Certeza da maldade



Certeza da maldade
by surviana




Aviso: Todas as personagens do universo Harry Potter, assim como as demais referências a ele, não pertencem ao autor deste texto, escrito sem nenhum interesse lucrativo, mas à JKR.

Por favor, não me processem! Só peguei emprestado para me divertir e divertir os outros!





Hermione escreveu uma carta para seus pais contando sobre as novas amizades que havia feito na escola. Na carta anterior contara a eles o quanto os dois garotos eram insuportáveis e desatentos. Dessa vez a carta ficou imensa porque fez questão de descrever nos mínimos detalhes como era, na verdade, cada um deles. Assim os pais entenderiam que a primeira impressão dela para com eles havia sido errada. O Harry era mais sensível, tímido, parecia mesmo ter um ótimo potencial para bruxarias; com certeza seria um grande bruxo. O Rony era mais medroso e mais divertido, vivia no mundo da lua, às vezes ela tinha que explicar as mesmas coisas para ele três vezes, mas era uma ingenuidade cativante. Estava muito feliz em estar com eles.

Não contou as circunstâncias nas quais se tornaram amigos, seus pais poderiam se assustar. Se bem que eles não sabiam o que era um trasgo montanhês. Mas mesmo assim, ela preferiu omitir. E sobre o cachorro de três cabeças? Nem pensar! Se eles nunca lhe deram um cachorro por achar perigoso demais para crianças, o que diriam de um cão imenso e com três bocarras daquelas? Era melhor contar somente as coisas boas e fascinantes. O teto enfeitiçado, as escadas que se mexiam sozinhas, as pessoas nas molduras, as portas falsas, as passagens secretas, os atalhos. Isto já era o bastante para deixá-los impressionados.

Rony, Harry e ela agora andavam sempre juntos. Dividiam a mesma mesinha para fazer os deveres, quer dizer, ela praticamente “fazia” os deveres por eles, mas nada que os prejudicassem, é óbvio. Acabou por perceber que poderia relaxar com os regulamentos, era só fazer por onde ninguém descobrir, e também não parecia ser algo tão errado desde que estivessem sendo quebrados com o intuito de ajudar alguém. Suas tensões evaporaram de vez quando viu Harry treinando para a partida de quadribol. Como alguém fora inventar um esporte como aquele? Se apenas voar Hermione já achava terrível, quanto mais perseguir bolas se equilibrando no cabo de uma vassoura há uns trinta, quarenta metros de altura; era loucura. Cada treino que assistia, ficava mais convencida que nunca voaria tão alto numa vassoura. Harry estava tão nervoso com a proximidade da partida que a comida em seu prato foi rareando cada dia mais. Na véspera do primeiro jogo, ele insistiu em ir até o campo de quadribol para fazer o reconhecimento do local. Hermione sentiu tanta pena da carinha desolada dele que fez surgir o fog zux: um encantamento que andou lendo em um dos livros de feitiços para uso em situações de emergências que pegou na biblioteca.

- Onde aprendeu esse feitiço, Hermione? – Harry a observava murmurar o encantamento e lacrar o pote de geléia que ela havia pedido para ele trazer.

- Num livro, lógico. Onde mais aprendemos alguma coisa?

- Nas aulas, não é para isso que elas existem? – respondeu Harry.

- Mas você tem que estar sempre um passo à frente das aulas, Harry; os livros lhe preparam para isso. Um escritor trouxa uma vez disse: “ler é fazer amor com as palavras”. Não entendi bem o que ele quis dizer com “fazer amor”, mas suponho ser uma coisa muito boa, afinal se não fossem os livros, não saberia nem um terço do que sei e, conseqüentemente, não estaríamos aqui porque não teríamos o fogo para nos esquentar.

Harry preferiu não falar mais sobre aprendizado com ela; seu vocabulário era meio limitado para ter argumentos suficientes. Os três caminharam pelo campo algum tempo, enquanto a tarde vinha caindo lentamente e o tempo esfriava cada vez mais.

- Podemos parar um pouquinho próximo do fogo? Estou tremendo de frio. – Rony abraçava-se a si mesmo.

Foi uma ótima idéia, porque os três imediatamente pararam e agruparam-se ao redor do frasco.

- Hermione, quando você tem que devolver o Quadribol através dos séculos à biblioteca? – Harry olhava as ilustrações do livro.

- Na seg... Vem vindo alguém! Rápido, escondam o fogo!

A última pessoa que Hermione desejava que a visse quebrando as regras da escola estava se aproximando. Tomara que ele mantenha a postura de sempre e me ignore. Passa direto, por favor. Mas Snape não passou, e caminhou em direção a eles. Hermione percebeu de imediato que ele mancava, e baixou os olhos para ele não ver sua expressão culpada, mesmo tendo quase certeza que ele não a olharia.

- O que é que você tem aí, Potter? – Esperou o garoto mostrar o que tinha nas mãos. – Os livros da biblioteca não podem ser levados para fora da escola, me dê aqui. Menos cinco pontos para Grifinória.

Hermione ouviu os passos dele se afastando e os garotos resmungando algumas palavras. Discretamente se virou para olhar o professor mais atentamente; ele realmente puxava uma perna. Parecia estar pisando no chão com muita dificuldade.

Voltaram para a sala comunal. Ela disse aos garotos que subiria ao dormitório para arrumar seus livros e trocar-se para o jantar. Enquanto o horário da janta não chegava, jogou-se na cama para ler alguma coisa. O primeiro exemplar que avistou na pilha arrumada ao lado da mesinha de cabeceira foi o Hogwarts, uma história. Imediatamente, a imagem do professor Snape mancando lhe veio à cabeça. O que será que aconteceu com a perna dele? Não, não queria mesmo saber. Se o professor Snape desconfiasse que ficara curiosa em saber o que tinha acontecido, seriam mais cinqüenta pontos perdidos para Grifinória.

Não conseguiu se concentrar na leitura. Cada página daquele livro a lembrava que o bruxo que lhe dera aquele presente mágico estava em algum lugar daquele castelo com a perna machucada. E se for grave?

Balançou a cabeça para afastar os pensamentos do professor. Ele era um dos adultos que ela admirava. O fato dele ter levado ela para comprar o material e de ter convencido seus pais que estaria segura na escola, não a deixava julgá-lo mal em circunstância nenhuma. Preferia evitar comentários sobre a personalidade do mestre de Poções. Era só manter-se afastada, o mais longe possível, pois se estivesse muito perto, corria o risco constante de perder os pontos da Grifinória. Por que será que ele é tão injusto, às vezes?

Passou algum tempo formulando questões do porquê o professor Snape era tão impessoal. Frustrou-se. Não o conhecia o suficiente para encontrar alguma possibilidade. Achou melhor voltar para junto dos garotos, pois quando estava com eles se distraía o bastante para não pensar em problemas complexos, como por exemplo, entender as mentalidades das pessoas mais velhas. Se tivesse a chance, gostaria de passar algum tempo ao lado do professor, somente para conseguir absorver o conhecimento que ele tinha das coisas. Junto com a professora Minerva, eram os dois melhores professores que já tivera na vida.

Voltou à sala comunal, juntou-se aos garotos e desceram parar jantar. Harry nem sequer beslicou a porção de bolo de carne que havia colocado no prato. Ela mesma não tinha um pingo de fome; o encontro mais cedo com o professor Snape e o perigo que Harry correria estando voando tão alto numa vassoura no dia seguinte, fizeram seu estômago embrulhar. Somente Rony não parecia ter tido seu apetite afetado. Assim que terminaram a janta voltaram para a sala comunal da Grifinória. Hermione ocupou-se imediatamente em começar as devidas correções nos deveres dos garotos. Perfeito! Não penso mais em nada. E realmente, quando começava a ler esquecia do mundo, o barulho ao redor dela se extinguia e era um prazer estar no mundo das palavras. Foi interrompida meia hora depois pela voz de Harry:

- Eu vou pedir para o Snape devolver o livro para mim.

- Antes você do que eu - ouviu-se dizendo, no mesmo instante que Rony.

Harry era mesmo um louco. Se aproximar do Snape. Hermione havia se sentido triste nas primeiras semanas porque notou que o professor fazia questão de ignorá-la, mas acostumou-se com isso depois. Ele demonstrou-se tão inflexível, que não era uma má idéia tê-lo distante. Voltou aos deveres.



Snape voltou ao castelo assim que encontrou os garotos no pátio. Havia pedido ao guarda-caças que colhesse algumas ervas que se achavam plantadas muito bem escondidas no fundo da Floresta. Era de lá que voltava quando os encontrou. Esperava puni-los por estarem quebrando alguma regra, e achou o pretexto perfeito.

As ervas serviriam para sua última tentativa de curar aquela mordida. Pedira ajuda ao diretor para conseguir um ingrediente em seu estoque particular, mas o diretor parecia mesmo decidido a obrigá-lo a ir ao Saint Mungus. Pediria a Filch o último rolo de ataduras para fazer o curativo desta noite. Se até a segunda-feira não estivesse curado, teria mesmo que ir ao hospital.

- Maldição! Essa ferida não sara nunca!

- Acho melhor mesmo, professor, o senhor ir procurar um Curandeiro.

- Essa vai ser a última tentativa, zelador. Mais uma semana sangrando assim e vai infeccionar feio.

Snape prepararia a infusão de ervas assim que voltasse para suas masmorras. As ervas tinham que cozinhar durante toda à noite até ficarem prontas, e assim que o líquido espesso fervesse pela décima terceira vez, acrescentaria algumas gotas de pus de brobotúbera para fazer a mistura reagir e solidificar.

Elevou as vestes acima do joelho para trocar as bandagens que teriam que ficar até a manhã seguinte.

- Droga! Como é que se pode ficar de olho em três cabeças ao mesmo tempo?

Sua audição aguçada detectou um mínimo barulho vindo da porta de entrada do aposento, ele elevou os olhos naquela direção e sua raiva explodiu ao deparar com um garoto espiando para dentro da sala.

- POTTER!

Num reflexo, largou as vestes e escondeu o ferimento. Ouviu o grifinório falar algumas palavras que sua fúria não o deixou entender.

- SAIA! SAIA!

Viu a porta bater e estourou um vidro de poção atrás dela. Seu rosto estava completamente transtornado; não conseguia raciocinar direito. Tinha certeza que o garoto havia visto seu ferimento. A sua fúria não amenizava.

- Garoto estúpido! Saia você também – disse, olhando para Filch. – E desta vez, espero que guarde sigilo. Eu mesmo falarei com o diretor.

Agora estava mesmo enrascado. A maior preocupação do diretor era a de que nenhum aluno o visse ferido. Essa tinha sido sua condição para deixar, ele mesmo, cuidar da ferida. Havia fracassado! Aquele imbecil tinha que cruzar seu caminho! Perdera a chance de mostrar ao diretor que era capaz de dar conta daquela mordida e de mantê-la em segredo, principalmente dos alunos. E tudo por conta daquele intrometido do Potter!

Levaria uma daquelas lições de moral que não poderia contestar; havia falhado. Sua raiva o impedia de raciocinar direito e precisava pensar no que fazer. Após alguns minutos recuperando o autocontrole, resolveu que não procuraria o diretor ainda, esperaria até a partida de quadribol ser realizada. Todos os professores tinham que estar no castelo para proteção dos alunos, era regra, e ele não podia se ausentar justo nesse momento. Mas se procurasse o diretor agora, ele o obrigaria a procurar um maldito Curandeiro, que por ser maldito, o seguraria durante todo o fim de semana.

Terminou de enrolar as bandagens na ferida e saiu pelo corredor em direção aos seus aposentos, amaldiçoando Potter até sua quinta geração por ter cruzado seu caminho.



- Sabe o que isso significa? Ele tentou passar pelo cachorro de três cabeças no Dia das Bruxas! Era pra lá que estava indo quando o vimos. Ele quer a coisa que o cachorro está guardando! E aposto minha vassoura como ele deixou aquele trasgo entrar, para distrair a atenção de todos!

Hermione sentiu seu coração disparar. Um bruxo das trevas em Hogwarts? E ainda por cima uma pessoa de confiança? Ele, o professor Snape? Não, Harry estava delirando, aquele bruxo que a levou para comprar o material não faria algo assim.

- Não. Ele não faria isso. Sei que não é muito simpático, mas não tentaria roubar uma coisa que Dumbledore estivesse guardando a sete chaves.

- Sinceramente, Hermione, você pensa que todos os professores são santos ou coisa parecida. Concordo com Harry, acho que Snape faria qualquer coisa. Mas o que é que ele está procurando? O que é que o cachorro está guardando?

Hermione não lembrava como subiu as escadas, nem se havia se despedido dos meninos. As informações em sua cabeça zuniam, e a deixaram tonta por boa parte da noite. O professor Snape era um bruxo das trevas; não podia acreditar nisso. Forçou suas lembranças de volta ao primeiro dia que o viu. Repassou as horas que ficou em companhia do bruxo, mas não lembrou de nenhuma atitude que justificasse essa suspeita. Ele era realmente anti-social, mas até ela mesma era julgada assim até bem pouco tempo. Que mal há em ser reservado?

Mas Harry não podia estar inventando aquela história, e o professor realmente estava mancando mais cedo. Então as evidências lógicas apontavam para uma atitude suspeita da parte dele. E ele parecia realmente odiar Harry. E se o professor Snape tivesse inventado aquela ferida para atrair Harry para o perigo? O Harry já havia caído numa armadilha antes e o professor Snape era o diretor da Sonserina. E se o Malfoy tivesse dito ao professor que gostaria que o Harry fosse expulso e ele o estivesse ajudando? O professor Snape parecia gostar muito do Malfoy, e ela também ouvira muitas histórias sobre os alunos da casa de Sonserina e muitos deles, quase todos na verdade, tinham uma forte ligação com magia negra.

Estou pensando besteiras. Nenhum adulto perderia seu tempo atendendo caprichos de crianças mimadas, ainda mais um homem tão sério como o professor Snape. Estava convencida que ele era um homem bom, e não eram suspeitas infundadas que abalariam sua confiança nele! Ele a havia ajudado sem pedir nada em troca. Podia simplesmente ter recusado a tarefa ao diretor, mas ele foi buscá-la e hoje ela estava ali, aprendendo a ser uma bruxa em uma das melhores escolas de bruxaria do mundo. Isso era suficiente para ela acreditar nele. Obrigou o pensamento a aceitar essa realidade, virou-se de lado na cama e adormeceu. Sonhou com as imagens dos vôos de Harry durante os treinos. O sonho a fez acordar sobressaltada, e conseguiram empurrar para o fundo da sua mente suas inseguranças da noite anterior.

No café da manhã tentou, novamente sem sucesso, fazer Harry comer alguma coisa; desistiu. Juntou-se a Rony e os outros garotos por volta das onze horas para subir as arquibancadas. Gostaria de passar alguma confiança para o Harry, mas ela mesma sentia-se tensa com a iminente ameaça de um vôo mal sucedido.

- Hermione? Pode dar uma melhorada nisso aqui? – Rony a chamava. – O Dino pintou com tinta comum, não vai dar para ele ver lá de cima.

Hermione examinou a bandeira. O coração tornou-se mais leve por saber que aquela simples demonstração de união era muito boa para fortalecer o ânimo de qualquer pessoa.

- Brilho? – Os meninos sorriram. – Recsplan!

Imediatamente, a tinta emitiu um brilho furta cor e começou a reluzir no sol.

- Uau! Onde aprendeu esse feitiço Hermione? – Neville a olhava maravilhado. – É muito difícil?

- Não vai querer mesmo que ela responda, Neville. Ontem o Harry fez a mesma pergunta e passou quase meia hora ouvindo sobre “estar um passo a frente”.

Hermione lançou um olhar de desprezo a ele e continuou subindo os degraus até a última fila. Enquanto a partida não começava, ficou observando as pessoas se agruparem nas arquibancadas. Os alunos de cada casa sentavam-se juntos, e quatro cores alegres coloriam todo o estádio. Passou seus olhos pela arquibancada oposta - a dos sonserinos. Todos pareciam alegres debaixo daquele sol; conversavam uns com os outros e sorriam, exceto, claro, o professor Snape. Ele parecia estar totalmente deslocado naquele lugar. Sua expressão vazia e rude o fazia parecer alguém que tinha apenas a obrigação de estar ali.

Os vivas da torcida desviaram a atenção de Hermione antes que as dúvidas voltassem, e a preocupação com Harry a fez dedicar sua atenção ao jogo. Além, é claro, dos pontos que conquistariam para a Grifinória, para Harry significava a lembrança viva do próprio pai. Assistia cada momento dos vôos dele com redobrada atenção.

- Cheguem para lá, vamos.

- Hagrid!

Hermione se apertou mais na arquibancada e sorriu para o meio gigante. Os garotos haviam lhe apresentado a ele no caminho para uma das aulas na estufa. Não teve como não gostar dele, a sua simpatia era demais e sua ingenuidade também! Acompanhou a direção que o gigante virou-se com o binóculo, e avistou Harry fazendo algumas manobras malucas no ar.

- Ele viu o pomo! – gritou, assim que o viu mudar rapidamente de direção e colar com o apanhador da Sonserina. – Ali, Rony olhe!

Toda a torcida da Grifinória prendeu a respiração diante do lance, mas no momento seguinte, rostos aborrecidos e nomes tão feios, que Hermione nunca tinha ouvido na vida, levaram toda a expectativa embora. A equipe da Sonserina era muito indisciplinada! O jogador era três vezes maior que o Harry para bloqueá-lo assim! Será que nem ao menos no esporte eles deixavam de ser abomináveis? Acho que não, deve fazer parte do instinto.

- Não sei o que Harry acha que está fazendo – ela ouviu Hagrid resmungar. – Se eu não entendesse da coisa, eu diria que perdeu o controle da vassoura... mas não pode ser...

Todo mundo na arquibancada virou-se para olhar na direção de Harry. Hermione sentiu seu coração gelar quando viu a vassoura dele balançando de um lado para o outro, como se estivesse mesmo tentando derrubá-lo. Jogava-o de um lado a outro até que, numa guinada violenta, Harry perdeu o equilíbrio e ficou pendurado por uma só mão. Ela gritou e pôs as mãos na boca. Não pode ser, não pode ser! Harry não perdeu o controle dela em nenhum treino, por que logo agora ele perderia?

- Será que aconteceu alguma coisa a vassoura quando Marcos o bloqueou? – ouviu Simas perguntar a Hagrid.

- Não pode ser. Nada pode interferir com uma vassoura, a não ser uma magia negra muito poderosa, e nenhum garoto poderia fazer isso com uma Nimbus 2000.

O professor Snape! Foi o primeiro pensamento que invadiu sua mente. Num gesto rápido, tomou o binóculo da mão de Hagrid e o girou na direção da arquibancada da Sonserina. Era muito fácil localizá-lo por suas vestes negras no meio da massa colorida. Os olhos dele estavam fixos em Harry e seus lábios se moviam sem parar.

- Eu sabia! Snape, olhe!

Passou o binóculo para Rony e já se pôs a pensar no que fazer. Deu mais uma espiadinha na direção de Harry.

- Ele está fazendo alguma coisa, está azarando a vassoura!

Rony gemeu. – O que vamos fazer?

- Deixem comigo!

Saiu correndo pelo meio da multidão, derrubando algumas garotas que gritavam desesperadas o nome de Harry Potter. Não parecia chegar nunca ao lugar onde ele estava. Nem se atrevia a olhar para o alto de novo, para ver como Harry estava se agüentando. Desceu correndo ainda mais degraus, até chegar na mesma fileira onde o professor estava, e quando todos na arquibancadas se levantaram aflitos, ela desejou poder voar para andar mais rápido ainda. Quando o avistou, ainda com os olhos pregados no alto, derrubou mais alguém que estava impedindo seu caminho e se agachou por trás dele. Retirou o frasquinho do fogo azulado do bolso interno das vestes.

- Eitha – encantou

O fogo pulou do frasquinho direto para direção que ela apontou com a varinha: a barra das longas vestes de Snape. Recolheu de volta o fogo quando as vestes já estavam em chamas, e esperou a reação. Não demorou muito e um grito súbito da garota bem ao lado dele o fez perceber o que tinha acontecido. Hermione correu o mais rápido que pôde de volta ao seu lugar, e no seu coração a certeza de que desejava ardentemente nunca ser descoberta. Ele havia tentado matar o Harry somente porque ele havia descoberto um ferimento em sua perna, não queria nem imaginar o que faria com ela se soubesse que pôs fogo em suas vestes. Na melhor das hipóteses, a chamaria de mal agradecida. Uma imagem de si própria sendo queimada viva numa fogueira passou pela sua mente.

- Merlin! Isso não! Ele mereceu o que teve!

Sua mente afiada agora aceitou o fato de Harry ter mesmo razão. Aquele professor era maligno.



N/A: Agradecimentos especiais a Ferporcel e Batestazazis, companheiras de assuntos potterianos!

Os seguintes diálogos pertencem à história original:

- O que é que você tem aí, Potter? Os livros da biblioteca não podem ser levados para fora da escola, me dê aqui. Menos cinco pontos para Grifinória.

- Eu vou pedir para o Snape devolver o livro para mim.

- Antes você do que eu.

- Droga! Como é que se pode ficar de olho em três cabeças ao mesmo tempo?

- POTTER!

- SAIA! SAIA!

- Sabe o que isso significa? Ele tentou passar pelo cachorro de três cabeças no Dia das Bruxas! Era pra lá que estava indo quando o vimos. Ele quer a coisa que o cachorro está guardando! E aposto minha vassoura como ele deixou aquele trasgo entrar, para distrair a atenção de todos!

- Não, ele não faria isso. Sei que não é muito simpático, mas não tentaria roubar uma coisa que Dumbledore estivesse guardando a sete chaves.

- Sinceramente, Hermione você pensa que todos os professores são santos ou coisa parecida. Concordo com Harry, acho que Snape faria qualquer coisa. Mas o que é que ele está procurando? O que é que o cachorro está guardando?

- Cheguem para lá, vamos.

- Não sei o que Harry acha que está fazendo – ela ouviu Hagrid resmungar. – Se eu não entendesse da coisa, eu diria que perdeu o controle da vassoura... mas não pode ser...

- Será que aconteceu alguma coisa a vassoura quando Marcos o bloqueou?

- Não pode ser. Nada pode interferir com uma vassoura, a não ser uma magia negra muito poderosa, e nenhum garoto poderia fazer isso com uma Nimbus 2000.

- Eu sabia! Snape, olhe!

- Ele está fazendo alguma coisa, está azarando a vassoura!

– O que vamos fazer?

- Deixem comigo!

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