Chapter 3



Envolta por paredes brancas e lustrosas, iluminadas por refinadas e esquecidas lâmpadas, Hermione Granger esperava em pé. Em pé em frente à gloriosa porta amadeirada, a mulher encarava a maçaneta, parada desde o momento que chegara. Sua respiração descompassada traía a confiança que sua face tentava mostrar aos outros, enquanto permanecia naquele local.


Afinal, o que ela estava fazendo ali? Parada em frente à porta do apartamento de Draco Malfoy, seu até então ex-namorado.


Havia amanhecido sem que ela mesma houvesse percebido. Desde a repentina ligação de Gina, parara para pensar em tudo o que a garota realmente dissera. Não que aquilo fosse algo que verdadeiramente importasse para ela. Hermione sabia que queria apenas um motivo que pudesse explicar o que ela sentia no momento. O desejo incontrolável de vê-lo novamente. A vontade de falar com Draco e perguntar pra ele o porquê de ele ter feito aquilo.


No entanto, julgava que não deveria ter feito tal coisa. Naquele exato momento, deveria estar deitada em sua cama, como fizera durante todos aqueles dez dias. Dez torturantes e inexpressivos dias.


Inconscientemente, levou a mão direita à maçaneta até então parada, segurando-a firmemente. Um flash de todos os momentos que passara naquele lugar invadiu sua mente, fazendo-a se afastar raivosamente. Balançou a cabeça, se apoiando na parede que tanto odiava. Lembrava-se de que, certa vez, mandara Draco pintá-la de um tom mais alegre, conselho que fora logo recusado pelo rapaz. E agora entendia o motivo. Draco não era alegre, e percebia que aquele tom um pouco mais escuro que o próprio branco combinava perfeitamente com ele.


Extremamente belo quando refletido em algo, e apavorantemente repetitivo quando olhado mais de perto. Ele era igual a todos os outros, afinal. Aquele que julgara ser o homem mais perfeito que já conhecera era exatamente igual a todos os outros. Não passava de um simples humano. Um humano que a magoara, assim como todos os outros.


O que droga fazia lá, então?! O que esperava dele? Que ele de repente dissesse que a amava? Que tudo não passava de um mal entendido?


Passou as mãos exasperadas pelo cabelo sedoso, bufando de raiva com os próprios pensamentos. Escutar um "Eu te amo" vindo dos lábios de Draco Malfoy era algo que apreciaria mais do que tudo. Mas não poderia pensar de tal maneira. Aquela Hermione não poderia de maneira alguma querer ouvir tais palavras. Não vindas dele, pelo menos.


Seus dedos escorregaram delicadamente pela lisa parede, e sua expressão de raiva fora rapidamente substituída por uma de nada. Passara a focalizar novamente a maçaneta. Maçaneta que girara várias vezes ao visitá-lo quando eram felizes. Imagens voaram por sua mente, e ela não poderia enxergar mais nada além delas. Poderia até mesmo estar vesga, e isso não seria preocupação alguma, porque estava sozinha. Ninguém veria a careta ridícula que ela estaria fazendo. Draco não estava ali. E ninguém estava ali, além dela.


Era irônico pensar daquela maneira, já que fora isso que sempre quisera. E o pior, fora isso que procurara desde o momento que o deixara para trás. Sabia que havia errado, assim como Gina lhe dissera antes. Não mentiria mais para si mesma. Recapitularia. Reaveria o que seus sentimentos realmente queriam dizer.


Queria Draco. Queria que ele a tivesse procurado naquela noite, afinal, ela não aparecera à festa, pelo menos pensava que ele não a tinha visto. Mas como ele poderia procurá-la, primeiramente, se ela fugira? Fugira covardemente, e agora reconhecia seu erro. Deveria ter tirado satisfações com ele. Deveria ter perguntado à ele tudo o que quisera naquela noite, mas fora covarde. Hermione confessava: tinha medo. Sentira medo de ouvir Draco dizer que não a queria. Que ela não era suficiente para ele. Que ela não o fazia feliz.


Balançou mais uma vez a cabeça, focalizando de novo a bem decorada maçaneta. Um sorriso sarcástico passara rapidamente por seus finos lábios, e ela sabia o que deveria fazer a partir de então. Não seria covarde novamente. Errara uma vez, mas isso não significava exatamente que tudo estava perdido. Poderia simplesmente deixar o romance que vivera com ele de lado e esquecer tudo o que acontecera. Mas não conseguiria mais deixar de lado a dúvida que angustiava sua mente.


Queria saber se realmente havia sido traída. E se tivesse, o motivo. Queria saber o que não possuía para Draco chegar ao extremo de procurar em outra. Especificamente em Pansy Parkinson.


Passou rapidamente as mãos sobre a roupa perfeitamente passada, retornando com o mesmo ar de confiança que entrara no prédio. Seus olhos castanhos não fitavam mais a porta com o terror de antes. Agora, uma expectativa era notável. E fora com tal expectativa que Hermione levara sua mão fechada em punho até a superfície amadeirada, mas ainda não a tocara. Respirara fundo mais uma vez, tendo certeza de que seria capaz de fazer aquilo. Mas de repente, vira que a maçaneta, antes parada, virara rapidamente.


E toda aquela veracidade fora em vão assim que vira os olhos cinzas que tanto evitara, ou tanto esperara. Draco abrira a porta como se a esperasse ali. Sua mão, ainda fechada sobre a maçaneta, era o meio mais próximo de tocá-la. E era isso o que ela queria. Um sentimento de anseio tomou conta de si. Como se aquela fosse a primeira vez que via Draco.


Assim como ela, a surpresa era algo eminente nas orbes cinzas do jovem rapaz parado em frente à porta. Eles se arregalaram levemente e isso a deixou nervosa. Draco nunca transparecia aquilo que sentia, ela sabia disso. Relaxou mais, permitindo até mesmo sorrir delicadamente ao vê-lo voltar à sua expressão natural, com olhos bastante estreitados. Mas logo toda aquela raiva pareceu desaparecer, quando ele a encarou docemente. Parecia que havia desistido. Que finalmente queria explicar a ela o que acontecera.


Parecia que estava feliz em vê-la ali. Mas ela sabia que isso não passava de apenas um fruto de sua imaginação retardada.


- Quer entrar? – a voz que Hermione escutara tantas vezes em seus sonhos se pronunciara em meio àquele silêncio.


Ela o encarou, sem palavras. Havia se preparado para aquilo, mas como sempre, Draco conseguia deixar-lhe daquela maneira. Assim como a parede atrás de si.


- O que você ia fazer? – ela perguntou sem pensar, abaixando a cabeça ao notar o que fizera.


- Na verdade… - ele hesitou um pouco. – Estava indo procurar você. Mais uma vez. – completou.


Hermione permaneceu calada por mais uns instantes, e Draco sorrira da maneira de sempre. Quando ele deixaria de exercer aquela influência sobre ela?


- Vai entrar? – ele perguntou novamente.


- É por isso que estou aqui. – sua voz soou fraca, e ela se empinou mais, como se isso fosse o necessário para melhorar seu timbre. Encolheu-se novamente, ao ouvir a risada abafada dele. – Queria conversar com você.


Draco arqueou as sobrancelhas com o tom cuidadoso dela. Sua mão esquerda escorregou pela madeira da porta, e a direita sumiu de onde estava. Reapareceu rapidamente, diminuindo cada vez mais a distância que o separava de Hermione. E sem que a mesma percebesse, Draco pousou delicadamente seus dedos frios sobre a pele quente da mão dela.


Seus olhos continuavam sobre os dela, e aquela teria sido a maneira mais fácil para ele de saber a reação da garota. Mas ao sentir que ela não fizera absolutamente nada perante seu toque, permitiu-se dar um meio sorriso, apertando a mão macia mais forte entre a sua. Mesmo com a corrente elétrica que Hermione sentira naquele momento, algo a prendia ali. E ela não soltou a mão de Draco.


- Entre. – ele murmurou, abrindo mais a porta e dando espaço para ela passar.


- Obrigada. – ela agradeceu gentilmente, segurando-se mais à mão fria de que tanto sentira falta.


Antes que pudesse perceber, estava dentro do apartamento dele. Um lugar que fora palco da maioria de seus sonhos, antes mesmo de tê-lo perdido. Hermione sorriu timidamente com o pensamento. Não precisava que Draco dissesse que a amava. Não que ela não quisesse, mas aquilo não era algo necessário. Porque ali, naquele momento, com ele segurando sua mão como tanto esperava, ela tinha certeza absoluta.


- Bem… - Hermione murmurou ainda de cabeça baixa, mordendo o lábio inferior pensando no que realmente falaria. Treinara aquilo a noite inteira e agora não sabia mais o que fazer.


- Olhe para mim. – ele falou seriamente, levando a mão esquerda, que estava livre, para o queixo dela. Hermione preferiria ocultar o fato de estar totalmente rubra, mas a corrente que o outro toque de Draco lhe causara fez com que ela levantasse o rosto. – Como podemos conversar se você está olhando para o chão? – ele deu um meio sorriso ao notar as bochechas coradas da outra. Hermione continuava a mesma.


- Ah… - ela ainda não sabia o que dizer, e apenas agora pudera notar os cabelos molhados dele. A água escorria pelos longos fios loiros, pingando sem problema algum no piso da sala. Deveria ser por isso que sua mão estava gelada. Ele acabara de sair do banho.


- Porque você sumiu? – ele perguntou, assim que percebeu que Hermione não falaria nada.


- Você sabe o motivo. – de repente todas as palavras voltaram para sua garganta, e a raiva, antes escondida, voltou ao seu peito com uma força que ela não sabia explicar. Arrancou sua mão de perto da dele e se afastou dali, ficando perto da enorme janela parecida com a sua. – Não se faça de inocente.


- Se eu soubesse o motivo com certeza não estaria perguntando agora.


Hermione virou o rosto para encarar o homem, notando que as roupas que ele usava também estavam molhadas. Draco sempre tivera a mania de não se enxugar direito. As mãos dele estavam dentro dos bolsos da calça jeans que usava e ele parecia finalmente ter desistido de tentar alguma aproximação.


- Como se você tivesse se importado com qualquer coisa que eu tivesse feito. – falou emburrada.


- Hermione… - Draco massageou as têmporas, andando lentamente em direção à garota. – Você tem idéia de como eu passei esses dez dias? Sabe o que eu senti quando você me abandonou sem motivo? – enfatizou as últimas palavras, vendo Hermione estreitar os olhos. – Eu procurei por você por todos os lugares. Eu liguei pra você, eu esperei que você me ligasse. Fui até o seu apartamento e até mesmo no de seus amigos. Não pode me dizer que eu não me importo com o que você fez.


- Sem motivo? – ela repetiu num tom sarcástico, ainda encarando ele. – Fui embora sem motivo?! – perguntou com raiva.


- Me diga o que eu fiz. – ele falou friamente, dando o passo que acabara com a distância entre ele. Mesmo assim, nenhum dos dois ousou se tocar.


- Porque você se importa? – Hermione levantou as mãos, exasperada. - Apenas deixa isso de lado!


- Eu me importo porque eu ainda te amo. – Draco segurou levemente os ombros dela, encarando-a profundamente. - Pensei que fosse algo óbvio.


- É mesmo? – Hermione se surpreendeu ao ver que as palavras que tanto esperara que ele dissesse não lhe afetaram. Não lhe afetaram porque ele não a amaria se realmente houvesse feito aquilo. – E porque estava com ela?


Draco arqueou mais uma vez as sobrancelhas, ainda segurando-a perto do peito. Ela? Do que Hermione estava falando, afinal? Os olhos cor de chocolate não mentiam para ele, e toda a tristeza que ela sentia o fazia mal. O que Hermione poderia ter visto ele fazer? Com quem Hermione poderia tê-lo visto? Há dez dias ela sumira. O que teria acontecido exatamente há dez dias?


- Não sei do que está falando. – ele respondeu verdadeiramente, e nem mesmo ela poderia dizer que estava mentindo. Mas ela refrescaria sua memória, então.


- Não se lembra do que aconteceu naquela noite, Draco? – Hermione indagou debochando, deixando o sorriso de lado e encarando o homem. Ele não poderia ser tão repugnante com ela, poderia?


- Lembro-me apenas que a chamei para uma festa e apenas agora estou a vendo. – ele a soltou, dando um passo para trás.


- E porque será que eu não fui à festa? Ou melhor, porque será que você não me viu? – ela deu um meio sorriso frio. – O que eu poderia ter visto que me magoou, Draco? Que partiu meu coração em dois?


Draco permaneceu a encará-la, voltando no tempo sem que ela percebesse. O que poderia ter acontecido? O que ele havia feito? Balançou a cabeça, finalmente. Pansy. Ele se sentou rapidamente no sofá ao seu lado, escondendo o rosto com as mãos, cujos braços estavam apoiados em suas pernas. Hermione tinha visto sua dança com sua ex-noiva. Isso a magoara, certo? Porque ela não havia ido tirar satisfações com ele, como uma pessoa normal faria? Porque ela preferiu simplesmente fugir?


- Não aconteceu o que você está pensando que aconteceu. – ele relatou, ainda com a face escondida.


- Ah, então você finalmente se lembrou. – ela queria que aquela frase tivesse soado de uma maneira mais arrogante, mas o máximo que pudera fazer fora soá-la com raiva. Raiva e desespero.


- Porque não veio falar comigo? – ele perguntou como se não houvesse sido interrompido, tirando as mãos de frente do rosto e encarando-a raivosamente. – Não acredito que você --- ele mediu as palavras, controlando a força da voz. – Não acredito que fez todos nós sofrermos apenas por isso.


- Apenas por isso? – ela perguntou incrédula. – Você me traiu e diz que tudo o que fez foi… Só isso?!


- Só isso porque não aconteceu nada. – ele contou friamente. – Se você tivesse falado comigo, essa situação seria totalmente diferente.


- Diferente? – ela balançou a cabeça. - O que é diferente pra você?!


- Você não teria ido embora! – ele se irritou, dando um salto do sofá e segurando-a pelo ombro mais uma vez. – Estaria comigo, e eu não teria passado por nada do que eu passei. Nem você. – ele murmurou tristemente.


- Pelo que você passou, Draco? - ela perguntou entre dentes.


Ele precisaria de um pouco mais que palavras para convencê-la de que ele realmente havia sofrido. Não o imaginava de tal maneira. Mas o sorriso que se passou nos lábios dele foi uma alerta. Uma alerta de que talvez ele tivesse mais uma vez vencido. Mesmo quando fora puxada pelo braço por ele, Hermione não parara de andar. E mesmo quando entrara vagarosamente no quarto dele, ela não parara de pensar um só instante que queria que ele tivesse vencido. Apenas para terem uma chance novamente.


Draco apertou rapidamente o interruptor na parede ao lado, dando passagem para Hermione entrar no quarto em que ela já entrara várias vezes antes. Agora, com a luz acesa, ela poderia ver com exatidão a bagunça que estava lá, talvez até tão bagunçado quanto seu próprio quarto. Mas a sujeira no chão fora o que mais chamara sua atenção, porque não era poeira ou sujeira normal. Aquelas eram coisas que ela conhecia bem. O despertador e o vaso que Draco mais gostava.


- O que aconteceu aqui? – ela perguntou incrédula, ainda observando os restos dos objetos.


- Não foi a única que sofreu ou sentiu raiva, Hermione. – ele pousou um de seus braços sobre os ombros dela, olhando também para os objetos. – Digamos que eu me descontrolei.


- Aquele era o seu vaso preferido. – ela murmurou.


- Comparado a você, ele não era nada.


Hermione levantou a cabeça, encarando os olhos cinzas de Draco. Aquela era uma prova mais que concreta de que ele realmente estava irritado. Ela não poderia ter certeza de que o motivo era ela, mas poderia sonhar, ne? Era isso o que ela queria, afinal. Com aquilo, ela poderia finalmente pensar que o amor que ele sentia por ela era algo real.


- Então… - ela virou a cabeça para o outro lado, saindo do abraço dele e sentando-se na cama mal feita. – O que realmente aconteceu?


Draco sorriu tristemente, permanecendo em pé com os braços cruzados, ao invés de ir até ela, como sempre fazia. Foi a vez de Hermione arquear as sobrancelhas com isso. Seria um sinal ruim? Queria dizer algo?


- Naquela noite… - ele começou a contar a história, apoiando-se na parede fria, ainda com os braços cruzados e encarando a garota, sentada um pouco encolhida. – Eu chamei você para sairmos para uma festa. – Hermione acenou positivamente com a cabeça. – Esperei por você por toda a noite, Hermione. E você não apareceu.


- Mas eu fui. – ela retrucou. – Apenas tive que ir embora por razões maiores. – completou a frase sarcasticamente, mostrando o pé até então coberto pelo longo sobretudo que usava.


Draco arqueou as sobrancelhas com o enorme machucado que viu, caminhando inconscientemente até ela. Ajoelhou-se vagarosamente em frente à cama, segurando um dos pés com suas mãos. Não entendia o motivo daquele ferimento, e seus olhos denunciavam isso. Ele passou levemente os dedos sobre eles, com medo de poder ferir Hermione de alguma maneira. Novamente.


- Estava usando o sapato que você tanto gostava. – ela explicou, estremecendo com o toque dele. – Ele quebrou.


Draco levantou os olhos para ela, a expressão de dúvida ainda em sua face. Entortou a boca para um lado, tendo certeza de que ela fizera algo brusco para o delicado sapato de cristal de partir. E tinha certeza também de que ele fora o motivo. Ele deixou que o próprio peso caísse para o lado, e seu joelho não poderia mais segurá-lo. Caiu no chão, e sentado ficou, sem encarar a garota.


- Pansy apareceu naquela festa. – ele observava cada linha do ferimento que lhe causara. – Sabe como ela se comporta perante mim.


- Ah, eu sei. – Hermione deu risada sarcástica, olhando o seu pé, assim como ele. As feridas já estavam completamente cicatrizadas, mas não sumiriam. Aquela seria uma prova viva da traição de Draco.


- Eu não a traí. – ele jurou, roubando o olhar dela novamente. – Pansy perguntou se eu estava sozinho, como ela sempre faz. Eu disse que você estava a caminho e ela insistiu para que fôssemos dançar.


- Você queria mesmo que eu visse aquilo? – ela perguntou sem entender.


- Hermione, eu sabia que você se atrasaria. – ele rodou os olhos. - Sempre se atrasa.


- Mas eu não me atrasei naquele dia. – ela comentou. – Estava ansiosa para ver você.


Draco deu um longo suspiro, passando as mãos pelos longos fios sua cabeça. Queria se livrar de Pansy naquele dia. Ela ainda era apaixonada por ele, todos sabiam disso, inclusive Hermione. Contara toda a sua história com ela quando começaram a namorar, e Hermione sempre soubera que Pansy seria um obstáculo difícil.


- Eu aceitei dançar com ela, apenas querendo que ela fosse embora.


Está jogando aquele "Eu te amo" que me disse antes fora?


- Nunca faria isso. – ele disse friamente, encarando Hermione. – E mesmo que fizesse, você sabe que não faria diferença. Sabe que eu amo você, não sabe? Independente do que eu disser.


- Você estava abraçando ela. – Hermione falou com desgosto. - Fez isso pra se livrar dela também? - perguntou com sarcasmo.


- Porque eu estava bêbado. – ele lançou seu meio sorriso com o comentário.


- Bêbado? – ela perguntou irritada – Você nunca ficou bêbado antes. Porque beber tanto?


- Eu estava nervoso. - falou sinceramente.
Nervoso? - ela perguntou sem entender. - Nervoso com o que? Primeiro bêbado, agora nervoso? São coisas que nunca couberam a você. Porque está inventando tantas coisas, Draco? - disse Hermione exasperada.


Draco levantou repentinamente a mão que segurava o pé machucado de Hermione e levou-a até perto da face dela. A garota se assustou com o ato, mas não pôde evitar levar a mão de encontro com a dele, sentindo o mesmo segurá-la e observar seus dedos finos. 


Em um movimento rápido, Draco pôs-se de pé novamente e caminhou até o cômodo que visitara mais cedo, sendo acompanhado pelo olhar confuso de Hermione. Abrira mais uma vez a última gaveta, buscando agora outro objeto, escondido mais ao fundo.

Sempre fora reconhecido por ser um homem altamente centrado e planejado. Passara tempos organizando aquele momento. Infelizmente não poderia prever o surgimento da ex-noiva e muito menos todo o desenrolar da história.
As coisas não haviam saído como o planejado e ele não gostava de improvisos.
Hermione permaneceu sentada na cama, sem entender o que o outro fora buscar no criado-mudo. Viu-o pegar a chave e abrir uma das gavetas, ficando um pouco preocupada no momento. Uma gaveta trancada? O que haveria lá de tão importante que merecesse destaque agora?
Sua feição ficou mais confusa quando o viu retirar de lá uma pequena caixa. Uma caixa preta. Seguiu-o mais uma vez com os olhos, vendo-o parar na sua frente e ajoelhar-se mais uma vez.
Draco segurou a mão de Hermione, tendo raiva de si por ter tido seus planos arruinados. Encarou-a, sem saber como agir. Não sabia como ela reagiria. Não queria fazer aquilo naquele momento, mas não poderia simplismente estragar seus planos.
Não novamente.
- Hermione... - ele murmurou olhando-a de forma carinhosa e apertando sua mão.
A garota ora o encarava, ora encarava sua mão coberta pela dele. Imaginava que ele iria criar mais histórias absurdas e motivos relapsos a fim de convencê-la que não a traíra. Mas ela não seria enganada.
Não novamente.
Draco elevou sua outra mão, a fim da pequena caixa ficar à vista da garota. A expressão de Hermione foi embaralhada entre espanto e confusão. A tensão aumentou em seu interior. Isso seria um bom sinal da parte dela?
- Case comigo -
 ele disse de uma vez só, prendendo a respiração ao ver os olhos da outra se arregalarem.
Hermione levou a mão livre á boca, tentando esconder as lágrimas que nasceram ao ver o anel guardado dentro da caixa.

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Comentários (2)

  • H. Granger Malfoy

    Ai como ele eh lindo! Sou apaixonada

    2012-09-14
  • Steph Granger Malfoy

    ACEITA!!!!!!!Ela tem que aceitar.pode até dar uma dura nele antes, por que ele naõ tinha que dançar com a Pansy, mas casa sim pleeeeeeeaaasseeeeto super querendo saber o que vai acontecer!!!!    

    2012-09-13
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