Hã?



Quando entramos na Sala Comunal, estava totalmente diferente do que estava no dia anterior. Estava totalmente calma, e ninguém estava gritando ou rindo, como no dia anterior. Todos estavam quietos, com pergaminhos abertos. Até os alunos do sexto e sétimo ano, que quase sempre estão rindo e se divertindo.


-O que está acontecendo? – sussurrei para Katelyn. Não queria fazer barulho.


-Não faço idéia – a Katelyn falou.


-Vamos perguntar – falei e nós andamos até a Molly e a Roxanne que estavam sentadas em uma mesa com livros abertos.


-Oi, Molly, oi Roxy – eu e a Katelyn sussurramos.


-Oi – elas sussurraram de volta.


-O que está acontecendo? Por que está todo mundo em silêncio? – perguntei.


-O Whedon e o Filch estão lá em cima revistando os dormitórios – a Roxanne falou.


-Por quê? – perguntei.


-Alguém soltou bombas de bosta na sala do Filch. Provavelmente foram o Fred e o James, mas ninguém tem provas – ela disse – eu falei com eles e eles disseram que as bombas que eles jogaram eram as últimas. Então eles não tem mais nada nos malões. Então ninguém pode provar nada.


-Entendi – falei.


-E porque todo mundo está sentado em silêncio? – a Katelyn perguntou.


-Para acharem que nós somos bons alunos e fazemos todos os trabalhos – a Molly falou – olhem para o Fred.


Me virei e olhei para o Fred. Ele estava sentado do lado do James, os dois com os rostos enfiados nos livros, mas dava para perceber que estavam rindo.


-Vamos fazer nossos trabalhos também – falei – tchau.


-Tchau – a Molly e a Roxanne responderam.


Eu e a Katelyn nos sentamos em duas poltronas velhas e vazias no canto no final da sala.


-O que você quer fazer primeiro? – perguntei.


-É melhor começarmos pelo pior – ela falou.


-Poções – falamos ao mesmo tempo.


Nós começamos a escrever quando ouvimos:


-Senhores e senhoritas, por favor, eu gostaria da sua atenção.


Nós paramos de escrever e vimos o Prof. Whedon com Filch ao seu lado no meio da Sala Comunal.


-O Sr. Filch e eu não encontramos provas do responsável pelo ataque de bombas de bosta (eu olhei para o James e o Fred. Eles ainda estavam com as cabeças enfiadas dentro dos livros e pareciam rir), mas iremos ficar de olho, já temos alguns suspeitos – o Prof. Whedon falou e saiu da Sala Comunal seguido pelo Filch. Um menino que parecia ser do quinto ano se levantou e olhou pelo buraco do retrato. Depois de alguns segundos, ele gritou “Já foram”, e todos se levantaram e cercaram Fred e James para um interrogatório sobre as aventuras com as bombas de bosta.


-Nós falamos com eles mais tarde – falei – vamos continuar.


-Tudo bem – a Katelyn falou continuando a escrever.


Depois de uns 15 minutos alguém chegou perto da gente e falou:


-Querem se atrasar para o jantar?


Eu a Katelyn levantamos a cabeça e vimos o Jake, o Albus e o Daniel.


-Já está na hora do jantar? – perguntei.


-Já – o Jake falou.


-Como nós somos amigos muito bons, quando chegamos lá e vocês não estavam lá, viemos chamar vocês – o Daniel falou.


-Isso é mentira – o Al falou – o Daniel ficou com vontade de ir no banheiro quando estávamos no meio do caminho, então voltamos e vimos vocês aí.


-Por falar nisso, eu ainda não fui no banheiro – o Daniel falou correndo escada acima – já volto.


-Vocês já fizeram o trabalho de Poções? – perguntei.


O Jake e o Al se entreolharam e responderam:


-Já.


-Eu sei que é mentira – falei.


-Tem razão, é mentira – o Jake falou.


-Não sei você, mas eu fiz sim – o Al falou.


-Voltei – o Daniel gritou chegando – vamos logo, tô faminto.


Nós fomos até o Salão Principal. Eu sentei entre o Jake e a Laylla. Se você está se perguntando por que eu não sentei do lado da Katelyn, é porque eu sentei de frente pra ela.


-Oi, Laylla – duas meninas chegaram do lado de Laylla.


-Oi, sentem aqui – Laylla falou para as meninas – Rosie, você pode ir um pouquinho mais pra lá, por favor.


-Claro – falei.


-Rosie, essas são minhas irmãs Bonnie e Lizzie. Bonnie está no segundo ano e Lizzie no quarto – a Laylla falou.


-Laylla, eu conheço suas irmãs desde que começamos a estudar aqui – falei.


-Sério? – ela falou.


-Sério – respondi – você já apresentou elas a mim umas vinte vezes.


-É verdade, Bonnie? – a Laylla perguntou para a irmã.


-É – Bonnie respondeu – eu vou sentar com as minhas amigas.


E então a Bonnie saiu andando.


-Tudo bem com você, Lizzie? – a Laylla perguntou.


Me virei para conversar com o Jake mas ele estava conversando com o Daniel sobre Quadribol. Olhei para a Katelyn, mas ela estava conversando com o Al. Pela primeira vez na vida, acho que senti solidão. Olhei para os lados, para frente e para trás e não havia ninguém com quem conversar...


-Rosie? – a Laylla interrompeu meus pensamentos.


-O que foi, Lay? – falei.


-A Lizzie foi ficar com as amigas dela, você fica comigo hoje? É que eu gosto de ficar sozinha, mas hoje eu não quero ficar sozinha, você fica comigo? – a Laylla perguntou com um sorriso de orelha a orelha.


-Claro – falei tentando sorrir e a Laylla começou a tagarelar de novo. Agora que ela estava falando sem parar, ficar na solidão até que era bom. Depois de uns cinco minutos ouvindo a Laylla eu já estava sem paciência.


-Desculpa interromper, Lay, mas eu tenho muito trabalho a fazer, acho melhor eu voltar para a Sala Comunal – falei.


-Eu também tenho muitos trabalhos – a Laylla falou – a gente podia fazer junta, eu te ajudava e você me ajudava...


-Laylla! – eu falei interrompendo-a.


-O que foi, Rosie? – ela falou.


-Eu estou com um pouquinho de dor de cabeça, será que você não poderia, por favor, falar um pouquinho menos, essa noite? – pedi.


-Claro – ela respondeu – mas ainda podemos fazer o trabalho juntas?


-Podemos – respondi me levantando – ei, Kate, eu estou indo pra Sala Comunal acabar o trabalho de Poções, você vem?


-Agora não – ela respondeu apontando discretamente para o Al do lado dela – eu ainda não acabei de jantar – e ela colocou mais um pedaço de frango na boca.


Eu dei uma risadinha e falei:


-Tá bom, te vejo lá em cima.


Eu e a Laylla subimos até a Sala Comunal. Não havia muita gente lá, a maioria ainda estava jantando. Nós andamos até as duas últimas poltronas que eu a Katelyn estávamos sentadas. Eu sentei em uma e a Laylla ficou em pé.


-Não vai sentar? – perguntei.


-Essa cadeira parece velha – ela falou.


-É mesmo a mais velha – falei – mas eu quase sempre sento aqui. É bem no canto, então quando eu não tô afim de barulho venho aqui.


-Ah – a Laylla falou – mas agora não tem ninguém, nós podemos sentar naquele sofá grande e confortável e novinho.


-Tudo bem – falei me levantando, pegando meu pergaminho e deixando o da Katelyn lá. Sentei no sofá. Era mesmo grande e confortável, mas me deixava com sono, o que a cadeira velha não fazia.


-Vamos começar – falei – você já fez o de Poções?


-Já – a Laylla falou.


-Então vamos fazer o de Transfiguração e quando a Katelyn voltar eu termino o de Poções – falei.


-Você não pode deixar o trabalho pela metade – a Laylla falou.


-Olha, Lay, como eu já disse, estou com um pouquinho de dor de cabeça, então se você pudesse falar apenas sobre o que nós aprendemos em Transfiguração no ano passado, eu ficaria feliz – falei.


Os olhos da Laylla começaram a se encher de lágrimas.


-Desculpa, Lay, não foi isso que eu quis dizer – falei – eu quis dizer que você é muito inteligente em Transfiguração e eu queria aproveitar essa oportunidade para você me ajudar.


Isso é uma total mentira. A Laylla é horrível em Transfiguração. Ela sempre se dá mal e tem que ter aulas extras. Mas qualquer coisa para deixar os amigos felizes.


Quando acabamos o trabalho de Transfiguração, eu comecei o de Runas Antigas e a Laylla começou o de Adivinhação. Quando eu acabei eu olhei ao redor. A Sala Comunal estava lotada. Olhei para as duas poltronas velhas no canto da sala. A Katelyn estava sentada lá. E adivinha quem estava onde eu deveria estar? O Al. E eles estavam rindo bastante. Aquelas poltronas não era lugar de risadas. Era lugar de paz e tranqüilidade para fazer os trabalhos. Eu a Katelyn inventamos isso no primeiro ano.


-Lay? – falei.


-O que foi, Rosie? – ela falou levantando os olhos do pergaminho.


-Eu estou cansada, acho que vou subir – falei.


-E me deixar aqui sozinha? – ela falou fazendo biquinho de choro.


-Na verdade, eu vou terminar o trabalho de Poções primeiro – falei pegando o pergaminho.


A Laylla sorriu e voltou para o pergaminho dela. Olhei para onde a Katelyn e o Al estavam. Eles estavam rindo e escrevendo ao mesmo tempo. Pareciam estar mesmo se divertindo.


Quando eu acabei o trabalho de Poções, olhei para a Laylla. Ela estava com uma almofada em cima do rosto.


-Lay? – falei – Lay? Você tá acordada?


Ela não se mexeu. Puxei a almofada e vi que ela estava dormindo.


-Lay, acorda – falei – você pegou no sono na Sala Comunal.


-An? – A Laylla falou abrindo os olhos e se sentando no sofá.


-Você pegou no sono fazendo seu trabalho – falei – agora tá todo amassado.


-Não é meu trabalho – ela falou mostrando o pergaminho onde havia oito pessoas – eu só estava desenhando.


-Quem são essas pessoas? – perguntei.


-Minha mãe, meu pai, a Lizzie, a Bonnie, eu, a Hannah, o Reed (o Reed era o irmão mais velho da Laylla. Ele era do quinto ano) e você – ela falou.


-E eu? – perguntei confusa.


-É! – ela falou – nós estamos na praia e você está lá porque você é minha amiga.


-Valeu, Lay – falei abraçando-a – você também é minha amiga.


-Eu tô com sono – a Laylla falou bocejando – eu vou subir.


-Eu também – falei pegando meus trabalhos feitos. Olhei para Katelyn mais uma vez. Ela ainda estava rindo e escrevendo. Subi com a Laylla, coloquei o pijama e fui dormir.

N/A: Oi gente, gostaram do capítulo?? Eu sei que postei rápido, é que eu só posso postar agora nos fins de semana, então irei tentar postar dois por semana. Por favor comentem, mesmo se acharem horrível, comentem dizendo que acharam horrível. Bjss

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