A escolha de Harry



Hermione estava com frio! Suas vestes não eram suficientes para a temperatura da madrugada e a garota desconfiava que o local onde estava era úmido e com frestas em algum local, pois sentia um vento gélido atingir sua nuca.
Ela se levantou e começou a andar de um lado para o outro. Tinha que pensar em um modo de escapar. Sem a varinha tornava-se difícil, mas anos de convivência com garotos a faziam um pouco mais capaz para escalar muros e árvores do que outras garotas. Fechou os olhos e lembrou-se do verão que acabara de passar....
Ela e Harry haviam ido passar o fim das férias na casa de Rony e, como os pais de Rony ficaram levemente paranóicos com a volta de Voldemort, não deixavam eles saírem muito. Por conta disso, eles acabaram tendo que inventar coisas para fazer. Como Hermione havia dado aquele tapa em Malfoy no terceiro ano, Jorge e Fred acharam que deviam explorar a agressividade feminina e decidiram dar aulas para ela e Ginny. Resultado? Hermione saiu com um bom gancho de direita e uma excelente voadeira das férias.
Abrindo os olhos, a garota ainda não enxergava direito onde estava, mas já se acostumara à penumbra e conseguia manter o equilíbrio. Começou a praticar os golpes que havia aprendido a fim de se manter quente, quando ouviu um barulho atrás de si e uma luz avermelhada cegou seus olhos momentaneamente.
-- Você é mais resistente do que eu esperava, mocinha! – Uma voz baixa e pausada falou. – Achei que ainda estaria desacordada.
Hermione conseguiu definir o corpo de um homem passando por uma porta cujas extremidades dos batentes eram iluminadas por tochas. Só então percebeu onde estava. Era um mausoléu. Olhou em volta e reparou nas duas tumbas de mármore. Numa da qual se encostara à pouco.
Se voltando para a pessoa que se aproximava, a garota soube de quem se tratava imediatamente. Os olhos perspicazes e cruéis, o rosto fino e pálido...
-- Voldemort!!! – ela deixou escapar em um sussurro aterrorizado.
-- Não devia pronunciar meu nome assim... Foi o Potter que ajudou-a a ter tal impertinência?
-- V..você não pode entrar em Hogwarts!!! Não pode estar aqui!
-- O cemitério é o limite, posso vir até esse ponto sem Dumbledore notar.... Logo estarei forte o bastante para ir onde eu quiser.. e você vai me ajudar...
-- E...eu?!! Jamais ajudaria você!! – uma chama começou a arder dentro dela e seu corpo tremia violentamente enquanto olhava para o homem a sua frente.
É lógico que estava com medo, mas sentia a coragem correr em suas veias, o desfio contra tudo o que aquele homem representava explodia em seu peito e, acima de tudo, o amor que sentia pelos seu mundo mágico, por Hogwarts, pela família Weasley, por Harry... a faziam erguer o rosto e sentir suas pernas pararem de fraquejar.
-- Você tem coragem, sangue-ruim! – Voldemort sorriu com desdém – Não é à toa que você está na Griffinória.
A menção do seu lado trouxa, fez Hermione agir. Sem pensar direito a garota correu em direção ao homem e escorregou passando ao lado de suas pernas, segurando seus pés e desequilibrando-o.
O homem não esperava por isso, não estava familiarizado com as técnicas trouxas de combate. Isso deu tempo para que a garota se levantasse e corresse para a porta do mausoléu. Atingiu um jardim de tumbas e correu o mais que pôde!
Ouviu o homem atrás de si praguejar e se erguer. Sabia que mais cedo ou mais tarde ele infligiria um feitiço nela. Ela olhava para todos os lados em busca de um abrigo, uma árvore ou pedra, mas só havia lápides rentes ao chão.
Ainda correndo ela pode ouvir o bruxo pronunciar as palavras que temia!!!
-- Menina imbecil!!! Avada kadavra!!!!!!!
Hermione esperava pelo golpe, mas só o que sentiu foi alguém abraçá-la e jogá-la no chão. Um peso estava sobre seu corpo e um manto cobriu sua cabeça. Após um tempo para se recompor a garota conseguiu enxergar o que estava sobre ela! Olhos muito verdes atravessavam lentes de vidro e penetravam no seu rosto. Um sorriso aliviado iluminava o rosto do garoto sobre ela. Harry! Harry estava sobre ela! Ele a havia salvado!! Sobre suas cabeças estava a capa da invisibilidade. Hermione sabia que aquele não era o momento, mas não pode se conter e o abraçou! Sentiu lágrimas escorrerem sobre seu rosto e sentiu o rapaz retribuir o abraço vigorosamente.
-- Você está bem? Está machucada? – Harry sussurrou em seu ouvido
-- Estou bem!
-- Consegue andar?
-- Sim!
Harry levantou lentamente e a puxou grudada em seu corpo, sempre tomando cuidado para que a capa a cobrisse.
-- Potter!!! – Bradou a voz de Voldemort não muito afastado deles. – Eu sei que está aí! Só a capa de seu pai seria capaz de fazer essa sangue-ruim desaparecer.
Harry sentiu seu sangue ferver. Voldemort não tinha o direito de ofender Mione ou mencionar seu pai. Endireitou o corpo e se voltou para o local onde o bruxo estava, esperando por qualquer movimento. O moreno se preparava para puxar a varinha, quando sentiu que Hermione apertava sua mão! Harry a olhou e viu seu olhos implorarem para que ele não fizesse nada. Ela estava com medo. Levantou as mãos, tapou-lhe a boca delicadamente com uma delas e com a outra apontou para cima.
O rapaz seguiu a direção apontada e reparou em vultos sobre as árvores. Dementadores!!!!. Harry prendeu a respiração e apertou a garota mais ao seu corpo. Estavam cercados!!! Se se aproximassem mais, não teria como se manter lúcido para lutar. Em breve ouviria os gritos da mãe, poderia vir a desmaiar... Por mais que soubesse que ele era o alvo, o que mais o aterrorizava era a possibilidade de não tirar Mione viva daquela situação.
-- Desculpe! É tudo culpa minha! – Harry sentiu os lábios da garota pronunciarem em seu ouvido. – Era uma armadilha, não é?
Harry olhou para Hermione. Os olhos marejados, as mãos arranhando seu tórax nervosamente. Ele sabia que ela estava com medo. Sabia que estava com medo que ele se machucasse e isso o encheu de coragem. Sentiu que nunca estaria sozinho. Ele sabia que os amigos e professores se preocupavam com ele, mas pela primeira vez ele sentiu isso.
-- Não é sua culpa nem de ninguém o fato de eu me importar com você! – Harry segurou o queixo de Hermione enquanto sussurrava. – Você é minha melhor amiga e prometo que não deixarei que nada te aconteça!
-- Não quero que me proteja!! Quero que fuja! Você não terá chance contra esses monstros – Harry viu que ela não iria permitir que ele se sacrificasse. Pior ainda! Ele viu que ela se sacrificaria por ele!
Harry não conseguiu mais pensar! Seu corpo começou a tremer e sua mente a escurecer. Começou a ouvir gritos e tombou.
Tudo passou em apenas segundos! Hermione não foi capaz de segurar Harry e foram expostos quando o rapaz caiu e a capa deslizou sobre seu corpo. A garota se agachou ao lado do amigo e agarrou a varinha dele. Sem demora ela lançou um feitiço sobre suas cabeças.
-- Protectus!!!!
Um campo de energia azul se formou em volta dos dois bem à tempo de impedir que o raio que saiu da varinha do bruxo das trevas os atingisse. Vários dementadores se aglomeraram ao redor do escudo e o bruxo se aproximou.
-- Você realmente faz jus à fama de inteligente, garota! Mas não sabia ser tão poderosa!
Harry voltou a sentar! O mal estar passara. Olhou para o escudo e para os olhos de Voldemort através do campo de força. Percebeu o interesse do bruxo por Hermione e se deslocou, protegendo-a com seu corpo.
-- Os dementadores logos removerão o campo de força, sugando sua energia, não há escapatória!
Harry então percebeu que o campo impedia que os dementadores entrassem em sua cabeça por que concentravam-se na energia que sua varinha emanava ao criá-lo. Harry teve uma idéia e olhou para Hermione.
A garota gelou. Era o mesmo olhar que ele dera quando estavam no ministério no quinto ano. Ela sabia que ele esperava que ela corresse quando desse o sinal, e por mais que ela não quisesse, se não o fizesse poderia estragar o plano de Harry.
O rapaz não esperou por resposta! Tirou a varinha da mão da amiga e se jogou para o lado. A quebra do escudo desatordoou os dementadores e permitiu que Hermione correce para os arbustos. Harry por sua vez girou a varinha para o bruxo e lançou-lhe o primeiro feitiço que veio à mente!
-- Expelliarmos!!!!
A varinha do bruxo vou para perto de uma das lápides deixando Voldemort indefeso à sua frente. O rapaz percebeu que agora era a hora de acabar com a história de uma vez por todas.
Ergueu a varinha e estava pronto para usá-la quando ouviu um grito dos arbustos.
Ao se virar, viu Hermione ser arrastada por um homem em direção dos dementadores. Era rabicho que espreitava a cena o tempo todo! Os dementadores se viraram para a garota e começaram a retirar os capuzes. Harry sabia o que isso significava! Iam dar o beijo em Mione!!!!
-- Hahahaha! – o bruxo sonorizou! – Também tenho súditos fiéis, moleque! Potter, você terá que escolher entre me matar e salvar sua amiga!
Harry olhou para Voldemort e apertou a varinha, por um momento ele viu a surpresa e o medo no rosto do bruxo. Sabia que tudo acabaria ali! Mas seria as custas de hermione! Ele não poderia sacrificá-la!
De repente ele teve um pensamento que esclareceu tudo na sua mente. Ele não podia sacrificar Mione! Não valeria à pena salvar o mundo mágico se ela não estivesse mais nele. Não se importava que o mundo mágico caísse, que ele morresse, contanto que ele soubesse que Hermione estava respirando.
Sua escolha era óbvia! Sempre foi, desde que a conheceu. Desde que a salvou do Trasgo no primeiro ano, desde que quase a perdeu no Ministério ano passado.
O rapaz girou nos calcanhares e correu! Correu o máximo que pode, gritando com todo o fôlego que possuía!
-- EXPECTRO PATRONUM!!!!!!!!!

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