Vingança



Dois dias já havia se passado desde a briga entre Luke e Lílian.


Ele já estava conseguindo superar o acontecido, porém sua atenção nas aulas, e no próprio dia a dia, havia diminuído, pois várias vezes lembrava-se do acontecido e ficava pensando durante muito tempo.


 


“Por que será que ela estava chorando? Eu não vejo nenhum motivo muito justificativo” pensava Luke, sentado de baixo de uma árvore, no jardim, após sua última aula de Poções do dia. “Ah, sei lá, nunca vou realmente saber o...” Luke fora interrompido por uma voz, que gritava “Ei você” e vinha não de muito longe. Luke voltou para onde seu corpo estava e olhou para frente, viu quatro pessoas: Tiago, Sirius, Remo e Pedro, este último era o que Luke menos gostava.


— Luke, não? – perguntou Tiago, que chegara primeiro.


— Sim. – respondeu, sacando a varinha sem eles perceberem.


— Tiago.


— Eu sei.


— Que é que você tá fazendo aqui? – perguntou Sirius, sentindo-se superior.


— Sentado, não é óbvio?


— Ora seu...


— Relaxa Almo... Sirius – falou Remo.


— Está em que ano? – perguntou Tiago.


— Ora, ora, ora, parece que o apanhador da Grifinória tem memória baixa, não é? Será mesmo que não se lembra de mim? Luke, Luke Burgage.


— Não tenho a mínima ideia. – respondeu indiferente.


— Tenho certeza de que o Aluado deve saber – respondeu Luke, olhando para Remo.


— Luke Burgage, o que pôs fogo na estufa de Herbologia. – respondeu Remo.


Tiago e Sirius ficaram boquiabertos.


— E você sabe, tanto quanto eu, que isso não é o certo...


— Mas você foi expulso! – exclamou Tiago.


— Fui tão expulso, que ainda estou aqui. – respondeu Luke, batendo em algumas pedras com a varinha, transformando-as em besouros.


— Como ousa... – começou Sirius.


— Sua mãe – iniciou Tiago – ainda fala como um Gigante?


— Não fale da minha mãe, inútil. Se tem um gigante aqui, ele é você.


— Não sou eu que falo grunhindo...


— Que culpa tenho, se você só sabe seu idioma?


— Como assim?


— Eu sou brasileiro.


— E fala inglês? – interrompeu Sirius.


— É o que parece, não é?


— Como você estuda aqui?


— Não tenho ideia e, mesmo se soubesse, não te falaria.


— Alguém aqui está parecendo confiante de mais, para quatro contra um – ameaçou Sirius.


— Eu não diria quatro, diria três. – respondeu Luke, frio.


— Olhe para mim, sangue ruim! – falou Sirius, que recebeu um tapa de Tiago.


Luke, que até agora apenas olhava para seu pergaminho olhou para os quatro garotos à sua frente. Tiago alto, cabelo preto de óculos e estava com uma mancha rocha na bochecha; Sirius alto, magro e cabelos negros e com o olho direito roxo. “Óbvio, não é.” Remo alto, com uma cara acabada e uma cicatriz no rosto “Só prova minhas teorias...” e Pedro, baixinho, gorducho e curvado “Nem comento um ser desses.”


— Sou tão sangue-ruim quanto você, Sirius. – respondeu Luke – pelo que vejo alguém aqui andou brigando... Vejamos, um olho direito roxo e uma bochecha vermelha, nem posso desconfiar de quem foi...


— Não estou te entendendo – falou Pedro, pela primeira vez.


— Não me surpreendo com essa revelação catastrófica, Pedro – continuou Luke – por que bateu no seu fiel escudeiro, Potter?


Ele não respondeu.


— O gato, ou melhor cachorro, comeu sua língua?


— Ele sabe! – começou Pedro – ele vai nos entregar!


— Cale a boca, animal – mandou Remo.


Luke riu.


— Qual é a graça? – perguntou Tiago, ríspido.


— É vocês terem um amigo como esse – ele apontou para Pedro – se entrega tão fácil...


— O que você quer dizer? – gritou Sirius, sacando a varinha.


— Acalme-se, Sirius – pediu Remo.


— Me acalmar?! Me acalmar?! Ele está me provocando, está provocando a todos nós!


— É mesmo – concordou Tiago, sacando a varinha.


— Olha só, perderam o controle. Acho que não estão acostumados a te enfrentarem assim, correto? Andarem sempre em grupos de quatro, para intimidar alunos mais novos. Aposto que nunca pegaram um aluno do sétimo ano, não cara a cara. Sempre tão covardes, nunca se entregam, sem põem a culpa em outras pessoas e ainda se dizem da Grifinória, vocês são um mico para a alma de Godric. Realmente me surpreendo de certas pessoas – ele olhou para Pedro e Sirius – não serem da Sonserina...


Luke teve uma fração de segundo para perceber que Sirius já carregava suas forças para lançar um feitiço, Luke se levantou e lançou “Oppugno” em Sirius, porém fora obrigado a desviar-se do feitiço, portanto, no mínimo uma dúzia de besouros voou para Remo, mordendo-o no rosto. Jogando-se no chão para se defender do ataque de Tiago, Luke lançou um Feitiço do corpo preso em Pedro “Ótimo, só restam dois”.


Levantou-se rapidamente e começou a se defender de todos os feitiços vindos de Potter e Black. Nada conseguia atingi-lo, porém ele não atacava.


Depois de cinco minutos, Sirius e Tiago demonstravam sinais de cansaço. Pedro ainda jazia no chão, imóvel. E Lupin não conseguira se livrar nem da metade de besouros.


Uma vontade estranha de rir apossou-se de Luke e ele fez questão de não segurá-la, corou o ar com sua varinha para se defender.


— Estupefaça – ordenou Luke, apontando para Tiago, sem sucesso.


Mais cinco minutos se passaram e ainda continuaram lutando, porém desta vez, Luke atacava e defendia e não tirava o sorriso do rosto. Tiago e Sirius mantinham-se em pé, não demonstravam cansaço, mas tinham feições de medo, talvez por estarem com dificuldades de acabar com um só aluno, deduziu Luke.


“Legal, estou cansando”


— Protego – defendeu-se Luke – Locomotor Mortis! – disse desenhando um arco para baixo, Sirius caiu pelo desequilíbrio – Agora você! Reducto! – “Nãoooo!” Um brilho azul saiu da varinha de Luke e atingiu Tiago no peito, que caiu no chão inconsciente – Não tenho a menor do que aconteceu dentro dele, mas ele mereceu. – virou-se para Sirius e viu ele se debatendo para se levantar – Estupefaça – atacou friamente.


Lupin ainda brigava com seus besouros, ainda restavam seis. Dirigiu-se para Pedro, refez o Feitiço do Corpo Preso e depois lançou um Feitiço Adesivo, colando ainda mais as pernas, os dedos da mão, os do pé e o braço junto ao corpo. “Nem sei o que vai sair daí...”. Dirigiu-se para Sirius, transfigurou seus cabelos em raízes e fez o Feitiço de Troca no pé dele, trocando-o por pequenas toras. Voltou-se para Remo, novamente, fez com que os besouros desaparecessem e tomou o caminho de volta para o castelo.


— Ei, espere! – gritou Remo.


— Confundus! – disse, sem se virar para Remo, apenas ouviu um gemido de queda.


Voltou para o castelo, já imaginando o que não demoraria a acontecer a ele.


“Bem feito, quero ver eles voltarem a falar da minha mãe e colocarem a culpa em mim de novo.”


Ainda era sete da noite, o jantar era mais tarde, então se dirigiu, como de costume, para a biblioteca. Completamente esquecido do acontecimento com Lílian e com um sorriso radiante no rosto.

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