O abrir de um novo ano



-Bem, chegámos! -avisou Mr. Weasley.


-Lar doce lar. Espero que a mãe tenha feito bolo de chocolate! -exclamou Ron todo sorridente tridente.


No dia a seguir àquele “estranho acontecimento”, tinham partido para “A Toca”, a casa de Ron.


-Peguem nas vossas coisas e toca a entrar! -exclamou Mr. Weasley. Depois murmurou para Harry -Espera. Depois de arrumares as malas, vem ter comigo, ok? Preciso de te dizer uma coisa.


Harry assentiu com a cabeça. Depois de ter deixado as malas no quarto, foi ter com o Mr. Weasley. O Ron e a Hermione ainda ficaram por lá a arrumar as coisas.


Ia a entrar na cozinha, quando resolveu esperar…


-Tu não estás à espera de ir contar isso ao Harry, pois não? -perguntou a voz de Molly. -Sabes o que é que aconteceria se lhe fosses dizer que no local da morte do Sirius, se andam a passar coisas estranhas? Hã? Sabes??


-Não. -respondeu por sua vez a voz de Artur, totalmente descontraída. -E não são coisas estranhas! É apenas uma espécie de…uma grande magia, estás a ver? Que está a proteger o arco com o véu preto para onde o Sirius caiu. É apenas isso! Um grande poder que não nos deixa aproximar. Tipo uma barreira invisível, mas ainda mais poderoso.


-E chamas a isso normal? Para tua informação, se o Harry soubesse isso, neste momento estaria novamente a caminho do Departamento dos Mistérios! Pode ser uma armadilha, não vês? E tu viste o que aconteceu da última vez que o Harry lá esteve! -suspirou -Artur, para o bem do Harry e também para o bem de todos nós, por favor, não lhe digas nada. Não lhe digas nada, porque senão el…


Foi nesse momento que Harry decidiu entrar e intervir:


-Não se preocupem. Desta vez eu não vou lá. -suspirou e pensou em Sirius, murmurando -Desta vez não…se ao menos tivesse tomado esta decisão antes…o…o…mas também…eu não sabia…pensava que ele estava a sofrer e não podia permitir isso…


-Harry querido! Bom dia! -Molly tentava agir como se ele não tivesse ouvido a conversa, ou mesmo como se essa conversa nunca tivesse sequer sido pronunciada. -Senta-te. Vou fazer-te o pequeno-almoço.


-Oi mãe! -cumprimentou Ron, chegando acompanhado por Hermione. -Fizeste bolo de chocolate?


-Não…


-Não??


-Estou a brincar! Fiz!



Nessa noite, Harry ainda pensou seriamente na conversa que ouvira. Mas pensou que já tinha perdido o seu padrinho graças a cair numa armadilha estúpida do Voldemort. E esta podia ser outra. Talvez uma para que Harry sinta curiosidade de lá ir…Mas desta vez não ia cair. Não queria perder mais ninguém.


Se é que tinha mais alguém a perder.


Abanou a cabeça. É claro que tinha! O Ron, a Hermione, o Hagrid, os amigos, a Tonks…o Lupin! Tanta gente. Não eram do mesmo sangue que ele, ou seja, não eram MESMO da família dele, mas são seus amigos e isso conta como se realmente fossem da sua família…já que a sua tinha sido exilada para a escuridão do mundo, embora não para a do coração.


Sentiu raios de luz trémula que a Lua incidia sobre a janela do seu quarto, como que uma faca a rasgar um tecido, a Lua rasgou a escuridão para o iluminar…



Havia passado uma semana e hoje eram os anos de Harry.


Quando acordou, Ron já não estava na sua cama.


Desceu e foi até à cozinha.


A casa estava vazia. Apenas Molly se encontrava na cozinha, para onde ele entrou.


-Olá. -cumprimentou.


-Ah, olá Harry, querido! -exclamou Molly virando-se para ele. -Estava à tua espera. Precisava que me ajudasses lá atrás na desgnomização, pode ser? Os outros já lá estão.


-Sim, claro. -Harry pensou, todo contente, que quando lá chegasse iria ter uma festa surpresa à sua espera, o que era bem possível. -Vamos.


Quando lá chegaram, Harry nem queria acreditar no que via.


Estavam lá todos, de facto: Fred, George, Ron, Hermione, Artur, Ginny, Lupin, Tonks e Bill.


Mas não a festejar os seus anos.


Os gémeos estavam a rodar, cada um, um gnomo para que o atordoassem; Ron estava a explicar melhor a Hermione como é que se fazia; Artur analisava o terreno; Ginny “lutava” desesperadamente contra um gnomo teimoso que não deixava por nada deste mundo que ela agarra-se as suas perninhas finas; Lupin tentava sorrateiramente, como um lobo agachado sobre as ervas húmidas da noite, (caricato, não? =) Como se ele não fosse realmente um lobo) fazer uma emboscada a um dos pobres gnomos, que mal Lupin lhe saltou para cima, o gnomo conseguiu escapar por entre os seus braços, para longe. Lupin dava agora “murros” na relva, raivoso por ter perdido a sua “presa”; Bill corria atrás de um gnomo enquanto que Tonks fugia de um, gritando:


-Alguém me agarra este bicho selvagem que já não me aguento nos pés!!! -dito e feito. Tropeçou num outro gnomo e caiu. O que a perseguia, pôs-se aos saltos em cima dela, vitorioso.


Felizmente Artur conseguiu apanhá-lo.


-Hei Harry! Tudo bem? -perguntou Fred, despertando a atenção de Harry.


-Anda daí! Vem-nos ajudar! -chamou George.


Poderia estar tudo bem e aquela cena cómica e estúpida poderia ser bem divertida, se não fossem os anos dele.


Parece que se haviam esquecido de verdade…Até mesmo Hermione que decorava as datas tim-tim por tim-tim, se havia esquecido.


Desiludido, lá se juntou ao grupo.


Foi então que nessa altura se ouviu um enorme estrondo.


Como um movimento involuntário, Harry deixou-se cair sobre a relva, na tentativa de escapar ileso, ao que quer que seja que tenha originado aquele barulho.


Mas concentrando-se melhor, podia-se concluir que o barulho não vinha do jardim. Parecia vir de mais longe…


-Vem da avenida! -exclamou Molly.


-Vamos lá ver. -afirmou Bill. E sem mais demoras, dirigiu-se para fora do jardim.


Harry levantou-se e seguiu-o. Assim como o resto do grupo.


A avenida continuava normal.


Hermione pensou um pouco.


-Talvez…venha daquela esquina.


Acabaram por lá ir verificar. E era de facto.


Era um beco sem saída. E no muro encontrava-se um grande buraco branco por onde estava a passar uma capa preta cumprida. Mal acabou de passar, o buraco voltou a fechar-se, como uma ilusão.


-Eu conheço aquela capa… -murmurou Lupin tão baixo, que os outros não o ouviram. -Mas…não pode ser…é impossível!


-Quem seria? -perguntou Bill


-Alguém que domine bem a magia. -informou Hermione, tocando o muro onde à momentos estava o buraco. -Este feitiço não é assim tão simples.


-Aposto que tu o consegues dominar, não? -perguntou Ron num tom de gozo.


Hermione inclinou a cabeça até o ombro direito com um ar de chateada.


-O que é que isso interessa Ron? -perguntou ela. -Estás sempre preocupado com o que eu consigo e o que eu não consigo fazer…oh pá, estou farta, fogo!! Descola! -exclamou por fim, irritada.


Ron olhou para ela com cara de espanto.


-Pronto, esquece. -tranquilizou-o ela. -Agora o que me preocupa é para onde é que aquele homem ou mulher foi… Caso não reparassem, ele entrou para um sítio… -Hermione hesitava no que dizia, como que confusa. -Quer dizer, não entrou.


Ron olhou para ela com cara de estúpido. E pelo olhar que Hermione deitou aos outros, parecia que todos pensavam o mesmo que Ron. Excepto Lupin, que parecia não ouvir a conversa devido a estar bastante concentrado nos seus pensamentos.


-Ok, o que eu quis dizer é que para o sítio que ele entrou, pura e simplesmente não tinha paisagem, solo, percebido? Estava totalmente branco!


-Nós resolvemos essa a dúvida! -exclamou George, olhando para Fred.


-Ah sim, claro!


Com um estrondo, desapareceram. E foi também com outro estrondo que após uns 40 segundos, não mais, voltaram ofegantes.


-Que é que foi? Que é que viram? Que é que estava lá? -perguntou Hermione.


-Íamos morrendo. -respondeu Fred à primeira pergunta.


-Um quintal. -respondeu George por sua vez à segunda.


- Um rottweiller. -conclui Fred as respostas às perguntas, respondendo à última. -E a correr atrás de nós.


-Não te esqueças do pormenor da baba, é que o cão devia estar raivoso, fogo! Mas não vimos mais nada.


Hermione pareceu decepcionada, mas mais pensativa e confusa. Tal como os outros.


-Então… -começou. -Para onde é que terá ido aquele homem ou…


-Homem. -assentiu Lupin “acordando” dos seus pensamentos, fazendo com que todos se virassem para este.


-Como podes ter a certeza? -perguntou Bill


-Hã…desculpem?


-Como podes ter a certeza de que aquele indivíduo era homem? -perguntou novamente Bill.


-Eu simplesmente sei…mas…a pessoa de quem eu julgo ser, bem…é impossível.


-Quem é que tu julgas ser? -interrogou Harry começando a ficar desconfiado.


- Eu não quero estar a afirmar nada. Por isso, é melhor ficarmos por aqui.


-Agora diz! Só para termos uma ideia! -pediu Ginny.


-Desculpa Ginny, conversa de maiores. -afirmou Lupin com um sorriso, num tom de brincadeira.


-Ei! Nós somos maiores! Podes dizer-nos! -insistiram Fred e George.


-Esqueçam, eu não vou dizer! É uma estupidez, uma suposição, ok?


-Bem, vamos mas é para casa. -avisou Molly.


Quando lá chegaram, puderam observar 3 mesas: Uma de sandes, bolachas (montes delas), outra com bolos e doces, e por último, uma cheia de sumos.


Uma grande fita colorida flutuava a dizer: “Parabéns Harry!”, por entre balões em forma de trovões, também coloridos.


-Vo…vocês não…se… -Harry estava tremendamente admirado, com aquela confusão toda, já nem se lembrava que eram os seus anos.


-Achas mesmo, Harry? É claro que nos lembrámos! -exclamou Hermione, pondo os braços à volta dos ombros do amigo e dando-lhe um beijo na bochecha. -Parabéns! -E estendeu-lhe um pequeno embrulho. -É apenas uma lembrança, mas espero que gostes!


Harry abriu o pequeno embrulho. Era uma pena. Bastante leve e elegante, prateada e à medida que se aproximava das pontas, o prateado transformava-se levemente em dourado.


-Ei, obrigado Hermione! É linda! -exclamou Harry.


-Não acredito!! Eu não acredito que também lhe foste dar uma pena! -barafustou Ron. -Essa era a minha prenda!


-Parece que vou ter que ficar com duas. -afirmou Harry, pegando no embrulho que o amigo lhe dera e abrindo. -Vêem? A pena até é diferente! -a pena de Ron não era tão elegante, mas condizia com a cor dos Gryffindor, por ser uma pena vermelho-escarlate e dourado nas pontas e no rebordo.


-É bem diferente. A pena que eu te dei é de escrita rápida. Ah! E não te esqueças de que essas não as podes usar nos exames! Enquanto que a do Ron é…uma pena vulgar.


Ron sentia-se triste por não poder dar uma pena tão boa quanto a de Hermione.


-Uma pena vulgar que eu adorei! E assim vou pode-la usar nos exames, não é? Pode ser que me dê sorte.


Mrs e Mr Weasley deram-lhe um cachecol feito por ela.


Ginny pediu imensas desculpas, mas que não conseguiu comprar nada, argumentando:


-Mas ajudei no cachecol! Fiz em conjunto com a mãe.


Lupin deu-lhe um livro, cujo título era “Defesa Contra as Artes das Trevas” e como subtítulo “Segredos, feitiços e técnicas”.


Fred e George ofereceram-lhe um pacote especial, com pastilhas extra da sua recente ideia e com um sucesso incrível: As pastilhas Issybalda.


Tonks deu-lhe uma T-shirt do seu grupo favorito: “Weird Sisters”


-Hã…obrigado Tonks! -afirmou Harry, pondo a T-shirt de lado.


-Bem, e agora os parabéns! -exclamou Bill com um bolo na mão.



Harry tinha agora 16 anos…como era possível?


Ainda à pouco tinha onze e estava a entrar para Hogwarts.



As férias na casa de Ron ajudaram-no bastante a melhorar o seu sentido de humor.


Agosto passou rapidamente e mal deram conta já estavam na Diagonal a fazer as compras para o novo ano lectivo.


Não compraram nada de especial para além dos livros…


Na semana a seguir a isso, iria ser o seu primeiro dia de aulas.


Hermione parecia bastante excitada. Ao contrário de Ron, que só faltava chorar. Quanto a Harry…este parecia ficar cada vez mais preocupado e ao mesmo tempo, curioso…resumindo-se, voltou novamente aos seus pensamentos. O ano anterior não fora nada divertido. Será que este ano iria entrar um professor(a) ainda pior que Umbridge?


Despediram-se de Tonks, Lupin, Mrs e Mr Weasley, Bill e dos gémeos, com muitos avisos de “Portem-se bem!”; “Cuidado!”; “Não façam nada de mal!”; “Se precisarem, peçam ajuda ao Dumbledore, ou mandem-nos uma carta!”


Até Fred e George decidiram deixar o seu recado:


“Já sabem: Se precisarem, ou se alguém lá de Hogwarts precisar de algum material, não tenham remorsos em contactar-nos, hã? Podem estar descansados, que não nos vão incomodar!!”


Um por um, passaram pela “entrada” da plataforma, cautelosamente para não serem vistos.


Do outro lado, Harry acompanhado por Ron, Hermione e Ginny, puderam ver todos os seus colegas e restantes alunos de Hogwarts.


-Bem. Cá estamos nós. -afirmou Ginny.


-Se temos que entrar, ao menos que entremos já, ok? -lembrou Ron.


Entraram para a carruagem juntos, mas…


-Hã…-começou Hermione -Eu e o Ron temos que ir para ao pé dos…


-Sim, sim. Prefeitos, eu sei. -resmungou Harry -Eu e a Ginny vamos procurar algum sítio para nos sentarmos.


Num dos compartimentos estava uma miudinha a acenar-lhes.


Era Luna. Acompanhada de Neville.


Mal eles entraram ela voltou a pegar na revista “The Quibbler”, tal e qual como no ano passado.


-Olá. Preparados para o novo ano? -perguntou por detrás da revista.


-Sim e tu? -inquiriu Harry.


Ela acenou apenas que “sim” com a cabeça.


Harry e Ginny pousaram as suas coisas.


-Então? -perguntou Neville -As férias…foram boas? Recebes-te muitas prendas, Harry?


-Prendas? -Harry começou a lembrar-se de uma coisa -Hã…sim. Tive uma festa surpresa.


-Sério? Que fixe.


Harry lembrara-se agora, que semanas antes do seu aniversário, recebera uma prenda daquela “mulherzinha” que o visitara para vender uma coisa de que Harry já nem se lembrava bem o quê.


«De qualquer forma, acho que é melhor abri-la em Hogwarts, aqui não.»



Hermione abriu a porta do compartimento dos prefeitos.


Apenas lá estava a pessoa que eles menos queriam: Draco Malfoy. Com os seus guarda-costas a fazer-lhe companhia.


Hermione e Ron entraram para o compartimento. Ron foi-se sentar.


Mas a miúda permaneceu em pé.


-Olhem, olhem… -começou Draco levantando-se e indo em direcção de Hermione -A Granger -Ron começava a “vigiar” a cena -As férias…foram boas, hã? -perguntou ele, começando a andar à volta dela.


-Malfoy…que é que te interessa?


-Shh…a menina anda a ficar muito atrevida. -afirmou pondo o dedo nos lábios de Hermione.


-Olha quem fala! -exclamou afastando o braço de Draco. -E não me toques.


Draco riu-se -Que é que andas-te a fazer durante as férias? -perguntou voltando a andar em volta de Hermione, olhando-a de alto a baixo. Ron levantou-se. -Estás a começar a ganhar formas, se é que me entendes…


Foi desta vez que Ron se aproximou.


Draco virou-se para este. -Vejam só quem ficou ofendido. O Weasley! O rapaz que nasceu no lixo! Mas escusas de ficar preocupado, que eu não ta roubo. -Hermione olhou para Ron com uma cara confusa. Draco dirigiu-se para a porta do compartimento, pronto a sair, quando parou, se voltou para eles e afirmou -Ou melhor: Aconselho-te a ficar de olho aberto…é que… -e apontou com a cabeça para Hermione, soltando um sorriso maroto. -Vemo-nos por aí Granger. -e saiu.


-Como é que ele se atreve? -perguntou Ron.


-Esquece! -afirmou Hermione sentando-se.


Começaram a entrar os prefeitos das outras equipas, inclusive Draco, novamente.


Focou Hermione, sorrindo para esta maliciosamente.


-Vamos ter com o Harry. -pediu Hermione a Ron. -O Draco está só a gozar, percebes? Para ver se nos chateia! -afirmou para o amigo quando saíram do compartimento.


Ron duvidava que tal afirmação fosse verdadeira.


Não lhe agradaram nada os olhares que Draco deitara a Hermione. E o cúmulo era que ela não fizera nada para o impedir! E acima de tudo, ainda parecia gostar!


-Oh Hermione, tu por acaso, não gostas deles, pois não?


Ela parou e olhou para Ron com cara séria. -Poupa-me, ok?


Mas este “poupa-me”, que Ron interpretou como sendo um substituto a um não, não lhe pareceu lá muito convincente.


-Oi, tudo bem? -perguntou Hermione entrando no compartimento de Harry.


-Tudo. E lá pelo vosso compartimento, como é que vão as coisas? - perguntou Harry.


-Nada de especial. -respondeu Hermione nas maiores das calmas.


Ron olhou para ela: “Nada de especial”? -pensou.


Mas os seus pensamentos foram interrompidos pela chegada do carrinho dos doces.


Harry comprou 5 sapos de chocolate, 10 bombons de abóbora, 3 tentáculos de lula amarela, 3 asas de morcego vermelho e 3 laranjas e uma tacinha de Baba de Hipogrifo.


Ginny comprou apenas 4 caudas de Dragão Verde para provar. Neville comprou um sapo de chocolate; Luna, Hermione e Ron não compraram nada.


-Alguém quer alguma coisa? -perguntou Harry começando a comer a taça de Baba de Hipogrifo.


-Posso tirar um desses? -perguntou Ron.


-Claro, força aí!


Por outro lado, Ginny protestava que as suas caudas de dragão não prestavam.


-Bem, Ron. Está na hora da nossa ronda. -avisou Hermione. -Vamos?


-Tem mesmo de ser? -perguntou ele mal-humorado.


-É claro! Anda lá.


Ron levantou-se -Bem, até já!


E saíram.


Passado uns instantes, a porta do compartimento abriu-se. Uma rapariga de olhos oblíquos e cabelos pretos lisos e cumpridos, espreitou pela porta.


-Olá, posso-me sem… -mas reparou em Harry. -Hã…esqueçam. Acho que a minha amiga está-me a chamar.


-Zangaram-se? -perguntou Ginny quando Cho saiu.


-O quê? -interrogou Harry a fingir-se de surdo.


-Se se zangaram! Tu e a Cho?


-Alguém quer um sapo de chocolate? Acho que não vou conseguir comer mais.


-Posso?


-Claro Neville! -exclamou Harry. -Toma!



Ron e Hermione estiveram bastante tempo sem aparecer. Quando voltaram já deviam estar quase a chegar a Hogwarts, pelo aviso de Hermione:


-É melhor irem-se vestir, pois estamos mesmo, mesmo quase a chegar!


Não tinham passado 20 minutos quando chegaram.


Saíram do comboio.


-Primeiros anos, por aqui! -Harry ouviu chamar uma voz conhecida. Correu ao seu alcance, deixando Luna e Neville para trás.


-Hagrid!


-Ah, ‘lá Harry! Tudo bem?


-Sim, e contigo?


-É. ‘ambém. -respondeu o gigante. -Passas lá p’la minha casa à tarde? -perguntou -É que tenho uma ‘quena lembrança p’ra ti. Pode ser?


-Claro! -respondeu Harry animado. -Então até logo!


-‘té logo! -ainda observou Harry afastar-se, mas logo voltou ao seu trabalho. -Primeiros anos! ‘Qui! Venham!


Harry entrou com os outros alunos no castelo, poisou as suas coisas e dirigiu-se para o salão.


Após ouvirem o novo longo discurso do chapéu seleccionador, foi a vez da Selecção dos primeiros anos.


-John Rover! -chamou a professora McGonagall.


Um rapazinho de cabelos e olhos castanhos, de estatura média, magro e com duas ou três sardas que lhe davam um ar engraçado, surgiu de entre a multidão ansiosa dos pequenos feiticeiros.


-Humm…confuso…tens uma alma um pouco dividida…Inteligente, sim…mas também corajosa e honesta…Mas no entanto, nota-se bem que tu só te darás bem nos……RAVENCLAW!


O rapaz “saltou” do banco, já mais descansado, dirigindo-se para a mesa da sua recente equipa.


-Hamely Days! -voltou a professora McGonagall a chamar.


Uma rapariga que parecia determinada e segura de si, de cabelos pretos ondulados e de olhos cinzento-esverdeados, dirigiu-se para o chapéu. Que mal lhe poisou na cabeça, parecia bastante decidido ao gritar: GRYFFINDOR!
Ela seguiu em frente, com um sorriso na cara, para a mesa dos Gryffindor; onde se sentou ao lado de Ron.


-Oi.


-Hã…oi… -respondeu ele, admirado com a “lata” que ela tinha.


-Chamo-me Hamely.


-Eu sei, eu não sou surdo. Ouvi a professora chamar-te. Pelo teu nome, ya?


-Ron, não sejas assim! -discriminou-o Hermione. -Ela é nova aqui!


Ron ia para dizer “E o que é que isso me interessa?”, mas a tal Hamely Days falou primeiro:


-Como te chamas?


-Hermione Granger. -respondeu ela com um sorriso.


-Ouve…Granger. Eu acho que não pedi a tua opinião sobre como o Ron devia ou não tratar-me, percebes? -Hermione estava sem palavras, assim como Ron. -Quem é que tu pensas que és para andar a dar ordem aos outros?


-Para tua informação, o Ron é o meu melhor amigo há 6 anos!


-O Ron pode arranjar outros melhores amigos! Melhores que tu! -“cuspiu” a miúda.


Ron sentia-se como se o estivessem a puxar de um lado e de outro, cada um para o seu lado. -Tens a certeza de que não devias ser seleccionada para os Slytherin? -perguntou.


-Por alguma razão estou aqui. -depois virou-se para ele. -Tenho a certeza de que vamos ser grandes amigos. -de seguida, virou-se para o lugar onde estava a decorrer a selecção dos outros alunos.


Ron olhou para Harry e este apenas encolheu os ombros.


No final da selecção foi a vez de Dumbledore falar:


-Bem vindos! A mais um novo ano! Os cargos dos professores mantêm-se, embora a professora Trellawney volte ao seu lugar e um novo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas venha substituir a Umbridge. Bem, o professor não veio, porque não lhe agradam lá muito ambientes destes. Mas, no entanto, já está cá na escola. Os vossos horários serão distribuídos pelos respectivos responsáveis pela vossa equipa, tal como o resultado dos vossos exames que devido a um pequeno atraso, não vos puderam ser entregues nas férias.


O director falou sobre mais algumas regras, avisos e notícias antes do banquete começar.


-Ele é sempre assim? -perguntou Hamely, servindo-se.


-Sempre assim como? -interrogou Ron, que não percebeu.


-Uma seca?


-Vê lá como é que falas das pessoas, hã? -exaltou-se Ron. -Principalmente dele!


-Pronto, pronto…desculpa.


-Ron… -chamou Hermione. -Olha ali o Draco…


-Que é que tem o Draco? Ultimamente andas muito preocupada com ele!


-Não é isso! Olha! Parece que arranjou um novo amigo…


Ron olhou. Draco conversava animadamente com um rapaz de cabelos loiros tão claros que até se podia afirmar que eram brancos. Assim como a sua pele, que era de um branco tal, que ele mais parecia estar morto. E os seus olhos eram um verde que parecia possuir chamas.


-O miúdo é arrepiante. -sussurou Ron. -Será do 1ºano?


-Não. -respondeu Harry. -Estive com atenção à selecção e ele não foi chamado. Na 1ºvez que o vi, já estava ao pé do Draco.


-Então…quem será? -interrogou Ron. -Alguém sabe o nome dele?


-Não. -respondeu Harry. -Isso não.


-Olhem, eu vou só à casa de banho. Venho já, ok? -avisou Hermione. -Esperam aqui um bocado até eu voltar?


-Não! -respondeu Hamely. -Mas porque haveríamos de esperar por ti?


-Mas tu calas-te? -perguntou Ron. -É claro que esperamos, Hermione.


-Nesse caso, espero também. -bufou Hamely.


-Cheira-me a amor no ar… -murmurou Harry ao ouvido de Ron.


-Quê?? Achas mesmo que eu ia gostar de uma pitinha? Tenho quase 16 anos! Sinceramente, Harry!



Hermione estava a caminho do WC, quando reparou que alguém estava sentado no chão, encostado à parede, junto à entrada principal.


Resolveu aproximar-se, embora não saiba porquê, com o coração “aos saltos”.


-Hã…olá… -cumprimentou aproximando-se dele.


O rapaz levantou a cabeça para que pudesse ver quem o cumprimentara.


Era elegante, fios do seu cabelo castanho claro, caíam-lhe sobre os olhos cor de mel com tonalidades verdes.


-Olá.


Hermione sentiu-se inexplicavelmente, ainda mais nervosa do que antes.


Era impossível permanecer calma em frente daquele aluno.


-Hã… -Hermione tentava arranjar uma pergunta algures. -…hã…porque é que não foste ao banquete?


Ele fitou o chão. -Não gosto lá muito de festas.


Seguiu-se um momento de silêncio, que desta vez foi quebrado por ele. -Como é que te chamas? Posso saber?


-Hermione. Hermione Granger. -Com a excitação toda e o nervosismo, ela em vez de lhe perguntar como é que ele se chamava tal como ele fez, não, enganou-se e acabou por perguntar. -Em que casa aqui de Hogwarts é que tu estás e…em que ano?


-Casa? -interrogou ele com um sorriso, levantando-se.


Hermione pode reparar que ele era maior que ela.


Sacudiu a capa preta e respondeu. -Eu não pertenço a nenhuma casa daqui.


-Ai não? -Hermione parecia agora confusa.


-Não. -voltou a sorrir. -Sou o vosso novo professor de DCAT.


Hermione sentiu-se como se estivesse o tempo todo a fazer figuras de urso.



=> Pronto, gente, é esse aí o novo capítulo...eu gostava de receber alguns mails ou de ver postado aí alguns comentários.....vá lá gente! Não custa nada!! Bjaum, fui. <=

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