Capítulo I



- Alvo, me deixa! Eu sei muito bem com quem me envolver, tá legal? – Gritou Rose.
- Não é isso que parece, Rose! Quantas vezes eu tenho que te dizer que esse garoto só quer te usar? Não cai no papo dele, Rô. Eu falo pro seu próprio bem! – Respondeu Alvo.

- Mas eu só sou amiga dele, mais nada. – Ela falou calmamente. – Entende isso, por favor!

- Isso é o que ele quer que você pense, ele finge que não gosta de você, mas depois você vai ver. Rose anda com gente mais legal, você sabe como o pai desse garoto era...
- Eu sei muito bem quem era o Sr. Malfoy, eu já tenho que agüentar o papai falando isso as férias inteiras. Só porque ele era daquele jeito isso não quer dizer que o Scorpius seja assim!

- Tudo bem, Rose. Eu vou deixar você em paz, se você quer assim, mas depois não me fala que eu não te avisei. – Falou Alvo novamente, arrumando a mochila para a aula de Transfiguração. – Você tem aula de quê agora?

- De Herbologia. Eu até hoje não entendo como você foi pra Sonserina, Al.
Ele deu um sorriso, um tchau e saiu da sala.

- É, você sabe muito bem, só não quer me contar. – Ela murmurou pra si mesma. Achava que Alvo devia estar na Grifinória, ele tem todas as características. Mas ele foi pra Sonserina, então os amigos que tinha na escola eram os que ela conquistou, não restava ninguém da família na sala dela.

- Oi, Rose. Quer ajuda? – Perguntou Scorpius, vendo Rose cheia de livros.

- Quero sim, Scorpius.
O garoto começou a ajudá-la gentilmente, guardando todos aqueles livros na mochila vermelha que ela carregava.

- A minha mochila rasgou. – Ele falou. – Acho que alguém me azarou, não sei.

Rose contraiu os lábios e fechou os punhos, sabia muito bem quem tinha feito aquilo.


- Ah, se eu pego ele! – Ela murmurou.

- O que você disse, Rô?

- Nada, nada Scorpius. – Ela deu um sorriso. – Traz sua mochila aqui, posso concertar pra você.

- Tem algum feitiço pra isso?

- Tem sim, vi num guia de feitiços da sétima série.
Scorpius entregou a bolsa a Rose, que passou a varinha onde estava o rasgão e rapidamente ela estava novinha de novo.

- Obrigado, Rose. – Ele sorriu.

- Anda, a aula, esqueceu? Temos que ir para a estufa. – Ela o ajudou a pôr a mochila nas costas e foi caminhando com ele.

- O que foi? – Ele perguntou, ao ver Rose de cabeça baixa, provavelmente pensando em algo.

- Nada. – Mentiu ela.

- Ainda é por causa do Alvo? – Ele perguntou. – Não liga, um dia isso vai passar.

Scorpius não guardava raiva de Alvo. Ele entendia um pouco o que ele queria dizer, Scorpius era filho de Draco Malfoy, uma pessoa com mania de sangue-puro e amante da Sonserina, era de se esperar que Alvo achasse que Scorpius só queria usá-la – O que não era verdade. Ele sempre manteve um sentimento por Rose, mas sempre teve medo de contar e Rose achar que Alvo tinha razão, e assim a amizade entre os dois acabar. Rose não desconfiava de nada, mas Scorpius sabia que estava na hora de falar pra ela o que sentia, ele só tinha dois anos para arrumar coragem e falar.


- Espero que passe, Scorpius. Ele é um pouco chato com isso, sabe? Sei que o Alvo não é ruim, não é irritante, mas ele está passando dos limites com essa história. Olha, o professor já entrou.

Era Neville Longbottom, amigo dos pais de Rose. Um homem alto, magro e de olhos verdes, que demonstrava nas suas aulas o amor que tinha pelas plantas. Harry um dia contou a Rose que ele até mesmo deixou a garota que amava, Luna, para estudar plantas, o que não era totalmente verdade, pois eles acabaram se afastando, e não uma escolha dele.

- Srtª Weasley e Sr. Malfoy, estão atrasados.

- Desculpe, professor. – Falou Rose. – Tivemos problemas com nossas mochilas.

- Não faz mal, por favor, peguem um par de luvas. – Ele apontou para uma mesa, onde se encontravam dois pares de luvas cor-de-rosa.

- Professor, só restaram essas? – Perguntou Scorpius constrangido, enquanto Rose calçava as luvas e dava risadas.

- Sim, isso é que dá chegar atrasado. – Falou o Professor Longbottom, sorrindo.

- Pra quê precisaremos das luvas? – Perguntou Charlene Patil, uma garota da lufa-lufa, filha de Padma Patil.

- Sim, imaginei que perguntariam isso. Hoje trabalharemos com as propriedades do Florecactum, uma flor que parece inofensiva, mas que quando se sente ameaçada pode criar espinhos e os machucar.

- E o que precisaremos fazer com elas? – Perguntou Rose.

- Simples, só preciso que troquem o vaso delas. Os vasos que estão atualmente foram quebrados num acidente gerado pelo senhor Thomas. – Neville olhou para o garoto, Peter Thomas, filho de Dino. – Quero que ponham adubo no vaso novo e tirem cuidadosamente a flor do vaso atual para colocá-las no novo.


Todos começaram a abrir os pacotes de adubo, exceto Scorpius, o dele parecia não querer abrir.

- Hoje é seu dia de sorte, não é? – Comentou Rose, sorrindo.

- Como pode ver...

Rose pegou uma tesoura de dentro da mochila e cortou a aba do pacote dela e em seguida do de Scorpius.

- Pronto. – Ela falou gentilmente, e guardou a tesoura de novo na mochila.

- Obrigado, Rose.

Scorpius achava Rose a garota mais incrível que pudesse existir. Tinha facilidade para resolver qualquer tipo de problema, era muito inteligente, e gostava das mesmas coisas que ele. Rose também já o amava, mas não sabia, ou se sabia, não admitia para si mesma. Scorpius era diferente de todos, era o mais educado, o mais amigo, o mais engraçado...

- Srtª Weasley, não vai pôr mesmo o adubo no vaso? – Perguntou o professor, sorrindo. Pelo jeito ele já imaginava, assim como todos, o que um sentia pelo outro.

- C-claro, professor. Desculpe, eu me distraí.

- Ah, adolescentes. Eu já passei por essa fase, é claro. É tudo tão bom mas ao mesmo tempo tão complicado... – Comentou o professor Longbottom, enquanto ia ajudar Gabriele Radchoe, que tinha sujado a mesa toda de adubo. – Mais cuidado com isso, srtª Radchoe. – E com um aceno de varinha ele colocou todo o adubo para dentro do vaso.

Agora todos da sala começaram a tirar as flores dos vasos.

- Ai! – Gritou Rose. Um dos espinhos da flor tinha passado a luva e furado a mão dela.

- Deixa eu te ajudar. – Falou Scorpius, tirando a luva e colocando junto da dela, só então ela percebeu que a mão dele também estava cortada.

- Tudo bem, não são venenosas. – Disse Longbottom.

- Scorpius, coloca essa luva, sua mão também está cortada.

- Tudo bem, a minha mão não está doendo. – Mentiu ele.


- Não, não precisa. – Tranquilizou-os o professor Longbottom. – Todos dois, vão pra enfermaria. Mais alguém cortou a mão?

Ninguém se manifestou. Rose pôde rapidamente concluir que eles só se cortaram pelo fato de que as luvas cor-de-rosa eram demasiado finas para evitar um corte.

- Tudo bem, então. Os dois pra enfermaria.

- Mas, professor! Eu preciso dessa aula para o teste!
Neville sorriu.

- Você é igualzinha a sua mãe, Srtª Weasley. Ela que tinha mania de aulas. Não se preocupe, vá para a enfermaria, não teremos nada demais hoje.
Rose sorriu e acenou com a cabeça, em seguida saiu da estufa, acompanhada por Scorpius.

- Luvas doidas. – Resmungou ele. – Eu sempre impliquei com a cor rosa, mas eu nunca sabia que ela podia fazer isso com a minha mão. – Scorpius sorriu, sem achar graça. – Você está bem?

- Ótima. – Rose respondeu. Estava no corredor quando viu que Alvo estava lá também. – Oi, Al. Aconteceu alguma coisa com você?

Alvo Severo Potter estava conversando com um grupo de pessoas, algumas da Sonserina e outras da Corvinal.

- Oi, Rose. Não, não, não aconteceu nada. Eu só estou no corredor porque o professor de Estudo das Artes dos Trouxas faltou. O que é isso na sua mão? – Ele perguntou.

- Florecactus, a luva era fina demais. Bom, tenho que ir pra ala hospitalar, até mais Al. Vamos, Scorpius.

Alvo parecia não ter percebido a presença de Scorpius, então apenas acenou com a cabeça educadamente para ele. Quando Scorpius virou a cabeça viu que Rose já estava quase no fim do corredor.

- Ei, Rose, espera aí.

Ele foi correndo até ela.

- Vamos, temos que chegar logo, eu estou melando o uniforme com o sangue agora.

– Ela falou.

Rapidamente chegaram na ala hospitalar.

- O que aconteceu com vocês dois?

- Bom, uma florecactus nos arranhou, mas o professor Longbottom falou que não é venenosa, então seria bom que a senhora pudesse fechar o arranhão.


- Certo, sentem-se. Essas luvinhas finas que dão para os alunos, hum, nunca gostei. – Resmungou ela. Então a mulher olhou atentamente para Rose e Scorpius, e deixou soltar um gritinho. – Calma, vocês são filhos de quem?

- Bom, eu sou filha de Hermione Granger e Ronald Weasley, e ele é filho de Draco Malfoy e Astoria Greenpass.

- Astoria Greengrass, Rose. – Ele corrigiu.

- Nossa, é mesmo? Eu conhecia seus pais! – Ela falou animadamente. – Bom, não essa tal de Astoria, mas conhecia Hermione, a sabe-tudo, - Ela deu uma risadinha. – Rony, o engraçadinho e Draco também. O melhor amigo de Rony era Harry Potter, eram amigos de Hermione também, eles viviam em briga constante com Draco. Talvez eles se lembrem de mim, sou Parvati Patil. – Falou ela.

- Ah, nós conhecemos sua sobrinha. – Falou Scorpius. – Ela é do mesmo ano que nós.

- Bom, tomem essa poção, a ferida vai fechar no mesmo instante. – Ela entregou um frasquinho mínimo para os dois. – Não se preocupem, não é ruim, aliás, não tem gosto de nada.

Encorajados pela enfermeira, viraram o frasquinho e instantaneamente os cortes se fecharam.

- Muito obrigada. – Falou Rose. – Adorei conhecer você. Vamos, Scorpius, acho que ainda dá tempo de pegar o finzinho da aula de Herbologia.

Os dois voltaram para as estufas, e viram que realmente muitas pessoas estavam tendo problemas com os cortes.

- As luvas se abriram. – Falou o professor Longbottom, desesperado. – Eu disse ao diretor que já estava na hora de aposentar essas luvas, mas não deu tempo de comprar novas. Vamos, todos! Vão para a ala hospitalar, teremos teoria agora!

Durante todo o tempo que ficaram sozinhos, os três, naquela sala, o professor ficou os encarando com um sorriso bobo no rosto.

- São tão parecidos com os seus pais! – Ele disse – Principalmente você, Rose, é uma mistura perfeita da Hermione com o Rony. Não conheci sua mãe, Scorpius, mas acho que parece mais com o seu pai.



- É. – Confirmou Scorpius. Não gostava muito de falar do pai dele, eles às vezes se desentendiam, pois Scorpius deixou escapar que andava com Rose e Draco disse que aquilo era traição de sangue.

- Olha só, eles estão voltando. – Falou Rose, espiando da janela. Minutos depois os alunos entraram na classe furiosos.

- A poção acabou. – Falou Thomas. – Só deu pra fechar a ferida de metade de nós, a outra parte vai ter que seguir o modo trouxa, esperar a ferida fechar sozinha. Ela fechou apenas os casos mais graves, então ela fechou a minha ferida também, estava imensa.

- Estão vendo? Por um lado as luvas rosa ajudaram. – Falou o professor Longbottom, tentando reanimá-los. – Bom, acho que ninguém mais está em condições de ter aula teórica, não com todo esse alvoroço. Estão dispensados, até semana que vem.

- Então tchau, professor. – Falou Rose.

- Pode me chamar de Neville se quiser, Srtª Weasley.

- Me chame de Rose que eu o chamo de Neville. – Rose deu um sorriso educado.

- Certo, Rose.


- Scorpius, já que é aula vaga, que tal irmos na biblioteca? Ainda tem o trabalho de poções, lembra?

- Ah, claro. Vamos.

Neville ficou os observando, sorrindo. Estava claro que eles eram muito unidos, do ponto de vista de Neville, até mais do que parecia, o que era uma ironia do destino, pois com os pais tão rivais aquela amizade continuava forte.

- Toma mais esse, Scorpius. – Disse Rose, acrescentando mais um livro nos braços do garoto.

- Já chega, Rose. Já tem sete aqui.

- É, mais não vamos encontrar tudo em um só, entenda isso! – Falou ela, com as bochechas corando.

- Tá. Mas esse é o último, ok? Oito é demais, Rô!

Minutos depois Scorpius e Rose, que estava aparentemente satisfeita, sentaram à uma mesa na biblioteca.

- Doze livros. – Falou Scorpius, resmungando. – Não precisa disso tudo, Rose.

- Precisa sim, a não ser que você queira tirar nota baixa no teste. – Ela deu um sorriso de deboche ao ver a cara enfadada dele.


Rose ainda estava na leitura sobre animagos do terceiro livro, e Scorpius já tinha dormido.

- Acorda, preguiçoso, ainda temos esse e mais nove!

- Rose, me deixa dormir! – Falou ele, sem tirar a cabeça de cima dos braços, apoiados na mesa.

- Tudo bem, tudo bem. Depois desse podemos ir pra o salão comunal, assim está bom pra você? – Ela olhou pra ele, que deu um sorriso. – Vamos, Scorpius, já tá no finalzinho. – Ela sorriu carinhosamente.

- Só porque você está pedindo, sua teimosa. – Ele levantou e começou a prestar atenção no livro.

- Minha mãe contou que já caçou uma animaga. – Contou ela. – Ela disse que tinha uma repórter fofoqueira, Rita Skeeter, que inventava mentiras sobre todo mundo. Uma vez ela até falou que a mamãe estava namorando com o tio Harry! Mamãe contou que prendeu ela num frasquinho e a fez jurar que não ia mais mentir para o Profeta Diário.

– Rose estava dando um sorriso de satisfação.

- Sua mãe deve ser parecida com você, pelo jeito que falam dela. Ela é nascida trouxa, não é?

- É. Meu pai é sangue-puro e minha mãe é nascida trouxa. Ela conta que conheceu o papai no primeiro ano, mas eles não eram amigos, sabe? Um dia ele comentou que minha mãe não devia ter amigos, já que ela às vezes era meio grosseira e não parava de estudar, então ela foi pra o banheiro chorar e acabou dando de cara com um trasgo.

- Um trasgo? – Perguntou Scorpius.

- Sim. Eles eram primeiro ano, então não sabiam nenhum feitiço descente a não ser Wingardium Leviosa, então meu pai e o tio Harry entraram no banheiro. O tio Harry subiu na corcunda do trasgo, enfiou a varinha no nariz dele, e meu pai tirou com a varinha o bastão do trasgo e jogou na cabeça dele, e em seguida, BUM, o trasgo caiu!


- Fantástico. – Falou Scorpius.

Ficaram estudando sobre animagos durante algumas horas, então Rose percebeu que já estava na hora do jantar.

- Vamos descer pra o salão principal. – Falou ela. – Estou morrendo de fome.

Os dois foram para o salão principal. Rose sentou entre Lílian Potter e Diana
Finnigan, e Scorpius sentou entre Tiago Potter e David Jordan.

-...Meu pai costumava narrar jogos de quadribol, isso até ele sair da escola, é claro.

- O papai era apanhador, o primeiro pomo dele ele quase engoliu. – Falou Tiago. – Scorpius, o seu pai jogava quadribol?

Mas Scorpius estava olhando para Rose, que conversava com Diana.

- Scor, para de paquerar a minha prima e me escuta, seu bobão!

Scorpius virou a cabeça rapidamente.

- O que você falou? E-eu, paquerando a Rose? Não, você se... Enganou.

- Hum, sei, você é caidinho pela Rô, todo mundo sabe, cara. Mas, tudo bem, a gente conversa sobre isso depois, ok?

Todos do salão estavam saindo, e Scorpius se adiantou também, mas viu que Tiago, para a angústia dele, o seguiu.

-...Então, cara, você tem que ter mais atitude!

Scorpius deu uma gargalhada.

- Do que você tá falando?

- Da Rose! Scorpius, não adianta disfarçar, tem “Eu amo Rose Weasley” estampado na sua testa!

Scorpius olhou para os sapatos.

- Está tão óbvio assim?

- Ah-ah! Eu sabia! Eu sempre soube! É, tem estampado na sua testa sim.

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