Até mesmo um elfo



 


Luke acordou mais feliz do que previsto no outro dia. Parecia que até a natureza estava de bem, o dia estava ensolarado, céu azul. Mas duas palavras praticamente eliminaram sua alegria:


— Limpar banheiro. – disse para si mesmo.


Luke parecia ter esquecido que tinha uma detenção para cumprir por mais dois sábados. Sendo que nesse teria o final da luta entre casa e Luke queria ver Lílian competir e no outro um jogo de Quadribol que era importante de algum jeito para a Grifinória. Luke decidiu que ia acompanhar Quadribol desde então, porque parecia que todos só falavam disso naquela escola.


— Nossa, como está um silêncio aqui... – olhou em volta, todas as camas arrumadas, nenhum barulho ou brincadeira, essa não era a realidade do quarto do quarto ano. – Não sei, não devia ter feito aquilo com eles... aquilo no primeiro ano é passado, acho que vou me desculpar com eles depois, se ele quiserem falar comigo, claro.


Arrumou-se e desceu para esperar Lílian. Não demorou muito e ela apareceu.


— Oi, Luke.


— Oi, Lily. Preparada?


— Não sei, acho que sim.


— Vai chamar o Ectore mesmo?


— Vou, no final eu achei que foi o melhor a fazer...


E cadê ele?


— Não desceu ainda.


— Nossa, pegou de primeira essa, hein? Parabéns!


— Obrigado – disse sorrindo. – Vamos tomar café?


— Vamos, daqui a pouco tenho que ir para a sala da Minerva.


— Gostei do cabelo, Luke.


Ele apenas sorriu.


Desceram para o Grande Salão. O Salão estava arrumado um pouco diferente: não havia mesas, havia um grande retângulo no centro, e o Prof. Flitwick estava lançando alguns feitiços por ele. Havia, também, as bandeiras de todas as casas por todo o salão, nenhum aluno entendeu algo.


— Sonorus! – Disse a Prof. Mcgonagall, sua voz aumentou – Estudantes, voltem para suas casas, o café será servido lá, todos desçam as 10:00 depois para cá, a final do campeonato será aqui. Só para os finalistas, Dumbledore será um dos juízes.


Lily apenas olhou para Luke, estava desesperada.


— Luke, eu vou...


— Acalme-se, não é nenhum problema o Dumbledore assistir. Você ainda é brilhante.


— Não é tão simples assim, o Dumbledore assistindo significa que não pode errar, que ele vai olhar como estamos indo, nosso progresso e... e... se ele brigar e se...


— Lily, calma, você é brilhante, não pode negar. O Dumbledore jamais brigaria com alguém. Você só precisa ser quem você é. Venha, vamos comer, você precisa de carboidrato.


Subiram de volta para o Salão Comunal.


Quando chegaram, o Salão estava completamente mudado, todas as poltronas desapareceram e o número de mesas triplicou e todas elas foram usadas para por comidas.


Todos ficaram encantados de como o Salão ficara arrumado tão rápido.


Começaram a comer assim que a ficha caiu.


— Não estou com fome... – declarou Lily para Luke.


— Claro que não está. Por isso vai comer. Coma um pão.


— Eu não quero, Luke.


— Então você quer desmaiar?


— Não... mas...


— Então coma. Veja, Ectore está comendo.


— O Ectore vive comendo, ele não conta. – eles riram juntos depois dessa.


— Não poderei dizer que não...


Essa brincadeira descontraiu o medo que Lílian estava sentindo para a etapa final do torneio. A garota conseguiu comer um pão e parecia não ter percebido o feito. No final, estava rindo com as amigas e comendo do jeito lindo de sempre.


“Luke, pare de pensar nela desse jeito, você sabe que ela é do James. E você já sofreu de mais por causa disso.”


Continuou pensando sobre isso, quando percebeu que Ectore e mais três amigos estavam olhando para ele e chamando-o.


— Sim? – perguntou Luke.


— É verdade que foi você que venceu Sirius, Pedro, Lupin e Tiago?


— Aham. E não é uma coisa que eu realmente queria ter feito.


— Então já sabemos quem pegar nos corredores a noite, já que vamos perder o jogo de amanhã. – disse um deles, tinha olhos castanhos, cabelo bem curto, alto, forte, alguém do tipo que Luke não brigaria.


— Me atacariam nos corredores porque vão perder um jogo amanhã?


— Mas é claro.


— De que ano vocês são?


— Sétimo.


— E por que está com eles, Ectore? Achei que tinha amigos que valiam a pena.


— O que quer dizer com isso? – exclamou um deles.


— Eu não me referi a vocês, mas se a carapuça serve... E, aliás, não quero mais detenção por duelar em corredores ou por lançar maldições e afins, então me deixem em paz, por favor. Ah, outra coisa, acho que se os alunos de minha própria casa me atacarem, só significa o quanto nossa casa está desunida.


— Mas você atacou Tiago!


— Não, Tiago me atacou porque tem linha curta e não aguenta críticas. Acho que esse ponto já foi completamente examinado. Só para constar, estudem um pouco para Transfiguração, todos vocês.


Luke se virou e voltou para junto de Lílian.


— O que eles queria com você? – perguntou a garota.


— Falar comigo por causa do Tiago e dos outros, você sabe.


— Ainda estão em cima de você por causa disso? Nossa, como são infantis.


— Isso eles são sem dúvida alguma. Nossa, vou me atrasar para a detenção. Tchau, Lily, boa sorte, eu sei que você pode. Talvez eu de uma fugida para ir lá ver você.


— Obrigado, Luke. – o garoto já saia apressado pelo buraco do retrato.


“Pare de pensar nela, pare de pensar nela, você só vai se machucar, Luke, Luke, Luke, pare se pensar nela, pare de pensar nela!” - Seus pensamentos eram basicamente estes enquanto estava indo para a sala da diretora de sua casa. Não demorou muito e chegou. O caminho para aquela sala já estava praticamente nos pés de Luke. Bateu três vezes na porta, esperou a resposta e entrou.


— Bom dia, professora.


— Olá, senhor Burgage. Já sabe o que vai fazer, não é? – perguntou a professora, olhando para um balde e um esfregão.


— Sei. Mas posso levar a minha varinha comigo? Acho que estou correndo riscos depois do ataque ao Tiago e os amigos dele...


— Hum, certo, certo. Mas não a use para limpar o banheiro, vou saber se o fizer.


— São todos os banheiros hoje?


— Não, será metade hoje, metade no próximo sábado. Pode ser mais se o senhor quiser...


— Como a senhora vai saber que eu não vou trapacear?


— Eu tenho meus métodos, senhor Burgage, meus únicos métodos. Mas agora tenho que ir, tenho o campeonato de duelos para julgar. Aprece-se, o senhor tem somente até as 15:00. As refeições serão na sua sala comunal e só poderá ir para lá ao meio dia, nunca antes.


— Ok, ok.


Os dois saíram pela porta, mas cada um foi para um lado.


“Vou começar pela base, é mais fácil, acho. Bem, pelo menos só vou poder lavar os banheiros masculinos...”


Luke desceu para as masmorras, sabia que tinha um banheiro ali.


No caminho não encontrou uma só alma com corpo, nem sem corpo, achava ele que todos tinha ido ao Grande Salão ver a final do campeonato.


“Eu podia estar lá, droga, não devia ter feito isso, sou uma anta”


Luke já havia chegado ao banheiro das masmorras e estava parado na porta como uma estátua.


“Vamos, é o que eu mereço”


Entrou no banheiro.


A vista que teve não foi lá a das melhores, nunca usara o banheiro das masmorras, realmente tinha medo do que ia encontrar lá.


“Olha a parte boa, esse é pequeno”


Encheu o balde com água e despejou um pouco de sabão que Minerva colocara dentro do balde. Partiu para o primeiro de quatro boxes.


Ao abrir o primeiro box, viu uma coisa preta se mexendo e virando uma prova com nota zero em Transfiguração, com o nome de Luke.


— I-i-i-isso não é me-me-meu. Ah, já sei, um bicho papão. Riddikulus! - A prova virou pó. “Tecnicamente, não a usei para limpar o banheiro...”


Pegou o esfregão e limpou o chão completamente, tentou fazer o melhor, mas estava realmente sujo. Luke deve ter ficado esfregando o mesmo local uns 10 minutos quando começou a ver o piso branco, depois partiu para o vaso sanitário.


“Espero que não me assuste com algo aqui...”


Luke abriu a tampa apreensivo, mas encontrou o vaso vazio, por sorte. Começou a limpá-lo por dentro com uma bucha. O vazo podia estar vazio, mas o cheiro que soltava não o dos melhores. Continuou esfregando, depois de mais vinte longos e tortuosos minutos, Luke conseguiu deixar tudo limpo. O primeiro box estava completo. Restavam três.


Depois de ter visto um bicho papão em um dos boxes, Luke esperava por tudo no próximo. Porém, ao abrir, encontrou-o vazio, por sorte. Fez o mesmo que fez no primeiro box, porém, ao abrir o vaso, viu um Grindylow morto. Quase saiu correndo de susto, mas sacou a varinha antes. “Esse reflexo tem que servir para algo... Como que vou tirar ele daqui?”


— Evanesca! – o Grindylow desapareceu. – deve bastar.


Continuou limpando o segundo box com a mesma vontade do primeiro, nenhuma. “Vou lavar isso aqui mais rápido, talvez consiga ver a Lily ainda...” Luke continuou esfregando, mas aumentou a velocidade e a força, em menos tempo que antes, conseguira limpar o segundo boxe, porém, estava quase que se jogando no chão.


“Chão? Tive uma ideia”


Luke pegou o balde e virou no chão, correu para as pias (que estavam entupidas) e abriu as torneiras no máximo e jogou um pouco de sabão em cada pia, esperou elas transbordarem. Minutos depois, todo o chão do banheiro estava preenchido de água. Ele jogou um pouco mais de sabão, largou o esfregão num canto, e simplesmente começou a dançar loucamente pelo banheiro todo, espalhando a água e criando espuma.


— Já sei! Jay?


Um estalo aconteceu e a elfo doméstico apareceu.


— Chamou, senhor?


— Olá, Jay, chamei sim. Me faz um favor?


— Claro.


— Me traz a receita da mãe para desinfetar as coisas? Os ingredientes eu acho aqui.


— Claro, meu senhor. Mas o que o senhor faz aqui?


— Limpo o banheiro, detenção...


— Quer que eu o ajude?


— Ah, não, não posso... Isso é coisa minha. Mas se puder trazer a receita eu agradeceria.


— Sim, em um segundo – houve um estalo e Jay se foi. Segundos depois a elfo volta com um pergaminho em suas mãos. – Aqui.


— Obrigado, Jay. Pode voltar para o que estava fazendo. – mais um estalo e Jay voltou para o Brasil.


“Hm, essa poção nem é tão difícil. Só preciso pegar os ingredientes. Pelo menos já estou nas masmorras, tenho que andar menos.”


Luke rumou para a porta, iria para a sala de poções. Assim que saiu ouviu uma voz vindo de dentro banheiro:


— Não pode sair antes de terminar aqui. – Luke se virou e olhou para a porta, porém estava vazio, ninguém além dele presenciava aquele corredor.


Não ficou assustado, pois fantasmas eram comuns em Hogwarts, só ficou pensativo, pois era comum todos os fantasmas mostrarem seus “rostos” e serem amigáveis. “Talvez seja o Pirraça.” Ignorou de vez a fala e continuou andando para a sala de poções. Já estava na metade do caminho quando a voz repetiu o que disse.


— Agora chega! Homenum Revelio! – uma sombra perto de uma pilastra, ao lado da porta do banheiro, apareceu. – Te peguei. Immobilus! – aparentemente, Luke errou o feitiço, mas ouviu um estalo. – Aparatação, deve ser um elfo. – cochichou para si mesmo – Apareça, elfo, mostre-se!


Não demorou muito e um elfo doméstico apareceu, ele tinha o tamanho normal de elfos, olhos grandes e verdes, era um pouco mais “cheio” que a maioria dos elfos que Luke já vira, olhava para Luke com olhar desconfiado, como se a qualquer momento Luke o atacaria e tiraria sua vida.


— E você é...?


— Jerry, elfo doméstico do castelo, trabalho na cozinha. Estou aqui por ordens da Professora Mcgonagall. – apresentou-se ele fazendo uma reverência.


— Ordens da Mcgonagall?


— Exato.


— Então assim que ela sabe que não vou usar magia... ótimo mesmo, ótima ideia. – cochichou Luke para si mesmo. Voltou-se para o elfo – Então creio que não vai me deixar it até o estoque de poções, correto?


— Exato, meu senhor.


— E se eu sair correndo?


— Experimente – desafiou o elfo.


Luke não pensou duas vezes, arrancou para o estoque de poções. Depois de pegar uma certa distância, olhou para trás e viu que o Elfo não estava lá. Quando olhou para frente novamente, viu o elfo pulando para cima. Luke apenas fechou o olho e sentiu uma pressão embaixo do estômago.


Quando abriu os olhos novamente estava numa cabine do banheiro, uma das que ele já havia limpado, por sorte.


— Como que...? – Luke parou para pensar – Aparatação...


— Exato, senhor.


— Não posso sair daqui, então?


— Não, só quando terminar o trabalho. Ordens da Professora Mcgonagall.


— Ótimo, então vou usar feitiços convocatórios. – Puxou a varinha e começou a usar o feitiço “Accio” para trazer tudo o que precisava. Pouco a pouco os ingredientes foram chegando e aterrissando ao seu lado. Após ter todos, preparou a poção num pode que encontrou jogado no lixo. Chacoalhou e despejou um pouco no chão e viu a espuma formada pelo sabão ficar variando de roxo claro para vermelho.


Um diferente cheiro começou a surgir no banheiro, ele era uma estranha mistura de morango com queijo.


Luke voltou a dançar pelo banheiro, mesmo sabendo que Jerry estava ali, olhando para ele, ele não ligava. Depois de muito espalhar a poção pelo chão, Luke começou a pegar baldes de água e a jogar no box que faltava limpar, fez isso umas dez vezes. Terminada sua “dança” no banheiro, Luke pegou sua varinha a apontou para o chão, e começou a falar um feitiço, porém ele não conseguia falar, pois Jerry fizera com que ele gaguejasse.


— Ora, Jerry, como ousa?


— O senhor não pode usar magia para limpar o banheiro.


— E como acha que vou limpar isso aqui?


— Senhor, perdoe-me, mas o problema não meu.


Luke apenas olhou fundo nos olhos de Jerry e o ignorou completamente.


“Bem, tenho que tirar isso do chão, ou ele começará a ser consumido pela poção, o que faço?”


— Pano! Não, nunca teria tantos... Balde! Não, seriam incontáveis... Cara, o que eu fui arranjar? – de repente, Luke teve uma ideia repentina. Ele deu um salto, puxou a varinha e soltou um feitiço no chão, congelando-o, ao aterrissar, porém, a água voltara ao estado líquido. Luke apenas olhou para o elfo.


“O ralo! Claro, a poção não afeta metal!”


Luke correu pelo banheiro todo procurando cada ralo, quando os achava, desentupia-os e empurrava a água para lá com o rodo. Foram sete ralos no total, após desentupir todos, a água praticamente desceu toda. Luke apenas precisou empurrar o restante da água.


Passou uma pano seco no box que jogara água e, a cada passada que dava, o box ficava mais branco. Não demorou muito, todos os boxes estava limpo.


Foi para as pias.


Desentupiu cada uma delas e passou um pano. “Está ótimo”


—Acabei – virou-se para Jerry.


O elfo não estava mais protegendo a porto, então Luke achou que podia sair e foi o que fez.


“Restam quatro banheiros, vamos para o do segundo andar”


Luke saiu das masmorras e rumou para o segundo andar. “Sou obrigado a ter que passar pelo térreo, posso tentar entrar no Grande Salão...”


Luke andou normalmente até chegar perto do Grande Salão. Ele olhou para os lados, para ver se achava Jerry, mas não o viu, então correu sentido à porta. Nem três passos deu e caiu de cara no chão, Luke olhou para seus pés e viu raízes prendendo-o.


— Reducto! – as raízes viraram pó. – Jerry, mostre a cara!


O elfo apareceu e Luke correu. Ele também não foi muito longe, dessa vez algo no ar parou ele, como se houvesse uma força contra ele, empurrando-o para trás. Luke desistiu de tentar passar, deu alguns passos de distância da “força” e:


— Bombarda! - o impulso do feitiço saiu da ponta da varinha e foi em direção à parede, nunca realmente chegou no final, a força o impedira de passar. – Reducto! Depulso! Estupefaça! – a barreira conseguiu segurar todos os três feitiços lançados. Luke estava perdendo a paciência. Começou a lançar todas as azarações que lembrava, depois de lançar mais três, a barreira cedeu e Luke pode passar.


Nem a ideia de andar surgira na cabeça de Luke que ele ouviu um estalo de dedos e cordas surgiram no ar e começaram a puxá-lo para o segundo andar.


— Diffindo. – as cordas foram cortadas, porém logo se juntaram de novo. Luke fuzilou o elfo depois disso.


Respirou fundo e o mais rápido que pode lançou um feitiço paralisante no elfo, porém errou, de novo. “Vou ficar aqui o resto do dia, ele pode aparatar aqui dentro... Vou conseguir só gastar energia”. Luke acabou se rendendo, no final, e foi ao banheiro do segundo andar.


Entrou. O banheiro nem era tão pior como o das masmorras. “Deve ser porque todos usam esse aqui”


Luke encheu um balde de água, colocou um pouco da poção que preparara no outro banheiro, molhou o pano, colocou no rodo e passou pelo chão, teve que repetir apenas mais três vezes e pode ver o chão limpo. As pias não precisaram de muito esforço, foram limpas apenas com um pano.


Os boxes estavam muito mais limpos que os da masmorra, o que apenas facilitou o trabalho. Luke abria cada um deles, passava um pano, depois abria a privada, limpava rápido e por último passava uma bucha no tampo. Repetiu isso dez vezes, número de boxes naquele banheiro. No fim, levou apenas uma hora e meia para lavar o banheiro, isso era rápido, levando em consideração o tamanho.


Luke estava morto de fome e cansado, porém iria ver Lily duelando. O campeonato durava até 16:30, pelo que sabia, devia ser ainda 14:30.


—Acabei, vou ver a luta.


— Não pode, ainda tem os outros banheiros.


— A Minerva disse que eu podia só lavar metade hoje, foi o que fiz.


— Não pode entrar no duelo!


— Por que não? Isso não está na minha detenção.


— Minerva que falou, eu só obedeço. Posso fazer o que quiser. – ameaçou o elfo. Luke encarou-o por um longo tempo. “Bem, acho que mais essa loucura não vai mudar muito minha vida”


— Então faça. – Luke sacou a varinha – Sinceramente, sempre soube que os elfos tinham coragem e não mostravam.


“Não vou atacá-lo realmente, claro, mas vamos ver onde ele chega e o que faz, quem sabe consigo despistá-lo e vou lá...”


Luke mexeu a varinha num rápido corte, lançando um impulso no chão perto dos pés do elfo. O elfo, em resposta, estalou os dedos e fuzilou Luke. Várias pedras voaram do chão em direção dele. Luke fez um movimento circular com a varinha e as pedras desapareceram.


— Só isso? – Luke usou o feitiço de cócegas, porém errou.


Jerry aparatou para cima da divisa de boxes, estalou os dedos de novo e a água do vaso de metade dos boxes flutuou e foi em direção a Luke. “Fica ainda pior saber que é água do vaso...” Luke não sabia um feitiço para deter aquilo, tentou um feitiço escudo, não funcionou muito, pois defendeu um espaço pequeno, então ele fechou os olhos e esperou receber o ataque.


Receber o ataque não foi tão ruim quanto Luke achou que seria. Era apenas água, mas Luke fez a maior força so mundo para não engolir aquilo, sabia que o gosto não seria o mesmo.


Ele não se lembrou do feitiço para secar as roupas, então deixou-as molhadas mesmo. “Não vou atacá-lo mesmo, só preciso de um feitiço do corpo preso e está ótimo para mim.”


Agitou a varinha de novo, lançou um impulso embaixo dos pés de Jerry. O elfo aparatou de novo e pareceu na janela. “Exatamente aí”


— Estupefaça! – como Luke esperava, Jerry desaparatou, o feitiço atingiu a janela, exatamente o que Luke queria.


O elfo reapareceu em frente à Luke, que por instinto usou um feitiço escudo, lançando o elfo para trás. Jerry estalou o dedo e os cacos de vidro voaram em direção a Luke. “Isso eu não esperava!”


— Depulso! – Luke não tinha certeza se aquele feitiço resolveria as coisas, mas no final funcionou, os cacos de vidro caíram no chão – Immobilus! – errou por pouco, Jerry conseguiu desviar-se para o lado. “Está cansado, nem aparatou”


— Expelliarmus! – lançou um pouco para a esquerda de Jerry e depois, num movimento quase que involuntário lançou “estupefaça” mais para a direita.


O elfo se desequilibrou e Luke aproveitou:


 


— Petrificus Totalus! – desta vez acertou em cheio. Os pés e os braços de Jerry se uniram ao corpo e ele caiu imóvel. Luke escreveu no espelho assim: “Me desculpe” e saiu correndo para o Grande Salão.


Quando chegou lá viu que todos já saiam em direção a seus dormitórios. A única coisa que Luke queria era achar Lily. Ele procurou-a por todos os alunos e não a achou, resolveu entrar no Grande Salão.


Ela estava lá, sentada no banco, tomando uma poção que provavelmente Madame Pomfrey dera para ela. Luke foi ao seu encontro:


— Lily, como foi?


— Nós ganhamos! A luta final foi contra Corvinal que venceu a Sonserina. Nossa primeira luta foi contra a Lufa-lufa, claro.


Luke apenas sorriu para a amiga e a abraçou. Não conseguiu vê-la lutar, mas estava feliz por ela ter ganhado.


— Vamos para a nossa sala comunal? Quero ouvir todos os detalhes.


— Sim, vamos. – Lily devolveu o copo para Madame Pomfrey e agradeceu pela ajuda.


— O que era aquilo? – perguntou Luke na saída do Grande Salão.


— Tônico, eu recebi acho que uns três feitiços do corpo preso, mas Ectore os desfez para mim durante a batalha.


— Falando nisso, onde ele está?


— Deitado no chão, numa dessas tentativas de me ajudar, foi brutalmente estuporado, ficou imóvel no chão.


— E você venceu os dois da Corvinal sozinha?


— Mais ou menos, sabe, um deles já estava meio tonto depois de dois confundos que acertei nele...


— Você é brilhante.


Lily pareceu sem graça ao ouvir isso.


Os dois continuaram subindo para o Salão Comunal e Lily foi contando todo o campeonato e todas as lutas com o máximo possível de detalhes. Assim que passaram pelo quadro da Mulher Gorda, Lily foi recebida por muitos vivas e palmas, a garota ficou tão vermelha que parecia um pimentão.


Após vários agradecimentos que Lily deus aos elogios que recebeu, ela e Luke sentaram numa mesa e continuaram a conversar. Não precisaram descer para jantar, pois ele foi servido na Sala Comunal também.


Lily e Luke ficaram conversando até as duas da manhã e então foram dormir.


Luke fora dormir mais feliz do que da última noite, se é que era possível.

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