY EM SEU MUNDINHO COLORIDO!

Isso é fantástico.

É fantástico! Pam.

Acho que ver muita TV trouxa não me faz bem. Tenho que ver apenas meu mundinho colorido!

Quantas cores existem no mundo? Só nas TVS de plasma existem 16 bilhões... Ou milhões? Bom, tem 16 alguma coisa. Será que existem mais cores?

Um dia eu vou fazer um catálogo com pelo MENOS um milhão de cores. Com magia, é claro. Eu amo ser bruxa.

[...]

- Bom diaaa, Jamezito! – Gritei, entrando no quarto dele com tudo.

Será que ele vai ficar bravo por eu entrar assim no quarto dele? Acho que não.

- Lily? – Não, a costureira da esquina! (Santa ironia).

James abriu os olhos lentamente, e, vendo a pobre Lily na porta, puxou o edredom para cima com tudo, afinal, ele estava só de shorts. Ui. Acho que ele gostou, pela cara estranha e engraçada que fez.

Ele não podia tirar o edredom? Lalala.

- O que faz aqui a esta hora? Aliás, que horas são?

- São sete horas! – Exclamei, animada, fechando a porta do quarto.

Vamos provocar um pouquinho o James?

- Sete horas? Nossas aulas começam oito horas hoje! – Reclamou ele, bocejando.

- E eu com isso? – Aproveitando que ele estava deitado de barriga pra cima, sentei em cima da barriga dele (ela é de tanquinho mas é fofinha! Ainda bem que não tem pêlos.) e comecei a fazer cócegas.

Cócegas. Só esta palavra me faz rir.

Ele riu... Tão bonitinho! Adoro a boca dele. Além de ter lábios vermelhos e graciosos, sempre está com o hálito bom (os marotos fizeram um feitiço para isso, acreditem) e seus dentes são sempre brancos e limpinhos. O sorriso dele é perfeito!

- E agora, acordou? – Deitei em cima dele, barriga com barriga, e comecei a fazer cócegas no pescoço dele, rindo muito. Coloquei a mão embaixo do edredom e mandei bala!

Sabe... Eu ficaria muito feliz se um dia ele fizesse isso comigo!

- Hahaha... Lily, o que deu em você? Hahahaha... Não, na nuca nãão, HAHAHHAHA, Lily, pare, chega! – Ele gritava e ria, e eu o fazia rir mais ainda. Acho que minha roupa vai amassar, mas pelo menos ela vai ficar com o perfume dele.

Sabe o que eu notei? Enquanto ele se mexia pra lá e pra cá tentando se esquivar da malvada Lily, o edredom caiu e fizemos contato direto, se é que me entende.

Ele é TÃO quentinho e tão sarado! MORRA DE INVEJA, piranha, ele é MEU!

- Liii, chega, eu vou morrer aqui! – Eu tirei as mãos da nuca dele e coloquei uma em cima da boca. A outra eu coloquei em cima da cama, pra sair de lá com apoio.

- Eu paro quando eu quiser, ok? Este é MEU direito, então, caladinho!

Apoiando-me na mão que estava na cama, levantei e arrumei a roupa. Ele estava ofegante, vermelho e risonho, e eu com um sorriso maroto no rosto. Amei isso.

- Quer dizer então que você tem direito sobre mim, Lily? E por quê?

- Não vou te responder! – Falei, virando de costas.

- Ah, não vai?

- NÃÃO! – Gritei, esperando a reação dele, que foi...

Levantar SEM eu perceber e me abraçar por trás, com a respiração ofegante bem perto de minha nuca... EU TENHO CÓCEGAS NO PESCOÇO! NÃO FAÇA ISSO!

- Hahaha... Eu tenho cócegas na nuca, pare! – Eu disse, saindo do abraço.

- Eu também tenho MEUS direitos sobre você, Srta. Evans. – Retrucou James, fazendo-me virar e encarar ele.

Por que ele tinha que estar de shorts?

Eu cobri os olhos e fiz uma brincadeira. Só pra disfarçar o quanto eu estava nervosa.

- Cubra-se, senhor! Isto é uma falta de respeito! Quase nu em minha presença... – Brinquei, sorrindo.

- Sim, senhorita. Isto se a belíssima ruiva que está em minha presença sair da frente de meu guarda-roupa!

Dei uns dois passinhos pro lado, e, alguns segundos depois, senti algum pano bater em meu rosto.

- Ai! – Descobri os olhos, e James já estava de calça.

- Desculpe! Não consigo achar minha camisa... Nem minha gravata... Nem minha capa! E eu estou com muito frio! – Disse ele, procurando desesperado suas roupas.

- Você sabe dar nó de gravata? – Perguntei, achando imediatamente a gravata e a blusa no meio de um monte de roupas.

- Sim... Você é um anjo! Obrigado! - Agradeceu ele, sorrindo para mim.

Como ele é LINDO!

- Mas não consigo achar minha capa... Lily, por que você não está com sua capa? – Ele perguntou, sem olhar pra mim.

COMO ELE REPAROU QUE EU ESTAVA SEM CAPA?

- Não gosto dela. Prefiro meu casaco. – Respondi, pegando a capa dele num cabide. – E você precisa se organizar mais!

James sorriu e colocou a capa e a camisa. Colocou a gravata na boca e começou a abotoar a camiseta branca.

Será que ele não pode deixar a camisa desabotoada?

E pervertida é você. Muah.

- Pronto, senhorita. Estou pronto. Mas você vai colocar sua capa! Este casaco não é apropriado pra este lugar cheio de garotos, é muito colado! Não quero ninguém olhando minha Lily! – Ele passou a gravata no pescoço e deu o nó. Olhou pra mim então, totalmente vestido.

- Então vá comigo até lá! – Pedi, olhando com cara de coitada.

- Nem precisa pedir, Lily! – Ele estendeu o braço, eu aceitei, e lá fomos nós em direção ao meu quarto, pegar a capa.

Quando chegamos lá, sabe qual foi a primeira coisa que ele reparou?

Cinqüenta pontos para quem adivinhar.

- MEU VIOLÃO! – Gritou ele, largando meu braço e correndo em direção ao violão azul que ele tanto amava. – Você o pegou de novo?

Sim, eu já fui escondida no quarto do James. Mas abafa isso.

- Tudo que é seu é meu! – Respondi, procurando a capa no guarda-roupa NADA desorganizado. – Pronto, achei a capa. – Tirei o casaco e coloquei a capa, só pra fazer o Jamie feliz! – Vamos tomar café? São sete e meia.

- Só vou pegar minha mochila e ir ao banheiro rapidinho, ok? Espere lá no nosso salão. – Eu fiz que sim, peguei minha mochila e desci, esperando Jimmy (não é um apelido fofo?).

Uns cinco minutos depois, James desceu, com a mochila nas costas e o cabelo molhado.

- Você tomou banho? – Perguntei, notando que ele estava levemente molhado no pescoço.

- Sempre tomo. – Ele respondeu, sorridente. – Que foi?

- Seu pescoço ainda está molhado! – Observei, levantando os pés (Ele é pelo menos vinte centímetros maior que eu) e secando o pescoço dele com minha manga. – James, você nunca pára de crescer?

Ele apenas riu, segurou minha mão e me conduziu pra fora do salão dos monitores.

Não é mega fofo?

[...]

Você já notou que perto dele eu fico mais sã? Eu já!

Agora que estou na aula de Trato das Criaturas Mágicas pelo menos cinco minutos antes do começo das aulas, sinto minha loucura voltar aos poucos... E me cercar, asfixiando-me, roubando meu ar...

Eu sou muito retardada.

Venenosa, ê ê ê ê ê, erva venenosa, ê ê ê ê ê, é pior do que cobra cascavel, seu veneno é cruel, el el! Não é uma música que combina com a Lily? Apesar de eu não ser uma folha e nem ter veneno.

Se eu tivesse veneno já teria matado: Seboso (não acredito que defendi ELE no quinto ano. Acho que foi só pra irritar o Jim), Malfoy, Lestrange, Nott, Avery, Narcisa e Bellatrix Black, Flitwick. Em momentos de raiva: Katheryn, Diana, Alice, James, Sirius, Remus, Peter, Frank e todos os meus amigos. Eu acho que na vida passada eu fui uma cobra bem venenosa.

E COLORIDA! Pois meu mundo é colorido, cheio de cores e amores... (Isso é uma música).

Dez minutos depois todos começaram a chegar. E eu congelando ali no pátio, perto da cabana do Hagrid (o guarda-caças de Hogwarts, um cara muito alto e realmente legal, se você quer saber)! Diana, Katheryn e Alice logo vieram ao meu lado, enquanto os marotos vinham mais atrás, risonhos como sempre. James parecia totalmente desligado dos outros, e só dava atenção aos marotos.

Eu acho essa amizade enorme deles tão legal!

Então, depois de uns minutos, o professor Hunter (ou seja lá o nome dele, porque nunca prestei atenção em uma aula dele, então...) saiu sabe-se lá de onde com uma caixa enorme flutuando logo atrás.

- Bom dia, Grifinória! Hoje pensei em nos divertimos um pouco... Aqui tenho uma esfinge! Ela aceitou fazer uns enigmas para nós... Formem uma fila! – Como se fossemos maternais. Eu não gosto de adultos que fazem isso.

Como se eu fosse boa em enigmas, tiozinho. Eu, minhas amigas, os marotos, Frank e duas meninas que dormem no nosso dormitório mas eu NUNCA conheci fizemos uma fila. Vamos lá; só que se minha cabeça pegar fogo eu processo Hogwarts!

Ok. Eu confesso: não respondi o enigma dela e não gravei nenhum outro, então, vamos para a aula dupla de DCAT?

[...]

Desta vez foi legal. Aprendemos dois feitiços de defesa novos: Conjunctivitus Curse, pra deixar a pessoa meio cega, e Densaugeo, uma azaração muito legal. (Eu ouvi os marotos cochicharem que aquilo era revisão do sexto ano).

A mulher é demente, sério! Ela disse que vamos aprender muitos feitiços de defesa e azarações, pois é o que mais precisamos saber. Acho que ela acha que Voldemort vai matar a gente aqui em Hogwarts, com Dumbledore... Coitada, é esquizofrênica!

Depois, saímos pro almoço. Eu já estava com muita fome! Quase não comi nada no café da manhã porque o James não deixou a pobre Lily comer de tanto dar risada.

Eu sou uma hiena.

Hiena, hieninha!

- PARE DE PISAR NO MEU PÉ, SUA PIRANHA! – Gritei, quando senti Diana pisar no meu pé pela 37463286ª vez naquele dia.

Detalhe: estávamos sentadas no meio do salão principal.

Tinha que ser a Lily, não tinha?

- Lily, você ficou maluca? – Perguntou Alice, rindo.

- Essa idiota fica pisando no meu pé! – Respondi, comendo um pedacinho do frango em meu prato. – Eu odeio isso.

Diana deu seu motivo:

- Tinha outra garota falando com James, só isso! – SÓ ISSO?

Eu juro que, quando eu ver essa aí, vou enfiá-la num canudinho, pisar, amassar com um trator, rolar por Hogsmeade toda, dar pra lula-gigante, pegar ela de volta e enterrar num lugar ao alcance do Salgueiro Lutador!

Grr.

- Quem era a vaca? – Perguntei, cerrando os olhos.

- Uma tal de Dara Andrews, da Corvinal. – Kath disse, bebendo um suco estranho.

- Esse suco tem uma cara horrível! – Comentei, varrendo a mesa da Corvinal. – HEY! Essa tal de Andrews não é aquela do Quadribol? Aquela toda oferecida e que adora dar em cima do James?

SÓ PODIA SER A VASSOURA DE CABELO VINHO!

Além de tudo, quer copiar meu cabelo, RUIVO super natural. Inveja mata! De qualquer modo, se o inveja dela não a matar, eu mesma mato. E com prazer.

Sabe no que eu pensei agora? “Os Planos Psicopatas Assassinos De Lily”. Não soa bem?

- Essa aí! – Alice respondeu, com a boca cheia. – Desculpe. – Ela engoliu (ainda bem, é super nojento ver a comida sendo triturada na boca dos outros) a comida e voltou a falar: - Mas fique calma, Lils. O James só tem olhos para você. Tanto que, mesmo estando a pelo menos 15 cadeiras de distância de ti, ele fica olhando.

Imediatamente eu corei. Não sei porquê.

Corei. Não é uma palavra bonitinha? Corei. Hahaha. COREI!

- Eu não consigo almoçar... – Suspirei, desanimada, olhando para o prato cheio. Totalmente o oposto do que eu sou por dentro.

Hahaha. Mentira, só achei que isso era legal de se falar. Eu acho que eu seria uma ÓTIMA atriz. E a única atriz ruiva de olhos verdes que usa roupas excêntricas.

Eu nasci pra ser Star!

- Que aula temos agora? – Perguntei, empurrando o prato para longe.

- Dupla de Poções e depois Transfiguração... – Alice respondeu, olhando preocupada pra mim...

OH NÃÃÃO!

[...]

Esta sexta-feira foi a mais chata de minha vida, acredite. A única coisa legal foi a aula de Transfiguração... Não ela em si, mas o fato de que, por causa desta matéria, hoje o Jimmy vai me dar uma aula particular, porque eu não sei NADA desta matéria: conjurar qualquer coisa.

A aula foi mais ou menos assim...

Eu entrei na aula totalmente apressada, e logo peguei a carteira mais na frente da sala. Todo mundo entrou logo depois, e minha dupla foi... O Sirius. Acho que o James foi sentar com o Remus e o Peter eu nem sei. Sobrou então a Lily restinho!

- ARARAAAAAA! ARARAAAAAAA! – Eu gritei, assim que Sirius sentou ao meu lado. Sacudi os braços e coloquei a língua pra fora, rindo que nem uma retardada logo depois. – Hahahaha... SIRIUS, MEU AMOR!

Eu gritei isso no ouvido dele e dei uma beijoca bem estalada nele. Coloquei seus cabelos pra trás e comecei a beijar sua bochecha freneticamente.

- Sirius (beijinho) meu amor (beijinho) que saudade (beijinho) de você! (beijinho).

Ele ficou olhando pra mim como se eu fosse louca e eu o soltei, rindo mais ainda.

Sabe o que eu lembrei agora? Que um dia, no segundo ano, eu deixei todos os marotos com seios e umas nádegas “avantajadas”. Acho que foi por isso que eu desatei a rir tão escandalosamente.

- Lily, você está bem? – Ele perguntou, risonho, olhando pra Lily retardada que ria demais, com a testa encostada na mesa.

- Hahahaha... Lembra do movimento I’ve got the power? – Eu não sentia mais minha barriga de tanto rir. Comecei a bater o pé no chão, pra ver se a risada parava, mas parecia que eu tinha sido azarada! – HAHAHAHA! Sabia que eu te vi na janela ontem, minha flor? HAHAHAHHAHAHAHAH!

Eu estava com lágrimas nos olhos, e acabei levantando a cabeça. Minha barriga estava contorcida de tanta risada!

- Sonho em um dia tocar sua pele alva e maciaaa... HAHAHAHAHAHA! I feel good, lalalala lalala... Sirius, eu não consigo parar de rir!

Socorro, eu estava sem ar! Todo mundo da classe olhou pra mim.

- E vai sentir... A dor e a indiferença de alguém que só te engana! – Pausa pra jogar os cabelos para trás. – A pipa do vovô não sobe maais! – Comecei a bater palmas, parecendo realmente uma drogada.

Mas quer saber? HAHAHAHHAHAHAHAHAHAHA. A vida é dura, só pra quem é mole, mas quem tem coragem e fé, não se engole!

(A música é assim?)

Parei de rir, já corada (minha palavra preferida!) e totalmente desarrumada, e prendi a risada. Mas sabe quando você não consegue prender?

- Melhor pra fora do que pra dentro! – Gritei, totalmente alegre, com os braços pra cima. – A vida foi feita pra se viver! E não para morrer? Sacaram? HAHAHHAHAHAHAHA!

Eu tive mais um bom acesso, até que percebi que McGonagall estava em minha frente, com uma expressão severa.

Ooh no.

- Srta. Evans, pode explicar esse comportamento? – Indagou ela, de braços cruzados.

- É a alegria, professora! – Respondi, com a voz rouca de tanto rir, uma expressão risonha no rosto e os braços levantados. – Mas vou parar. Pode dar sua aula.

Durante a explicação da Minnie sobre os feitiços conjuratórios, que eram não-verbais, eu apertei a coxa de Sirius pra não dar risada. Porque, cara, eu só consigo parecer séria quando aperto alguma coisa. Coitado do Sirius.

- Ai, Lily! – Sussurrou ele, olhando feio pra mim. – Quer arrancar minha coxa?

- Eu vou rir... – Sussurrei de volta, com as bochechas já vermelhas, de tanto prender o riso. – Sirius! – Apertei mais a coxa dele, e senti ele segurar um grito.

- Os feitiços convocatórios – Gritou Minnie, olhando furiosa pra mim. – Devem ser praticados sozinhos. Comecem agora, por favor!

Comecei a tentar conjurar umas coisas. O feitiço era um tal de Conjurar e o nome do objeto que você quer. Eu tentei e tentei, mas o máximo que consegui conjurar foi um brigadeiro com confetes coloridos!

- Professora McGonagall... – Chamei, ainda prendendo o riso. – Não consigo conjurar mais do que brigadeiros! – Comentei, apontando uns dez brigadeiros em cima da mesa.

- A Srta. não está concentrada, Srta. Evans! – Respondeu ela, severa, virando-se de costas.

Bom, pulando logo pro final da aula, eu consegui uns trinta brigadeiros e um beijinho. Oras, o que mais eu poderia conjurar?

Enfim, peguei os brigadeiros, guardei na bolsa e fui falar com James, longe dos marotos. Eles NEM vão me zoar. (Tudo bem que Sirius sabe dos meus brigadeiros, mas o REMUS saber isso é humilhante demais).

- James, posso falar com você? – Perguntei, arrastando ele para longe dos outros.

- Pode, claro!

- Joga fora todo o amor que eu te dei, que as vezes eu chorando te olhei, e te pedi pra não ir embora! – Cantei, risonha. Essa música é lá do Brasil. Meus pais gostam dela e eu não, mas ela ficou na minha cabeça.

- O que? – Perguntou ele, assustado.

- É uma música! – Exclamei, rindo que nem uma retardada.

- Lily, o que você tem?

- Alegria demais, meu amor! – Gritei, dando uma volta no mesmo lugar. – Enfim, será que hoje a noite você pode me ensinar os feitiços convocatórios? O máximo que consegui foi brigadeiro e beijinho!

Ele me olhou mais assustado ainda.

- Doces trouxas! Quer? – Tirei um brigadeiro e o único beijinho que carregava, e dei a ele.

James comeu os doces, jogando fora apenas o papel. Fez uma cara boa pro brigadeiro e uma ruim pro beijinho. Pensou um tempo, olhou e olhou pra mim, e, finalmente, respondeu:

- Gostei do brigadeiro. O beijinho é ruim.

- Quer mais uns?

- Claro!

Tirei os vinte e nove brigadeiros da mochila e coloquei na mão de James. Ele agradeceu, comeu dois e guardou o resto na mochila.

- Lily, o que você fez no Sirius?

Voltei a rir que nem uma hiena drogada.

- Apertei muito a coxa dele.

- Você sabe que Sirius tem facilidade pra ficar com hematomas, não sabe? – Perguntou James, enquanto voltávamos pro salão comunal.

Não, eu não sabia!

- Não! É verdade?

- Você acha que eu mentiria?

- Não! Mas...

- Sim ou não?

- Não! Mas...

- Certeza?

- DEIXE-ME FALAR! – Gritei, quando chegamos em frente a mulher gorda. - Rilipikki.

Ela deu passagem e nós entramos no salão, lotado de gente. Só então lembrei que estava nevando, e...

- James, vamos pra neve? Depois eu cuido dos hematomas do Sirius... E nem me olhe assim, odeio ciúmes, principalmente de seu melhor amigo! Onde estão os meninos e as meninas? – Gritei, localizando-os logo. – DI, KATH, LICE, SIRIUS, REMUS, PETER, GUERRA NA NEVE! – Berrei, quase estourando minha garganta.

Em dez segundos eles estavam perto de nós, sorridentes.

- Quem topa? – Todo mundo.

Eu que sugeri, desculpem. Há há.

Dez minutos depois, estávamos no meio da neve nos jardins, com direito a “muros” de neve e muitas, muitas bolinhas. Eu, Lice, Di e Kath contra os marotos... Foi muito legal! Toda hora eu recebia uma no meio da fuça (tenho certeza que foi o Sirius), mas eu lançava bolinhas que nem uma retardada sem ao menos ver a direção.

- Lily, você está acabando nossas bolas de neve! – Gritou Diana, correndo de um lado pro outro, quando levou uma bolinha na testa.

- NA TESTA! – Gritei de volta, sentada atrás do muro, bem escondida.

Enfiei a mão no muro, fazendo um buraco, pra poder olhar a movimentação deles. As bolinhas pareciam vir de todos os cantos do muro deles! Então, eu tive uma idéia brilhante.

- VAMOS CRIAR UMA GIGANTE E JOGAR NO MEIO! – Gritei, começando a fazer uma bola de neve ENORME.

Um minuto depois, um negócio maior que nós quatro juntas estava pronto, esperando pra se desfazer em cima dos marotos. Com um feitiço de levitação, fiz ela ir para cima dos marotos, olhando por meu buraco estratégico.

BUUM!

Acertei em cheio neles, e ainda abri um bom buraco. Mas acredita que eles NÃO estavam atrás do muro deles?

Estavam atrás do nosso, e eu percebi isso assim que levantei a cabeça.

- Meninas, acho que... – Foram as únicas palavras que eu disse antes de receber milhares de bolinhas na cara e cair pra trás, igual as meninas.

Sim, os marotos ganharam.

De repente, caída no chão e vendo tudo branco, sinto alguém bem quentinho me levantar e me abraçar forte. APOSTO que era o meu assassino das neves.

- Você estava tentando me matar? – Perguntei, saindo daquele abraço nada bom.

- Eu? Matar a Lily? – James indagou, sorrindo de um jeito lindo e arrumando sua touca preta.

Eu já disse que ele ama usar toucas no frio? Ele fica TÃO lindo! Dá até vontade de apertar.

- Parecia! Quase comi neve! – Argumentei, olhando em volta.

Sirius e Di agarrados, Kath e Remus idem, Alice esperando Frank chegar ao local da “guerra” e eu aqui fingindo que não estou vendo nada só pro James não querer fazer isso comigo.

- Katheryn e Remus estão juntos? – Perguntou James, olhando fixamente para eles.

- Acho que isso começou agora! – Respondi, olhando para o céu, que escurecia rapidamente. – James, acho melhor voltarmos para a escola. EI, GENTE, VAMOS VOLTAR! – Gritei, separando os TRÊS casais.

Por que o sábado não chega logo?

Então, de mãos dadas com o James (Só pra não ficar segurando vela demais) e morrendo de frio, voltamos para o castelo, já na hora do jantar.

Muitas fãs do Jim me olharam torto, e eu apenas me grudei mais a ele, chegando até a ganhar um beijo na bochecha muito fofo.

- Que fome! – Exclamei, antes de atacar qualquer coisa que tinha na mesa.

- Lily, você vai ficar gorda! – James brincou, fazendo seu prato.

Sirius, Diana e o resto do pessoal sentaram-se em volta de nós, conversando entre si.

- Está me chamando de gorda, seu palito de churrasco? – Provoquei, engolindo um bom pedaço de frango logo depois.

(Eu sou semi-vegetariana; só como carne branca e olhe lá!)

- Palito de churrasco? Sua espeto! – Retrucou ele, bebendo um pouco de suco de algo estranho.

- Espeto não!

Bati de leve na cabeça dele, lembrando do “Pedalada!”, e... Bom, logo empurrei o jantar para longe e comecei a rir feito uma condenada.

- Hahahaha... Peedalada, James! Hahahaha... James, já tentou pedalar no Quadribol? Deve ser fácil numa vassoura... HAHAHA! – Rindo que nem uma retardada e observando James me observar (Nossa, quantas observações!), percebi que ele parecia gostar de quando eu ria deste jeito.

Acho que ele quer me ver sempre feliz!

- Lily, de onde você tira essas coisas? – Perguntou ele, terminando o jantar e esperando a sobremesa.

- Não sei! Simplesmente me vêem a cabeça e eu falo. Eu não sou de prender pensamentos, saca?

CHEGARAM AS SOBREMESAS! WEEEE!

Logo ataquei dois pudins e uns docinhos engraçados com gostos estranhos de bebida alcoólica. Alguns minutos depois, todos os pratos já estavam limpos e a maioria do pessoal começou a ir para os salões comunais.

- Kath, Di, Lice, meninos... Vou dormir no salão dos monitores hoje! Boa noite a vocês e até amanhã! – Exclamei, feliz, dando um beijo na bochecha de cada um.

James também foi:

- Boa noite a vocês também! Vou com a Lily se não ela tranca o salão de novo com minha varinha lá e eu fico dormindo no corredor... Não é, Lily? – Perguntou ele, sarcástico, referindo-se ao dia em que eu fiz isso.

Eu JURO que foi sem querer.

(Meu dedo está cruzado).

- Até amanhã! – Saí andando, com James em meus calcanhares, e logo chegamos a porta do salão.

Fiz o feitiço de sempre, entramos, e eu fechei a porta. Simples e objetiva, uma verdadeira Star.

Vou escrever um musical daqui a um tempo: Meu Destino É Ser Star. Pode esperar, truta!

- James, vai me ensinar o feitiço? – Perguntei, tirando a varinha do bolso.

- Ok! Vamos para o sofá... – Sentamos no sofá, e pela primeira vez eu senti que tinha que ser séria. Ou seja, SEM PALHAÇADAS OU INSANIDADES até sair daqui.

James me olhou.

- E então?

- E então o que, Jimmy?

- O que você não entendeu? – Eu pensei, pensei, pensei.

E pensei.

- Não sei, apenas não consigo conjurar coisas mais sérias. – Respondi, tentando conjurar um copo.

James então me explicou que para conjurar algo, tínhamos que formar na mente a imagem do que queremos e prestar atenção APENAS no feitiço e no nome do objeto, que tem que ser falado com muita clareza.

- Tente, agora. – Sugeriu ele, uns cinco minutos depois.

- Certo... - Conjurar poltrona!

Uma poltrona rosa cheia de estrelinhas surgiu em nossa frente. EU CONSEGUI!

- Obrigada, James! Eu consegui! – Gritei, abraçando-o com muita força. – Não sei o que seria de mim sem você!

- Eu que o diga... Lily, preparada para amanhã?

- Como nunca! – Gritei, dando um beijo em sua bochecha e subindo para meu quarto... – Amo você, James. – Sussurrei, antes de entrar no quarto e trancar a porta.

[...]

Eu não consigo dormir! Socorro!

Estou com insônia. Nem ficar na cama eu consegui... Então estou aqui, sentada no parapeito da janela, e com muito medo de cair.

Acho que os acontecimentos recentes mudaram minha cabeça. Acho que de repente virei uma pessoa mais séria, mais atrevida e com mais atitude...

Mentira.

Bilu bilu bilu, bilu tetéia!

Como vai ser amanhã? Com que roupa eu vou? Merlin, ajude-me!

Será que se eu arrumar minha roupa agora a insônia vai parar? Espero que sim, pois estou cansada física e psicologicamente, além do medo de cair desta janela. Desci lentamente, bocejando (e desejando não ficar com olheiras) e abri meu guarda-roupa...

Vamos lá!

Está, tipo assim, muito frio. Acho que vou congelar aqui.

Peguei uma de minhas blusas favoritas: uma azul com detalhes pretos. Uma saia meio longa, até o joelho, preta. Minha meia calça branca com desenhos pretos, beem quente, e polainas. O meu all star, único em Hogwarts, e só faltava o casaco.

Um bem grosso, preto! Eu sou demais. Eu acabei de escolher minha roupa e jogá-la toda em cima da escrivaninha.

Voltei para o parapeito da janela, apertando o casaco ainda mais. Fiquei olhando as estrelas, por muito tempo, só pensando...

Sabe, tudo o que está acontecendo comigo é realmente estranho. Mesmo. Hoje, a sétima estrela está brilhando mais forte que todas as outras, e hoje é o sétimo dia desde que descobri gostar de James de verdade.

Acho que vou enlouquecer.

Porque parece tudo ser ligado com o mesmo motivo: James.

Eu acho que esse maroto vai ficar marcado pro resto de minha vida. Quero só ver como vai ser quando sairmos de Hogwarts...

NÃO, EU NÃO QUERO PENSAR! Não, não, não.

Certa vez, minha avó, algumas horas antes de partir, disse a seguinte frase:

“O passado que nos olhe... O presente que nos leve... E o futuro que nos espere, impedindo sempre que olhemos muito para frente tentando ver o que vai acontecer...Pois a maior felicidade do mundo é ter surpresas; e, olhando para a frente, você acaba com toda a mágica da vida.”

Acho que é bem por aí.

And now I let my dreams consume me,
E agora eu deixo meus sonhos me consumirem,
And tell me what to think.
E me dizerem o que pensar
But hold on,
Mas aguente firme,
Hold on.
Aguente firme.
What am I dreaming?
O que eu estou sonhando?

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