Massacres e Conversas



Massacres e Conversas



Harry dormia exausto depois do encontro com Grampo no Beco Diagonal, onde havia passado horas conhecendo cada uma das suas propriedades e negócios, e todos os direitos que possuía sobre elas. O duende havia falado por horas sem parar, e certamente algumas coisas que ele tinha revelado seriam de grande utilidade no futuro. Os documentos falsos haviam sido feitos, e agora o quarto do hotel estava alugado em nome de Mark Balboa, filho de empresários americanos que tinha vindo passar um tempo em Londres.

Quando finalmente acabou sua reunião, Harry comprou algumas vestes bruxas normais, e uma veste a rigor negra para usar no dia da abertura do testamento. Ao chegar em casa se pôs a ler livros sobre feitiços de rastreamento que havia tirado do Cofre dos Black. Tinha escolhido esse tema, pois suspeitava que a Ordem viesse a tentar esses feitiços nele quando se negasse a dizer onde estava vivendo, e queria ter certeza que poderia desfaze-los.

Enquanto o garoto descansava, em outra parte da Inglaterra um vampiro se encontrava perdido em pensamentos.

Adrian Tamoio observava um pequeno vilarejo parado em cima de um morro. Olhos fechados, o vento castigava o pouco cabelo negro que havia ficado de fora da grossa trança que usava. Foi então que a confusão começou.

Marcas Negras subirão ao céu, gritos e explosões podiam ser vistas de longe. O oriental se pôs a pensar em quando e porque havia começado a gostar de provocar dor e sofrimento. Porem não se lembrava da resposta.

Não se lembrava também quando havia parado de gostar. Não que ele se importasse com os humanos morrendo, ou sentisse pena, ele simplesmente havia parado de sentir. Ele praticamente não conseguia mais amar ou odiar algo ou alguém, quase nada mais o dava prazer ou vontade de continuar caminhando sobre a terra.

A única coisa que o movia era à vontade de lutar, à vontade de encontrar alguém mais poderoso que o pudesse o matar e lhe livrar com honra de sua patética forma de vida. Ele amava lutar, e sentia prazer nisso. Porem ele odiava o fato de nunca encontrar alguém forte o suficiente para rivalizar com ele.

Descendo em direção a vila, segurou com a mão esquerda o cabo da katana, não que fosse canhoto, o fato é que gostava de dar mais chances aos adversários. Há quanto tempo não tinha uma luta decente? Lembrou-se da ultima vez que tinha sido obrigado a usar a mão direita em combate, há quase 200 anos atrás, quando havia reencontrado seu antigo companheiro de aulas. Dominique ainda não o havia perdoado pela morte de Mestre Sanozuke, e a batalha havia sido intensa. Por mais de uma hora dançaram em volta um do outro, espada encontrando espada, espada dilacerando carne. Infelizmente a espada de Dominique não agüentou a força da luta, rachou-se em duas deixando seu dono na mão e obrigando-o a partir antes que as diferenças entre os dois fossem acertadas.

Há algum tempo ele já era um dos Cardeais do Sabá. Quando a oferta lhe foi proposta pensou em recusar. Somente depois de pensar por um tempo é que se deu conta de quanto mais influente fosse, mais gente o quereria morto, talvez assim finalmente alcançando seu objetivo de encontrar alguém mais poderoso.

Tinha conseguido ao menos uma parte de seu objetivo. Certamente muito mais pessoas o queriam morto. O problema é que o respeito e o medo que seu nome impunha impedia a todos de tentar qualquer coisa contra ele. Todos o viam como o futuro Regente, aquele que lideraria o Sabá a vitória, que os daria o controle do Mundo. O irônico é que nada disso o importava, tudo o que queria era encontrar alguém habilidoso o suficiente para uma ultima boa luta.

Ao alcançar uma casa ainda intocada chutou a porta com força e entrou. Na sala viu um homem de meia idade com um rifle tentando esconder atrás de si uma mulher e uma garotinha.

Suspirou e soltou o cabo da espada, aquilo seria patético. Andou calmamente até o homem, ignorando os avisos para se manter afastado. Teve tempo de refletir o que estava fazendo ali antes de alcançar seu objetivo. Tinha entrado nessa guerra na esperança de encontrar um bruxo que pudesse fazer o que vampiro nenhum tinha a habilidade ou a coragem de fazer. Porem tudo que tinha feito até agora era atacar pequenos vilarejos e massacrar inocentes. Não que isso lhe incomodasse ou deixasse com peso na consciência, mas era extremamente chato. Tinha que falar com o tal Lorde para encontrar algo mais interessante para fazer.

Foi tirado bruscamente de suas reflexões pelo barulho do rifle, então sentiu uma sensação estranha em seu peito. Será que aquilo era o que os outros chamavam de dor? Não sabia dizer, há muito tempo havia esquecido o que era dor. Simplesmente se concentrou em tirar o chumbo de dentro dele e fechar o ferimento, seu sangue fez o resto.

Ao ver o chumbo ser ejetado de dentro do outro, o homem atirou outra vez, e iria atirar de novo se tivesse tido a chance. Movimentando-se extremamente rápido, o vampiro de ascendência oriental enterrou os dedos com unhas afiadas na garganta do outro, fazendo jogar sangue para todo lado.

A mulher gritou o mais alto que pode enquanto a garotinha apenas olhava a cena chocada, olhos arregalados e cheios de medo. A fim de interromper a gritaria, Adrian avançou rapidamente até a mulher, sem dar a ela chance nenhuma de reação segurou-lhe a face, e usando seus poderes amassou-a como se fosse papel, sendo coberto de sangue no processo.

A garotinha só pode observar o homem lamber o sangue de sua mão como se fosse a guloseima mais deliciosa da terra. E então ele olhou para ela e sorriu, revelando caninos alongados e um brilho diabólico nos olhos, e a pequena sabia que sua hora também havia chegado.



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Harry acordou muito tarde na sexta feira. Tinha ido dormir de madrugada, depois de horas de estudo. O fato do quarto não ter janelas tinha colaborado para que ficasse até mais tarde na cama Box king-size.

Ligou para recepção e pediu o almoço, e enquanto esperava se pôs a revisar a lista de feitiços e contra-feitiços rastreadores. Tinha a esperança de que conseguiria se livrar de tudo que tentassem contra ele.

O almoço estava esplendido, e depois dele resolveu começar a ler os livros escritos por sua mãe e pelos marotos. A leitura era tão interessante que nem se deu conta do tempo passar. Olhou para o relógio novo que tinha comprado no shopping duas noites atrás e viu que já eram três horas.

Escondeu os livros novamente na mochila mágica, afinal não queria camareiras encontrando livros sobre bruxaria no quarto. De dentro da mesma mochila tirou a veste a rigor negra, e foi tomar um banho.

Alguns minutos depois aparatou na deserta Hogsmeade, e reparando que estava adiantado resolveu fazer uma visita a Madame Rosmerta e tomar uma cerveja amanteigada. Ao entrar no Bar viu ao sentado em um canto Remus Lupin. Aproximou-se da mesa do ex-professor e colocou a mão seu ombro, fazendo o homem largar rapidamente o jornal e sacar a varinha.

– Sabe professor, você vai acabar machucando alguém com essa coisa – falou o garoto sorrindo. Lupin rapidamente se levantou e envolveu o garoto num poderoso abraço. – Esqueceu de perguntar a forma do meu Patrono, eu poderia ser um Comensal disfarçado. – Completou ele em tom divertido e sorrindo, retribuindo o abraço.

– Você assustou todos saindo da plataforma daquele jeito, Harry – O lobisomem tirou os fortes braços da volta do garoto e gesticulou para outra cadeira – Sente-se, ainda temos tempo antes da leitura do testamento, vamos tomar uma cerveja amanteigada e conversar – fazendo um gesto para Madame Rosmerta, ele pediu mais duas bebidas.

– E então, que idéia foi aquela na plataforma? – Questionou o homem mais velho depois dos dois tomarem um gole da bebida recém chegada.

– Eu precisava de um tempo pra mim Professor, na verdade eu ainda preciso. Eu não tinha cabeça nenhuma para mais despedidas e lagrimas. – Respondeu o garoto, tomando mais um gole da garrafa.

– Sem essa de Professor Harry, é Remus ou Aluado – falou sorrindo – E porque saiu da casa dos seus tios? Para onde você foi?

– Simplesmente enchi o saco. E eu prefiro não falar onde estou morando Remus, questão de segurança. – logo que as palavras saíram de sua boca Harry viu o quanto elas haviam machucado o ex-professor, então tentou concertar.

– Não é que eu não confie em você Aluado, mas você é imune a Veritaserum? Suas barreiras mentais são fortes o suficiente para manter Voldmort longe das suas memórias? – Viu que o homem tinha compreendido, então se apressou em mudar para um assunto mais ameno.

– Namorando a Tonks então, ein? Parabéns Aluado. – a expressão séria do homem logo se transformou num sorriso, Harry sabia bem o que era isso, ele se pegava sorrindo assim toda vez que lembrava de Gina. – Cuide bem dela Remus, é uma grande mulher. – o sorriso do homem só aumentou, e os dois riram por um tempo, tomando longos goles de suas bebidas.

– Soube o que aconteceu entre você e a Gina. – o clima descontraído morreu na mesma hora para Harry, ele não queria falar sobre isso – Muito nobre da sua parte Harry, embora eu não tenho certeza se foi a coisa certa a fazer, acho que não devia deixar um problema qualquer atrapalhar o namoro de vocês. – agora o clima literalmente tinha afundado. Problema qualquer? pensou Harry enfurecido. Ter Lorde Voldmort atrás dele e das pessoas que amava agora era um Problema Qualquer?

– Grande conselho vindo do cara que fez uma garota sofrer por um ano por ser muito velho e por não ter dinheiro. – as palavras raivosas saíram da boca do garoto sem ele nem ao menos pensar. Viu que Lupin ia responder, mas não deu chance. – Eu não discutir com você Remus, desculpa ter sido rude. Também não quero falar sobre isso, vamos mudar de assunto?

– Claro – Harry podia ver que ele ainda estava bravo pelo ultimo comentário, mas também não queria brigar. Talvez não fosse a melhor hora para perguntar isso, mas precisava entender algumas coisas que havia lido na carta dos pais.

– Quem era Roberta, Remus? E quem é minha madrinha da qual nunca ouvi falar? – as perguntas pegaram o homem de surpresa, fazendo-o se engasgar com a bebida.

–Porque essas perguntas agora Harry? – perguntou o homem se livrando do estado de choque.

– Simplesmente li o nome atrás de uma foto e resolvi perguntar. – mentiu o garoto. Não sabia o porque, mas uma parte dele queria manter a carta dos pais só para si, uma lembrança que só ele tinha dos dois. – Ela me pareceu bem próxima ao Sirius, seria ela minha madrinha? – Viu Lupin fechar os olhos e respirar fundo antes de responder.

– É difícil lembrar desses tempos, sabe? Lembrar de toda felicidade que já tive e saber que agora não tem mais volta. – o homem soltou um longo suspiro e passou a observar um ponto qualquer, evitando as orbes verdes – Eu e Sirius sempre soubemos que você iria querer saber mais sobre os seus pais, nós decidimos que lhe daríamos memórias quando pedisse. Nós estávamos pensando em fazer uma coletânea das melhores para lhe dar de presente ano passado, mas não foi possível – aqui Lupin já tinha os olhos castanhos marejados.

– Creio que seja minha responsabilidade e dever fazer isso por você. – nesse momento ele tomou todo o resto da garrafa em um único gole, e a limpou com a varinha. Harry ficou sem entender o que o homem estava fazendo até ver ele remover o primeiro fio de prata da sua tempora e depositar na garrafa vazia.

O processo se repetiu por mais ou menos vinte minutos, e Harry podia ver a expressão de dor do homem ao lembrar de tudo aquilo. Quando retirou o ultimo pensamento e arrolhou a garrafa, uma lagrima solitária escorreu pelo olho esquerdo do homem, que não se preocupou em limpa-la.

– Creio que Minerva deixará que você use a penseira dela para olha-las Harry. Aqui descobrirá quem foi Roberta e verá alguns momentos felizes. Só Merlin sabe como precisamos de momentos felizes nesses tempos. – a garrafa que tinha sido lhe entregue foi colocada com todo o cuidado dentro das vestes negras. – Quanto à madrinha, nunca soube que você tinha uma. Você foi batizado na sua casa em Godric Hollow. Dumbledore, como membro da Wizagmont, fez a celebração, e pelo que me falaram somente seus pais e Sirius estavam presentes. – nesse momento o lobisomem olhou o relógio e viu que horas já eram.

– Acho melhor irmos indo, para podermos chegar na hora certa. – Disse, se levantando e deixando algumas moedas sobre a mesa para pagar a despesa. Caminharam lado a lado em silencio pelas desertas ruas de Hogsmeade. Ao chegarem aos portões, Lupin virou-se para Harry.

– Hoje vamos ter mais uma aula sobre Patronos Sr. Potter – disse ele em tom brincalhão. – Ao invés de se concentrar em momentos felizes, concentre-se na mensagem que quer passar e na pessoa que quer que a receba. No nosso caso, concentre-se em Hagrid, e peça para ele vir abrir os portões.

O garoto levou a mão dentro das vestes e sacou a varinha, mas antes que pudesse fazer qualquer o portão simplesmente abriu. Espantado o garoto olhou para Lupin, que olhava atentamente para ele.

– Visitou os cofres da sua família, não Harry? – o garoto apenas confirmou com a cabeça – Então já sabe que é o herdeiro de Gryffindor. Vejo que pegou a impunhadura de Godric para sua varinha. Cuide bem dela, acredito que o poder que ela incrementará aos seus feitiços será bem vindo no período negro que viveremos daqui para frente. – com essas palavras o homem começou a caminhar lentamente pelos terrenos de Hogwarts, enquanto Harry o olhava incrédulo.

– Você sabia? – nisso Lupin parou e olhou para ele – Você sabia o tempo todo e não me contou? Mais um segredo que resolveram guardar do inocente Harryzinho para que ele tivesse infância normal? – Nesse momento Harry apertou com mais firmeza o cabo da varinha, tentando conter a raiva crescente.

– Antes que você me azare, saiba que existe um feitiço que só permite que o atual Chefe da Família Gryffindor conte para outras pessoas que ainda não saibam. Seu pai só ficou sabendo antes de começar o sexto ano e não pode nos contar, tivemos que descobrir sozinhos. Entre as memórias que eu lhe dei existe uma que mostra como descobrimos isso. – aqui ele respirou fundo e voltou a olhar para o castelo. – Agora vamos logo, podemos conversar depois.

A marcha recomeçou e a cada lugar que passavam Harry lembrava-se do que havia acontecido a exatos sete dias atrás. Parecia que haviam passado anos que Snape havia o humilhado naqueles jardins, e depois havia fugido como o covarde que era. Ao entrar no saguão, a imagem dele cheio de rubis da ampulheta da Grifinória veio a sua cabeça, mesmo que os rubis estivessem de volta a já reparada ampulheta.

A marcha em direção ao escritório do diretor foi repleta de pequenos flashbacks. Momentos bons e ruins, felizes e tristes, de orgulho ou de dor, mas todos momentos que compunham a parte mais importante da sua vida. Ao olhar para o homem mais velho Harry teve certeza que ele passava por uma situação semelhante.

Ao chegarem a gárgula que já os esperava aberta subiram, se deparando com a sala particularmente cheia. Um homem do ministério juntamente com o Ministro, Minerva Mcgonagal, Alastor Moddy e Hagrid se encontravam sentados na sala. Quando eles entraram homem desconhecido se pronunciou.

– Agora que os últimos dois membros citados pelo falecido se fazem presentes podemos começar. – Aqui ele deu um profundo suspiro e segurou firmemente um envelope nas mãos – Que se de inicio a leitura do testamento de Alvo Percival Wulfric Brian Dumbledore.

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Eu digito, digito e digito, e essa fic nunca sai do lugar....... Merda, não vejo a hora de poder escrever os momentos de ação, mas eu bolei tanta coisa do meio pro fim, que eu preciso escrever muita base pra fazer tudo.....

Ma noticia, essa enrolação ainda continua por um tempo.... Boa noticia, tem outra fic na parada, e essa já começa com ação...... Melhor noticia, Internacional é CAMPEÂO DO MUNDO.... hahahahaha, desde que eu aprendi a fala e gostar de futbol os Gremista da familia enchiam meu saco por causa desse maldito titulo..... Agora chora tricolor secador, faz 23 anos que voces ganharam essa porquera, até ta enferrujado o trofeu...... O MUNDO É VERMELHOOOOO !!!!!!!!!

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