¤ E que comece o baile!

¤ E que comece o baile!



-- Harry... Harry.... acorde, Harry... por favor... -- A voz de Hermione ecoava em seus ouvidos. Demorou alguns minutos para Harry cair em si que Hermione e Rony estavam realmente chamando-o, e a garota agora sacudia levemente o seu ombro.



-- Que foi? -- Perguntou o garoto, agressivo.



Rony e Hermione se entreolharam.



-- Eu só queria que você soubesse que de maneira alguma vamos permitir que algo aconteça a você. Sei que não podemos ajudar muito, mas vamos tentar. Alguns meses de A.D. fizeram algum efeito -- Disse Hermione, com um leve sorriso, mas a garota, ao ver que o amigo não retribuíra o cumprimento, continuou a falar seriamente --, e agora estamos mais preparados do que antes. Não concorda?



-- Mas... -- o garoto parecia relutante --, é Voldemort, não é uma brincadeirinha à-toa, é Voldemort. E estou fadado a lutar com ele, cedo ou tarde. -- Alertou Harry. Rony tremelicou no mesmo lugar, mas disse, em uma voz quase limpa e despida de emoções:



-- E você acha que a nossa missão no... no Departamento de Mistérios... foi uma brincadeirinha à-toa? Podíamos muito bem ter encontrado... ahh... V-V-Voldemort por lá, mas nós fomos da mesma maneira! E tenho certeza de que todos da A.D. e de Hogwarts pensam da mesma maneira. Chega de tudo ficar nas suas costas, Harry... que tipo de amigos acha que somos? -- Hermione concordou com a cabeça. Harry olhou para os dois, desconfiado, e procurou outro local para olhar.



Harry olhou para a janela. Tinha dormido realmente muito tempo, pois o Sol já entrava, majestoso, pelas janelas e cortinas do dormitório masculino do sexto ano da Grifinória, e os flocos de neve caíam docemente pelo telhado. O garoto piscou para a luz, olhou novamente para os amigos e suspirou.



-- Okey... vamos tomar café. -- Disse o garoto, percebendo que dormira vestido com suas roupas de trouxa. Amarrotados mas confiantes, desceram as escadas em direção ao Salão Principal.



*




Harry caminhava tranquilo pelos gramados de Hogwarts... não parecia absolutamente preocupado com nada naquele momento... Gina o espiava por trás de uma árvore, sorrindo abobada... o que Malfoy pensaria ao vê-la ali, admirando seu antigo amor... mas Gina não se importava.. só queria ver Harry a caminhar pelos gramados verdejantes de Hogwarts, acompanhado de seus amigos.. Foi quando um grupo enorme de vultos encapuzados pulou sobre os garotos, arremessando-os no chão... Harry se debatia enlouquecido... o grupo se dissipou, e um dos vultos retirou seu capuz... era Bellatrix Lestrange, porém com feições muito parecidas com as de Sarah Pennyfeather... ela riu gostosamente, e ajudou um dos outros vultos a se levantar, e este também retirou seu capuz.... o grito de Gina ecoou pelos gramados... lá estava Lord Voldemort, no meio de Hogwarts! Como era possível...? Não era permitido aparatar em Hogwarts, Hermione lhe dissera uma vez... Voldemort deu uma risada rouca e áspera, e apontou a varinha para Harry.


-- AVADA KEDAVRA!! Realizada a profecia, pequeno Harry! Eu venci!


Os lampejos verdes da varinha de Voldemort atingiram Harry no mesmo segundo... Hermione e Rony gritavam ao seu lado, apavorados, os olhos lacrimejantes... o garoto demorou a cair no chão; esvoaçou pelo ar, exatamente como seu padrinho fizera, antes de atravessar o véu... sua expressão era temerosa, e aquela imagem ficaria congelada para sempre na mente de Gina... a garota desatou a correr, desesperadamente, chorando convulsivamente, para o Castelo...




Gina levantou-se abruptamente da cama e olhou ao seu redor, assustada. Finalmente livrara-se daquele pesadelo pavoroso. A garota fechou os olhos, tremendo e suada, e flashes daquele sonho lampejaram novamente na sua cabeça, contra a sua vontade... Harry caindo, atingido pelo Avada Kedavra.... ela, chorando... graças a Merlin só fora um sonho, um sonho mau... Escondeu o rosto nos lençóis de sua cama e pôs-se a chorar, seus ombros tremendo violentamente. "Que pesadelo horrível... e assustadoramente real..."



A garota continuou a chorar por um bom tempo, escondida entre seus lençóis. Enfim, desceu, sentindo-se absolutamente mal, e sem fazer qualquer coisa para melhorar sua expressão. Tinha combinado de encontrar Draco nos jardins, e rumou imediatamente para lá, sem fome alguma. Mesmo sendo segunda-feira, os alunos de Hogwarts já estavam de férias desde o começo de dezembro, por causa do Natal. Não que isso significasse que não houvesse trabalho para fazerem nas férias. Mas tudo estava momentaneamente esquecido. A garota dirigiu-se para a árvore em que geralmente ela e Draco se encontravam; o garoto não parecia estar por lá. Olhou ao seu redor, mas nem sinal de Draco. Acreditando que o garoto teria se demorado um pouco mais no Salão Principal, Gina começou a andar pelos gramados, distraída.. enfim, encontrou a árvore que apareceu em seu sonho... tocou-a, e sentiu algo estranho emanando dela... como um alerta... como um sinal de que algo terrível estava para acontecer. A garota abraçou a árvore, como se quisesse escutar o que ela tinha a dizer, mas foi surpreendida por um par de mãos, que tapou docemente seus olhos.



-- Estava esperando por mim, Gina? -- A voz suave e macia de Draco Malfoy (tão diferente da maneira ríspida com o qual ele tratava a todos normalmente) ecoou nos ouvidos de Gina; a garota se virou, sorrindo, e abraçou o namorado, beijando-o em seguida. Depois que se separaram, embrenharam-se mais fundo na Floresta, em uma clareira em que quase ninguém ia, exceto insetos. Os dois se sentaram, juntos e abraçados, carinhosamente. Foi quando Gina ouviu sua voz dizendo:



-- Draco... eu queria muito que a gente pudesse namorar sem se esconder do mundo... dos nossos pais... de tudo..



-- Eu também preferia assim, minha doce -- a voz de Draco soou infeliz, mas logo mudou para um tom confiante --, mas já lhe disse o meu plano... quando eu acabar o sétimo ano, pegarei tudo o que é meu na Mansão Malfoy, todos os meus direitos de herdeiro da família, e tirarei você daqui.. fugiremos juntos, em um lugar que ninguém possa nos perturbar, Gina... moraremos em algum lugar lindo, só para nós dois... e ninguém para nos incomodar...



-- Mas demorará mais de um ano, Draco... e eu não quero que brigue com a sua família... -- Disse Gina, muito triste.



-- Eu não quero conviver mais em um lugar em que a pessoa que eu mais amo não seja bem recebida, Gina... e se for para me separar dos meus pais, assim vai ser, limpo, sem lágrimas... realmente, eu prefiro assim... vivermos juntos, escondidinhos... depois não teremos mais que nos esconder, casaremos e poderemos voltar a conviver com tudo o que nos foi tirado por causa da richa entre nossas famílias... -- Draco abraçou Gina mais fortemente. A garota chorou. -- O que foi, Ginny? Por que está chorando?



A garota se soltou dos braços de Draco.



-- Não vai dar certo, Draco... nunca vai dar certo... a pior coisa que posso cometer na minha vida é fazer você sofrer... eu nunca poderia conviver com isso... e.... -- Gina sentiu um nó na garganta ao pronunciar as seguintes palavras --.. você só está apaixonado por mim porque entrou em contato com aquela Poção de Irresistível Amor que... que deixaram cair nas pedras do corredor... -- Gina saiu correndo, e não ouviu qualquer farfalhar de folhas que indicasse que Draco a seguia. Aproveitando a idéia, correu ainda mais rápido, e só parou quando jogou-se na cama, novamente.



"Será que eu ainda amo o Harry?" -- Perguntou-se Gina, antes de fechar os olhos e não pensar em mais nada.



*




Harry mal conseguiu tomar café direito. Estava tenso, com tudo o que tinha lhe acontecido em tão poucos dias... poções quebradas, beijos inesperados, alertas indesejados e uma ameaça constante... pela segunda vez, Harry achou similar o gosto das torradas de Hogwarts com o do tapete dos Dursley, mas dessa vez tinha que pendurar um sorriso no rosto, para contentar Rony e Hermione, que parecia, por sua vez, bastante desconfiada.



-- Harry, o que está lhe incomodando? -- Explodiu a garota, depois que começaram a sair para os jardins congelados de Hogwarts, Rony já apanhando um punhado de neve e formando uma bola monstruosa e congelada.



-- Não é nada... só muita coisa na cabeça... -- Limitou-se Harry a explicar. O que, de fato, era verdade.



PLAFT! Rony acertou a bola imensa de neve bem na orelha esquerda de Harry -- que pontaria! -- e agora ria-se, apontando para o amigo. Harry, com um sorriso feroz, apanhou um bom bolo de água congelada e tacou bem nas costas do amigo. A guerra de neve que se seguiu (que depois englobou Neville, Dino, Simas e Luna Lovegood) conseguiu definitivamente espantar da cabeça de Harry aqueles pensamentos momentâneos e negativos. Todos se divertiram tanto que quase se esqueceram do Baile de Formatura, e também do almoço! Correram todos para os andares dos seus dormitórios, afobadíssimos, exceto Hermione, que já se retirara dos jardins há muito tempo, quando percebeu que a guerra de bolas de neve duraria a tarde toda.



Harry subiu apressado para a Torre da Grifinória; não encontrou suas vestes a rigor, o que deixou absolutamente desesperado, até que Rony o tranquilizou:



-- Não se preocupe, mamãe disse que ia dar umas mudadas nas vestes a rigor, queria mudar a cara delas, parece. Daqui a pouco chegam os embrulhos.



Agradecendo intimamente o empenho de Molly Weasley, Harry sentou-se, nervoso, na cama. Do nada, surgiram dois embrulhos, de plástico cinzento, na cama de Harry e Rony. De fato, a sra. Weasley era muito habilidosa; a antiga veste verde-garrafa de Harry tinha recebido mais tecido, ficando mais comprida; seu tom agora variava entre o verde e o azul, e haviam alguns detalhes bonitos na costura da roupa. Harry vestiu-a imediatamente, deu um "jeito" nos cabelos e guardou os óculos.



-- Videus! -- Apontou Harry, com a varinha, para seus olhos. O Feitiço de Qualidade Momentânea do Olhar tinha ajudado muito Harry nos últimos meses; agora, se esquecia os óculos ou os deixava cair, bastava aplicar o feitiço por alguns minutos, até conseguir encontrá-lo ou restaurá-lo a forma natural. Aplicou um feitiço de Longa Duração; enxergava perfeitamente o quarto, livre de sua miopia. Aliviado, foi junto com Rony até o Salão Comunal da Grifinória.



Hermione parecia ainda mais bonita do que no último baile; usava agora vestes a rigor cor-de-rosa, clarinhas, revestidas com um tule furta-cor por cima, que dava uma impressão etérea a vestimenta. Seus cabelos não estavam tão lisos quanto da outra vez, e sim um tanto cacheados, presos em um rabo-de-cavalo bem alto, com uma presilha enfeitada com brilhantes da mesma cor do vestido. Rony não conseguia fechar a boca. Hermione riu, mas não fez nenhum comentário mordaz ou cruel. Parecia querer poupar o amigo recém-curado.



Logo, chegou Sarah; estava exuberante em uma veste de veludo preto avermelhado, o cabelo preso em coque por uma fivela de diamantes, com alguns fios soltos na frente do rosto, e pulseiras tilintando em seu pulso magro e muito pálido. Seus olhos profundos se destacavam na produção. Ela sorriu insinuante para Harry. O garoto ergueu uma sobrancelha para a menina, manifestando sua surpresa. Estava linda.



-- Agora, sim, gosta de mim, não é, Harry Potter? -- Riu a garota, mansamente, de uma maneira um tanto familiar para Harry, embora ele não atinasse a quem aquela risada lembrava. A garota atou seu braço ao de Harry, e os dois casais desceram para o Salão Principal. Hermione sorriu e piscou para Harry quando passou por ele.



Alguns dos formandos já se encontravam no Salão; Cho acenou alegremente para Harry, vestida em vestes maravilhosas, cor de fogo. O garoto sorriu aparvalhado para a garota, por um momento, mas lembrou-se que a garota estava acompanhada, assim como ele. Desanimado, resolveu olhar para os próprios pés. Os pares formaram um corredor, organizado, esperando o aval de Dumbledore para começarem a dançar e comer.



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CONTINUA, COM MUITA AÇÃO!! ^^

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