Discussão



Discussão

O mais odiado casamento que a família Black poderia suportar foi de Andrômeda Black com Ted Tonks. Aconteceu meses depois de sua formatura em Beauxbatons quando foi comemorar seu primeiro emprego com Bella e sua amiga Lily em um bar trouxa e Ted estava lá, comemorando com os amigos sua promoção na empresa que trabalhava, quando o olhar de Andrômeda e o dele se encontraram, trocaram algumas palavras, carícias; até que um dia, ele a pediu em casamento. A família inteira se recusou a ir ao casamento, com exceções de Sirius, Bella e Narcisa.

Era uma linda manhã, quando Andrômeda levantou-se e deu de cara com seu vestido branco passado e cheiroso para o grande dia. Continuava triste por sua mãe não aceitar vir ao casamento, mas sabia que ela daria um vexame se fosse. Respirou fundo olhou para o céu agora limpo e com pássaros em busca de comida, quando bateram na sua porta. Entrou um garoto jovem de cabelos lisos, sorridente que até a fazia sorrir junto.

- Andy! Hoje é o seu dia! – e a abraçou fortemente

- Ai, obrigada Sirius por vir... Eu não me casaria sem você ao meu lado!

- Suas irmãs também vieram... Regulus ainda está na escola, mas eu vou buscá-lo agora... Então... Está quase na hora... Vamos descer? – soltando Andrômeda e olhando em seus olhos

- Sim, vou me arrumar.

- Vou chamá-las.

- Obrigada, priminho!

Ele deu mais um sorriso sarcástico à prima e fechou a porta. Desceu as escadas e encontrou duas garotas conversando com um homem já vestido para o casório. Quando chegou ao último degrau, este se virou e perguntou meio desesperado pela noiva.

- Ela não desistiu, não é?

- Não, não... – respondeu meio aos risos. Acalmou-se, virou-se para as garotas e disse em um tom muito diferente, entediado – Ela está esperando vocês para se vestir. – virou-se e dirigiu-se para a lareira; não percebendo o rubor crescer na menina morena, Bella.

- Largo Grimmauld, nº. 12! – disse isso com um ódio imenso, uma náusea entrava em seu corpo agora girando pela Rede de Pó de Flu. Quando saiu de dentro da lareira, estava em um lugar diferente de antes. O lugar era sombrio e escuro, cheio de quinquilharias por todo o lado, um cheiro de enxofre impregnava-se no ar e barulhos por todos os lados de todos os tipos.

- Lar doce lar... – suspirou entediado e nauseado. Mas foi aí que começou a prestar a atenção em todos os barulhos.

À sua direita atrás da porta fechada havia uma forte batida a cada 5 segundos, o que deveria ser seu pai decidindo o que iria ler para gastar seu tempo livre. Após a aposentadoria, Arcturus decidiu se entregar ao conhecimento, deixando de lado a família e os amigos. À sua esquerda, na cozinha onde a porta também estava fechada, havia risos histéricos femininos, de suas tias que vieram passar o verão na Mansão Black. O cheiro de enxofre fazia parte, provavelmente, de alguma poção que estavam fazendo; obviamente, com um motivo maléfico. No entanto, acima dele, onde ficavam os quartos, havia uma voz alta e severa que Sirius reconhecia como a de sua mãe e um choro baixo de criança.

Subiu correndo as escadas, pois sabia que este choro era de Regulus. Os quadros à sua volta gritavam assustados com a pressa, a porta do quarto estava entreaberta e agora só podia ouvir os berros de sua mãe.

-... Você realmente não acha que vai àquele casamento, não é?! Aquilo é uma vergonha para nossa família, é um insulto a mim e a suas tias!!! Um sangue tão puro como o nosso e a nova geração inteira está decaindo!!! Casando-se com trouxas, andando com sangues-ruins, apoiando-os?! Não!!! Pelo menos você, Regulus, eu vou tentar salvar!!!

- Você prometeu mãe... Eu podia ir ao casamento depois da aula... – A voz baixa e infantil de Regulus suplicava inutilmente para a mãe.

- Você vai realmente negar isto? – Sirius resolveu intrometer-se antes que Regulus sofresse mais ainda. Este sorriu pela primeira vez ao ver o irmão, a mãe nem se virou para encarar seu primogênito; revirou os olhos e respirou profundamente.

- Regulus, não saia daqui. Você não vai àquele casamento de jeito nenhum! – Ordenou, virou-se e foi até a sala para poder se juntar à suas irmãs no preparo das poções, quando foi interrompida pela ovelha-negra da família.

- Eu não acredito! É o casamento de sua sobrinha, você decidiu não ir, mas impedir que Regulus não vá, é covardia! Regulus é só uma criança! Deixe-o ir! – Sirius descia as escadas e conversava com a mãe dele.

- Exatamente! Ele é só uma criança... E aprende com você como me enfrentar, como conseguir o que quer mesmo sem minha permissão! Ele não vai!!! – Virou as costas tentando inutilmente ir à cozinha.

- Você realmente não quer que Regulus vá, ou isso é apenas um jeito de me atingir? Quero dizer... Você nunca se interessou muito por ele, você sempre tentou me mudar, nunca tentou fazer a cabeça dele... – Sirius sabia o que estava fazendo, botando lenha na fogueira dentro de uma caixa de explosivos. Estava arriscando-se, e isso era estimulante, ele não conseguia parar de falar, estava tudo preso nele por anos. Agora que começou, não ia parar. – Você sempre me maltratava tentando me fazer mudar, mas nunca conseguiu mover um fio de cabelo, não é? Culpava-me por toda sua tristeza, falava que eu era um erro que você cometeu, mas o que você não percebeu, mamãe, é que eu sou sua dádiva! Eu vim para trazer um pouco menos de orgulho em você, um pouco mais de amor, mas agora vejo que você não tem coração... – Aumentava a voz cada vez mais – Você só sobrevive de puro rancor!!! Rancor e vingança!!! Raiva e ódio!!! Nada mais!!! Você não faz nada para mim nem por mim!!!

- Não faço nada?! E como você ainda está vivo?! Eu te criei!!!

- Não significa nada! NADA!!! Eu posso me virar sozinho agora!!!

- Pois então se vire!!!

- ÓTIMO!!! Eu não preciso de você!!! – Sirius e sua mãe estavam ambos vermelhos de tanto berrarem um para o outro como se estivessem em um estádio de futebol, um de cada lado. O coração de Lysandra doía com fortes pontadas constantes e ela forçava a não chorar. – Vou morar longe de você!!!

- Ha! Como vai sobreviver?

- Não lhe interessa mais mamãe... Desde já eu não sou mais seu filho!
O coração de Lysandra deu uma pontada mais forte. Ela prendeu a respiração. Não conseguiu e uma lágrima desceu no seu rosto fino. Sabia o que acontecera; seu coração partira.

Sirius ignorou sua lágrima e foi para o quarto, sem perceber que havia espectadores desde o começo da discussão.

Lysandra despencou numa poltrona com a mão no peito e respirava ruidosamente. Olhava para o chão tentando repassar o que havia ocorrido, mas outras lágrimas desciam.

Os espectadores eram: Regulus, que obviamente não obedeceu à mãe e observou tudo, pasmo. O outro espectador não era uma pessoa, assim por dizer, era apenas Monstro.

Sirius ainda fervendo de raiva arrumou sua mala e saiu do quarto. Pegou Regulus, que estava meio estranho, e partiu com o Pó de Flu pela sala, não mais ocupada. Lysandra fora até a tapeçaria da Mui Nobre Família Black para poder pensar.

Lysandra, em toda sua vida, fumou. Desde adolescente, pois seu pai a obrigava a conhecer partidos e mais partidos, por mais feios e chatos que eram. Foi uma coisa que sempre fez, agora fumava com raiva, ódio, desprezo; não de seu pai, nem de sua mãe por não fazer nada para ela, nem até de Sirius. Era de si mesma.

Retomou seus pensamentos e suas ações do passado. Nunca criou Sirius como deveria. Regulus era uma sombra do irmão. Seguia-o cegamente. Não haveria nada mais a fazer. Levantou os olhos negros e brilhantes por causa das lágrimas e fitou a foto na sua frente. Sirius estava lindo como sempre foi, mas com um ar de desprezo e um olhar entediado, como sempre a tratava. Uma raiva imensa começou a preencher seu corpo, pois estava entrando em depressão. Odiava a depressão, pois sua mãe morrera assim.

Desde criança colocava sua raiva no lugar da depressão. E foi assim, sem perceber, que queimou a foto de seu primogênito com o cigarro. Passou a tarde lá, e quando saiu, não comentou nada com ninguém.

Sirius saiu da lareira com Regulus ao seu lado, uma mão estava segurando sua mala, e a outra estava segurando seu irmão. Ainda fervendo de raiva e ódio, não percebeu o que estava fazendo.

- Ai, Sirius!!! – Ele estava segurando o pulso de Regulus muito forte que ficou vermelho com as marcas dos dedos em volta do pulso. Sirius soltou-o colocou a mala no chão ao lado da lareira, atrás de uma mesa-cabeceira, agachou e começou a olhar o pulso de seu irmão.

- Me desculpe... Eu... - Não queria dizer o que acontecera com sua mãe. Estava pensando no que iria dizer quando foi interrompido por baques de sapatos.

- Regulus!!! – Andrômeda estava estonteante. Seu cabelo estava preso para trás num coque apertado com pequenos fios soltos que caiam em seu rosto maquiado levemente; um vestido branco como de uma princesa, tecido de seda, brilhante, era um vestido de alças finas e pequenos detalhes bordados na parte dos seios. Estava usando um colar simples de pérola e brincos longos de metal com uma única pérola na ponta. Seus pulsos estavam envoltos em pérolas também. Ela se agachou e abraçou Regulus. Sirius sentiu seu perfume, era cítrico, mas suave. – Oh, Sirius! Você o trouxe! Com essa demora pensei que ficaria lá! – Sorriu para o primo. Este forçou um sorriso e olhou para a porta. Bella estava vindo. Seu vestido era branco no alto, e ia escurecendo até a barra. Na barra tinha brilhos que se mostravam à medida que Bella andava. Seu cabelo estava envolto em um coque com alguns fios descendo em seu rosto. O vestido era tomara-que-caia, e continha um corpete, branco. Ela, apesar de estar tão linda, estava furiosa.

- Como você é irresponsável!!! Estamos totalmente atrasados!!! – Chegou perto do local onde estavam e seu rosto mudou completamente. – Regulus!!!
Vá se trocar, por favor! Estamos muito atrasados! – Andrômeda começou a conversar com o primo caçula e o levou a um quarto para se trocar. Bella virou-se furiosa para o primo mais velho. – E você? Vá se trocar também!

- Ih, menina!!! Sai do meu pé!!! Tá de TPM, é?! – Começou a subir as escadas e deixou a prima sozinha.

- Ei, ei, ei!!! Você chega atrasado e eu estou de TPM??! É que não foi você que teve que acalmar o noivo a cada minuto, insistir a Andrômeda a começar pelo menos, mas não!

- Bah!!! – Sirius balançou a mão como se Bella fosse uma mosca a aborrecê-lo e o que ela fez não tivesse importância, pois era futilidade. Ela segurou seu braço e o forçou a se virar para olhá-la nos olhos.

- Por que demoraram? – Sirius fitou aqueles olhos azuis claros como água por um tempo. Não ia contar de jeito nenhum sobre a briga.

- Porque... Eu fiquei com fome! – Soltou seu braço e subiu ao quarto. Bella sabia que era mentira, mas não deveria estar muito longe daquilo. Desceu as escadas, cansada. Sentou-se no sofá para aguardar os primos e a noiva. O dia fora tão longo... Fechou os olhos e logo adormeceu.

Sirius saiu do quarto todo arrumado, agora mais calmo. Descendo às escadas reparou que havia alguém na sala. Quando chegou ao último degrau, levantou os olhos para o corpo adormecido e belo de sua prima. Aproximou-se e estudou-a silenciosamente. Era tão bela! Até quando dormia... “Não!!! Ela é sua prima infernal que sempre o trata mal!!!” pensou. Levantou e olhou para trás, não havia ninguém lá. Voltou seus olhos negros para a menina, agachou ao seu lado e acariciou seu rosto. Bella se mexeu levemente e respirou fundo; mas continuava adormecida. Sirius se assustou um pouco, colocou a mão no seu rosto, pensando; e passos e risos começaram a aumentar às suas costas. Virou-se: Andrômeda e Regulus estavam prontos, pararam em frente aos dois e fitaram Bella.

- Ela adormeceu... Eu é que não vou acordá-la!!! – Levantou os braços à altura da cabeça e se afastou, foi para o jardim onde aconteceria o casamento. Regulus balançou os ombros e seguiu o irmão. A noiva aproximou-se da irmã e tocou seu ombro.

- Bella... Acorde... – Muito vagarosamente, abriu os olhos e logo os fechou; cansada.

- Oh... O casamento... – Levantou-se e foi buscar Narcisa.

N/A.: oie!!
mais um capítulo!! (de muitos!!)
POR FAVOR!!!
COMENTEM!!!!
VOTEM!!!
ou sei lá.... :D
E obrigada àqueles que votaram e comentaram...
Bjusss***

Maxie Black

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