"The End?"



Toda a batalha aconteceu como em câmara lenta para Harry. Voldemort foi o primeiro a entrar, mas quando os outros companheiros dele começaram a entrar, os alunos e professores começaram a atacar. Voldemort gargalhou ao ver seus comensais vencendo os alunos e virou-se para Harry. Harry brandiu velozmente a varinha e gritou um “Avada Quedavra” em sua direção. Voldemort conjurou um escudo protetor, mas viu, tarde demais, que, na verdade, o feitiço não era para ele e sim para Nagini, que caiu morta ao seu lado, com a barriga para cima.
Voldemort sacou tudo num minuto: Harry atacara Nagini e tinha a espada de Grifindor numa das mãos e Hermione ao seu lado.
- O que está pretendendo, Potterzinho? – perguntou Voldemort sarcasticamente.
Harry não respondeu. Apenas dobrou os joelhos e com força partiu a espada em pedaços.
- Eu ainda tenho outros horcruxes, Potterz... maldito! – gritou Voldemort quando viu Harry tirar dos bolsos os fragmentos de um anel partido no meio e de um medalhão quebrado.
Acontece que, antes de voltar ao exercito, Snape havia dado as jóias com horcruxes para Harry que imediatamente os quebrou e guardou os fragmentos no bolso.
Percebendo a traição de Snape que até aquele momento não tinha feito nada na batalha para atacar Harry, Voldemort o azarou no intuito de matá-lo. Mas, sendo rápido, como nunca, Harry estuporou Snape que, desmaiando, saiu fora do alcance do raio de Voldemort. Infelizmente, Harry não poderia saber que um poucos atrás de Snape estava Colin Creevey que morreu quase que instantaneamente.
Harry estava triste por aquilo, mas numa batalha, é preciso fazer as escolhas certas. Snape era poderoso, Creevey não.
- Maldito Potter! – gritou Voldemort bufando, esperando o momento certo para atacá-lo. -Você pode ter destruído todos os meus horcruxes, mas ainda falta um! E duvido que você será capaz de matar o GRANDE AMOR DE SUA VIDA!
Hermione franziu o cenho. Tinha uma desconfiança desde o dia que fora atacada. Suas dores no peito, aquela gripe que a assolava cada dia que passava e a demonstração de Harry em público, chamando a atenção do mundo das trevas encaixava-se perfeitamente. Ela era inteligente e percebeu o que estava estranho com ela: ela era o horcruxe, o último horcruxe, pelo que Hermione percebia.
Harry tinha que matá-la para que pudesse destruir Voldemort, mas Harry hesitava e o Lord das Trevas aproveitava-se da situação.
- Harry... ! – balbulciou Hermione, juntando as forças para encarar seu destino – Faça logo o que tem de fazer! Mate-me... mate-me e destrua Voldemort!
Harry olhou para o lado com os olhos cheios de lágrimas.
- Como eu posso matar você, minha querida? – Harry perguntou-se, abaixando finalmente a varinha. Ele havia desistido e se Hermione não fizesse nada, Voldemort o destruiria.
- Potter Idiota... eu conheço bem seus sentimentos... esquece-se que um dia eu já possuí sua alma? Esquece-se de quantas vezes invadi sua mente? Eu sabia bem os sentimentos que você tinha por essa sangue ruim... sabia que jamais seria capaz de matá-la... e que isso seria o seu fim!.... AVADA QUEDAVRA... !
O raio verde saiu da varinha de Voldemort antes que Harry percebesse, ele tentou levantar a varinha e conjurar proteção, mas sabia que era tarde demais. Ficou parado, esperando pelo impacto do raio, quando viu uma mecha de cabelos tampar sua visão. Hermione havia pulado à sua frente.
- Hermione NÃOOOOO! – Harry agarrou os braços de Hermione e tentou tirá-la de sua frente, mas já era tarde demais. Quando o raio atingiu Hermione, Harry agarrou-a pela cintura e revidou o feitiço – AVADA QUEDAVRA!
Com a raiva e as emoções de Harry todas acumuladas naquele feitiço, o raio que atingiu Voldemort jogou-o contra a parede, quebrando todos os tijolos, de forma que sua cabeça foi esmagada, o sangue ficou marcado na parede.
- Hermione! Hermione! – disse Harry, repousando a amiga sobre o chão, enquanto a guerra começou a mudar de direção. Os dementadores foram os primeiros a abandonar o castelo.
Os lobos, que já tinham matado alguns alunos, começaram a correr como cães machucados, com os rabos entre as pernas. Lá fora, o chão tremia com a corrida que os gigantes faziam para fora dali. Os únicos que sobraram por fim, foram os comensais. Mas, nessa hora, Snape já tinha acordado e combatia com destreza os que ainda teimavam em batalhar.
- Minha doce Hermione! – Harry continuou a gritar e a chorar, balançando para frente e para trás com uma Hermione morta em seus braços.
- Hermione não!...
Harry ainda chorava quando tudo havia acabado. Rony, Gina, Luna e Neville, fizeram um círculo ao redor de Harry, enquanto, um pouco mais a frente, Snape tentava controlar Draco Malfoy que se debatia em seus braços.
- Não! Eu não sou um bom menino.. eu sou mau... muito mau!!! – Draco gritava, revoltado, mas depois de alguns minutos começou a chorar nos braços de Snape que sempre fora como seu pai.
- Vai ficar tudo bem, Draco! Tudo bem! – dizia Snape – Vou cuidar de você, meu filho...
Harry escutava tudo o que Snape dizia e se revoltou. Colocou Hermione no chão e, erguendo a varinha, se aproximou de Malfoy...
- Você deveria estar morto, não ela... – Harry apontou a varinha para Draco que fechou os olhos, esperando o golpe. Snape não disse nem fez nada, mas como Harry hesitara, ele falou:
- Você não é um assassino, Harry...

O mundo de Harry havia acabado. Ele se ajoelhou no chão e pos a chorar a morte de sua melhor amiga. Gina esteve sempre ao seu lado e também Rony e com ele, Neville e Luna. O dia passou e no dia seguinte, foi o funeral de Hermione, que foi condecorada como uma heroína. Os jornais do mundo inteiro (bruxos é claro, os trouxas nunca souberam da batalha em Hogwarts) comentavam a nobreza de Hermione Granger, uma nascida trouxa que havia salvo o grande Herói Harry Potter. Harry, no entanto, não se sentia orgulhoso, não se sentia feliz...
Os dias passaram e com ele, as esperanças de Harry. As aulas começaram um pouco depois da morte de Hermione, trazendo de volta todos os alunos para estudarem ali. Mesmo Malfoy voltou a estudar.
Os lobos foram caçados por uma equipe especial liderada por Lupin e Tonks que estavam cada vez mais apaixonados. Os gigantes foram interrogados e condenados por outra equipe, liderada por Hagrid e Growpe. Os dementadores humilharam-se ao Ministério, implorando pelos seus antigos cargos em Azkaban, mas Rufus Scrimgeor não foi clemente e os condenou à Azkaban, o que deu quase no mesmo, já que os dementadores podiam passar belas barras e ao invés de fugirem, preferiam ficar na prisão, ajudando a tomar conta dos prisioneiros.
Assim, a vida continuou tranqüila no mundo bruxo, agora que o grande Mestre das Trevas havia, enfim, sido destruído e condenado ao inferno... Fim...

Harry levantou num dia, de madrugada, pois não conseguia mais dormir. Tinha sonhado novamente com Hermione, afinal, desde sua morte ele tinha estranhos sonhos com ela, sonhos não... pesadelos.
- Harry... me ajude... – ainda escutava a voz de sua amiga retumbar em seu ouvido.
Harry enxugou a lágrima que teimava saltar de seus olhos quando lembrava de Mione e saiu a perambular pelo castelo às altas horas.
Desviou num corredor para evitar esbarrar em Pirraça que, apesar de mais contido, não perdia uma oportunidade para aborrece-lo (“Harry Potter perdeu a namorada!”) e tomou outro corredor, esbarrando em Gina.
- Harry! Que surpresa! – disse Gina, assustada. – O que está fazendo por aqui?
- Não conseguia dormir, Gina. – revelou Harry, cabisbaixo.
- Sim, eu sei... você amava mesmo Hermione, não é? O seu namoro parecia firme, você cuidava bem dela, era atencioso. Acho que ela merecia mais do que eu, afinal... mas sabe... não é o fim do mundo, Harry... quem sabe ainda podíamos...
- Gina... eu não contei a verdade a você, mas agora não há por que não lhe contar tudo. Acontece que eu e Hermione nunca fomos namorados de verdade!
- O que? – perguntou Gina, arregalando aqueles olhos verdes.
- Eu precisava proteger você, para que não acontecesse com você o que aconteceu com Hermione. Eu me sinto muito mal por isso. Por causa de nosso falso namoro, Hermione foi escolhida como alvo... e por isso, ela está morta.
- Harry... não se culpe... Hermione sabia dos riscos e se aceitou ser sua falsa namorada é por que sabia que poderia acontecer algo com você. Mas, Harry, isso quer dizer que você ainda em ama... que queria me proteger? – perguntou Gina, emocionada.
Harry não sabia o que dizer. Era verdade que tudo o que ele fez foi para proteger Gina, porque ele a amava por demais, mas agora... parecia que havia algo errado.
- Bem... Gina... – começou Harry a dizer, mas antes que pudesse falar qualquer coisa, Gina se atirou em seus braços e os dois se beijaram na boca.
O beijo durou alguns minutos. Harry queria se entregar àqueles lábios que tanto havia desejado, mas não conseguia, e por fim, afastou Gina.
- Harry... – disse ela chorosa.
- Gina... eu... eu – começou Harry e depois lembrou do beijo que havia dado em Hermione... era tão doce... tão sereno e ao mesmo tempo revolto de emoções que ele mesmo não soubera explicar. Mas agora... – Gina... eu me apaixonei por Hermione....
Sim! Era verdade! Era isso que ele sentia por Hermione. Amor... um amor muito longe do que jamais sentira por menina alguma, nem mesmo por Gina. Parecia que tudo o que ele havia provado antes não era nada comparado com os lábios de Hermione, com o sorriso gracioso dela, com a mente sagaz e aguçada, com o adorável autoritarismo e proteção maternal que ela dispensava a ele e a Rony... Ah... Hermione... minha Hermione...
Harry sentiu-se triste... triste como nunca.... queria poder ter dito isso a ela, antes que ela morresse, mas... como eu fui tolo e cego?
- Harry... eu... Mas você ainda pode me amar! – disse Gina, parecendo nervosa. – Além do mais Hermione está morta! MORTA!
A última palavra de Gina ecoou por aquele corredor na penumbra e parecia que um vento soprava ali, misteriosamente. Harry sentiu também um forte cheiro de enxofre e uma umidade do ar...
- Você escutou alguma coisa? – Harry perguntou a Gina...
- m o r... t a... ! – disse uma voz distante... como num sussurro.
- Meu Deus, Harry... o que é isso? – Gina perguntou, agarrando-se à Harry.
Prestando atenção ao que tinha em frente, viu que havia uma luz bruxuleante saindo de um aposento. Assim, Harry logo sacou o que estava acontecendo.
- Ah... deve ser a Murta-que-Geme... ali em frente, tem uma luz no banheiro feminino... provavelmente é mais uma brincadeira dela.
Harry começou a caminhar em direção ao banheiro, seguido de perto por uma Gina contrariada e amedrontada.
- Harry... estou com medo.
Quando Harry pisou no banheiro, afastando a porta, percebeu que havia uma grande quantidade de água no piso e uma névoa densa no ar... como se alguém estivesse tomando um banho quente, mas não havia ninguém no recinto...
Harry não viu nem sinal de Murta que Geme, mas viu outra coisa que deixou seus cabelos em pé. No vidro do banheiro, alguém invisível escrevia, para pavor de Gina, que começou a gritar e saiu correndo. Harry não conseguia se mover e quando terminou de ler o que a mão invisível escrevia, sentiu uma dor forte no coração.
Estava escrito:

HARRY... AJUDE-ME... ESTOU NO INFERNO... HERMIONE...


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