Doces Venenos... (Completo!)

No ultimo capítulo de I Must Kill Her...

Agora, ela não teria mais tempo! Assim que surgisse a chance, a mataria!

Estou perdida no tempo
E também todas as pessoas deixadas para trás
Você está caminhando mudo e cego!
(Zombie – The Pretty Reckless)

Joguei o liquido esverdeado em um copo. Assim que ele tocou a água, se tornou da mesma cor que o liquido, transparente. 

Até uma pessoa experiente como eu não notaria o veneno. Sem cheiro, da cor do liquido que é misturado e efeito em menos de uma hora. Sono... Muito sono... Mas, a pessoa não dormiria. Sentiria e ouviria tudo o que acontecia ao seu redor, ás vezes conseguindo enxergar, só que com a visão embaçada. Um ‘zumbi’.

Joguei outro liquido, esse de cor amarelado, em outro copo, que fez a bebida ficar amarelada, também. Sem cheiro, se passaria por uma bebida alcoólica. Efeito gradativamente, a pessoa ficava sonolenta até apagar.

Estava abrindo o terceiro frasco quando meu telefone tocou.

-Alo?

-Ei, Six! Aqui é a Lene!

-Ah, oi, Lene!

-Que tal irmos naquele lugar jantar hoje?

-Você ainda gosta de lá? –Perguntei incrédulo. 

-Me deixa ser feliz, Black! –Ri levemente.

-Que horas?

-Sei lá! ‘To sem nada pra fazer, podia ir agora! 

-Agora não! –Ouvi-a bufar. -19 horas!

-Nada de atrasos como ontem!

-Tudo bem! –Desliguei o telefone, sabendo como aquilo a irritaria.

Despejei no ultimo copo um liquido transparente. Ele fez uma camada de bolha branca sobre o liquido, como espuma de refrigerante. Efeito instantâneo. Morte.

...

Estacionei o carro em uma vaga próximo ao lugar, na frente de onde ela estava parada e pela sua expressão, ela estava impaciente.

-Você se atrasou! –Ela me acusou, assim que abri a porta do carro.

-Cinco minutos! –Disse saindo do veículo.

-Mesmo assim se atrasou! –Fechei a porta e a olhei. Usava um vestido cinza claro que era justo até a cintura e caia levemente rodado até um palmo acima de seu joelho, nos pés uma sapatilha preta. Os cabelos negros estavam caindo encaracolados por suas costas e ombros, e tinha apenas uma maquiagem fraca, que destacava seus olhos. –Que foi?

-Nada... Por que você gosta tanto daqui? –Olhei para a lanchonete com um movimento considerável. A temática do lugar era dos anos 50 e 60 e ela encarava o lugar com os olhos brilhando.

-É foda!

-Voltei pra escola, só pode... –Passei a mão pelos meus cabelos.

-Anda! –Ela pegou minha outra mão e me puxou em direção ao lugar.

...

-Eu queria dois lanches! –Ela disse cruzando os braços e emburrando a cara.

-Você vai ficar uma baleia, garota!

-Me deixa ser feliz e comer!

-Come logo esse seu lanche! –Dei uma dentada no meu e ela continuou do mesmo jeito. –Eu vou comer então! –Assim que terminei de dizer, ela já estava mordendo seu lanche.

-Lembra da vez em que o Jay fingiu que era seu namorado e você fingiu que o estava traindo com o Remus, o escândalo que o Jay fez aqui? –Ela perguntou.

-Quase chamaram a polícia! –Ela riu.

-Verdade! O Jay pulou em cima do Remus, xingando, tentando bater no coitado... Sinto falta dessas coisas...

-Eu também... –Sem perceber, admiti isso. Que droga! Mate-a!

-Six, ‘ta sujo aqui... Perai! –Ela se debruçou sobre a mesa e limpou com um guardanapo o canto da minha boca. Podia ter olhado o decote do seu vestido, seguido de um comentário malicioso, como o antigo Sirius faria, mas não.

Não consegui desviar o olhar daqueles olhos azuis claros e brilhantes. E então, o rosto dela mudou. Ficou pálido, quase branco, os olhos vidrados e sem vida, sangue escorrendo da sua boca...

Fechei os olhos com força, tentando afastar aquela imagem da minha mente. Senti ela se afastar e balancei a cabeça, abrindo os olhos e passando os dedos sobre o bolso da calça, onde se encontravam os três frascos contendo os venenos.

-Saiu? –Perguntei e ela me encarou.

-Sirius...

-Hum?

-O que aconteceu com você? –Mais cedo ou mais tarde ela iria notar e perguntar. Passei a mão pelos meus cabelos.

-Do que você está falando, Marlene? –Perguntei, fazendo-me de desentendido.

-Eu queria saber o que aconteceu com o Sirius da época da escola! E não me diga que ele amadureceu! O Sirius na minha frente pouco sorri, demonstra o que sente e quando se trata de falar do passado, é direto e evita muito o assunto! –Suspirei cansado.

-O Sirius da época da escola não existe mais...

-Por quê? –Tomei um gole de coca. –Por causa do seu maldito trabalho? –Me remexi desconfortável na cadeira.

-Não quero falar sobre o meu trabalho.

-E eu quero que você pelo menos volte a ter sentimentos!

-Eu tenho sentimentos, Lene...

-Não, não tem! E você vai voltar a ser o Six de antes ou eu não me chamo Marlene!

-Qual é seu novo nome?

-Eu sou teimosa, baby! Vou trazer o Six de volta! –Ela piscou pra mim e terminou seu lanche. –Vou ao banheiro! –Olhei-a se afastar e depois para o seu copo de coca-cola. Era a minha chance!

A imagem dela morta invadiu minha mente. Eu tenho que mata-lá! Passei os dedos pelos frascos sob o jeans. Mas, que droga! Peguei o copo dela e abri um pouco a tampa. Estávamos em uma parte mais afastada e sem ninguém por perto.

Fechei os olhos e tirei um dos venenos. Sem olhar a cor, despejei todo o liquido no copo dela e a vi voltando. Fingi tomar sua bebida e guardei o frasco vazio de volta no bolso.

-Seu folgado!

-O meu acabou! –Me desculpei, mas ela pegou o copo da minha mão.

-Problema é seu! –Ela levou o canudo à boca e tomou o resto da bebida.

’...’

N/A: Milhões de anos depois, eu volto! HEHE
Esse capítulo era dedicado a Juu, certo? Então, está aí, bitch!
Espero que todos tenham gostado, um agradecimento geral a todos que comentaram e aos que leram e não comentaram, comente agora! U.U
Vou ignorar as ameaças de morte e valeu pelos elogios! Prometo não demorar tanto para postar os outros capítulos! (E não, o Sirius não empresta os venenos!)
Bjs e ‘Té mais!

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