CAPÍTULO 8 - APANHADORES



CAPÍTULO 8



 



APANHADORES



 



 



 



 



 



 



 



Aquilo deixou Harry totalmente intrigado. Mesmo que Snape não fosse com a sua cara (e fizesse questão de deixar isso bem claro) devido à rixa com seu pai, seria demais associar o professor ao que sentira na cicatriz, aliás de término tão fugaz quanto o seu início. Por outro lado, a conversa entre Snape e Quirrell, que haviam surpreendido no porão da Dedosdemel, era altamente suspeita e havia ficado claro que Quirinus Quirrell não era apenas aquilo que deixava transparecer. Pensara em dizer aquilo a Dumbledore, mas desistira, depois de pensar um pouco. Primeiro, não tinha provas. Segundo, Dumbledore confiava em Severo Snape, mesmo com o seu passado de Death Eater. Além disso, gostava de Nereida, era uma boa amiga, ainda que fosse da Sonserina e não queria expô-la, levantando suspeitas sobre seu pai. Por fim, caso revelasse a Dumbledore suas suspeitas, acabaria por revelar o segredo da passagem para Hogsmeade e comprometer a todos os amigos, inclusive aos gêmeos, por estarem violando os limites da propriedade.



Pesando todos os argumentos, Harry resolveu nada revelar, apenas aguardando os acontecimentos. De qualquer modo, mesmo que Quirrell representasse algum perigo, ele não estaria no castelo todo o tempo. Era uma questão de manter-se vigilante. Poderia, também, falar com seu pai ou com Sirius, se fosse o caso.



A festa estava terminando e Quirrell despediu-se, retornando para Hogsmeade. Todos foram para suas Salas Comunais e de lá para os dormitórios, a fim de descansarem para mais um dia. Harry só teve o trabalho de tirar da cama e jogar fora algumas lesmas carnívoras, lá deixadas por Pirraça e deitar-se para dormir.



Na manhã seguinte, Harry foi chamado ao gabinete de Dumbledore, onde encontrou-se com Severo Snape e Derek Mason, que esperavam por ele.



 



_Harry, isso é muito importante. Falei com Derek e Severo sobre os sonhos que você teve e nós chegamos à conclusão de que você precisará proteger sua mente contra influência externa.



_Através de Oclumência, Prof. Dumbledore? _ perguntou Harry.



_Exatamente, Potter. _ respondeu Snape _ Ao que parece, criou-se uma espécie de elo mental entre você e o Lorde das Trevas, quando ele tentou matá-los e disso resultou que você pôde acessar os pensamentos dele.



_Mas há um problema, Harry. _ disse Mason _ É uma questão de tempo até que ele perceba que isso pode ser uma via de mão dupla e, como ele possui uma maior experiência em Oclumência e Legilimência, começar a invadir os seus pensamentos.



_E, com isso, possuir você ou implantar imagens, lembranças e pensamentos, que podem ser verdadeiros ou não. _ disse Snape _ Era uma maneira de tortura que ele utilizava, durante os Dias Negros, levando suas vítimas à loucura, antes de matá-las.



Por isso, Harry, é importante que você inicie o treino de Oclumência, o mais depressa possível. _ disse Mason _ Creio que Tiago deve ter ensinado alguma coisa a você, hai?



_Hai, so desu, Prof. Mason. Como Auror ele teve de ser treinado em Oclumência e Legilimência.



_Perfeito, Potter. _ disse Snape _ Então, começaremos hoje.



Aquilo arrepiou Harry, embora ele não demonstrasse. Caso Snape penetrasse sua mente, poderia descobrir sobre a conversa com Quirrell, que Harry surpreendera. Mesmo que Snape gozasse da total confiança de Dumbledore e nada mais tivesse com as Trevas, aquilo era bastante suspeito e Harry não queria que o professor descobrisse sobre aquilo. Rezando para que as lições que recebera de seu pai fossem suficientes, procurou bloquear a mente o mais que pôde, o que foi sua sorte, já que Snape levantou a varinha e disse, sem aviso:



_ “Legilimens”!! _ Harry sentiu o ataque e tratou de fazer como Tiago dissera, mentalizando uma barreira, espelhada do lado do agressor, que defletisse qualquer tentativa de invasão. Severo Snape tentou visualizar memórias e pensamentos de Harry, mas tudo o que conseguiu ver foi algo parecido com uma tela escura. Suspendeu, então, o seu ataque _ Muito bom, Potter. Parece que o seu pai ensinou-o satisfatoriamente. Medite e procure esvaziar a mente o mais que puder, pois aumentarei a intensidade dos ataques, nas próximas aulas.



_Enquanto isso, Harry, eu começarei a lhe ensinar a Legilimência, pois você poderá precisar dela para penetrar de volta a mente de quem estiver lhe atacando. Isso impedirá que Voldemort ou qualquer outro Legilimente a seu serviço possa possuir você. Algo errado?



_Uma leve dor de cabeça, Prof. Mason. Nada além disso.



_É um efeito colateral das primeiras aulas, Potter. Afinal de contas, eu não o atingi com tão pouca intensidade. _ disse Snape _ Conforme você for se acostumando com isso, elas deverão desaparecer. Só que isso não vai servir de desculpa para uma diminuição do seu rendimento nas aulas de Poções.



_Creio que poderemos liberá-lo por hoje, Severo. _ disse Dumbledore, olhando para Harry, com expressão satisfeita _ Dentro de pouco tempo, teremos um bom jovem Oclumente. Pode ir, Harry. Esteja aqui amanhã, após a sua corrida.



_Obrigado, professores. Até amanhã. _ E Harry saiu da sala, ainda um pouco tonto, mas já recuperando-se.



 



Mesmo que Severo Snape não o tivesse atingido com pouca intensidade, o bruxinho não deixava de pensar que o professor não utilizara todo o seu poder. Ainda meio tonto, encontrou-se com o Goleiro e Capitão da equipe de Quadribol da Grifinória, Oliver Wood. Oliver era um rapaz do quinto ano, alto e forte, no momento bastante preocupado com alguma coisa.



 



_Ei, Wood! _ disse Harry _ O que houve?



_Ah, é você, Potter? Olha, como eu gostaria que você já estivesse no segundo ano!



_Por que, Wood? _ perguntou Harry.



_Porque assim não teríamos dor de cabeça com o apanhador. Estamos a poucas semanas do início da temporada de Quadribol e o nosso Apanhador titular não está em condições.



_Vandenberg? O que houve com ele?



_O cara está quase pedindo para sair, amarelou total.



_E o reserva, Messervy?



_Ele é ainda pior. Não distingue um pomo de ouro de um canário. Nós nem contávamos com ele, até que Vandenberg entrou em colapso. _ disse Jorge Weasley, Batedor da equipe, assim como seu irmão, Fred _ Acho que Vandenberg ficou assim depois que foi atingido por um balaço de Derrick, e caiu da vassoura, no ano passado.



_Pelo que eu vi do tamanho de Derrick e Bole, os Batedores da Sonserina, um balaço rebatido por eles não deve ser mole. _ comentou Harry _ Pois é, Wood. Meu pai foi Apanhador, como você sabe. Ele e eu brincávamos nos finais de semana, quando ele lançava pomos de treino e eu os apanhava.



_E quanto tempo você levava, Potter?



_Olha, Wood, o meu menor tempo foi de quinze segundos, entre o momento em que avistei o pomo e o momento no qual eu o apanhei. Papai fez questão de cronometrar.



_É, já vi que outro como Tiago Potter só no ano que vem, quando você puder fazer os testes. Quer assistir ao treino? De repente você pode apanhar uns pomos, de brincadeira.



_Eu gostaria muito, Wood.



_Somos irmãos Leões. Me chame de “Oliver”.



_Tudo bem, mas só se você me chamar de “Harry”.



_De acordo, Harry. Vamos lá?



_Vamos, Oliver.



 



No campo de Quadribol, Harry travou um maior conhecimento com os outros membros do time. Wood era o Goleiro e os gêmeos Weasley eram os Batedores. O trio de Artilheiras era composto por Angelina Johnson, uma bela garota negra de olhos brilhantes e dentes alvíssimos, que cursava o terceiro ano, juntamente com Alícia Spinnet, uma morena de formas atléticas e rosto sorridente. Desnecessário dizer que, respectivamente, Jorge e Fred não conseguiam tirar os olhos delas (eram caídos pelas duas, desde o primeiro ano). Completava o trio uma delicada loirinha do segundo ano, de voz fina e macia, Katherine Bell, que preferia ser chamada de “Katie”. O Apanhador, Vandenberg, era do quarto ano, loiro e magro. Era ele que, segundo Wood, estava sofrendo de uma Síndrome de Pânico que nem mesmo as eficientes poções de Madame Pomfrey, a Enfermeira, eram capazes de curar. Afinal, mesmo a magia tem seus limites. Messervy, o Apanhador reserva, nem estava participando dos treinos. Katie mostrou a Wood a carta na qual ele solicitava, oficialmente, o seu desligamento do time.



 



_Mais essa agora! _ reclamou Wood _ Será que tudo conspira para que a taça de Quadribol deste ano fique novamente com a Sonserina? Bem, vamos ao treino.



 



Harry assistiu ao treino, das arquibancadas. Notou que, apesar da boa vontade, Vandenberg cometia vários erros, muitos deles motivados pelo medo e outros advindos de posicionamento errado na vassoura, que prejudicava seu equilíbrio. Depois do treino, Harry comentou com ele sobre aqueles detalhes e foi mal recebido.



 



_O que você sabe sobre isso, pirralho? Eu sou Apanhador da Grifinória já há dois anos e não vou ficar aceitando pitacos de um calouro que só agora está subindo em uma vassoura. Quem é você, afinal? _ Vandenberg estivera no St. Mungus, portanto não sabia quem era ele, ainda mais que Harry estava com o capuz abaixado, escondendo a cicatriz.



_Não implique com ele, Vandenberg. _ disse Wood _ Se Harry Potter está dizendo isso, sabe do que está falando. Afinal de contas, o garoto praticamente nasceu voando de vassoura.



_Harry... Potter?! _ perguntou Vandenberg, com os olhos arregalados, enquanto Harry tirava o capuz das vestes.



_Sim, sou eu, Vandenberg. E a dica foi para te ajudar, cara. Assim, talvez, os balaços não te derrubem tão facilmente. Sinto muito se você me interpretou mal.



_Ei, Harry, o treino terminou. _ disse Wood _ Quer apanhar uns pomos, para brincar um pouco?



_Vamos nessa. _ respondeu Harry.



_Use a minha vassoura. _ disse Vandenberg, estendendo para ele sua Comet 260. Harry montou na vassoura e subiu. Wood lançou um pomo e cronometrou. Dezessete segundos depois, Harry Potter trazia o pomo seguro em suas mãos. E assim foi por oito vezes, até que todos deram-se por satisfeitos. Em nenhuma delas Harry demorara mais do que quarenta e cinco segundos para apanhar o pomo de ouro.



_Parece que devo engolir minhas palavras, Harry. Pena você já não ser do segundo ano, para poder entrar para o time. _ disse Vandenberg, apertando a mão de Harry.



_Tudo bem, Vandenberg. Afinal, você não me conhecia. _ respondeu Harry, ao devolver a vassoura para o colega. Todos retornaram para o castelo.



 



A Sonserina também apresentava problemas com seus Apanhadores. Terry Higgins estava com uma tendinite de ombros que não lhe permitia manter a vassoura segura com a firmeza necessária quando voava e não tinham um reserva para ele. E era sobre isso que Marcus Flint e Miles Bletchley conversavam, na Sala Comunal.



 



_Cara, vai ser dureza. Sem reserva e com o Terry mal dos ombros, não sei não. Talvez este ano não seja o nosso. _ disse Bletchley.



_Sei não, Miles. _ disse Flint _ A Grifinória também não vai muito bem das pernas. Vandenberg está mais amarelo do que o uniforme da Lufa-Lufa.



_Graças, em parte, a Bole e Derrick. Os balaços mais certeiros de toda Hogwarts. E o reserva, Messervy, nem conta. O cara é ruim de doer. De certa forma, isso nos deixa mais aliviados, Marcus. Só fico pensando que a coisa poderá virar, a partir do ano que vem.



_???



_Acha que o Potter não vai fazer os testes, quando estiver no segundo ano?



_Não se preocupem. _ disse Montague, que estava chegando _ No ano que vem teremos Draco Malfoy. O garoto voa bem e tem físico de Apanhador. Vamos esperar e ver se os reflexos também são bons.



_Assim espero, Montague. A Sonserina vem ganhando a taça de Quadribol desde que Carlinhos Weasley formou-se e foi trabalhar com dragões, na Romênia. Vamos torcer para que continue assim.



_Fica frio. No ano que vem, quando Higgins já estiver formado, teremos Draco Malfoy. Eu soube que ele voa muito bem e que tem um bom olho. Além disso, tem o físico adequado. Vamos esperar.



 



A carga de atribuições de Harry estava maior, pois agora ele tinha: as aulas normais, as sessões de artes marciais com o Prof. Mason, seus exercícios e, agora, aulas de Oclumência e Legilimência, sem contar as pesquisas que os Inseparáveis faziam para tentarem descobrir mais sobre Lord Voldemort. E é na sala de Defesa Contra as Artes das Trevas que vamos encontrar Harry e Mason. Ambos vestiam trajes Ninja pretos e estavam entretidos em um combate, no qual Harry estava com uma espada e defendia-se das estocadas que Mason desferia com a Naginata que empunhava.



 



_Vamos lá, Harry! Já está na hora de você despertar seu Ki. O que está lhe prendendo?



_Não sei, professor. Sinto que estou quase lá, mas não consigo ultrapassar a última barreira.



_Pois então, vamos colocar um pouco mais de perigo, para ver como você reage.



 



Após dizer aquela frase, Mason aumentou a velocidade dos ataques, cada vez mais acuando Harry contra o canto da parede. Em dado momento, a lâmina da Naginata atingiu, de raspão, o rosto de Harry. Aquilo provocou um corte que logo começou a sangrar. Percebendo que havia sido atingido, Harry sentiu algo mudar dentro dele. Todo o resto da sala sumiu de sua vista e ele só enxergava Mason e a Naginata. Então, saltou e subiu pela parede, como se estivesse no chão. Correu até uns cinco metros e saltou novamente, dando uma cambalhota no ar e pousando na extremidade da Naginata. Correu por cima da lâmina e do cabo, chegando até Mason e atingindo o professor com um Mae Geri, que o fez voar até o outro lado da sala. Foi então que Harry percebeu o que tinha feito.



 



_Professor, o senhor está bem?



_Melhor impossível, Harry. Conseguimos despertar seu Ki e, o que é melhor, você já experimentou o Bukujutsu, a Técnica da Dança do Ar. De outro modo, você não conseguiria correr pela parede e caminhar pelo cabo de minha arma. Excelente. Mais tarde trabalharemos o seu domínio, agora vamos fechar esse corte. _ e Mason limpou o sangue do rosto de Harry com um lenço, que jogou em um cesto de roupas para lavar. Em seguida, limpou o corte com um pouco de álcool, pegou a varinha e disse os Feitiços de Primeiros Socorros necessários _ “Cautherium, Hemostatikós”!



 



O corte no rosto de Harry parou de sangrar e fechou-se, sem deixar marcas. Mason estava satisfeito com o progresso do aprendiz.



 



_Logo você estará no nível de um Chunnin, um Ninja de nível médio. Agora vá tomar um banho e descansar. Já tivemos o bastante por hoje. Boa noite.



_Boa noite, Prof. Mason. _ Harry foi para a Torre da Grifinória, contente com a nova habilidade e o novo nível obtido. Percebeu que agora era capaz de sentir a vibração do Ki das outras pessoas e notar algumas diferenças basais, tipo se a pessoa era homem ou mulher, mais jovem ou mais velha e, achava ele, se a vibração era boa ou má. Percebeu, também, que a Oclumência ajudava a não deixar que as vibrações captadas o perturbassem.



 



Mas a sensação mais estranha foi quando passou por uma garota do segundo ano. A vibração do Ki da menina parecia tentar harmonizar-se com a sua própria, de um modo que lhe gerava uma sensação muito agradável. Distraída ao cumprimentá-lo com um aceno de cabeça, ela esbarrou no pedestal de uma estátua e acabou derrubando seus livros. Harry parou para ajudá-la a recolhê-los e notou o quanto era bonita, com olhos amendoados e uma expressão serena no rosto.



 



_Obrigada. _ disse a garota, com um sotaque oriental.



_De nada. De certa forma, a culpa foi minha.



_???



_Você distraiu-se ao me cumprimentar.



_Que nada. _ disse a garota, corando e reparando na cicatriz _ Ei, você é Harry Potter, da Grifinória, não é?



_Sim. Perdoe minha falta de educação em não me apresentar. E você é... ?



_Chang. Cho Chang. E não precisa se desculpar. Sua cicatriz dispensa qualquer tipo de apresentação.



_Muito prazer. Bem, aí estão os seus livros, Chang.



_Obrigada, Potter. E o prazer é meu.



 



Despediram-se e seguiram seus caminhos, Harry para a Torre da Grifinória e ela para um lado que ele sabia levar à Corvinal. Um banho, jantar e, depois, revisar as matérias do dia (“Sim, acho que sentir o Ki será muito importante para saber em quem devo ou não confiar”, pensou o bruxinho). Chegando à Grifinória, sentiu a harmonia do Ki de todos os Leões, principalmente de seus amigos mais chegados. Estava tranqüilo.



 



Tarde da noite, porém, uma figura esgueirava-se, furtiva, pelas sombras da sala de Defesa Contra as Artes das Trevas, depois de ter conseguido burlar os Feitiços de Segurança instalados por Mason. Após remexer em um cesto de roupa usada, encontrou o que procurava e sorriu, malevolamente. Em seguida, recolocou as outras roupas no cesto e saiu da sala, do mesmo modo como havia entrado.



 



A aula de Poções daquele dia tinha todo o jeito de que seria diferente, pois os alunos viram que Derek Mason estava ali, junto a Severo Snape.



 



_Bom dia, classe. A aula de hoje será conduzida por mim e pelo Prof. Mason, responsável pela cadeira de Defesa Contra as Artes das Trevas, pelo motivo de que ele possui um grande conhecimento do assunto a ser tratado. Passo a ele, portanto, a palavra. Derek, os alunos são seus.



_Obrigado, Severo. Bem, todos vocês sabem que nem todo alquimista era bruxo. Muitos deles eram trouxas, movidos pelo desejo de encontrarem a lendária Pedra Filosofal, um cristal mágico que permitiria a transmutação de elementos, principalmente metais menos nobres em metais preciosos, mais especificamente o ouro. Além disso, a Pedra também permitiria a fabricação do Elixir vitae, substância que prolongaria indefinidamente a vida de quem o tomasse, periodicamente. A única Pedra Filosofal 100% eficaz, foi desenvolvida por Nicolau Flamel e, depois, aperfeiçoada em um trabalho conjunto dele, mais Alvo Dumbledore e Adolf Gellert Grindelwald. Esse último traiu o grupo e tentou roubar a Pedra, mas não conseguiu. Em compensação fugiu, tomando destino ignorado e levando consigo uma enorme quantidade de Elixir vitae, que conseguira contrabandear ao longo do tempo. Porém, nem aquilo foi suficiente para evitar sua morte, no final da II Guerra Mundial. O destino atual da Pedra é desconhecido, acreditando-se que apenas Nicolau Flamel saiba do seu paradeiro. Afinal de contas, ele e Perenelle estão com mais de quinhentos anos de idade. Esse preâmbulo serve para introduzir o assunto de nossa aula de hoje, que é “A Importância da Alquimia na Química Trouxa e no Desenvolvimento de sua Tecnologia”. Os Alquimistas trouxas buscavam a Pedra Filosofal, a Panacéia Universal e o Solvente Total, chamado “Alkaest”. Eles desistiram da busca desse último. Alguém sabe por quê?



_Se era um solvente total, não haveria recipiente capaz de contê-lo, não é, professor? _ disse Parvati, após ter levantado o braço.



_Muito bem, Srta. Patil. Cinco pontos para a Grifinória. _ disse Mason, divertindo-se ao ver que Snape comprimira os lábios. A idéia de grifinórios ganhando pontos em suas aulas não agradava muito ao narigudo professor _ Continuando, embora os trouxas não tivessem conseguido encontrar essas lendárias substâncias, obtiveram um avanço muito grande na descoberta de vários medicamentos avançados para a época e, também, nos explosivos.



_Explosivos, Prof. Mason? _ perguntou Neville, que interessava-se por Farmacologia e Química, além de Herbologia.



_Sim, Sr. Longbottom. A pólvora teve aplicações mais amplas na China, tendo sido descoberta por volta do Século VIII, durante a Dinastia Tang, com uso militar por volta do Século X, em tubos de bambu que faziam as vezes de canhões. Ironicamente, foi descoberta quando Alquimistas chineses procuravam pelo Elixir vitae, embora Alquimistas europeus tivessem chegado bem perto e alguns até tivessem sobrevivido para contar.



_Como assim, professor? _ perguntou Draco.



_Os Alquimistas trouxas europeus mais conhecidos nesse campo foram Roger Bacon e o monge Schwartz. Acabaram misturando carvão, salitre e enxofre nas proporções adequadas e o resultado foi...



_CABUM! _ disseram os alunos.



_Exatamente. _ riu Mason. _ E a tecnologia de explosivos foi desenvolvendo-se cada vez mais, até que chegamos aos modernos explosivos plásticos, que têm a aparência de uma massa de vidraceiro qualquer mas, ao serem detonados, explodem de maneira violentíssima, tais como o Semtex e o C-4.



_Eles não explodem sozinhos, professor? _ perguntou Milly.



_Não, Srta. Bulstrode. Os atuais explosivos são bastante estáveis. Mas, antigamente, os explosivos mais fortes eram muito instáveis e podiam causar grandes estragos se sofressem pequenas vibrações. Um dos melhores exemplos é a Nitroglicerina.



_Eu já ouvi falar, mas não sei muito a respeito dela, Prof. Mason. _ manifestou-se Dean Thomas, de origem trouxa.



_A Nitroglicerina é um explosivo obtido através da reação de nitração da glicerina, também sendo conhecida como Trinitroglicerina ou Trinitrato de Glicerina. Seu aspecto é o de um líquido oleoso, de cor amarelada. Também tem aplicações na Medicina trouxa, compondo medicamentos da área de Cardiologia, principalmente vasodilatadores para tratamento de isquemias miocárdicas por estreitamento de artérias coronárias. É muito instável, tendo de ser transportada em pequenas quantidades, dentro de caixas acolchoadas e refrigeradas. Bem, falando em Nitroglicerina, aí está o Prof. Snape, trazendo um pouco para nos dar o exemplo.



 



Com efeito, lá vinha o Prof. Snape, equilibrando no ar, através de um Feitiço de Levitação, uma caixinha acolchoada, dentro da qual havia um pequeno frasco com Nitroglicerina. Caminhava devagar, para não fazer a caixa vibrar, mas não notou um pequeno buraco no chão, no qual tropeçou. A caixinha subiu para o alto e começou a descer. Não havia tempo para que Mason ou qualquer outro sacasse a varinha e detivesse sua queda e a conseqüente explosão, que poderia matar a todos na sala. Porém, duas pessoas reagiram rapidamente.



De seus lugares na sala, Harry Potter e Draco Malfoy perceberam a tragédia que se aproximava e saltaram para cima das suas mesas, atirando-se em direção à caixa, para pegá-la antes que batesse no chão. Ambos alcançaram a caixinha no ar, ao mesmo tempo, mas Harry conseguiu fechar os dedos na caixa, graças aos reflexos e ao domínio do Ki, também conseguindo descer suavemente sobre o tampo de uma das mesas, graças ao Bukujutsu. No instante seguinte Draco Malfoy caía, agachado, ao lado de Harry. Deixara de apanhar a caixa por uma fração de segundo.



 



_ “Wingardium leviosa”!! _ disse Mason, fazendo a caixinha novamente levitar e pousar, suavemente, sobre a mesa _ Muito obrigado, Sr. Potter, Sr. Malfoy, pela ação rápida. Vou mostrar o que poderia ter acontecido.



 



Mason pegou o frasco, que tinha cerca de 10 ml de Nitroglicerina e introduziu um conta-gotas, tirando uma pequeníssima quantidade, subindo ao tampo da mesa, ficando em pé e deixando uma gota cair no chão da sala. Uma forte explosão e uma nuvem de fumaça e poeira levantou-se. Quando ela dissipou-se, todos olharam para o local. Um buraco com o diâmetro aproximado de uma pizza tamanho-família abrira-se no chão.



 



_E isso foi com uma gota. Se os 10 ml tivessem explodido, nenhum de nós estaria aqui, para contar a história. Creio que devemos nossas vidas a Harry Potter e Draco Malfoy, que tiveram reflexos e presença de espírito para agirem. Vejamos, cem pontos para a Sonserina, pela ação de Draco Malfoy e cento e dez para a Grifinória, por Harry Potter haver conseguido pegar o frasco. Pena vocês estarem no primeiro ano, pois seriam excelentes Apanhadores para as equipes de Quadribol de suas Casas. A aula está encerrada.



 



Os alunos saíram e Snape olhou para Mason.



 



_Foi por pouco, Derek. Quase matei a todos nós. Me desculpe.



_Bem, Severo, se a Nitroglicerina tivesse detonado, nenhum de nós estaria mais aqui, portanto você não poderia pedir desculpas a ninguém. Foi uma sorte os garotos terem bons reflexos.



_Mas o Potter usou artes Ninjas, eu vi.



_Mesmo? Eu não percebi nada. _ brincou Mason _ Falando sério, ainda bem que o garoto aprendeu bem o que eu ensinei.



_Está ensinando Ninjutsu ao Potter, Derek?



_Sim. Parece que Voldemort... Pára de tremer, Severo. Bem, o Lorde parece ter algum conhecimento de Artes Marciais, diferentemente do que seria esperado de um bruxo das Trevas. Eu só quero que o garoto Potter possa defender-se, quando chegar a hora.



_Sei. Eles poderiam ser Apanhadores, sem dúvida. Parece que há uma regra pouco lembrada nos regulamentos do Quadribol...



_Acho que sei o artigo ao qual você se refere, Severo. O que tem em mente?



_Ora, o meu garoto merece.



_O meu também. E que vença o melhor. _ disse Derek Mason, estendendo a mão para Severo Snape.



_Feito. _ respondeu Severo Snape, apertando a mão de Derek Mason.



 



À noite, na hora do jantar, Dumbledore pediu a palavra.



 



_Amigos, tenho uma coisa importantíssima para anunciar à escola. Todos sabem que alunos do primeiro ano não fazem parte das equipes de Quadribol de suas Casas por serem considerados muito jovens. Porém, há um artigo pouco lembrado nos Regulamentos Internacionais de Quadribol que diz o seguinte: “Se não for possível para o Capitão de uma Equipe Escolar encontrar um jogador para uma determinada posição em nenhuma das turmas do segundo ano para cima, ele poderá convocar um aluno do primeiro ano, desde que ele possua e já tenha demonstrado a habilidade para desempenhar o papel de jogador”. Isto posto, anuncio que, por necessidade das Equipes e baseado nesse artigo, as Equipes de Quadribol da Grifinória e da Sonserina passam a ter, na posição de Apanhador respectivamente, Harry Tiago Potter e Draco Black Malfoy.



 



As mesas da Grifinória e da Sonserina prorromperam em trovejantes aplausos, enquanto Harry e Draco olhavam um para o outro e diziam, silenciosamente: “Nós”?!



 



As surpresas estavam apenas começando.


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