Bilhete Anônimo - pt.2

Bilhete Anônimo - pt.2



POV Draco

Eu não sabia o que estava acontecendo comigo... Eu voltei para Hogwarts para me concentrar nos estudos e eu não conseguia tirar ela da cabeça. E o ano letivo mal tinha começado! Como eu nunca tinha percebido o quanto ela era especial? Isso não faz sentido.
Mas eu perdi todo esse tempo para preparar essa surpresa. E com sorte, ela aconteceria... E eu teria certeza dos nossos sentimentos um pelo outro.
A Sala Precisa é a minha parte favorita em Hogwarts. No sexto ano eu estava sempre por lá... Planejando coisas horríveis para salvar minha família do Lorde da Trevas. Foi o ano em que eu percebi o quão errada estava toda a minha vida... até agora.
Eu precisava de um lugar em que eu pudesse falar ou dizer o que eu quisesse, livre de pessoas que pudessem me ouvir e me julgar. Além disso, eu precisava de alguém comigo... Eu não teria liberdade suficiente nas monitorias. Mas é claro, só funcionaria se ela também quisesse isso. E eu estava confiante...
Veja bem, eu entrei na sala imaginando o lugar perfeito e deu certo. Mas ela só poderia se juntar a mim se ela também desejasse isso. Eu sei que ela com certeza desconfiava de mim desde o início, mas eu não me importava... Desde que ela viesse.
E ela veio.
Eu estava esperando, nervoso, depois de ter ensaiado tudo que eu iria falar ou fazer, contando os minutos para quando ela chegasse. E de repente eu ouvi a porta se abrindo...

POV Hermione

A sala estava meio escura, mas eu conseguia ver tudo lá dentro. Assim como eu tinha desejado, lá estava o loiro... Draco sentava no sofá, e parecia nervoso. Antes que nossos olhos se encontrassem, olhei a minha volta. Tudo parecia ter tido preparado por ele, como se fosse um encontro. Tímida, sussurrei:
–Olá.
–Boa noite... -ele disse sorrindo, mas ainda parecia nervoso. -Você deve estar se perguntando o que é tudo isso! -ele apontou para a sala em nossa volta.
–Sim... -eu disse. Ele se levantou e veio até mim, pegando minha mão.
–Venha, vou lhe mostrar. -ele me puxou. -Sabe que a sala precisa é minha parte preferida de Hogwarts? -ele sorriu.
–E você e seus amigos colocaram fogo nela no ano passado, e nós quase morremos. -eu disse, nervosa. Eu fui rude, não deveria ter dito isso.
–É, é verdade... -ele confirmou, de cabeça baixa. -Mas eu mudei. E quer te provar isso... Aqui nós estamos completamente isolados de todo os outros no castelo, sabia? E tudo que precisarmos a sala nos dá. Não é perfeito? -ele sorriu, cheio de ideias. Eu ainda não estava entendendo. Porque Draco Malfoy precisava de um lugar para ficar a sós comigo? É claro que seria... interessante.
–Nós não deveríamos estar fazendo monitorando os corredores? -eu perguntei.
–Sim. Mas Granger, você está saindo com um Sonserino. E às vezes nós quebramos as regras... -ele respondeu, com um sorrido debochado. -Enfim, pode me deixar falar agora? Eu ensaiei isso muitas vezes.
–Ahn, claro... -eu disse surpresa.
–De vez em quando, toda as loucuras do colégio me deixam estressado então eu venho até aqui. -ele disse bem devagar. -E eu adoraria ter a sua companhia... -terminou, sorrindo e olhando para mim, esperando por uma resposta.
–Bem, eu... ahn...
–O que gosta de fazer em seu tempo livre? -ele perguntou me interrompendo. Parecia incrivelmente feliz.
–Ler. -sussurrei.
–Ótimo. Concentre-se nisso... -ele se aproximou, sussurrando. -Feche seus olhos. -obedeci.
–Agora imagine uma biblioteca com todos os seus livros favoritos. -eu imaginei. -Abra os olhos!
Abri meus olhos lentamente e além de um Malfoy sorridente, pude evr uma sala repleta de altas estantes cheias de livros. Muitos livros. De todos os temas. Sorri.
–Obrigada... -sussurrei para ele e ele abriu um sorriso ainda mais largo.
–O que acha de passar seu tempo livre comigo aqui? Nós temos tudo que precisamos. -ele finalmente perguntou, nervoso, e parecia estar implorando. Pensei bastante e cheguei na conclusão de que eu não tinha nada a perder. Afinal, eu teria finalmente companhia em Hogwarts, ninguém ficaria sabendo que Hermione Granger estava saindo com Draco Malfoy e, é claro... no fundo, eu queria muito passar mais tempo com ele.
–Eu adoraria... -disse sorrindo. E então algo completamente inesperado aconteceu. Ele se inclinou e me deu um beijo na bochecha.
–Obrigado, Granger. Você não sabe o quão humilhante seria se você recusasse... -ele disse, corando. Eu ainda estava perplexa, mas me recuperei. Por incrível que pareça, eu sentia pena de ver ele tão nervoso e corando só por falar comigo... Mas ainda assim, era engraçado e fofo.
–A monitoria estaria acabando agora mesmo... O que acha de irmos dormir e nos encontrarmos aqui de novo amanhã? Talvez você possa em ajudar com algumas coisas em História da Magia, essa matéria está ebm confusa para mim e eu sei que você é um muito inteligente... -ele tagarelava como se fôssemos velhos amigos.
–Venha logo, Malfoy! -eu disse rindo e o puxando pela mão em direção a porta. Era incrível como ele parecia outra pessoa. E como eu podia agir como outra pessoa perto dele... Eu sentia como se pudesse finalmente ser eu mesma. Ron só falava comigo para pedir para copiar de um de meus trabalhos. Eu me sentia feliz com Draco Malfoy como se nunca estive antes e eu já não me sentia tão sozinha em Hogwarts.
–Obrigada por isso, foi incrível. A Sala Precisa provavelmente se tornou meu lugar preferido de Hogwarts agora! -eu disse, rindo.
–Sem problemas! Mas, só por curiosidade, qual era seu lugar preferido antes? -ele disse, com um sorriso debochado.
–Ahn... biblioteca. -eu disse, corando e ele gargalhou ainda mais. Continuamos conversando, sem mencionar o bizarro ato de carinho do Malfoy. Eu me perguntava onde estava aquele garoto fofo ao longo de todos esses anos de insultos. O que será que o tinha motivado a agir assim?
–No que está pensando, Granger? -ele perguntou, de repente.
–Estava só me perguntando porque ainda me chama de Granger. Se somos amigos, você pode me chamar de Hermione! -eu inventei rapidamente, apesar de ser verdade.
–Bem, eu posso tentar, mas já se tornou um hábito. Não sei se consigo parar com isso, Grang- Hermione. -ele disse, rindo. Mas de repente ele desanimou. -Mas você também pode me chamar de Draco, sabia? Eu não me orgulho mais de meu sobrenome... 
–Sem problemas, Draco! -eu disse sorrindo, tentando animá-lo. Continuamos andando em silêncio até chegarmos na sala dos monitores.
–Quer que eu te acompanhe até seu dormitório, Srta. Hermione? -ele perguntou, tentando ser cavalheiro. Eu comecei a rir de sua pose e ele fez um careta.
–O que foi? -perguntou irritando-se.
–Nada, só foi engraçado! Muito obrigada, mas não precisa se preocupar! -eu disse, educadamente. Ele assentiu, sorrindo.
–Então é hora de nos despedirmos. Te vejo amanhã? -ele perguntou sorrindo.
–Claro! Boa noite, Draco. -eu disse e cada um foi para um lado. Fui andando até o salão comunal da Grifinória. Não tinha ninguém acordado ainda, então subi até meu dormitório e me preparei para ir para a cama. Refleti sobre minha dia e percebi que, incrivelmente, esse tinha sido o melhor encontro que eu já tive! E naquela noite eu consegui dormir perfeitamente...

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