Morte



Morte

Hel se levantou rapidamente quando viu a amiga caindo sem sentidos, com a velocidade Vampirica ela amparou Liza antes dela tocar o chão, o celular que a loura segurava bateu com força no chão, a porta do dormitório do terceiro ano se abriu, eram as colegas de quarto das meninas, que ficaram em polvorosas quando viram a garota caída.

_Chamem a monitora. -Gritou Hel em um tom imperativo e ameaçador, que assustou quem estava em volta. Todas as meninas saíram atrás da monitora, não demorou muito e Hermione adentrou no dormitório com rapidez.

_O que aconteceu? -Perguntou Hermione preocupada.

_Ela estava falando no telefone, algo acontecera com a mãe dela eu acho, e depois ela desmaiou. -Disse Hel demonstrando preocupação, Hermione levitou Liza com um feitiço e desceu as escadas rapidamente, atraindo muita atenção de quem estava no salão comunal, pois viram o corpo da garota flutuar. Burburinhos começaram em todos os cantos, e em um canto escuro Harry observou tudo.

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_Ela está bem. -Falou Madame Pomfrey em tom mais brando, olhando para Hermione e Heloise que respiraram aliviadas. _Ela vai acordar daqui a pouco, não se preocupem, foi um leve choque. -Por fim a enfermeira deixou as duas entrarem na enfermaria, Liza estava em uma maca banhada pela luz da lua, as duas ficaram ao lado direito da cama. Hel “acendeu” seus olhos que brilharam em um amarelo felino e analisou o corpo da amiga.

_Nada de errado. -Falou fechando os olhos e quando os abriu eles voltaram a ser azuis. Não demorou muito e Liza começou a se mexer e logo abriu os olhos se levantando rapidamente, mas foi segura por Hel. _Calma Liza, sou eu.

_Minha mãe, tenho que ver minha mãe! -Falou a garota sem ligar por acordar em um local diferente. Tentou sair da cama, mas Hel a segurava com uma força que não condizia com seu tamanho.

_Acalme-se e diga o que houve. -Falou Hermione em tom mais calmo, a garota olhou para ela e desatou a chorar. _Minha mãe está no hospital, não sei o que houve, Milena, a empregada da nossa família, me ligou e depois disso eu apaguei.

_Vou falar com a Professora McGonagall. -Disse Hermione saindo apressada da ala hospitalar, deixando Hel e Liza sozinhas, a última derramava algumas lágrimas.

_Minha mãe é a única coisa que eu tenho. -Falou Liza surpreendendo Hel, que não esperava que a garota se abrisse, talvez pelo hábito, já que vampiros não faziam isso. _Eu não tenho pai, minha mãe nunca disse quem era, mas eu sei que ela sofreu muito por causa dele, eu sou a única que ela tem e ela é a única coisa que eu tenho. -Hel estranhou um pouco quando Liza a abraçou com força, mas logo a abraçou de volta tentando consolá-la. _Eu tenho que ver minha mãe...

_Eu vou levá-la até ela. -Murmurou Hel, não gostara de ver Liza daquele jeito, não conseguia ser fria como lhe ensinaram. Quando se afastou um pouco ia dizer algo, quando o som de sapatos na pedra dura foi ouvido, as duas se voltaram para a entrada onde viram Harry caminhando até o leito de Liza.

_Você não sairá daqui. -Falou Harry em tom firme, encarando Hel com dureza.

_E quem é você para dizer o que eu deva ou não fazer? -Perguntou Hel, não estava com paciência e levaria a amiga para ver a mãe nem que tivesse quee derrubar uma parede.

_Alguém a quem você deve obedecer. -Falou Harry não se alterando, seus olhos perfuravam os olhos azuis de Hel. _Sou seu responsável aqui...

_Mas não é meu pai. -Gritou a vampira seus olhos ficaram amarelados, ela mostrou levemente as presas.

_Você não deve se envolver nesse assunto sem estar preparada para as conseqüências. -Falou Harry em um tom tão duro que até mesmo Hel tremeu levemente, os olhos verdes do moreno vacilaram um pouco entre amarelo selvagem e verde opaco.

_E qual seriam as conseqüências senhor “eu sou o máximo”? -Perguntou Hel quase gritando.

_Algo que você não teme, pois nunca alcançará. -Falou Harry, os olhos brilharam com intensidade. _Você sabe do que estou falando e apesar de ter visto, nunca esteve diretamente ligada a isso.

_EU é que decido se estou ou não diretamente ligada. -Falou Hel em tom mais baixo e frio.

_Muito bem. -Falou Harry ainda sério. _Você é quem quis, mas eu irei junto. -O moreno avançou de repente e silenciosamente, tocou as duas garotas e até Hel fora pega de surpresa. Os três foram envoltos por um rodamoinho negro e desapareceram da enfermaria.

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Hermione estava voltando para a torre da Grifinória, pois McGonagall praticamente a ameaçara a voltar para lá. Caminhava pelos corredores escuros do castelo, já acostumada, afinal tinha que fazer constantes rondas. Quando estava no quarto andar, pensou ter ouvido algo, então olhou por cima do ombro sem parar de andar, não vira nada, mas apressou um pouco os passos. Ouviu passos atrás de si, eram mais de um, sentiu perigo no ar e tentou correr, mas parou de repente, sentindo braços lhe agarrarem por trás e alguém tampar-lhe a boca a impedindo de gritar. Viu cinco pessoas aparecendo do nada, deixando capas de invisibilidade no chão, então notou que os cinco estavam com vestes negras de comensais da morte. Debateu-se tentando se soltar do sexto comensal, mas ele parecia ser mais forte e pelo que podia notar mais alto que ela, então mordeu a mão dele. O ouviu gritar, sentiu que estava livre e tentou fugir, mas foi segura pelo braço esquerdo com força.

_Vadia. -Falou quem agarrara seu braço. Ela viu mais uma capa cair e o comensal que a agarrara aparecer, os olhos negros brilhavam atrás da máscara. Então com o outro braço atingiu o cotovelo de Hermione, ela gritou junto com o estalo seco, seu braço estava em uma posição que não era natural, alguns ossos saíram da pele e o sangue começou a pingar. Caiu gemendo de dor enquanto os outros comensais riram com a cena. _O Mestre mandou não machucá-la...

_Muito. -Completou outro dos comensais. Entre a dor, Hermione conseguiu notar que, pela voz, eles deviam ser estudantes. Viu um deles se aproximar e então sentiu uma dor no estômago, o desgraçado a chutara fazendo ficar de costas para o chão, ela cuspiu um pouco de sangue. Tentando ignorar a dor, ela tentou se levantar e estava conseguindo, já estava quase de pé quando puxou sua varinha com o braço bom e apontou para aquele que a havia chutado.

_Estupefaça. -Gritara com força. O comensal mirim fora pego de surpresa e o jato vermelho sangue o atingiu no peito, o lançando com força para trás, percorrendo quase dois metros até cair no chão inconsciente.

_Crucio. -Urrou um dos comensais, ela não viu qual, mas sentiu toda a dor da maldição e caiu não chão. Não gritara apesar de se contorcer fortemente, a dor era tremenda, parecia que facas em brasas eram enfiadas em sua carne, mas mesmo assim não daria o gostinho deles a ouvirem gritar.

_Isso é pelos nossos companheiros. -Falou outro comensal, ela não distinguiu qual, seus olhos estavam embaçados. _Crucio. -Duas maldiçoes nela. Gemeu baixinho, mas ainda sim não gritou, cortes começaram a aparecer em seus braços e pernas, pois ela se debatia muito, seu braço quebrado latejava mais ainda e com as batidas frenéticas parecia abrir mais o corte que o osso fizera, fazendo mais sangue sair. Todos riram.

_Ei, vamos brincar um pouco com ela. -Falou um dos comensais que estava observando, seu tom era malicioso e os outros dois se olharam, depois desfizeram a maldição e concordaram com um aceno. Avançaram sobre Hermione, esta se debateu e tentou se levantar, mas sentiu alguém segurando seus ombros. Ouvia as risadas dos desgraçados, quando viu um se aproximando cada vez mais, não poderia impedir estava sentindo muita dor, seus olhos meio embaçados e sentia que não ficaria muito tempo acordada. Em um último esforço fez um leve tremor fazer o comensal cair e, antes de desmaiar, ela viu um intenso clarão iluminando aquele corredor.

_Como ousam. -Falou alguém em tom mortal no corredor, uma intensa luz branca irradiava de seu corpo clareando todo o corredor, a fúria em seus olhos de um azul muito claro foi sentida por todos aqueles comensais mirins que pareceram ficar com medo, não só por serem descobertos, mas por terem toda a fúria de Henrick Dumbledore voltada para eles. Uma onda mágica de frio passou pelo corredor, os comensais começaram a correr e um a um desapareceu debaixo de capas de invisibilidade, o professor podia ouvir a respiração deles e os passos nos corredores, mas não os seguiria, pois tinha coisas mais importantes para fazer. Correu até Hermione, a viu inconsciente, os ferimentos em seu rosto e perna eram evidentes, a roupa estava rasgada, o braço esquerdo com fratura exposta, a respiração difícil, ele não sabia se comemorava por chegar antes daqueles malditos fazerem o que iam fazer, ou se culpava-se por não ter chegado antes. Segurou-a e com um intenso clarão branco desapareceu a levando junto para a enfermaria.

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Três figuras apareceram em frente ao Hospital Público de Londres, eram duas garotas quase da mesma altura, uma de cabelos negros e olhos azuis a outra era loira de olhos castanhos, por fim tinha um rapaz de no máximo dezessete anos, cabelos negros como a escuridão e olhos verdes como esmeraldas.

_Vamos. -Falou o rapaz, ele não olhava para as garotas. Entrara no hospital, a garota loira que estava com ele começou a olhar para todos os lados na recepção, até que encontrou alguém de cabelos vermelhos e pele bronzeada.

_Milena. -Gritou Liza correndo para a mulher que estava caída pesadamente numa cadeira, esta levantou os olhos tristemente e eles ganharam um brilho a mais quando focalizou a menina.

_Pequena. -Falou Milena Gonzáles se levantando e abraçando a menina com força. Ambas estavam tristes.

_Os sentimentos são algo que vampiros aprendem a ignorar para não se machucarem. -Falou Harry para Hel, que estava ao seu lado observando Liza e a mulher ruiva de farmácia. _Aqui você será diretamente bombardeada por sentimentos. Sei que gosta de mim e demonstra isso, mas sei que pode esquecer esse sentimento se for necessário, porém quanto mais contato tiver com os humanos, mais difícil será ignorar os sentimentos.

_Sei lidar com isso. -Falou Heloise, mas não tinha tanta certeza disso, afinal desde que entrara no mundo bruxo, demonstrara mais sentimentos do que lhe fora ensinada a demonstrar.

_Milena esses são Heloise Malivam e Harry Potter. -Falou Liza assustando Hel, que não percebeu a aproximação dela.

_Harry Potter? -Perguntou Milena impressionada, ouvira da pequena as histórias desse rapaz. _O Harry Potter?

_Esse mesmo. -Falou Liza. _E minha mãe, como está?

_Não sei. Não me dão notícias, não me deixam vê-la, falam que só um parente pode vê-la. -Ao falar isso Milena viu um médico vindo apressado em sua direção.

_Vocês são parentes de... -Ele parou por um instante e olhou para a ficha médica que carregava em suas mãos. _Sara Lohan?

_Sou filha dela. -Falou Liza apressadamente. _Como minha mãe está?

_Você teria mais algum parente? Alguém maior de idade que possa entrar em contato e tomar as decisões necessárias? -Perguntou o médico achando que não seria bom falar daquilo com uma menina que não devia ter mais de treze anos. Ela olhou para os outros com um olhar preocupado, Hel sentiu a onda de medo desprender do corpo de Liza e se sentiu atingida profundamente, mesmo não querendo. Já a loira não pensava direito, nenhum de seus parentes iriam aparecer ali para cuidar de sua mãe, afinal eles a excluíram da família.

_Sou primo dela. -Falou Harry se adiantando, seus olhos tinham um brilho estranho, os olhos do médico ficaram um pouco fora de foco.

_Então senhor, eu terei de falar com você em particular. -Falou o médico, seu tom de voz estava meio vago. Harry confirmou e adiantou para um pouco longe das três, que ficaram confusas com aquilo, apesar de Hel entender rapidamente. _A senhora Lohan não está bem. -Disse o médico depois de estarem um pouco longe das demais. _O coração dela falhou e depois houve algumas complicações, pelo visto ela tinha um problema de saúde que não fora detectado nos exames. -O tom do médico parecia pesaroso. Hel ouvia tudo aquilo de longe e apertou a mão de Liza conforme o médico falava, já a loira não entendia direito o que estava acontecendo.

_Quais seriam as chances? -Perguntou Harry em tom sério.

_De sobreviver à cirurgia seria uns 30%. -Falou o médico sem desviar os olhos dos olhos do moreno. _Cabe ao senhor fazer a escolha de fazermos a cirurgia ou não.

_Eu preciso pensar um pouco. -Falou Harry, o médico piscou e seus olhos voltaram ao normal, ele parecia meio desnorteado, mas logo saiu de perto do rapaz, que foi até Elizabete e Hel, que estavam junto de Milena.

_Ela tem um problema no coração. -Falou Harry em tom brando, aquela notícia não era muito boa. _A coagulação do sangue dela não está boa, o que pode causar hemorragia durante uma cirurgia e ser fatal, as chances de ela sobreviver à cirurgia são trinta por cento.

_Ela vai morrer? -Perguntou Liza desnorteada, o sangue fugira de sua face.

_Meu pai poderia dar uma olhada. -Falou Hel sem pensar direito, fazendo Harry lhe lançar um olhar reprovador, mas a garota ignorou.

_Ele é médico? -Perguntou Milena.

_Algo assim. -Disse Heloise desconsertada.

_Heloise você sabe que isso está fora de cogitação. -Falou Harry em tom forte.

_Mas se eu não tentar, ela vai morrer. -Falou Hel em tom tão forte quanto. Não queria sentir aquela onda de medo e solidão vir de Liza, gostara demais da amiga para permitir isso.

_Eu disse que você era diferente. -Falou Harry como se lesse os pensamentos da vampira. _Mas eu lhe avisei das conseqüências. -O moreno parou para pensar por um instante, não adiantaria discutir com Hel mesmo, pois ela faria de um jeito ou de outro. _Você tem certeza de que ele pode dar um jeito sem transformá-la?

_Tenho. -Falou Hel apesar de não ter muita convicção em sua voz, Liza e Milena pareciam perdidas, mas também esperançosas, por haver outra opção. _Ele conhece, afinal ele estudou muito de varias coisas nesses últimos...

_Está bem. -Falou Harry rapidamente cortando a garota que já ia falar demais. _Entre em contato com ele. -Pediu Harry e quando viu que ela ia fechar os olhos e falar através da ligação que vampiros tem, lançou seu celular para ela, que pegou com agilidade. _Ligue. -Falou em tom óbvio. Ela se tocou e discou alguns números, apesar de falar algumas coisas no telefone, ela tinha uma conversa mental com o seu pai.

“-O que você quer Hel? -Perguntou a voz de Malivan, soando na cabeça da pequena vampira.”

“-Preciso de ajuda. -Falou Hel. Mesmo de longe o mestre vampiro notou algo diferente na voz dela. –A mãe de uma amiga está mal, os médicos humanos não podem ajudá-la, preciso de ajuda.”

“-Temos de deixar o rumo da vida seguir normalmente. -Falou Malivan em tom frio.”

“-Nós somos a prova de que quebram o rumo da vida. -Retrucou Hel.”

“-Você está se envolvendo demais com os sentimentos humanos. -Falou Malivan. A pequena vampira não pôde distinguir o seu tom, se era satisfeito ou decepcionado.”

“-Eu estou pedindo. -Falou Hel em tom mais brando de voz. –Harry concordou, mas de uma forma sem transformá-la.”

“-Juno estará ai em uma hora. -Falou Malivan em tom calmo. –Ela está aqui e quer ajudá-la. -Falou mais uma vez, por fim Hel sentiu a ligação ser fechada.”

_Em uma hora alguém enviado por meu pai estará aqui. -Falou Hel desligando o telefone. _Ela é alguém muito competente, não se preocupem.

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Uma mulher alta de pele muito branca e olhos azuis nebulosos atraía atenção de alguns enfermeiros no hospital por sua grande beleza os cabelos negros lhe caiam sobre as costas e a roupa branca e apertada que usava atraía mais atenção ainda. Ela parou na recepção e pelo que notou logo um dos enfermeiros ia falar com ela, mas focalizou quem procurava em um canto. Ali estava Harry Potter, encostado na parede, este a olhava diretamente, mas ela desviou os olhos para ver Heloise ao lado de uma garota loira que parecia muito triste e, por um instante, pôde sentir o cheiro de medo vindo dela, nunca vira a pequena vampira agir de forma tão humana para com outro ser, depois vinha uma ruiva artificial.

Andou até elas atraindo atenção, na só dos enfermeiros, mas também das enfermeiras, era como se algo os atraísse para a mulher, que não devia ter mais de vinte e cinco anos. Os seus passos eram calmos, olhou mais uma vez para o Herdeiro de Mordor, viu o Um anel brilhar em seu dedo e, antes de mais nada, direcionou a palavra a ele.

_Malivan mandou um recado para você. -Falou em tom calmo, a voz parecia atrair mais a atenção das pessoas. Milena corou levemente quando viu a mulher de cabelos negros, já Liza e Hel pareceram normais e Harry, bom este pareceu não se importar. _Mas primeiro vamos ao que eu vim fazer aqui.

_Obrigada Juno. Agradeceu Hel se levantando e se curvando levemente diante da mulher, esta sorriu despreocupada. _Estou em dívida com você.

_Sua dívida já foi paga. -Falou Juno não entrando em mais detalhes. _Qual o quarto?

_Me acompanhe. -Falou Harry desencostando da parede e começando a andar. _Vocês três ficam aqui. -Ordenou vendo Hel, Liza e Milena seguindo ele.

_É minha mãe. -Falou Liza em tom preocupado.

_Deixe-a ir. -Falou Juno em tom baixo.

_Ela ainda não sabe. -Falou Harry em tom sensato.

_Mas vai saber. -Disse Juno olhando para Heloise, o moreno deu de ombros e todos foram andando pelo corredor, menos Milena que achou melhor ficar.

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Juno já estava analisando Sara Lohan a quase uma hora, de uma forma estranha para Liza, mas que para Hel parecia familiar. Juno tinha suas mãos estendidas sobre o corpo de Sara, da palma de suas mãos saía um brilho azulado, a mulher estava inconsciente. Harry observava tudo de um canto, ora olhando para Juno ora para Hel.

_Você é a filha dela? -Falou Juno olhando para Liza, esta confirmou com um aceno. _Sua mãe não está bem, o diagnóstico do humano estava errado, as complicações de saúde de sua mãe são maiores e apontam que em breve o coração dela irá parar. -Juno parou por um instante, estava dizendo aquilo sem demonstrar que se importava com alguma coisa. _A hora dela está chegando, tudo que posso fazer é deixá-la acordar para que diga as últimas palavras para você. -Liza ficou muito pálida, seus olhos estavam cheios de lágrimas, uma onda de dor e tristeza desprendeu mais uma vez dela e atingiu Hel de forma indireta.

_Não tem outro jeito? -Perguntou Hel.

_Ela não quer. -Falou Juno em tom cortante. _Ela quer falar com você. -Disse a vampira olhando para Liza, esta se aproximou da cama a passos vacilantes. A vampira tocou a testa de Sara e esta abriu os olhos, tombou a cabeça de lado olhando para Juno.

_Obrigada. -Falou em tom fraco. Juno pareceu não se importar muito, apesar do sorriso que direcionou a mulher, que agora olhava diretamente para a filha, que chorava silenciosamente a sua direita. _Não chore queria.

_Não vá. -Pediu Liza em tom suplicante. _Não me deixe sozinha.

_Você nunca estará sozinha. -Falou Sara, seu tom fraco de voz carregava um quê de força que tentava transmitir a filha. _Milena estará com você e seus amigos também não a deixarão... Tem algo que eu quero que você saiba. -Seu tom estava mais fraco. _No meu armário em casa, tem um cofre logo atrás dos sapatos, a combinação é o seu aniversário. -A voz dela ia sumindo conforme ela falava. _Dentro tem um diário e a foto de seu pai... -Ela parou para respirar fundo, olhou para o moreno no canto da sala e murmurou algo inaudível para Liza, mas parece que Juno, Hel e Harry ouviram, o moreno pareceu surpreso com alguma coisa.

_Mãe. -Chamou Liza, sua mãe não mais falava, apenas estava olhando para o alto, sua respiração cessara e a vida a abandonara. Juno fechou os olhos de Sara e falou coisas em tom baixo.

_Sinto muito, ela se foi. -Falou Juno pela primeira vez demonstrando que realmente sentia pelo acontecido. Liza parecia aérea, começou a balançar a mãe numa vã tentativa de acordá-la.

_MÃE. –Gritou, então sentiu suas forças serem sugadas e caiu inconsciente.

_Entrou em choque. -Falou Juno se adiantando e pegando a garota, antes que ela tocasse o chão. Abriu um olho dela com sua mão livre. _Ela estará bem, mas precisa descansar.

_Você ouviu que a mãe dela disse? -Perguntou Hel abalada pela onda de sentimentos que tinha saído de Liza.

_Quem imaginaria q... -Harry parou de repente. Sentiu algo frio lhe escorrer pela espinha e um aperto no coração, depois seguido por um leve tremor involuntário, algo não estava certo e temia que fosse com quem estava pensando. _Juno, cuide das coisas, por favor.

_Vá jovem Potter. -Falou Juno, sentira a mudança repentina na circulação do rapaz. Hel não notara, pois estava focada em Elizabeth. _Eu cuidarei das coisas até você voltar.

_Obrigado. -Falou o rapaz e um rodamoinho negro se formou em sua volta, em seguida ele desapareceu sem deixar rastros.

_Jovem princesa, creio que tenhamos que cuidar de sua amiga e dar a notícia a mulher de cabelos ruivos. -Falou Juno em tom brando para Hel.

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Harry reapareceu em um corredor perto do banheiro da murta, olhou em volta. Estava tudo escuro, mas aquilo parecia não atrapalhá-lo, saiu caminhando pelo castelo, pensou em subir para o Salão comunal, mas a figura perolada e brilhante de Nick Quase sem Cabeça e Murta que Geme, lhe chamou a atenção visto que os dois fantasmas normalmente não andavam juntos. Correu até eles, se algo tivesse acontecido eles saberiam, fantasmas geralmente são os primeiros a saberem de algo na escola.

_Ah, jovem Potter. -Falou Nick em tom quase pesaroso, o que fez os temores do moreno crescerem mais ainda. _Sinto muito pela sua amiga. -O coração do moreno parecia que ia parar.

_Do que você está falando? -Perguntou Harry se segurando para não correr sem destino a trás de Hermione, uma fina aura negra desprendia de sua pele como fumaça, o que assustou o fantasma da Grifinória.

_A Granger está na enfermaria. -Disse Murta não contendo um leve tom de graça e satisfação em sua voz, nunca gostara de Hermione. _Parece que foi atacada e... -A fantasma não terminou de falar, pois Harry saíra em disparada pelos corredores.

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Harry quase derrubara as portas da enfermaria ao entrar no local, a primeira coisa que viu foi Henrick Dumbledore e Madame Pomfrey ao lado de um leito, onde uma Hermione muito pálida estava deitada, algo pareceu pulsar ao redor do moreno e algumas tochas da enfermaria se apagaram misteriosamente, mas aquilo não chamou a atenção da enfermeira, somente do neto do diretor.

_Como ela está? -Perguntou Harry. _O que aconteceu?

_Ela ficará bem, só precisa de alguns dias de repouso. -Falou a enfermeira em tom levemente preocupado, a aura negra que saía de Harry a amedrontara um pouco, olhou para Henrick como se pedisse para ele contar o ocorrido e logo em seguida saiu para sua pequena sala.

_Ela estava andando de volta para a torre da Grifinória, mas parece que alguém a interceptou. -Disse o neto do diretor. _A torturaram com a maldição cruciatus e iam fazer mais se eu não tivesse aparecido. Só a notei lá pelo leve tremor que não era comum naquele andar. -O moreno olhou para Henrick e em seguida caminhou até Hermione e lhe tocou o rosto, estava um pouco frio e ela estava um tanto pálida, algo apertou em seu peito, um ódio sem fim se aflorou em seus olhos, que ficaram amarelos, impiedosos e opacos.

_Eu te devo uma. -Falou o moreno e, pela primeira vez desde que conhecera o moreno, Henrick sentiu medo daqueles olhos amarelos, junto com aquele tom de voz vazio e sem emoções. _Quem foi?

_Não sei. -Falou Henrick, não era hora para implicar com o Potter. _Estavam vestidos de comensais e escaparam por baixo de capas de invisibilidade. -O moreno ouviu aquilo e começou a sair da enfermaria, parou a porta ao ouvir a voz do cabelo de ferrugem. _Aonde você vai?

_Achar quem fez isso. -Disse o moreno fechando o punho e acertando a parede, que trincou do chão ao teto, surpreendendo Henrick já que as paredes de Hogwarts eram magicamente reforçadas. _E fazê-los pagar. -Um vento gélido passou pela enfermaria e todas as tochas se apagaram, uma escuridão que não era comum caiu naquele local, o neto do diretor ouviu a porta se abrir e viu a luz do lado de fora, mas logo essa se apagou, era como se a escuridão consumisse toda a luz. Tentou produzir alguma com o seu dom, mas se surpreendeu ao notar que não conseguira.

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Harry parou do lado de fora da enfermaria, seus olhos amarelados tinham um brilho assustador e selvagem, ele fechou os olhos e respirou fundo, estendeu as duas mãos a frente do corpo, sua aura negra se intensificou mais ainda. Uma sombra negra saiu debaixo do moreno e começou a se espalhar, subindo lentamente pelas paredes, mas parou antes de tocar o teto.

_Vá e os encontre. -Ordenou o moreno, a mancha escura da sombra tomou conta até do teto e começou a se espalhar por todo o corredor. Onde passava as tochas se apagavam e uma escuridão assustadora reinava. Alunos que estavam fora do dormitório ficaram assustados, pois nem o lumus funcionava, professores apreensivos, pois sentiam que algo estava acontecendo.

Mergulhado na escuridão, Harry conseguia ver cada canto do castelo diante de seus olhos como milhares de câmeras, ele via cada coisa que estava acontecendo, algumas ignorou, outras apenas lhe interessou levemente, mas o que ele procurava foi encontrado nas masmorras, conhecia aquele lugar. Sorriu mostrando os dentes, presas como as de um felino estavam no lugar dos caninos, então um pequeno rugido saiu de sua garganta e, depois de alguns segundos, no lugar do rapaz se encontrava um imenso tigre negro de olhos amarelados, ele farejou o ar e correu sumindo na escuridão sem fim.

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Draco estava sentado em um canto da sala comunal da Sonserina e, assim como os demais, ficou um tanto receoso quando a escuridão tomou conta de tudo e nem mesmo magia iluminava os locais. Sentiu frio, mas não era um frio normal, esse tipo ele estava acostumado, mas o frio que ele sentiu era outro, parecia o leve sopro da morte. Arrepiou-se com isso. Ouviu um grupo que devia estar perto das escadas conversar sobre alguma coisa, pelas vozes sabia quem eram, provavelmente voltaram antes da escuridão tomar conta, mas não ligou, aquilo era coisa de seu pai e não dele. Outro problema para se pensar era seu pai, que já estava se metendo muito em seu caminho e se pretendia crescer no meio dos bruxos negros, não poderia deixar o velho e ultrapassado Lucius Malfoy interferir em nada, já tinha um plano em mente, mas se lembrou de um detalhe, um ínfimo detalhe, sua mãe. Ela era apenas um inseto perto dele, não interferiria em nada, sempre submissa a vontade de seu marido, uma fraca sentimentalista.

Os pensamentos de Draco foram interrompidos por um forte barulho que deveria vir da entrada do salão comunal, sentiu algo passar perto de seu rosto e bater na parede logo atrás, em seguida o silêncio. Não havia nenhuma demonstração de medo em volta e ele pôde sentir o cheiro de covardia invadir suas narinas, se incomodou com isso, mas diferente dos demais, ele não estava com medo, ouviu o som forte de respiração animal, ou seja, lá o que fosse aquilo, pois a respiração era pesada e forte, o que denunciava um animal grande. Por fim a respiração sumiu, tentou identificar algum som, mas não conseguiu identificar nada, a não ser aquele frio incômodo. Ouviu um murmúrio grave como a voz de uma besta e se arrepiou levemente, olhou para o alto e viu que as sombras pareciam se abrir e escorrer até as paredes e da parede até o chão como se fossem algo líquido. Observou aquilo com apreensão, olhou as sombras descendo das paredes percorrendo o chão e indo para o meio do salão comunal, com uma grande surpresa, viu que elas iam em direção a Harry Potter.

Mas não era o Potter que ele conhecia ou que duelara, parecia outra pessoa, os cabelos estavam maiores caindo para baixo dos ombros, mas mesmo assim desgrenhados, dando uma aparência bem bestial, principalmente com aqueles olhos amarelos predatórios, frios e cruéis, os músculos maiores que o normal, o que lhe fazia parecer ligeiramente mais alto, as mãos grandes, em lugares de unhas havia garras prateadas que brilhavam com a luz, que voltara a reinar, os dentes pareciam presas de felinos. Para confundi-lo com uma besta só faltava pêlos começarem a aparecer, mas mesmo assim aquilo parecia ameaçador. Olhou em volta e tremeu levemente quando os olhos amarelados lhe encararam, mas então ele olhou para as escadas onde seis alunos da sonserina pareciam petrificados de medo, a fina aura negra que circulava o Potter aumentou e intensificou, a lareira se apagou junto com os archotes, levando mais uma vez o salão da Sonserina a escuridão. Não era igual à de alguns minutos atrás, essa parecia mais normal e dava para ver alguma coisa, o Potter pareceu sorrir na escuridão, o que foi visto por muitos, pois as presas felinas branco peroladas brilharam no escuro.

_Vocês. -Falou o moreno em tom normal de voz, mas as pessoa ao redor se encolheram como se ele houvesse urrado em fúria. Caminhou para perto das escadas para os dormitórios, Draco percebeu que os passos não emitiam som, pareciam os passos de um assassino. Um dos sonserinos que estava no grupinho tentou fugir, mas o moreno estendeu a mão e ele voou atravessando todo o salão comunal e bateu na parede, caindo inconsciente com um filete de sangue em sua cabeça, o moreno olhou para aquilo com descaso. _Quem ordenou o ataque? -Perguntou parando, não queria chegar mais perto daqueles imundos, ou os mataria e os deuses sabiam que ele os queria vivos, pois esse seria o castigo deles, naquele momento a morte seria a libertação e não o castigo.

_Do que você está falando? -Perguntou vacilante um loiro de olhos negros. O moreno cravou os olhos nele e pareceu farejar o ar, sentiu o cheiro do sangue de Hermione e fechou os olhos por um segundo, quando voltou a abri-los uma maldição vinha em sua direção, não desviou. Sua aura negra se intensificou e tomou a frente, absorvendo a maldição. O moreno riu com escárnio e a fúria brilhou em seus olhos.

_Como ousa usar tais coisas contra mim? -Perguntou o moreno, sua voz grave se intensificou e a aura negra também. _Meras artes corrompidas não funcionariam contra mim, seu verme, e você vai aprender isso assim que eu receber minhas respostas.

_Você não conseguirá nada de mim Potter. -Falou o loiro com desdém. _E não creio que o perfeitinho herói vá tentar fazer algo fora dos bons costumes para me fazer dizer algo. -Os companheiros do loiro riram com desdém, Draco se levantou pressentindo algo estranho, por um segundo o Potter desaparecera e reaparecera na frente de Richard, o loiro de olhos castanhos.

_Eu não sou um Herói. -Murmurou o moreno a apenas um palmo do rosto do sonserino. _Olhe bem dentro de meus olhos. -Em seguida Richard começou a gritar loucamente como se sofresse uma maldição da dor, os gritos vinham acompanhados de pedidos de piedade e clemência, por fim o Potter desviou os olhos e o sonserino caíra no chão, arfando e inconsciente, tendo leves espasmos. _Você diga o que eu quero. Ordenou o moreno, ele já sabia o que queria, mas tinha de ouvir das bocas daqueles malditos.

_Malfoy. -Os alunos que ainda estavam no salão sonserino olharam para Draco, este aparentemente estava impassível, não demonstrava medo, mas por dentro ele tremia levemente. _Lucius Malfoy.

_Malfoy. -Urrou Harry se virando para o loiro como se sempre soubesse que ele estava ali em pé. Caminhou a passos lentos até ele, o analisando como um tigre a sua presa. Draco pensou em usar o Dom, mas era como se seu corpo estivesse paralisado, então percebeu, eram aqueles olhos, não sabia como, mas por causa daqueles olhos não conseguia se mexer. O moreno chegou mais perto de Draco, a ponto do loiro ver seu reflexo refletido nos olhos amarelados dele. _Sim, você sabia disso. -Murmurou em um tom que só o loiro ouvisse, visto que Potter estava a dois palmos de seu rosto. _Eu vejo em seus olhos, você tem grandes planos Malfoy. Você poderia ser grande, maior que os mais poderosos bruxos das trevas, mas você não conseguirá, pois cada vez que você pensar ter alcançado o nível máximo, eu estarei lá, acima de você, mais poderoso ainda. E quando você julgar que está a ponto de ser um Deus, eu já terei conseguido ser um Titã. -Falou se afastando e dando as costas para o loiro, que sentiu seu corpo relaxar, ia tentar fazer algo, mas uma presença assassina foi direcionada para ele, era selvagem, beirando a bestial, o que o fez suar frio. _Eu, aqui, condeno o seu destino Malfoy, pois você deverá morrer pelo próprio sangue, assim como seu pai.

_Quem é você para dizer isso? -Perguntou Malfoy, tirando forças não sabia de onde, mas se arrependeu. Nunca sentira tanto ódio e desprezo sendo transmitindo pelos olhos de alguém como os do Potter. Era algo quase que inumano.

_Eu sou a sombra que caminha. -Falou Harry em tom forte e poderoso. _Eu sou a besta das trevas que engole a luz, eu sou o verdadeiro príncipe das trevas. -Ele fez uma pausa e olhou em volta. _Eu sou o regente das sombras, o mestre de Mordor. -Falou o moreno em tom seco e frio. _E sendo assim eu sou Mordor e minha palavra é lei. -A pressão no ar era tamanha, que os sonserinos caíram ao redor se ajoelhando no chão, tentando se manter de pé. Os dois únicos em pé eram Draco e Harry, que se encaravam. _E Mordor determina que a casa dos Malfoy começa a cair hoje. -Um vento muito forte tomou conta do local, fazendo todos fecharem os olhos, e quando abriram Harry Potter não mais estava lá.

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Comentários (1)

  • rosana franco

    Caramba até eu daqui fiquei morrendo de medo do Harry  os Malfoy que se cuidem.

    2011-03-26
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