Brigas em campo



A imagem morena, que era alvo de boa parte das conversas nos dois primeiros dias de aula, não aparecia até então, já no final de semana. As únicas pessoas, aparentemente, que deixara escapar algo sobre o paradeiro da morena foram Hagrid e Hermione.


O gigante enquanto falava com Flitwch, deixou escapar algo como “Jô precisa parar com as corridas ao cemitério” e uma ou outra vez Hermione defendia a garota, ou comparava-a a alguém, deixando escapar qualquer coisa sobre “lugares que Jô vai”.


No sábado, dia que Hermione, Harry e Rony haviam programado de visitar Hagrid, Harry recebe uma vista inesperada. Sendo obrigado a ir para uma prática de Quadribol imediata. Sobre resmungos.


Enquanto isso uma pessoa em particular parecia risonha ao notar os jogadores se arrastando até o vestiário onde deveriam ouvir horas de discursos do capitão Olívio Wood.


Essa pessoa em particular se sentou na arquibancada e viu, logo depois uma amiga caminhando até si, acompanhada de um Weasley.


- Aceita? – Perguntou gentilmente, antes de um oi ou qualquer cumprimento, enquanto esticava uma barra de chocolate para Hermione que balançou a cabeça e agradeceu.


- Deveria ter ido às aulas. – Disse a nascida trouxa.


- Olá Ronald. – Disse e então se virou para Hermione. – Estava arrumando umas coisas nuns lugares ai com um pessoal.


- Nossa. Não podia ser mais especifica. – Ironizou Hermione, fazendo Rony encará-la estupefato e Joanne rir.


- Aprende rápido, Mi. – disse com um sorrisinho orgulhoso. – Olhem. – Apontou para o campo. – Olívio e os outros vão treinar, porque não ficamos em silêncio para analisar as jogadas e podermos ajudá-los, sim? – Perguntou em um só fôlego antes de se virar para o campo.


- Nem vem Jô. Que eu sei que você não está interessada em quadribol, nem no desempenho do time.


- Ah... – A garota tossiu como se tivesse se engasgado. – Bem... Quadribol e desempenho do time não me interessam, mas as artilheiras... – Sussurrou a última parte próxima do ouvido de Hermione que balançou a cabeça desacreditada.


Depois de alguns minutos, apenas os aquecimentos e o barulho irritante de uma máquina fotográfica. Houve uma paralisação entre o time e depois a atenção dos jogadores foi esquivada em direção ao solo. Próximo a arquibancada, no campo.


- O que está havendo? – Perguntou Joanne enquanto via os jogadores descendo até o campo. Logo ela disparou, com Hermione e Rony na cola, em direção ao campo, descendo da arquibancada e depois correndo até os jogadores.


- O que esta acontecendo? – Perguntou Rony para Harry e Fred. – Por que não estão jogando? O que ele está fazendo aqui?


Seu olhar se desviou para Draco, que vestia o uniforme impecável da Sonserina no tom verde e prata reluzente.


- Sou o novo apanhador da Sonserina, Weasley. – Disse Draco em tom de deboche. – Seus pobres irmãos estão admirando algo que nunca podem ter: nossas vassouras.


Rony sentiu o queixo cair ao notar que toda a equipe da Sonserina usava vassouras Nimbus 2001.


- Talvez a Grifinória possa comprar alguma, algum dia. – disse Draco. – Talvez se colocarem uma rifa nessas suas vassourinhas. Talvez algum museu as queira elas.


O olhar mortal e dourado encontrou com os alunos na Sonserina que encolheram levemente.


- Eu acho que está mais provável eles quererem um pouco da pele do seu pai, ao em vez. – Todos se viraram para Joanne. – Sabe, pegar a tatuagem que ele fez ao se juntar ao... Como vocês o chamam?... Ah, sim... “Você-Sabe-Quem”. A placa seria: “O símbolo da hierarquia que caiu por ter tantos agentes idiotas, covardes e fracos como Lúcio Malfoy”. – Soltou uma risadinha. – Ou então o grande brasão em cima da sua lareira...


- Como voc— Ele foi interrompido pela voz cortante de Joanne que o ignorou.


- Para colocar bem alto com uma placa mais ou menos assim: “A família mais desprezível e podre da história. Veja agora as pessoas maldosas, covardes ou os bruxos miseráveis que eles foram” – Disse em tom agressivo. – Como seu avô. Ou seu próprio pai, um covarde que não conseguiu nem me desarmar – E então deu uma risadinha.


Os Sonserinos tinham olhares fulminantes para a garota.


- E  você? – Perguntou Draco. – Meu pai é um grande investidor do Ministério e sua família? Nunca ouvi falar de nenhum “Fiamma” por ai.


- Fiamma? Mesmo? – Deu um longo suspiro. – Então talvez conheça meu segundo nome. Já que Fiamma é o último. – Disse ela com um sorrisinho.


- Jô. Não. – Disse Hermione tocando o ombro da garota. – Não vale à pena. – E então ela olhou fundo nos olhos dourados.


- Não... Eu quero ver o terror no rosto dessa doninha quando souber de quem eu descendo. – Disse e seus olhos fulminaram quando olhou para o sonserino. – Eu já tenho um lugar no museu desde 993. – Disse a garota enquanto parecia estufar o peito.


- JOANNE! – Berrou Hermione puxando a garota pelo braço quando ela ameaçou dar um passo para frente. – Você me prometeu! – Imediatamente Joanne estremeceu e depois olhou para o lado, resmungou algo e recuou.


- O que foi? Prometeu algo pra essa daí? Essa sujeitinha de sangue ruim?


Foi perceptível que a expressão usada por Draco era algo realmente ofensivo. Flint teve de mergulhar na frente de Fred e Jorge antes que eles atingissem o Malfoy. Alicia soltou um grito agudo que quase sobrepujou o rosnado raivoso de Joanne e a exclamação claramente ofendida de Hermione.


- Como se atreve?! – Rosnou Joanne.


- Você vai me pagar! – Mas antes que Ronald pudesse puxar a varinha das vestes Joanne estava frente a frente com Malfoy, tendo desviado de Flint antes que qualquer um pudesse notar.


- COMO SE ATREVE?! – Rosnou novamente Joanne, os punhos fechados ao lado do corpo. Os olhos dourados brilhando como ouro... Ouro amaldiçoado.


- O que foi? É o que ela é... Uma sujeitinha de sangue ruim. – Outra onda de raiva percutiu pelo campo enquanto as mãos de Joanne se fechavam no colarinho do uniforme de Malfoy. Os olhos brilhando raivosamente, muito pior que qualquer momento anterior.


- Ninguém fala assim da minha irmã de magia, ouviu? – Rosnou Joanne. – Vai querer pagar com a sua jugular ou com seu braço, covarde podre? – Perguntou Joanne.


Alguns sonserinos estavam prontos para avançar contra Joanne quando ela se moveu, acertando em cheio o nariz do pobre Malfoy que revidou como pode, dando início a uma luta claramente em vantagem a favor de Joanne que era levemente maior e tinha um jeito realmente selvagem de bater.


- O que está acontecendo aqui? – A voz imponente ecoou pelo campo, mas Joanne e Draco não pararam, rolando pela grama aos socos e pontapés. – O que raios esta acontecendo aqui?! – Rosnou Severo fazendo um movimento com a varinha que afastou os dois. Imobilizando-os com correntes invisíveis que não os impediu de trocarem ofensas, xingamentos, maldições e ameaças.  – O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI?! – Berrou o professor chamando atenção de Draco, e fazendo com que Joanne encolhesse os ombros, ainda olhando mortalmente para o Malfoy.


- Essa louca avançou contra mim! – Berrou o Malfoy.


- MALDITO! CACHORRO! VERME COVARDE! MANDE O SEVERO ME SOLTAR QUE EU FAÇO VOCÊ PROVAR O PRÓPRIO SANGUE E VER QUEM É O SANGUE RUIM AQUI! – Berrava Joanne enquanto tentava, em vão, se livrar do feitiço de aprisionamento.


- O QUE VOCÊ DISSE JOANNE?! – Berrou Severo se virando para a grifinória que se virou para Severo, o olhar no mesmo tom nefastamente selvagem.


- Esse cachorro sarnento chamou uma grifinória, minha irmã de magia, melhor aluna da Grifinória em 18 anos, filha dos meus guardiões, de Sangue Ruim! E eu vou fazer ele engolir cada gota de sangue que ele tem e ver quem tem o Sangue Ruim aqui! – Berrava em plenos os pulmões a grifinória.


- Você fez o que Malfoy? – Perguntou Severo, mais suavemente.


- Eu chamei essa sujeitinha ai de sangue ruim. – Disse Malfoy com dificuldade, já que tinha três dentes a menos, um nariz quebrado, um olho roxo e, no mínimo, duas costelas fraturadas. Mesmo com a dificuldade que as palavras saíram Draco parecia orgulhoso de si mesmo.


- Você se lembra da última vez que alguém chamou uma das minhas protegidas de magia, de Sangue Ruim?! – Berrou Joanne, a voz rouca e um pouco sofrida, já que tinha o supercílio machucado, a orelha parecia levemente rasgada e os dedos sangravam, além do indicador e polegar direitos estarem em ângulos estranhos.


Snape estancou e pareceu demorar alguns segundos para processar as palavras de Joanne.


- Jô, vá para a enfermaria e peça que Pomfrey te ajude com os machucados. - Joanne cambaleou levemente para a direita quando sentiu o feitiço sendo desfeito e ameaçou avançar contra o Malfoy, mas foi repudiada por uma magia que Severo lhe lançou. – Para a enfermaria Joanne! – Rosnou Severo fazendo Joanne resmungar algo e sair mancando para fora do estádio.


Hermione saiu logo atrás da garota, os olhos vermelhos e marejados.


- Malfoy, para meu escritório. Agora. – Disse Severo.


- Mas prof— Malfoy foi interrompido pelo grito cortante e raivoso de Severo.


- EU DISSE AGORA! – Imediatamente todos se encolheram ao tom de voz de Severo e Draco quase correu até as masmorras.


Harry olhava para tudo estupefato.


- O que acabou de acontecer aqui? – Perguntou Harry.


- Não faço à mínima ideia. – Sussurrou Fred vendo os Sonserinos saindo do estádio com o rabo entre as pernas.


- Mas foi muito irado. – Completou Jorge.


- O que significa isso que o Malfoy chamou a Hermione... Sangue... Sangue... – Harry tentou buscar a expressão na cabeça, mas não conseguiu lembrar.


- Sangue ruim. – Disse Fred, como se dissesse a pior expressão do mundo. Era quase como se ele estivesse falando “Voldemort” em voz alta.


- Significa que a pessoa é nascida trouxa, é considerado uma das maiores ofensas a um bruxo. Antigamente era um ultraje tão grande que quem fosse chamado assim tinha o direito de arrancar a língua do bruxo que dissesse isso, se sua linhagem fosse pura. – Disse Alicia, os olhos distantes.


- É quase como se falasse que você está aqui por engano. Que você é uma aberração. Ou um inseto na sopa de um bruxo. – Disse Rony. – Quase ninguém diz isso para alguém hoje em dia, a não ser que seja uma família realmente podre, como os Malfoy e maioria das famílias antigas que seguiam Você-Sabe-Quem. – completou.


Falaram mais um pouco, só que Olívio comandou para eles voltarem ao treino e que Rony saísse do campo, sendo obedecido prontamente.


Enquanto isso na enfermaria Joanne fazia pouco caso da situação, enquanto Pomfrey dava pontos no supercílio rasgado e depois enfaixava suas mãos, os dedos direitos, antes quebrados, já curados, assim como a orelha.


- Obrigada, Sra. Pomfrey. – Disse Joanne enquanto saia da cama, mas foi impedida pela mão da enfermeira que olhou melhor para a garota e disse:


- Levanta a camisa Joanne. – Disse e a garota recuou, engolindo em seco.


- Não é necessário... – Mas o olhar que a enfermeira lhe mandou fez com que a garota suspirasse, assentindo e retirando a camisa.


- Vire de costas. – Pediu com uma voz chocada e baixa para Joanne, que se virou.


Na parte inferior das costelas roxos horríveis, além de queimaduras leves no quadril, pouco acima do cós da calça risca de giz e um corte grande mal enfaixado na área da barriga. Isso era o que tinha na parte da frente. Mas costas grandes, profundos e irregulares arranhões, como se um leão estivesse atacado Joanne.


- Por Merlin! Você ia sair da minha enfermaria com algo desse jeito?! – Disse Pomfrey espantada. – Não mesmo! – Disse a enfermeira empurrando Joanne para a maca. – Vamos, eu cuido disso em alguns instantes e logo vai poder sair para fazer o que quiser.


Enquanto Joanne era “consertada” Hermione voltou com uma jarra de água que Pomfrey pediu, mas o jarro foi em direção ao chão quando viu as condições de Joanne, que com um movimento da mão fez o jarro flutuar no ar.


- Tenha mais cuidad- Argh! – O próprio gemido de dor interrompeu Joanne. – Um pouco de carinho sim? – Perguntou manhosa.


Pomfrey nada disse e apenas sinalizou para que Hermione pegasse a jarra e colocasse-a na cômoda ao lado da cama de Joanne.


- Carinho não vai te curar mais rápido, a não ser que ele esteja misturado em alguma das minhas poções. – Resmungou Pomfrey enquanto Hermione hesitava em ficar ou ir. – Poderia se retirar, por favor, senhorita Granger? – Pediu Pomfrey sem tirar os olhos dos machucados de Joanne que gritou rápido:


- NÃO! – Seguido de um grito de dor. – Ela fica. – disse por cima da respiração superficial. – Por favor. – Suplicou com uma careta de dor enquanto estendia a mão para Hermione que a pegou assim que possível.


- Eu fico, eu fico. – Sussurrava como um mantra. – Vou ficar e cuidar de você. – Sussurrou. A expressão quase tão sofrida quanto à de Joanne, os olhos marejados.


- Eu sinto muito... Pelo que o Malfoy disse. – Falou Joanne, a voz alterada e rápida.


- Shhh... Fique quietinha, está bem? Vamos deixar Madame Pomfrey cuidar desse seu estado deplorável e depois você dá uma boa sova naquele sonserino nojento. – Disse Hermione em uma voz não tão segura.


- Você é um anjo. – Sussurrou Jô. – Espera. – Disse um pouco mais alto. – Achei que fosse contra a violência e violação de regras escolares.


- Não quando essa pessoa é um sonserino nojento que me xingou e merece uma boa sova. – E então as duas deram risadinhas, diluindo a tensão. – Você bateu muito bem naquele campo.


- Seu pai tem uma parcela de culpa. – Disse Joanne acusatória. – Se ele não tivesse me ensinado boxe eu estaria ainda mais estragada e Malfoy não estaria tão mais bonitinho. – As duas soltaram risadinhas.


- Com certeza... Acho que vou mandar uma carta honrando meu pai pelo trabalho bem feito. – E então as duas soltaram mais risadas.

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Comentários (1)

  • MiSyroff

    Ai cara, acho muito estranho isso de mudar fatos dos livros, com a mesma linha de acontecimentos rsrsE cara, essa menina tem 12 anos! Já se acha dona do mundo?Cara, não sei... O enredo em si não me envolve muito, tenho que admitir, mas você escreve MUITO bem! Sério. Ah... *suspira* não sei o que fazer. Talvez eu vá direto pro "segundo volume" da fic e ela esteja maior lá rsrsrsAh, enfim...Beijos 

    2012-09-26
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