Confronto





POV Lily Evans


 


            Entrei no bar e logo encontrei meus amigos sentados no fundo. Fui até lá e me sentei ao lado da Lene.


            - Cadê o James? – perguntou Sirius.


            - Nossa, oi Sirius, tá tudo bem comigo sim e com você? – falei, debochando.


            - Desculpa minha querida Lily – ele começou a ser carinhoso – Estou otimamente bem também. Satisfeita?


            - Um pouco – ri pelo nariz.


            - Agora, onde tá o James?


            Dei uma risada alta e apontei pra porta.


            - Ele tá amarrando o Pontas.


            Ele me deu uma piscadinha e foi em direção à porta. Comecei a conversar com a Lene e depois de alguns minutos o Sirius voltou correndo.


            - Meninas – ele estava ofegante e nervoso.


            - O que foi Sirius? – Lene perguntou.


            - O James... – ele não conseguia falar.


            - O que tem o James?


            - Um homem... um homem levou ele.


            - Como assim levou? – perguntei.


            - Eu fui atrás dele àquela hora e quando cheguei lá na frente um homem bateu na cabeça dele com um pedaço de pau. Então ele olhou na minha direção e eu me escondi atrás da porta. Quando olhei de novo ele estava colocando o James em uma carroça e depois o cobriu com um pano. Ele está levando o James pra algum lugar.


            - Sirius, você tem certeza do que você viu?


            - Claro que tenho Lily, você tá vendo algum sinal do James?


            - Ele ainda está por perto?


            - Sim, vi ele pegando a estrada do Rei pra aquela direção – ele apontou com o dedo – Precisamos ir atrás dele.


            - Então vamos.


            Levantei rapidamente e corremos até onde estavam os cavalos. Eu desamarrei o Pontas e montei nele enquanto o Sirius pegava o cavalo dele e montava junto com a Lene.


            - Melhor irmos pela floresta, assim o seguimos sem ele perceber – falou Sirius, saindo em disparada em direção a mata.


            Fiz o cavalo correr e parti atrás dele. Lá dentro da floresta fomos mais devagar para não chamar atenção. Quando chegamos perto do homem nos afastamos um pouco mais da margem com a estrada para que ele não percebesse nossa presença.


            Já estávamos nesse caminho há um tempo e comecei a reparar no homem que movimentava a carroça. Eu estava longe, mas podia dizer que parecia muito o homem da capa vermelha que me atacou no dia da festa. Só podia ser. Ele jurou que viria atrás do James. Isso é tudo culpa minha. Ele tá sendo perseguido por um cara esquisito por culpa minha. Eu só arrumo problema pra ele, mas que droga, eu deveria estar ajudando.


            O homem entrou em um caminho estreito em direção a uma casa. Resolvemos deixar os cavalos ali na floresta e ir a pé até lá para não fazer barulho. De longe vimos o homem carregar o corpo desacordado de James nos ombros até dentro da casa.


            - Precisamos de um plano.


            - Concordo Sirius, não podemos entrar lá sem saber o que fazer – falou Lene, colocando as mãos na cintura.


            - O que você tá pensando? – perguntei.


            - Nós vamos até lá, eu vou olhar pelas janelas até localizar o cara, ai quando ele sair de perto do James a gente entra e pega ele e coloca na carroça. E eu vou levar isso pra se algo der errado – ele levantou um pedaço de galho grosso que pegou do chão da mata.


            - Ok, então vamos.


            Fomos em direção a casa e silenciosamente paramos em uma janela e logo localizamos o James jogado no chão. O Sirius fez um sinal e saiu para olhar as outras janelas atrás do homem. Comecei a ficar agoniada, com um aperto no peito. Eu queria entrar logo e tirar o James dali.


            Esperamos um tempo e logo ele voltou.


            - Ele tá no outro quarto, parece que está escrevendo uma carta, é melhor a gente se apressar.


            Assentimos e entramos silenciosamente na casa. Fui andando devagar até ele e abaixei para ver se ele estava bem. Passei a mão em seu rosto e peguei em sua mão. Senti ele se mexer e o chamei baixinho. Ele moveu o rosto e abriu os olhos, parecendo atordoado.


            - O que... – ele tentou falar, mas eu tapei sua boca.


            - Shh, vamos tirar você daqui.


            O Sirius apareceu e me ajudou a levantar ele, mas quando estávamos andando lentamente até a porta o homem apareceu.


            - Onde vocês pensam que vão? – ele falou com uma voz alta e intimidante.


            Olhamos para ele e ninguém sabia o que fazer.


            - Estamos levando ele embora – Sirius falou firme.


            - Acho que não – ele andou até a porta e a fechou.


            O medo tomou conta de mim e tive que reagir.


            - O que você quer com ele? É por causa daquele corte? Não foi nada demais, por favor, deixa a gente ir embora.


            Ele gargalhou e logo depois me encarou.


            - Aquela luta idiota no meio de uma estrada não foi nada pra mim. Isso acontece o tempo todo, uma briga no bar, na rua, em qualquer lugar. Eu brigo o tempo todo. Minha questão com esse garoto é outra.


            - O que você quer com ele então?


            - Eu preciso dele – ele deu dois passos na nossa direção – Para tomar um trono.


            Meus olhos arregalaram e eu prendi a respiração.


            - O que o James tem haver com isso – Sirius tentou disfarçar.


            - Não se faça de idiota, ele é o príncipe.


            Engoli em seco e um silêncio tomou conta do ambiente. James pareceu se recuperar e ficou de pé sozinho.


            - Quem é você? – James perguntou.


            - Antonio Dolohov, um dos responsáveis pelo conflito que irá tirar o poder do seu pai, muito prazer – o tal Dolohov fez uma reverência debochada e voltou a nos encarar.


            - Agora tudo faz sentido, a capa vermelha – James começou a divagar – Você é um Comensal.


            - Exatamente, garoto esperto. Pena que não percebeu isso antes. O nome do nosso grupo, Comensais, liderados pelo futuro rei, Tom Riddle.


            - Vocês não vão tomar o poder do meu pai, ele nunca vai permitir – James cuspiu as palavras ferozmente.


            - Ele não precisa permitir. Na verdade não vai ter escolha, afinal eu tenho o filho dele. Sabe garoto – ele começou a andar de um lado para o outro – Nem foi tão difícil. Depois que tive a sorte de te encontrar por acaso, as coisas começaram a se encaixar. Espada nobre, chamar James, chegou recentemente, e ainda tive o prazer de encontrar uma tal de Marjorie que disse que vocês não são primos. Tudo fazia sentido.


            Marjorie, aquela vaca, eu mato ela, assim que eu sair viva daqui, pode ter certeza. O clima começou a ficar pesado e agora eu começava a ver todas as coisas óbvias que a gente não enxergou.


            - Você falou de mim pra alguém?


            Que tipo de pergunta é essa? Então percebi o que ele queria saber. Se esse Dolohov falou do James pra alguém então ele vai ter que fugir de novo. Mas se ele não falou pra ninguém quem vai precisar sumir é esse cara.


            - Estava escrevendo uma carta agora mesmo avisando todo mundo.


            - Ótimo – James respondeu e o homem fez uma expressão de dúvida.


            - Ótimo?


            - Sim, ótimo. Sabe, tudo isso que você falou parece um ótimo plano, pena que você não checa quantas pessoas vieram me resgatar e quantas estão na sala.


            Assim que o James disse isso eu reparei nela. Enquanto conversávamos a Lene abriu a porta e antes que o homem pudesse reagir ela deu uma paulada na cabeça dele, fazendo-o cair desmaiado no chão.

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