Capítulo VIII



Capítulo VIII

*¨*You grew up way too fast, and now there's nothing to
believe
Você cresceu muito rápido e agora não há no que acreditar
And re-runs all become our history
E nós reiniciamos nossa história *¨*

- Não é possível!!! Deve haver alguma coisa aqui sobre esta maldita poção. Não acredito que não existam publicações sobre ela aqui. – Jonathan falava enquanto folheava freneticamente algumas páginas de livros.
- Fale baixo, Jona. Quer que todos ouçam? – Alicia dizia em um tom de repressão.
Jonathan, Alicia e Daniel estavam na empoeirada biblioteca de Hogwarts. Jona realmente adorava aquele lugar com seus incontáveis livros e toda aquela sabedoria contida em escrituras antigas, mas, o motivo que o levara até lá hoje não lhe agradava nem um pouco: pesquisar sobre a lendária cura para a Maldição Forcius Envecti. Estava preocupado demais para controlar seu tom de voz, estava preocupado demais para ter paciência... estava muito preocupado e isso era mau. Não queria descontar seu mau humor em Alicia e Daniel, mas descontava. Não queria ficar tão estúpido, mas ficava cada dia mais. Tudo o irritava, tudo o fazia perder o controle, tudo lhe parecia importuno e extremamente maçante. Perdia o controle sobre suas ações dia após dia... tudo por culpa da maldição que carregava.
O pior de tudo era não fazer idéia de como contraíra aquela maldição. Nunca tivera inimigos, na verdade, antes de vir para Hogwarts, não tinha nem sequer amigos. Sua vida se transformara por completo há pouco mais de dois meses, desde que lera aquele livro azul que achara em cima de sua cabeceira.
Não se conformara, nem se conformaria, em não possuir magia. Mesmo conseguindo "dobrar" seus professores em aula, sempre com a ajuda de Daniel e Alicia, ele se sentia impotente perante a vida. "Por que tinha que acontecer justamente comigo???", pensava revoltado. Não estava mais suportando aquela pressão toda, aquela angustia, aquele medo. É sim, medo, por que não? Medo por não saber quem é, medo de ver que tudo em que acreditava se tornara uma mentira, medo do passado que o importunava com a verdade, medo do presente que o afligia na busca de um consolo e, principalmente, medo do misterioso futuro.
Sabia que seu futuro seria o de viver como um trouxa, já que essa farsa não poderia passar desapercebida pelos professores por muito mais tempo. Sofria com a idéia de deixar a comunidade mágica para trás. Não que não gostasse de trouxas, muito pelo contrário, amava muito seus avós maternos, mas fora criado entre bruxos e ser como eles sempre fora seu sonho. Sonho esse que agora nunca se tornaria realidade.
- Acredito que deva ter algo na área restrita da biblioteca. – dizia Alicia quase em um sussurro.
- Não há como pegarmos livros de lá. – Daniel acompanhava o tom de voz da garota.
Jonathan nada dizia. Sua cota de esperança havia acabado há uns instantes. Não haveria salvação para ele e isso era idéia fixa em sua cabeça no momento. Todo esforço seria por nada. Precisava conformar-se.
- Esqueçam – dizia com a voz extremamente desanimada – não vai adiantar em nada tudo isso. Seria melhor mesmo que nós desistíssemos.
- Jona, você não está falando coisa com coisa. – disse Alicia em um tom de indiferença. E, olhando para Daniel, continuou – Talvez pudéssemos conseguir uma permissão de algum professor, com o pretexto de estudarmos matérias específicas.
- Você não me ouviu, McLean? – Jonathan começara a se exaltar – Toda essa busca é à toa. Não quero que continuemos, ok?
- Você é muito egoísta, Jonathan Weasley. – Alicia também começara a se exaltar, mas ainda mantinha o tom de voz baixo – Estamos tentando te ajudar.
- Vocês estão é com pena, isso sim! – Jonathan falara tão alto que recebera um "Shhhiiiiiuuu" de Madame Pince.
- Vocês não vão brigar de novo, não é? – Daniel perguntava quase em uma súplica, mas não fora ouvido pelos amigos.
- Pena??? Se é assim que pensa, então, por que nos contou sobre a maldição? – Alicia ainda falava baixo.
- Eu contei a você? Está ficando maluca? – Jonathan não media o tom de voz, o que estava irritando a bibliotecária, que acabara de repreender novamente o garoto – Eu contei para o Daniel e você, intrometida como sempre, ouviu o que não devia!
- Parem de discutir, vocês dois. A Madame Pince logo virá aqui para ver o que estamos fazendo. – Daniel continuava sendo ignorado pelos companheiros.
- Sou sua amiga e é claro que devia saber o que se passa contigo, Jona. – Alicia falava um pouco mais calma.
- Já lhe disse que não tenho amigas sonserinas!
- Desisto! – disse Daniel, indo em direção às prateleiras de livros, se afastando do casal, que ainda discutia.
- Já lhe disse, Jona, que nem todos os sonserinos são iguais! Por que me tomas assim?
- Porque não me importo contigo. – dissera calmamente, pela primeira vez.
- Você pensa que magoa as pessoas de quem não gosta? O contrário. A gente não magoa as pessoas que nos são indiferentes, mas só aquelas que nos tocam profundamente o coração.
Pela primeira vez, desde que conhecera Alicia, o garoto acreditou em suas palavras. Sabia que isso era verdade, pois se importava com Alicia. Não entendia porquê, mas se importava demais com a garota. Talvez fosse por ser tão paciente com ele ou por não ser como todos os outros sonserinos que conhecia ou que seu pai e padrinho falaram que existiram. Ela era decidida. Era verdade que ela era mentirosa, mas sempre mostrara-se amiga para com ele.
Percebendo os minutos de silêncio que se seguiu após o comentário, Alicia resolvera falar:
- Eu te prometo que acharemos a cura. Confia em mim.
Jonathan nunca havia notado o quanto os olhos de Alicia eram azuis. Eram de um azul brilhante... embriagante. Talvez nunca os tivesse notado porque nunca estivera tão perto da garota. Estavam com os rostos próximos e Jonathan pode sentir a respiração de Alicia se intensificar após alguns segundos de proximidade. Era estranho como o mundo parecia ter parado e como tudo parecia diferente aos seus olhos. Passados alguns segundos, que para ele pareceram séculos, Jonathan resolvera falar.
- Por que deveria confiar em você, Alicia? – ele se surpreendera ao chamá-la de "Alicia" pela primeira vez – Você sempre mente.
- Nunca mentiria quanto a isso. – a voz de Alicia saia tão fraca quanto a de Jonathan – Nunca deixaria algo de ruim te acontecer.
O que era aquele turbilhão que estava sentindo? Era como se seu estomago ganhasse, de repente, dúzias de cubos de gelo, causando-lhe um arrepio gostoso. Sentia uma vontade, quase necessidade, de tocar aqueles cabelos loiros. Aqueles cabelos que, até então, nunca havia reparado que eram tão lisinhos e aparentemente tão macios. A pele rosada da garota parecia ter-se corado mais ainda quando, involuntariamente, seus corpos se aproximaram um pouco mais. Jonathan sentia seu coração bater mais forte do que nunca. Nunca sentira isso antes... não sabia o que era, mas sabia que era bom. Estar com Alicia, concluiu, era bom. A distância entre seus rostos foram diminuindo ao mesmo tempo em que seus pensamentos forem se esvaindo.
- Hãm-hãm...
- Professor Malfoy? – disse Jonathan se afastando de Alicia e fechando rapidamente o livro que estava folheando há pouco.
Draco Malfoy estava em pé, na frente da mesa onde o casal estava sentado. Vestia sua inseparável capa preta por cima de uma calça escura e uma blusa azul marinho impecavelmente bem passada.
- Vejo que estão estudando. – Malfoy parecia não ter notado a cena que vira ou não quis tocar no assunto - Presumo que seja algo sobre minhas aulas, já que têm muitos livros de poções aqui. – dizia com sua voz arrastada de sempre.
- Estamos estudando para a prova, professor. – disse a garota, escondendo também, seus livros.
- Mas minha prova será daqui a três semanas, Srta. Mclean. – dizia com um sorrisinho cínico no rosto – Não sabia que eram tão esforçados.
- Achei uns livros interessantes, Jonathan. Acho que talvez sirva para alguma coisa... – Daniel, que acabara de voltar, parou assim que viu o professor.
- Devia imaginar que o Sr. Creevey também estaria aqui. – disse Malfoy com seu típico sarcasmo.
- Pois é, né? – disse Jonathan impacientemente – Mas nós já terminamos. Então, se nos dá licença, professor, precisamos ir. – disse levantando-se e arrastando a garota e Daniel, que estava ao seu lado.
Jonathan sentia-se enojado de saber que aquele homem, a quem tanto odiava, era seu pai. Era inacreditável que ele pudesse ter o sangue de um Malfoy. Um sangue maldito correndo por suas veias. Um sangue dito puro, mas que na realidade era o verdadeiro "sangue-ruim". Os três amigos caminharam em direção à saída por alguns segundos, antes de ouvir:
- É impressionante a semelhança que você tem com sua mãe, Sr. Weasley.
O garoto ficou parado alguns instantes, completamente imóvel e, então, virou-se lentamente. Ouvira isto milhares de vezes antes, mas ouvir esta frase de Draco Malfoy, seu pai, era incomum.
- O que sabe sobre minha mãe?
- Mais do que imagina. – Malfoy falou seriamente.
Sentiu-se ultrajado ao ouvir isso. Não gostou da maneira com que ele falou. Não queria que o homem, à sua frente, denegrisse a imagem de sua mãe. Iria responder "atravessado" para ele, mas, parecendo ler os pensamentos de Jonathan, Malfoy continuou a falar.
- Eu pude conhecê-la melhor depois que ela se tornou professora aqui em Hogwarts...
- Professora de Defesa Contra as Artes das Trevas... eu sei. – disse um pouco impaciente e já se aproximando novamente de seu professor.
- Realmente ela foi professora de Defesa Contra as Artes das Trevas e, como todos, deu aula apenas um ano aqui em Hogwarts. – dizia enquanto olhava firmemente para os olhos de Jonathan – Ela e seu pai eram da Grifinória e eu da Sonserina e, como pode presumir, sempre fomos rivais. Mas, no nosso último ano aqui ela fez algo por mim que nunca esquecerei. – dizia de uma maneira suave – A Granger era uma boa bruxa.
- Chame-a de Weasley! – disse Jonathan por entre os dentes, pois não gostou de ouvir Malfoy chamar sua mãe pelo nome de solteira.
- E porque eu deveria? – Malfoy tinha seu sorriso cínico no rosto.
- Porque ela era casada. Ela era uma Weasley com orgulho.
- Seria até um insulto dizer que ela pertencia àquela familiazinha.
- Está falando da minha família! – Jonathan gritava tão alto, como se sua raiva pudesse se esvair através de sua voz.
- Você tem certeza disso? – disse Malfoy com um tom de sarcasmo na voz.
Alicia e Daniel, que estavam calados até agora, foram em direção de Jonathan. Daniel segurou o braço do amigo como se pressentisse que faltava pouco para Jonathan "voar no pescoço" do seu professor de Poções.
- Vamos indo, Jona. – Alicia dizia em um tom de afirmação.
- Não!! Quero saber o porquê que esse cretino está falando isso tudo! – Jonathan falava entre gritos.
- Jonathan! Ele nosso professor! – Daniel dizia ao pé do ouvido do amigo, que tentava segurar.
- Dane-se!!! – Jona falava enquanto se debatia nos braços de Daniel.
Draco Malfoy mantia-se sentado na cadeira, que antes estava Alicia, com um sorrisinho sarcástico nos lábios. Estava com uma expressão cínica no rosto, o que deixava Jonathan ainda mais irritado.
- Posso saber o que está acontecendo aqui? – Madame Pince perguntou alarmada com a confusão que Jonathan provocara na biblioteca.
- Nada, são somente esses grifinórios que estão fazendo uma baderna aqui. – Malfoy falava com desdém - Mas não se preocupe, que a situação já está resolvida. Menos 80 pontos para Grifinória pelo escândalo do Sr. Weasley.
Malfoy pronunciou a última frase em alta voz, fazendo com que todos os grifinórios da sala reclamassem.
- Seu ... – Jonathan tencionou ir em direção de Draco, mas Daniel, apesar de baixinho, era forte e segurava firmemente o amigo.
- Sr. Weasley, eu exijo que saia da biblioteca agora! – dizia Madame Pince – Não admito confusões aqui.
Jonathan sentia suas têmporas latejando tão fortemente, que parecia que iriam saltar para fora. Sentia sua raiva crescer e seu sangue parecia subir até sua cabeça rapidamente. Tinha vontade de socar aquele loiro nojento à sua frente.
- Vamos. – Alicia empurrava Jona em direção à porta de saída – Vamos embora.
- Jonathan, não arrume mais confusão por hoje, vamos embora. – Daniel tentava, também, direcionar Jonathan, que não tirava os olhos de Malfoy.
Os três caminharam até a saída, mas, antes de passar pela porta, Jonathan lançou um último olhar a Malfoy, que agora ria com gosto.

:.: Música alta, rostos sorridentes, comida em abundância, decoração fantástica... tudo estava saindo perfeitamente bem. Nada estava fora do planejado, o que alegrava muito Hermione, pois seu sonho sempre fora ter um lindo casamento e uma festa igual a essa. Todos, que tinham ido à cerimônia, estavam ali, no salão, participando da festa.
Hermione parecia uma criança, estava completamente encantada com cada detalhe do salão. Todas aquelas flores, os copos de cristal, o enorme bolo com um bibelô de casalzinho em cima... tudo estava perfeito. Exatamente o que sempre imaginou! Olhando ao redor, ela chegou à conclusão que seu casamento estava, na verdade, saindo melhor do que jamais imaginou, pois tinha o melhor marido do mundo!!! Avistou Rony, que estava conversando animadamente com Harry, ao lado do arco de flores. Como o amava!!! Amava Rony mais do que a qualquer outra coisa na vida. Amava suas qualidades e seus defeitos. Sentia que não poderia jamais viver sem ele. Ele era seu elixir da vida, sua necessidade e seu vício. Era com ele que ela decidira passar o resto de sua vida. Queria se alegrar ao seu lado, chorar em seu ombro e apóia-lo nos momentos difíceis. Era com ele que ela queria estar para sempre, crescendo juntos e envelhecendo juntos. Queria ter uma família com ele. Seria, e era, a mulher mais feliz do mundo. Tinha a absoluta certeza de que não havia mulher (seja trouxa ou bruxa) que fosse mais feliz do que ela nesse exato momento.
Olhou em direção ao arco de flores novamente e viu Rony chamando-a . Caminhou até o esposo e ambos foram se preparar para as seções de fotos. Nunca tirara tanta foto em toda sua vida! Sempre detestara tirar fotografia, mas, hoje, ela precisava abrir uma exceção, afinal era seu casamento. Nunca se perdoaria se não tivesse o melhor álbum de casamento de todos. Por isso, contratou o melhor fotografo do mundo mágico: Colin Creevey.
A decoração era impecável! Diversas flores estavam espalhadas pelo ambiente. Lírios de diversas cores estavam dispostos em cima das mesinhas com toalhas brancas e azuis que, por sua vez, estavam dispostas no contorno do salão. O centro do salão estava vazio, dando espaço para os casais que dançavam animadamente. Bem à frente, havia um palco, onde estava uma mesa comprida que lembrava muito a mesa da diretoria no Salão Principal de Hogwarts.
Após tirarem diversas fotografias, Rony e Hermione foram chamados para se sentarem à mesa principal, juntamente com os padrinhos. Todos os convidados foram se acomodando em seus lugares, pois logo seria a hora do discurso. Os noivos sentaram-se nos acentos centrais da mesa, bem ao lado de Harry, Gina, Fred e Jorge (anfitriões da festa), Molly, Arthur e também o Sr. e a Sra. Granger.
Hermione sentiu, assim que Rony segurou suas mãos, que ele estava tremendo. Apertou a mão do marido de uma forma carinhosa e deu-lhe um beijo no rosto. Rony havia preparado seu discurso há meses, mas, com a correria dos preparativos da festa, havia esquecido o papel com o discurso ao lado de sua cama. Como podia ser tão esquecido? Agora, só lhe restava duas alternativas: ou sair correndo dali, ou dizer um discurso de cabeça. Não achou nenhuma das duas alternativas boas, mas a última lhe pareceu mais coerente.
Após esperar que todos os convidados se acomodassem, Fred se levantou e Jorge bateu suavemente uma colher num cristal, para tentar chamar a atenção de todos os presentes. Assim que um silêncio tomou conta do salão, Jorge, que acabara de ficar em pé, falou:
- Como todos podem perceber, o Rony teve a excelente idéia de convidar a mim e ao Fred para sermos o anfitriões do casamento. – Jorge falava com uma voz falsamente galante – A nossa missão aqui é falarmos bem deste lindo casalzinho.
- Falar bem do nosso irmãzinho caçula não é uma tarefa muito fácil, mas vamos tentar.
- Fred!!! – gritou Molly Weasley de uma das extremidades da mesa.
- Poxa, mãe, falei que nós vamos tentar! – disse Fred para a mãe.
A essa altura todos do salão já riam com vontade. Rony xingou os irmãos em pensamento, mas, no fundo, sabia que ter Fred e Jorge como anfitriões de casamento significava gozação. Olhou para o lado e viu Hermione rindo como uma criança e ficou mais aliviado, pois se Hermione estava feliz ele também estava.
- Todos nós, que tivemos o prazer de conhecer estes dois, sabemos que formam um casal lindo...
- ... e que, provavelmente, nasceram um para o outro. – Fred e Jorge falavam alternadamente.
- Esses anos de guerra só trouxeram tristezas para todos nós e, quando ficamos sabendo do namoro dos dois...
- ... foi uma ponta de esperança, pois se o casal que mais brigava em Hogwarts tinha enfim se rendido, nós tínhamos esperanças para tudo mais na vida.
Podiam ser ouvidas diversas risadas ao longo do salão. Amigos do casal riam das lembranças que esse discurso lhes traziam. Rony também não agüentou aos comentários dos irmãos e também deu risada, pois, afinal, tudo era verdade mesmo!
- Agora todos nós estamos bebendo e comendo nesta festa maravilhosa...
- ... comemorando o casamento destes dois que tanto se amam. Queremos dar os parabéns a eles por esse amor que demonstram...
- ... pois é muito difícil encontrar casal com mais chamego que esses dois. Eles não se largam!!!
- Vivem agarrados lá em casa!
- Jorge!!! – Molly Weasley gritou novamente para o filho, mas, desta vez, sua voz estava chorosa.
- Para finalizar nós queremos dizer para o Rony tomar conta direitinho de Hermione, pois, não sei se ele se ligou, mas ela era uma excelente aluna em transformação...
- ... e você não quer acordar, depois de uma briga, transformado em um sapo ou algo parecido, não é mesmo?
Desta vez Molly não brigou com os filhos, pois estava aos prantos. Chorava alto e balbuciava algo como "meu Roniquinho...meu bebezinho está casando".
- E para a nossa querida cunhadinha...
- ...queremos dar uns conselhos e avisos...
- ... sobre o nosso irmãozinho.
Rony já imaginou que, com certeza, eles iriam falar besteira, mas resolveu não fazer nada por enquanto.
- Hermione, espero que você tenha um sono pesado, pois o ronco do Roniquinho é terrível.
- Até hoje nós não sabemos como os companheiros de quarto dele, em Hogwarts, agüentaram durante esses sete anos.
- Tem mais. O Rony costuma deixar o banheiro insalubre depois que o usa.
- É melhor aprender uns bons feitiços de limpeza que quiser conviver com nosso irmão.
Rony não estava gostando nem um pouco daquilo tudo, mas todos do salão, incluindo Hermione, riam das "palhaçadas" de Jorge e Fred. Achou melhor continuar calado até o momento em que não agüentasse mais.
- Outra coisa, cunhada...
- ... a coisa mais importante!
- Pegue leve com o Roniquinho agora na lua-de-mel...
- ... pois é, né? Você sabe que ele não é experiente e pode fazer coisas erradas...
- ... mas isso é normal.
Uma explosão de risos foi ouvida no salão. Rony não agüentou, os gêmeos haviam passado do limite!
- Fred!!! Jorge!!! – Rony não sabia o que dizer – Mãe, olha eles!!!
Molly tentou dizer alguma coisa, mas caiu nos prantos novamente. Vendo que Rony estava sem palavras, Hermione se levantou e disse:
- Bom, já que os gêmeos acabaram seu discurso. – ela falava com um tom divertido com as lembranças das últimas palavras de seus cunhados – Eu gostaria de dizer umas palavrinhas.
O salão foi se quietando aos poucos e assim que o silêncio dominou o ambiente, Hermione voltou a falar seriamente.
- Como Fred e Jorge disseram, eu e o Rony realmente sempre brigávamos – neste momento Hermione era a única pessoa em pé no salão – pelos motivos mais banais possíveis. Havia se tornado um costume para mim, brigar com ele. Mas, apesar de todas as nossas desavenças, eu sabia que o amava. Eu o amei desde a primeira vez que o vi, embora não houvesse percebido. Passamos muitos anos juntos, até que eu percebesse que estava apaixonada por ele, quase no fim do nosso 4º ano. Acho que ele se tocou disso primeiro que eu. O problema era que eu tinha medo. Tinha medo de perder um amigo. Um amigo que sempre esteve ali e que sempre me ajudou. Apesar de ter conhecido o Rony e o Harry com meus onze anos, eu não imaginava minha vida sem eles. Era como se eu sempre os conhecesse. Então, quando me deparei com o dilema de escolher entre o amor e a amizade de Rony, eu vacilei. Tentei disfarçar durante anos. Achei que estava sendo convincente, mas hoje sei que muita gente já havia percebido que eu estava apaixonada. Quando o Rony me pediu em namoro, eu pensei que jamais poderia ser tão feliz na minha vida, mas me enganei, pois quando o Rony me pediu em casamento, no nosso baile de formatura, eu sabia que não havia pessoa mais feliz na face da Terra do que eu. Eu achava que sabia de muita coisa nessa vida, pois sabia sobre poções, feitiços, artimanhas contra bruxos das trevas... mas, descobri que não sabia de algo muito importante e foi você quem me ensinou isso. Você, Ronald Weasley, me ensinou o que é amar. Eu te amo mais do que a mim mesmo! – Hermione falava olhando para Rony – Eu te amo como nunca amei ninguém e como jamais amarei. Sou muito feliz em saber que a partir de hoje sou uma Weasley e que serei sua eternamente.
Todos do salão começaram a bater palmas assim que Hermione se sentou. Lágrimas de emoção corriam pelo rosto dela, mas, um largo sorriso ainda iluminava seus lábios. Rony percebeu que era sua vez de falar e, então se levantou. Um novo silêncio dominou o salão antes dele começar a falar:
- Bem, eu havia preparado um discurso, mas eu o esqueci. Peço desculpas antecipado se eu falar algo errado, ok? – Rony disse olhando para Hermione ao seu lado – Vou falar de improviso, está bem?
- Está bem, é até melhor. – Hermione ainda tinha seu largo sorriso nos lábios.
- Hãm-hãm – Rony limpou a garganta antes de começar – Bem, não é segredo para ninguém que eu amo Hermione. Eu a amo muito! Mas o que ninguém sabe é o porquê eu me apaixonei por ela. Nunca me considerei uma pessoa especial nesta vida. Sério mesmo! Não via nenhuma qualidade, nenhum talento especial em mim. Sempre andei a procura de algo para ser, como se precisasse encenar um "Rony diferente" para cada ocasião. Muitas vezes deixei de ser natural, para agradar as pessoas. Mas com a Hermione sempre foi diferente. Eu sempre podia ser eu mesmo. Nós sempre brigávamos porque eu era simplesmente "o Rony" perto dela. O Rony que fala besteiras, o Rony que é atrapalhado, o Rony que dá sempre os piores conselhos, o Rony péssimo aluno, o Rony sem noção, o Rony inseguro... enfim, o verdadeiro Rony. O mais impressionante foi que ela se apaixonou por esse Rony. O Rony que também a amava mais do que a tudo nesta vida. Descobri, enfim, o meu talento especial: amar Hermione incondicionalmente! Sei que nasci para isso! Nunca tive dúvidas de que eu e ela iríamos passar o resto de nossas vidas juntos. – Rony se virou para olhar a esposa, que chorava muito com um sorriso largo nos lábios – Obrigado por existir e por ser minha esposa, meu ombro amigo, minha fortaleza e meu amor. Eu te amo, Hermione.
(N/A [Notas da autora]: Eu juro por tudo que é mais sagrado que exatamente agora começou a tocar a música do Maná " Vivir sin aire" na rádio. Essa música é linda!!! Muita coincidência tocar essa música justo na hora que eu estou escrevendo esta parte da história, né? Desculpa interromper a história assim, mas precisava registrar isso!)
(N/B. [Notas da Beta]: É o poder que esse casal tem, Jack....)
Todos os convidados começaram a aplaudir de pé o casal, que agora se beijava apaixonadamente na mesa principal. O amor dos dois era contagiante. Amavam-se e demonstravam isso pelo olhar, pelo pulsar do coração, pelo abraço apertado, pelas lágrimas de felicidade, pelo sorriso solto e pelo beijo. Ambos sabiam que se amariam para sempre, pois um sentimento neste grau nunca acabaria. Completavam-se, ou melhor, eram um único ser! Um ser de amor eterno. Um amor eterno de um ser!!! :.:

O dia estava chuvoso e o vento gelado denunciava que o inverno de dezembro estava para chegar. Hermione, Sabe e Jaqueline havia acabado de chegar na pequena casa em Londres, onde Hermione morou com Rony durante menos de um ano. A casa estava muito deteriorada pelo tempo. Desde que Rony fora morar com Harry e Gina, a casa estava abandonada. Muitas teias de aranhas, poeira e rachaduras estavam na casa. Mesmo antes de compra-la, a casa já estava velha, mas agora, com anos de abandono, ela estava inabitável.
Sabe estava sentado em uma cadeira, que havia conjurado. Jaqueline permanecia parada, junto de Sabe, sem dizer nada. Hermione, por sua vez, andava pela casa. Fazia anos que não vinha ali. Passou por cada cômodo lembrando-se dos bons momentos que passara com Rony. Pensava com nostalgia em quanto felizes eles ficaram com os preparativos para a chegada de Jonathan. Rony era o esposo mais atencioso do mundo. Ele atendia seus caprichos sem contestar. Era carinhoso e amava a ela e ao filho que ainda nem havia nascido.
Hermione virou-se, decidida, para Sabe e Jaqueline.
- Vou contar a vocês toda a minha história.
- Você tem certeza disso, amiga? Não precisa se não quiser, sabe.
- Está mais que na hora de vocês saberem de toda a verdade!

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