Capítulo 04



Capítulo quatro: QUE FEITIÇO É ESSE?


Notas iniciais do capítulo: Em itálico temos as cenas que se passam na sala precisa. Para mais detalhes, leia o capítulo até o fim.



Encararam-se simplesmente por alguns minutos. Felizmente estavam

em um lugar mais no fundo da biblioteca, e a escola estava praticamente
deserta, incluindo o aposento em que se encontravam. Eram os únicos ali, e
Madame Pince não os escutaria.


O que seria realmente perturbador, pois uma vez que visse Hermione ou
Draco no jeito em que estavam ela só poderia pensar que ou duelaram
demais, ou se beijaram de mais.


As roupas estavam todas amassadas e desalinhadas, assim como o cabelo
de ambos, que geralmente estariam em perfeitas condições, e não como
uma Cleanswep abandonada no armário. Para completar o look, os dois
tinham os lábios vermelhos e inchados.


Por um momento, só encarar Malfoy tornou-se chato, e a grifinória resolveu
lançar-lhe um feitiço. Ele se bateu contra uma prateleira do outro lado da
parede, e se encontrou com o objeto de tijolos com uma força bastante
grande, que chegou fazer um baque.


Quando pôde se levantar novamente, ele apontou a varinha para ela no
mesmo momento em que ela berrava “Expelliarmus”. O feitiço ricocheteou
para ambos os lados, e os dois foram jogados a uma distância considerável.


Por baterem a cabeça, ambos desmaiaram ao mesmo tempo.


**********************************************************
Hermione acordou-se com uma dor de cabeça terrível, mas não abriu os
olhos. Acariciou levemente o lugar que pulsava, e sentiu um ferimento que
os trouxas chamariam de “galo” na parte traseira de sua cabeça. Girou a
mesma em sentido horário, fazendo seu pescoço estralar, e esticou os pés.


Depois de uns cinco minutos assim, abriu lentamente um olho e depois o
outro, para perceber que não sabia onde estava.


“Será que eu morri?”, pensou. E quando ela tentou forçar a mente para se
lembrar o que acontecera, viu ela própria e Draco Malfoy duelando por um
motivo realmente nada a ver – já que ela gostara dos dois beijos- no meio
da biblioteca.


Por mudar o foco de seus pensamentos, a dor na sua cabeça foi sumindo
lentamente, até desaparecer completamente. Ela se sentou e percebeu que
estava no sofá de sua casa. Mas não parecia muito bem com sua casa, tinha
alguma coisa diferente.


Mais adiante havia um corpo imóvel. A morena se levantou lenta e
cuidadosamente, e a passos lentos e silenciosos, atravessou a pequena
sala, e aproximou-se, se abaixando logo em seguida e reconhecendo Draco
Malfoy.


“Isso só pode ser um pesadelo”, anunciou à sua mente, e sentou-se do lado
dele enquanto o chacoalhava com as mãos.


-Draco. – ele murmurou algo indecifrável e se virou, deitando- se de barriga
para baixo e acariciando a pelúcia do tapete felpudo. -MALFOY!- Granger
gritou e ele levantou em um salto, tateando os bolsos e as vestes à procura
de sua varinha.


Então viu que não havia nada que temer no que quer que fosse aquele
lugar, e sentou-se de frente para a colega.


-O que aconteceu?


-Como se sente? – ela perguntou ignorando o que ele havia comentado. –
Sua cabeça não está doendo?


-Já convivi com ressacas piores que essa, Granger. Só nunca tinha delirado
desse jeito.


Ela revirou os olhos e encostou na mão dele, tapeando-a.


-Ai – ele reclamou massageando a região atingida pela mão dela.


-Viu? Isso não parece ser um delírio.


-É, ta mais pra pesadelo, não é? Já que você está aqui.


Ultrajada, ela olhou-o furiosa.


-Como assim? Malfoy- falou- Você me beijou duas vezes!


-Eu não beijei. Já te disse. E se tivesse beijado você me correspondeu.


-Porque fui idiota!


-Mais que o normal pelo visto! – ela se calou por um momento, e Draco
aproveitou para olhar para os lados. – Onde estamos afinal? Esse lugar não
me é estranho. Acho que já estive aqui antes.


Ela gargalhou.


-Impossível Malfoy.


-Ah é, Granger? E posso saber por quê?


-Simples- ela sorriu- Porque aqui é a sala da minha casa.


Ela já havia percebido tinha alguns segundos quando encontrara uma foto
sua pendurada na parede pintada de azul bebê do outro lado da sala. Agora
não saberia dizer precisamente onde era o tal lugar.


Draco olhou para os lados. Nunca havia estado naquele lugar antes, mas
sabia que já o conhecia. Ficou olhando para cima, enquanto caminhava
tateando as paredes em busca de uma porta.


-Só há algo diferente aqui. Não sei o que poderia ser realmente. – ela
continuou.


O loiro olhou para um lado, e reconheceu um objeto em cima da lareira. Em
passos lentos, como que esperando que aquilo sumisse de lá, o sonserino
fez seu caminho até que esticou seus dedos e acariciou a serpente
prateada. Granger veio atrás dele, e ficou observando ele agarrar o animal.


-O que é isso? Não estava aqui antes.


Malfoy olhava para o teto, para o chão, e novamente para o objeto.


-Você está errada, Granger. Estamos na sala precisa.


O relógio em cima da lareira tiquetaqueava a cada novo segundo. O som
ecoava por toda a sala. Não havia portas na sala, tampouco janelas. Apenas
alguns móveis: uma mesa de centro em frente à lareira, outra atrás do sofá
onde Draco e Hermione estavam sentados, um de cada lado.


Depois da descoberta algumas horas atrás, poucas coisas realmente
importantes haviam acontecido. Ela entrara em desespero ao perceber que
não teriam como sair, e também ao perceber que ele estava terrivelmente
certo.


Um “mas como?” saiu de seus lábios quando ele contou de sua suspeita.


-A sala está nos mostrando uma mistura da minha casa com a sua, que
deve ser o lugar que estamos mais desejando nesse momento.


Então ela compreendera, e se jogara no sofá desconhecido, bufando.


-Como sairemos daqui? – ela perguntou, e o loiro deu de ombros.


-Você que é a inteligente aqui, Granger. Eu não tenho as respostas para
tudo. E você também não, aparentemente. – ele imitou o gesto dela, e se
jogou conta o sofá. –Vão dar por nossa falta, e mandarão nos buscar.


E depois disso, ficaram em silêncio até agora, ouvindo os sons dos pássaros
vindos de um lugar qualquer, e observando os ponteiros do relógio andar
em sua pressa habitual.


Hermione se moveu no sofá, desconfortável, e estralou o pescoço.


-Estou entediada. – confessou.


-Que bom- Draco concordou, sentindo-se da mesma forma.


Estar perto de Granger era tão excitante, e, ao mesmo tempo tão
entediante. Estavam longe de todo mundo, e mesmo assim, distantes deles
próprios.


Ela passou a mão na parte de trás da cabeça e fez uma careta.


-O que foi? – ele perguntou indiferente, sentindo uma forte enxaqueca.


-Minha cabeça ta doendo. –respondeu. – A sua não está?


Ele deu de ombros. Estava fazendo muito isso nesse lugar.


-Um pouco- admitiu- Você realmente precisa maneirar nos feitiços,
Granger. Eles machucam, e agora você sabe o quanto. Ainda bem que o
meu feitiço era fraco, ou você poderia estar com o crânio rachado agora.


-Isso é um pedido de desculpas? – perguntou com os olhos fechados.


-Talvez- admitiu, e ficou em silêncio.


-Quero sair daqui e ver Madame Pomfrey. Eu estou realmente me sentindo
mal.


-Eu também Granger. Só por estar no mesmo ambiente que você, isso me
dá náuseas.


-Quer parar de ficar insinuando que tudo o que eu faço não é bom o
suficiente para você? Eu só vou te falar uma vez, e aprenda isso, Draco:
você não é melhor do que ninguém.


-Talvez- ele repetiu alguns segundos depois, assimilando ela o chamar de
Draco. Era uma novidade e tanto, já que se tratavam pelo segundo nome e
apenas isso desde que começaram a trabalhar juntos nos preparativos do
baile.


-Olhe- ela se virou de frente para ele- você me beijou. Duas vezes. Eu não
pedi por isso, então é um sinal de que não me acha tão repulsiva assim.


Ele a encarou em silêncio, e depois olhou para a lareira que agora tinha
labaredas baixas bruxuleando por entre a lenha.


-E você correspondeu, então você deve ter gostado.


-Talvez- ela admitiu reutilizando a palavra dele.


Ficaram em silêncio de novo, cada um com seus pensamentos.


-Eu só queria saber por que fomos trazidos para a sala precisa, com dor de
cabeça e sem as varinhas. – ela comentou. –Você tem alguma idéia?


-Sim. – respondeu se levantando e andando de novo de um lado para
o outro, checando pela milionésima vez as paredes bem firmes que não
aparentavam ter uma porta ou janela escondida.


-E então?


Ele não respondeu de imediato. Escorou-se na parede, jogou a cabeça pra
trás, fechou os olhos, respirou fundo, e quando ela ia perguntar novamente,
ele respondeu.


-Há alguns anos atrás meu pai me contou sobre o feitiço que eu usei contra
você na biblioteca. Nós o aprendemos na escola, inclusive, só que com
outros efeitos.


-E que feitiço era?


-O que usamos para aparatar. – ele sorriu ao ouvir a expressão de
susto dela. –Ele foi criado há muito tempo, e com muitos propósitos. Os
comensais mais evoluídos usavam esse feitiço contra suas vítimas em
uma luta, e faziam com que elas fossem jogadas diretamente em um lugar
cheio de outros comensais. Fazer esse feitiço dar certo era realmente uma
proeza, pois não é nem um pouco simples de se mandar alguém aparatar
no seu lugar. Quando ele ricocheteia, é capaz de transportar a alma de
pessoas para lugares. Mesmo que involuntariamente. E como em Hogwarts
não se pode aparatar, ficamos presos por aqui mesmo.


-E...- ela engoliu em seco antes de perguntar- Então não somos nós aqui.


-Não. – ele confirmou- Provavelmente nossos corpos estão estatelados
no meio da biblioteca, talvez jorrando sangue, já que aquela monstra
que trabalha lá não seria capaz de distinguir um som de dois corpos se
debatendo contra uma parede, do de hipogrifos dançando balé.


-Não fale mal de Madame Pince. – desaprovou. –Então. Estamos aqui, sem
varinha, sem saída. Como poderemos sair daqui?


Draco sentou-se de frente para ela na poltrona.


-Isso eu não sei.


-E quanto tempo vamos ficar aqui? – engoliu em seco novamente. Sua
garganta ardia.


-Também não sei.


**********************************************************
Finalmente sábado chegou. Tirando da cabeça os pensamentos mais

obscuros, Draco jogou-se em sua enorme cama no quarto do monitor-
chefe, e respirou profundamente antes de se levantar e ir em direção ao
banheiro.


Tomou um banho rápido, mas relaxante. Tinha ido ao povoado com os
alunos do terceiro ano para vigiá-los em sua primeira expedição saindo da
escola naquele ano *.


A tarde passou monótona e sem novidades muito exorbitantes, ou que
precisassem de sua atenção imediata. Na semana seguinte teria o baile, e
tudo voltaria ao normal.


Ele e Granger já não se viam desde o dia do desastre na biblioteca,
acompanhado pelos momentos de pânico vivenciados na sala precisa. Teria
sido cômico se alguém os encontrasse juntos na biblioteca, um de um lado
e outro de outro, como foi no que repararam depois que voltaram em si.


**********************************************************-Que ótimo!Então estamos presos na sala precisa da nossa imaginação e
não temos como sair graças ao seu feitiço. Ótimo Malfoy, parabéns.


Apesar de o tom irônico não combinar muito com ela, Draco conseguiu
reparar no sarcasmo evidente. Suspirou enquanto olhava para todos os
lados, sem encarar nenhum ponto fixo em especial. O relógio parara de se
movimentar já havia alguns minutos e a única coisa que conseguiam ouvir
era o som de seu próprio silêncio.


Entediado, começou a falar:


-Eu posso ter uma idéia de como sair daqui, mas não tenho certeza de que
irá funcionar, e nem que você vai gostar dessa saída.


-Estou aceitando qualquer sugestão, Malfoy. – ela respondeu no mesmo
tom. Entediado e excitado com a perspectiva.


-Talvez possamos encontrar aqui em algum lugar, um objeto que estivesse
presente no momento que o feitiço foi lançado.


Ela olhou em volta, parecendo bastante atenta.


-Não sei se você percebeu, mas aqui não tem mais nenhum objeto da
biblioteca. Nada de diferente, nada de especial. Só mesas, esse sofá, e a
lareira. Mais nada!


-Acha que eu não percebi?- bufou. Jogou-se no sofá de novo – Só estava
querendo nos ajudar, mas parece que nós dois não podemos estar em um
mesmo ambiente sem se agredir física ou verbalmente.


Ela sorriu tímida e assentiu.


-É já faz parte da nossa rotina. Foram sete anos de brigas e discussões, pra
que tem que mudar agora?


-Porque tudo mudou Granger. Nada mais é do mesmo jeito que era desde o
dia em que eu te beijei pela primeira vez.


-Não tente me convencer que você se apaixonou por mim, Malfoy. Eu não
vou cair na sua...


-Falei de se apaixonar, Granger? Porque eu não me lembro disso. – ele
afirmou- Só que nossa relação mudou. Já não temos a necessidade de
brigar. Poderíamos tentar pelo menos sermos amigos.


Ela ficou em silêncio. Depois de alguns minutos voltou a falar.


-Talvez eu não queira ser sua amiga. – ali estava ele de novo. Aquele
maldito “talvez”, que lhe fazia o estômago revirar, e a raiva lhe subir pela
cabeça.


-É – concordou apenas, e ficou em silêncio. E novamente sentiu raiva,
porque outra vez, não tinham nada para conversar. –Mas tenho que admitir
Granger, que você não beija tão mal assim.


Isso não era para ser um elogio, mas ela entendeu como se o fosse.
Sorriu em silêncio, e voltou sua atenção para o rosto dele. A face pálida,
os cabelos loiros, o sorriso sarcástico, a ironia evidente, o corpo másculo,
exalando desejo. O pescoço perfumado. Céus, o perfume dele fazia com que
ela tivesse náuseas, de tanto que ansiava aspirá-lo mais de perto. O cabelo
dele, um pouco acima do ombro a deixava com uma vontade louca de
passar as mãos entre os fios sedosos, separá-los do contato com o rosto. E
aquela boca fazia com que ela tivesse vontade de provar o hálito de menta
novamente, sentir o sabor que ele tinha, e a sensação deliciosa que isso lhe
causava.


Se recompondo, ela começou a analisar o corpo. Como gostaria de vê-lo
sem a camisa, sem toda aquela roupa preta, só para alisar a pele branca
por um longo tempo, vendo-o se arrepiar e tendo o mesmo resultado na
sua própria pele.


Podia sentir o calor dele, os dois corações batendo acelerados, e seus
pensamentos elevados a um patamar do qual só poderiam sair quando se
entregassem ao êxtase, à loucura desse momento maldito e insano quando
ele a enfeitiçara e os transportara para aquele lugar.


E agora, ele estava quase se declarando! Por Merlin, ela sabia que ele a
desejava. Ele a beijara, duas vezes, e ela gostou, e se recriminava por
isso. Tinha um namorado que amava muito. Mas já o havia traído, e havia


gostado do sabor de Malfoy, da língua dele dentro da sua boca, de suas
mãos em seu corpo. Deveria se sentir suja, mas não sentia nada.


-Por que me beijou, Draco? De verdade? – ela completou quando ele
ameaçou responder qualquer coisa.


-Porque eu quis- ele deu de ombros. – E beijaria de novo se quisesse.


-Sente algo por mim? – ela se arrependeu depois de fazer essa pergunta.
Na verdade, não queria saber a resposta; só estava sendo solidária.


-Há sete anos, sentia nojo. Raiva. Há dois meses, sentia amizade,
compaixão talvez. E agora, nesse momento, eu sinto um tremor quando
você fala sobre esse tipo de coisa. Realmente não sei o que aconteceu
conosco, mas não estou gostando disso, e nem quero saber o que poderia
significar.


Ela suspirou assustada. Não esperava uma declaração de amor de Malfoy,
mas isso superava qualquer expectativa que ela tinha.


-Qualquer pequeno objeto serve?


****************************************************************
Levantou-se da cama e foi andando até o corredor. Já estava perto da
hora do jantar. Os burburinhos dos alunos vindos do grande salão já
tomavam conta do castelo inteiro. Não tinha como distinguir o som de quem
o proliferava, mas era o suficiente para Malfoy perceber que para quem
queria ficar sozinho naquele momento, o lugar para onde ele estaria indo
não era realmente o mais indicado para tal.


Continuou andando. As grandes janelas mostravam o reflexo da pouca
luminosidade vinda do lado de fora do castelo. Resolveu pegar uma rota
alternativa que o levou até um de seus lugares preferidos no castelo.
Sentou-se e ficou observando o final do pôr-do-sol.


Havia encontrado aquele lugar durante seu terceiro ano logo depois de
sofrer humilhação ao receber um soco de Hermione Granger, que tirou
por um dia o seu nariz do lugar. Incapaz de voltar à sua rotina normal,
passou a perambular mais tempo no castelo, e o encontrou ali. O jardim
mais bonito que já vira. E sabia estar tão conectado à esse lugar novo, que
o mesmo refletia seu humor; quando estava alegre, o jardim mantinha
um clima ameno, gostoso de ficar. Mas quando estava enraivecido, o
lugar ficava chuvoso. Algumas pequenas nuvens se formavam em cima da
sua cabeça, dando-lhe um banho muito mais molhado do que se poderia
esperar de nuvens tão pequenas.


Entretanto, fazia muito tempo que não passava algumas horas do seu dia
naquele lugar; naquele seu refugio por trás de uma gárgula no terceiro
andar. Não se podia imaginar que alguém encontraria um lugar como
aquele dentro de um castelo, mas Hogwarts sempre acolhia de forma
diferente e talvez perturbadora, todos os seus alunos.


Draco imaginava quantos mais já haviam encontrado aquele lugar, e o quão
sortudos eram essas pessoas. Nunca mais se conseguiria uma vista tão
bela.


Apesar de ser de uma parte de dentro do castelo, e muito bem escondida,
o jardim ficava entre o segundo e o terceiro andar. Quando se atravessava
a gárgula que ficava no final do corredor, abria-se uma porta que dava para
uma escadaria. De tão curioso que era em seu terceiro ano, o loiro seguiu
até o fim com a sua varinha em punho depois de sussurrar “lumus”. Não
podia xingar o local que o acolhera, e que agora ele conhecia tão bem, que
mesmo quase no entardecer, quando a luz nem batia mais no corredor, ele
sabia o caminho certo.


Depois do último degrau havia um corredor. Não haviam erros. No final
do corredor, a luz dourada do sol de pondo era uma bênção para os olhos
acostumados com tristeza, torturas e infelicidade, como eram os olhos
cinzas de Draco.


Escorou a cabeça na parede enquanto observava o horizonte através da
sacada. Dava para ver as pessoas saindo de perto do lago da Lula Gigante
e voltando para o jantar. Mas ele não precisava ir jantar. Ficaria ali, onde
ninguém poderia vê-lo, mesmo que viesse de frente para si. Ele próprio já
tinha verificado do lado de fora. Procurara uma sacada entre o terceiro e
segundo andar, que ficasse de frente para o lago. Não a encontrou, mas
sabia que o lugar era real.


Chamava de “jardim”, porque dava de frente para a floresta proibida,
e também porque no canto direito daquela sacada aparentemente tão
estreita, haviam pequenas flores sendo cultivadas. Depois de mais ou
menos um ano sem ninguém andar por aqueles lados do castelo, as plantas
obviamente estavam mortas. De qualquer modo, era o seu lugar.


O último vestígio de sol saiu por trás das águas do lago, e Malfoy percebeu
que era hora de voltar.


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N/A: Eu sei que eu estou enrolando em relação a forma de como eles saíram da sala precisa fictícia, mas no próximo capítulo isso será explicado melhor. Desculpem por isso, mas é extremamente necessário que as coisas corram nesse ritmo. Beijo pra quem ta lendo essa coisa doida que eu criei KKK.

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Comentários (2)

  • Lizzy Black Salvatore

    Rayza, querida, não fique aumentando o ego dessa pobre alma sonserina, porque quando meu ego inflama eu fico insuportável. Obrigada por estar lendo, e comentando ~uhul~, e por tar me apoiando. E, bem, é, eu realmente gosto desse cap., mas tem um mais pra frente que é meu preferido. Inovar é meu nome do meio /SÓQUEJAMAIS. E sobre ser escritora, eu não sei não, não se pode viver disso no Brasil onde a educação não é valorizada. Eu pretendo fazer faculdade de jornalismo *-* Ai, por favor, vamos combinar também que os clichês tipo, dar selinho, dizer "eu te amo", abraços longos, dormir de conchinha e receber SMS, sair... Esses clichês são maravilhosos, não seriam incômodo na minha vida, mas ninguém quer kkk. Sua fofa  

    2013-01-31
  • Rayza

    Ah era isso que eu iria perguntar como eles sairam.Ai meu amor você não tem noção de como eu sou apaixonada pelo modo como escreve e descreve e não se importe se não tenham muitas pessoas lendo, pois você vera que logo logo isso vão estar cheio de comentarios implorando para postar mais disso eu garanto.Você prende a pessoa a cada linha que escreve como se estivesse jogado algum feitiço hipnotizador sobre as pessoas e eu estou louca demais para saber sobre o próximo capitulo e fico todo dia esperando o próximo é algo tão viciante que não da pra parar de ler, mas quando eu chego no final não tem o próximo capítulo ae eu fico triste sabe por querer saber mais e mais e mais e mais, eu sei eu sou exagerado, mas saiba que minhas palavras são totalmente verdadeiras.Você deveria se tornar uma escritora profissional e publicar livros que com certeza seria os mais vendidos *-*Eu amo de verdade o que você escreve guria.Ah declaração do Draco foi a mais perfeita que eu já li, não foi aquela coisa clichê de "eu não vivo por você, você é tudo", mas as palavras dele cairam tão perfeitamente que foi a melhor declaração que alguém poderia dar a alguem.Eu amo esse casal e ainda mais com você escrevendo fica tudo mais perfeito *-*Continue escrevendo e não desanime, mesmo que hoje tenha apenas uma leitura amanhã vai ter varias pode ter certeza, é que essas pessoas não encontraram o tesouro que se encontra aqui.Minha linda <3 

    2013-01-31
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