O Primeiro



George.


 


Estava sentado no chão, de cabeça baixa, apoiada nas mãos. Ouvi um barulho de aparatação e resolvo olhar para cima. Era ela.


- George, que bom que eu te encontrei. Tava louca atrás de você, estão todos atrás de você. Eu preciso falar com você.


- Falar o quê? Que está com o Malfoy? – Perguntei, terrivelmente magoado.


- Não! Pra dizer que eu te amo.


- Que amor é esse? Dizendo pra Gina que sentia nojo de mim.


- Não, amor, deixa eu explicar. Te peço.


Fiquei quieto e levantei uma sobrancelha, lutando contra as lágrimas que estavam em meus olhos. É, sou bem sensível quando se trata dela... Todos somos muito sensíveis quando amamos alguém de verdade. Ela se sentou na grama, em minha frente, e me olhou firmemente.


- Eu não sabia o que estava acontecendo comigo. Quando você estava longe, eu te queria por perto. Quando você estava perto, eu te queria longe. Até o seu perfume me enjoava.


- Estou ficando feliz com isso, sabia? – Perguntei, sarcástico.


- Deixa eu continuar, por favor? – Ela perguntou. Fiquei em silêncio, respirando fundo e olhando para outro lugar. Ela continuou. – Então. Naquela noite em que brigamos, eu estava tão sem reação que não consegui explicar a você. Na verdade, eu nem sabia o que sentia, então não havia como explicar. Para tentar me libertar da dor, tentei beber um copo de uísque de fogo, e fiquei terrivelmente enjoada. Mas eu ignorei, afinal, nunca fui forte para a bebida. Então, houve aquele mal entendido hoje no Caldeirão Furado. Maldito seja aquele Draco Malfoy. Enfim, depois daquilo, fui procurar você na Toca, e só encontrei a sua mãe. Só que assim que eu cheguei lá, fiquei tonta e fatigada, quase desmaiei. Sua mãe trouxe um chá para mim, e assim que eu senti o cheiro, enjoei e vomitei no lado de fora da casa. Então ela começou a fazer um check up em mim enquanto eu contava o que havia acontecido entre nós. E...


- E? – Perguntei, tendo uma idéia de onde isso iria parar.


- Ela fez um feitiço e... Eu estou grávida, George. Grávida. De um filho seu.


Eu fiquei de olhos arregalados e boquiaberto, surpreso, sem reação, com mil coisas se passando pela minha mente e com um coração prestes a ser desfeito em pó de tão rápido que batia. Eu não falei nada, então, sorrindo fracamente, ela continuou.


- Então tudo fez sentido. Aqueles enjôos, os transtornos emocionais... Sua mãe me explicou que quando estava grávida de você e Fred, ela se sentiu assim em relação ao teu pai. Ficou claro agora?  Não passou de um mal entendido, amor. Eu te amo, e isso nunca vai mudar. Nunca.


- Grávida? Como grávida?


- Você já está grandinho e sabe que bebês não são mais trazidos por hipogrifos, não é? É, George, grávida de um bebê, aqui dentro.


Ela tocou a barriga, sorrindo, e chorando ao mesmo tempo.


- Você me desculpa? – Perguntou.


- Quem tem que pedir desculpas aqui sou eu, minha flor. – Eu disse, aproximando-me dela, sorrindo feito um besta, e a beijei nos lábios. Aninhei-a nos meus braços, e murmurei comigo mesmo:


- Eu vou ser pai... Pai! CARAMBA HERMIONE!


Ela levou um susto, e pulou de meus braços, ajeitando-se de frente para mim.


- Que foi amor? – Ela perguntou, assustada.


- Uma criança! Vamos ter que cuidar dela, educá-la, dar comida, e tudo o mais! Fora as despesas com tudo! Uma criança!


Ela sorriu.


- Seu bobo, nós vamos conseguir educá-la, criar e dar muito amor à ela. E quem sabe mais filhos.


- Você ainda está esperando o primeiro e já está pensando em outros?


- Você mesmo disse, o primeiro... 


- Tolinha.


E a beijei. Finalmente aqueles dias tempestuosos tiveram fim.


 


Hermione.


 


Ele me olhou, e eu não consegui refrear as palavras.


- George, que bom que eu te encontrei. Tava louca atrás de você, estão todos atrás de você. Eu preciso falar com você.


- Falar o quê? Que está com o Malfoy? – Perguntou-me, e eu vi em seu olhar a profunda mágoa. Droga! Esse olhar me tortura.


- Não! Pra dizer que eu te amo. – Respondi.


- Que amor é esse? Dizendo pra Gina que sentia nojo de mim. – Aquelas palavras doíam aos meus ouvidos, mas eu merecia ouvir. Eu acho.


- Não, amor, deixa eu explicar. Te peço.


Ele ficou quieto, apenas encarando-me com uma sobrancelha levantada. Sentei-me na grama na frente dele, e comecei a falar. A contar toda aquela história de mal entendido.


- Eu não sabia o que estava acontecendo comigo. Quando você estava longe, eu te queria por perto. Quando você estava perto, eu te queria longe. Até o seu perfume me enjoava.


- Estou ficando feliz com isso, sabia? – Perguntou, sarcástico. Eu sabia que estava machucando-o com as palavras, mas eu sabia que o que eu contaria a seguir o faria mudar completamente de humor, e mudaria completamente a sua vida também.


- Deixa eu continuar, por favor? – Pedi. Ele ficou em silêncio, respirando fundo e olhando para outro lado, evitando olhar para mim. Continuei. – Então. Naquela noite em que brigamos, eu estava tão sem reação que não consegui explicar a você. Na verdade, eu nem sabia o que sentia, então não havia como explicar. Para tentar me libertar da dor, tentei beber um copo de uísque de fogo, e fiquei terrivelmente enjoada. Mas eu ignorei, afinal, nunca fui forte para a bebida. Então, houve aquele mal entendido hoje no Caldeirão Furado. Maldito seja aquele Draco Malfoy. Enfim, depois daquilo, fui procurar você na Toca, e só encontrei a sua mãe. Só que assim que eu cheguei lá, fiquei tonta e fatigada, quase desmaiei. Sua mãe trouxe um chá para mim, e assim que eu senti o cheiro, enjoei e vomitei no lado de fora da casa. Então ela começou a fazer um check up em mim enquanto eu contava o que havia acontecido entre nós. E...


- E?


- Ela fez um feitiço e... Eu estou grávida, George. Grávida. De um filho seu.


Pronunciei aquelas palavras e o olhei ficar boquiaberto e surpreso, sem reação alguma, apenas me olhando. Parecia que eu seria capaz de ver as engrenagens em sua cabeça girando para processar aquela informação, nova e surpreendente. Ainda mais na situação em que nos encontrávamos.


- Então tudo fez sentido. Aqueles enjôos, os transtornos emocionais... Sua mãe me explicou que quando estava grávida de você e Fred, ela se sentiu assim em relação ao teu pai. Ficou claro agora?  Não passou de um mal entendido, amor. Eu te amo, e isso nunca vai mudar. Nunca.  – Terminei.


- Grávida? Como grávida?


- Você já está grandinho e sabe que bebês não são mais trazidos por hipogrifos, não é? É, George, grávida de um bebê, aqui dentro. – Fiz uma leve brincadeira, enquanto tocava minha barriga sorrindo e com os olhos repletos de lágrimas que começavam a escorrer pela minha face. - Você me desculpa?


- Quem tem que pedir desculpas aqui sou eu, minha flor. – Ele disse, aproximando-se de mim, sorrindo, e me beijou. Aninhei-me em seus braços, encostada em seu peito, e o ouvi murmurar baixo, para ele mesmo.


- Eu vou ser pai... Pai! CARAMBA HERMIONE!


Levei um susto, pulando dos braços dele e o olhando, assustada.


- Que foi amor?


- Uma criança! Vamos ter que cuidar dela, educá-la, dar comida, e tudo o mais! Fora as despesas com tudo! Uma criança!


Sorri. “Seu idiota” pensei.


- Seu bobo, nós vamos conseguir educá-la, criar e dar muito amor à ela. E quem sabe mais filhos.


- Você ainda está esperando o primeiro e já está pensando em outros?


- Você mesmo disse, o primeiro...  – Sorri mais ainda, com o pensamento de dar-lhe mais filhos, ruivos dos olhos castanhos. Ou ruivos dos olhos azuis. Ou castanhos dos olhos azuis. Castanhos dos olhos castanhos. Não importa. Sendo filho dele, me sinto realizada.


- Tolinha. – Disse, e em seguida, me beijou.


 


Outro domingo, e dessa vez um domingo feliz. Um domingo em família, e eu estava com ele. Estava tudo bem. No meio do almoço, George chamou a atenção de todos, e disse que eu estava grávida; nunca tinha visto a família Weasley explodir em tanta comemoração. Cada um veio nos abraçar, dizer parabéns, e fazer perguntas sobre nomes, e tudo o mais. Eu disse que não havíamos pensado nisso ainda, e que era cedo demais, essas coisas. 

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