Feliz Um ano e Sete meses



Um ano e Sete meses depois.


 


Eu e Hermione estávamos a um bom tempo juntos, e um ano e sete meses realmente juntos. Estávamos pouco a pouco superando tudo aquilo, assim como todos os outros.


Era um sábado chuvoso. E chuva arruinaria meu plano A para comemorarmos nosso aniversário de namoro. Eu pretendia levá-la a mesma praia que tínhamos ido juntos há tempos atrás, para criarmos nossa realidade paralela, diferente daquela realidade cruel. Mas o meu plano B, também era ótimo. Simples, mas ótimo. Comprei-lhe um buquê de tulipas de várias cores: branca, amarela, vermelha, rosa. O meu plano B resumia-se em surpreendê-la com flores, e assistirmos algum filme da preferência dela embaixo de cobertas comendo pipoca. Era algo muito caseiro, sim, mas era algo que eu julgava muito romântico, e simples.


Aparatei na porta de seu apartamento. Toquei a campainha, e escondi o buquê atrás de minhas costas. Ouvi o barulho de trincos se abrindo, e o leve ranger da porta. Ela surgiu, com os cabelos presos em um rabo de cavalo mal arrumado, um short de cottom colado, e uma blusa de time de quadribol (que era minha, aliás) larga em si. Ela sorriu ao me ver, e iria me abraçar, mas foi impedida pelo buquê de flores. Ela olhou para ele, surpresa, e um lindo sorriso surgiu em seus lábios. Ela pegou o buquê de minhas mãos, e pulou em meu pescoço, abraçando-me forte. Ela me beijou.


- Estava com saudades. – Sussurrei junto a seus lábios.


- Não imagina o quanto eu estava. Obrigada pelas tulipas, são lindas.


Ela me deu um beijo leve nos lábios, e me guiou para dentro.


- E os planos para hoje? – Perguntou-me.


- Pensei em algo mais caseiro. Você poderia escolher um filme, poderíamos assistir debaixo das cobertas, comendo pipoca... Ou o que você quiser.


- Essa é uma ótima idéia pra mim. Pode preparar a pipoca?


- Claro. Mas quero um beijo antes.


- Manhoso.


Ela se aproximou de mim, sorrindo, e me beijou. De encontro aos lábios dela, sussurrei.


- Vou ser pra sempre manhoso, só para ganhar seus beijos. – Ela riu, e se afastou. Fui na cozinha, e preparei a pipoca no fogão. Deixei-a salgada ao gosto de Hermione, e voltei para a sala de estar, onde já a encontrei no sofá (transformado em casa) debaixo de umas cobertas. Lareira acesa. Clima perfeito. Ela levantou a coberta, dando espaço para mim, e me encostei nas almofadas, ela se ajeitou em meus braços e deu “play” no filme. Era um filme de comédia romântica, um tal de “Esposa de Mentirinha”, realmente bom. No final do filme, ela tentou levantar para deixar a tigela na cozinha, mas eu não deixei.


- Amor, que tal irmos jantar? – Perguntou ela, tentando levantar.


- Não... Não agora... Tenho uma idéia melhor.


Tirei a tigela vazia de suas mãos, e pousei no chão. Voltei-me para ela, e ela sorria intrigada. Me aproximei dela, e a beijei. Ela afagou meus cabelos, puxando-me para ela, e eu intensifiquei o beijo. Ela recuou, deitando-se no sofá cama, deixando-me por cima dela. Senti suas mãos descerem até a minha camisa, e eu recuei para ajudá-la a tirar. Desci minhas mãos para seu quadril, e ela levantou-os para que eu pudesse tirar seu short. Depois de minutos, estávamos nos amando embaixo das cobertas, em um dia de chuva.


 


Algumas horas mais tarde, ela estava aninhada em meus braços, vestindo a minha camisa do time de quadribol. Beijei o topo de sua cabeça, e sussurrei em seu ouvido:


- A propósito, feliz Um ano e Sete Meses de namoro.


 


 


 


Um mês depois, eu estava preparando um jantar para nós dois, em meu apartamento. Ela chegaria logo, depois de um dia de trabalho, e iríamos apenas jogar o papo em dia e matar a saudade, já que fazia uma semana e meia que não nos víamos direito. Estava picando as cebolas, para jogá-las na frigideira onde havia dois bifes fritando, quando ouço um barulho de aparatação. Ouvi o barulho de saltos altos se aproximando, e logo ela aparece na soleira da porta da cozinha. Ela sorriu, mas sua expressão logo mudou para a expressão de quem está enjoado. Ela tapou a boca com uma das mãos, e saiu correndo. Larguei tudo o que estava fazendo e fui atrás dela, e encontrei-a no banheiro, ajoelhada diante da privada, vomitando.


- Mione, o que houve? – Perguntei, abaixando-me do lado dela, e segurando seus cabelos para trás.


- E-Eu não e-estou bem.


- O que você está sentindo?


- Enjôo. Pelo amor de Merlin, desligue o fogão. Não estou suportando o cheiro.


Voltei correndo para a cozinha e desliguei o fogão, tampando todas as panelas. Voltei mais rápido ainda para o banheiro, onde encontrei-a na pia, lavando o rosto. Ela suspirou, cansada, e me olhou.


- Mione, você comeu algo diferente hoje? Algo que possa não ter caído bem?


- Não...


- Você esteve perto de alguém doente?


- Não...


- Então o que pode ser?


Ela ficou olhando o seu reflexo no espelho, e eu encarei o chão, pensando. “ O que pode ser? Ela não ficaria ruim assim a toa....”. Então fez-se a luz em meu cérebro, e aparentemente no dela também. Nos olhamos, boquiabertos.


- Não, não pode ser.


- Não isso.


- Como poderemos ter certeza? Você fez o feitiço, não fez?


Ela ficou com a expressão de desespero.


- Não. Eu não fiz.


Eu arregalei os olhos e aproximei-me dela, segurando as mãos dela.


- Será?


Ela suspirou, exasperada. Puxou a varinha do bolso, e murmurou um feitiço contra seu ventre. Eu não fazia idéia de que feitiço era, mas tinha idéia da sua função. Ela esperou, e seu ventre se iluminou com uma luz rosa. Então, ela desabou. Abraçou-me forte, a chorar.


- Mione, o que...? – Perguntei, mesmo já sabendo da resposta.


- Eu estou grávida, George.

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