Primeiras impressões



Capítulo 3: Primeiras impressões.


 


 


A carruagem passou rapidamente pela estrada. Ela olhou pela janela e pode ver, ao longe, o velho salgueiro. Uma lágrima rolou pelo seu rosto. Aquela seria a última vez que via aquele lugar, onde foi mais feliz. Desejava voltar à Helstone algum dia, nem que fosse para visitar os amigos que ficaram.


 


Olhou para a mãe, que se encontrava sentada à sua frente. Ela também chorava. O pai olhava a paisagem, através da janela da carruagem. Annie a olhou e sorriu, um sorriso singelo e triste.


 


Poucos minutos depois, chegaram à estação. Os carregadores colocaram a bagagem em uma das cabines do trem. Eles estavam à porta do vagão, quando viram algumas pessoas se aproximando deles. Eram Dora, Remus, sua madrinha e Vitor Krum.


 


- Pensei que não chegaríamos a tempo de nos despedir. - Falou Dora a abraçando. - O trem para Helstone atrasou.


 


Dora e Remus estavam morando em Londres, junto com sua madrinha, que tinha uma casa lá.


 


As duas ficaram abraçadas por alguns instantes, em silêncio.


 


- Espero que tudo dê certo lá. - Dora disse após o abraço, com lágrimas nos olhos. - Me escreva assim que puder.


 


- Escreverei. - Hermione disse.


 


Despediu-se de sua madrinha e Remus.


 


- Hermione, espero que possamos continuar amigos. - Disse Vitor timidamente.


 


- Certamente. - Ela disse com um sorrisinho. - Escreverei, quando puder.


 


- Aguardarei ansiosamente. - Ele disse, parecendo feliz.


 


- O trem para Milton parte em dois minutos. - Disse o condutor.


 


Logo em seguida, ela, seus pais e Annie, embarcaram no trem. Da janela da cabine, acenaram para os amigos que ficavam. O trem começou a se mover. Não demorou para que a estação ficasse para trás.


 


Horas mais tarde, quando o sol já havia se posto, o trem chega à cidade.


 


- Estamos quase chegando. - Disse seu pai. Ele segurava uma lista de alunos, que o senhor Black mandara para ele. - Haverá muito trabalho para mim aqui.


 


- Não haverá ninguém como nós, em Milton. - Disse a mãe, triste.


 


- Vamos conseguir. - Hermione disse, tentando se conformar e animar a mãe. - Não é outro planeta.


 


O trem começa a diminuir a velocidade até parar, completamente, na estação.


 


Hermione olhou para a janela e não gostou muito do que viu. Uma estação escura e deprimente.


 


- Estação de Milton. - Fala o condutor.


 


Eles levantam-se e saíram da cabine, para a estação, coberta pela fumaça do trem e cheia de gente. Notou que as pessoas andavam com certa pressa e suas roupas eram, em maioria, pretas. Seu pai chamou um carregador e tomaram um carruagem até um hotel.


 


- Amanhã iremos procurar a casa, que um conhecido do senhor Black, conseguiu para nós. - Disse-lhe o pai, quando chegaram ao hotel.


 


O lugar era muito simples, pois era o único que poderiam pagar.


 


**



Na manhã seguinte, o pai de Hermione se preparava para sair.


 


- Papai, aonde o senhor vai? - Ela perguntou.


 


- Procurar a casa.


 


- Posso ir junto com o senhor?


 


- Claro, vamos então. - Ele disse.


 


Quando chegaram à rua, ele lhe entregou um pedaço de papel.


 


- Esse é o endereço da casa.


 


Ela leu o que se encontrava na folha amarelada:


 


"Grimmauld Place, n° 12"


 


- Então eu vou por aqui, e o senhor por lá. - Disse apontando para o caminho à esquerda. - Assim ficará mais fácil encontrá-la.


 


O pai concordou.


 


Ela saiu andando pela rua. Nunca antes tinha visto pessoas tão "frias" e pouco amigáveis. Tentou não prestar atenção às pessoas, somente no caminho. Entrou uma mercearia e foi até o atendente.


 


- Por favor, o senhor saberia me informar onde fica esse endereço? - Perguntou ao homem, mostrando-lhe o papel.


 


- Fica a duas ruas daqui, à direita.


 


- Obrigada.


 


Em menos de dois minutos, chegou à rua, que o homem lhe indicada. Era escura e cheirava mal. Havia casas idênticas dos dois lados da calçada, somente com números diferentes. O número 12 ficava do outro lado. A rua estava tomada por pessoas, vendedores, com suas carroças, onde havia de tudo, desde animais mortos a frutas e legumes. O cheiro a incomodou e entristeceu-se ao pensar que viveriam ali.


 


Atravessou a rua e adentrou a casa. Era escura e fria, como tudo naquela cidade. Saiu andando, explorando o lugar. A casa era alta, com três andares, mas não era muito larga. Embaixo havia somente uma pequena sala, a cozinha, a lavanderia e o hall de entrada. Não era bela como a sua antiga casa em Helstone. Grande parte dos papéis de parede eram pretos, meio azulados, que ela não gostou. Ouviu que pessoas estavam conversando, no interior da casa. Subiu os degraus da escada, para o andar de cima. Chegou a uma sala, onde encontrou dois homens, ambos vestindo ternos pretos e pareciam razoavelmente jovens.


 


- Quem é a senhorita? - Um dos homens perguntou.


 


- Granger...


 


- Ah, sim... a filha do amigo do senhor Black, creio. - Falou o homem, o outro nada dissera.


 


- Quem é o senhor? - Ela perguntou.


 


- Sou o capataz do senhor Weasley. - Respondeu ele. - Ele me pediu para acertar o aluguel da casa, com o dono.


 


- Quem é o senhor Weasley? - Questionou ela, sem entender.


 


- Ele é um conhecido do senhor Black. - Respondeu o homem.


 


- Agradeça ao seu senhor por mim, mas acho que minha família poderá pagar pelo aluguel da casa. - Hermione disse um pouco irritada.


 


- Mas o senhor Weasley insistiu em pagar. - Disse o capataz.


 


- Posso saber onde encontro o senhor Weasley? - Perguntou ela.


 


Minutos depois, a carruagem que pegou, parou à frente de uma fábrica. Era o lugar que o capataz indicara como sendo onde o senhor Weasley se encontrava. Saiu da carruagem e pagou ao condutor. Não se surpreendeu em encontrar um lugar triste, escuro e frio. Do lado de fora da fábrica, havia muitos homens, carregando e descarregando as carroças. Ao lado da fábrica havia uma casa, que deveria pertencer ao tal senhor Weasley. Foi até lá e tocou a campainha. A empregada, que a atendeu, disse que o senhor Weasley se encontrava na fábrica. Quando chegou lá, um dos secretários informou que o senhor Weasley estava ocupado, mas que ela poderia esperar no escritório dele. E assim ela fez.


 


- Espere aqui, senhorita. - Falou o tal secretário. - Chamarei o senhor Weasley.


 


E sai fechando a porta.


 


Ela observou o aposento. Havia muitas estantes com livros, junto às paredes. Uma mesa grande e uma poltrona de aspecto confortável. Foi até a janela, onde dava pra ver os empregados carregando os grandes fardos de algodão e os colocando nas carroças. Olhou para o relógio, que estava na parede. Já haviam se passado cinco minutos. Observou os objetos e papéis que estavam sobre a mesa, depois voltou a olhar os empregados, através da janela. Estava ficando cansada em esperar. Sentou-se em um sofá de couro negro, que estava à um canto.


 


"Será que ele irá demorar muito?" - Ela pensou. - "Afinal, quem é esse senhor Weasley?"


 


Levantou-se e consultou as horas no relógio novamente, haviam se passado quase meia hora e nada do senhor Weasley chegar.


 


Resolveu ir atrás dele, pois não aguentava mais esperá-lo. Caminhou pela fábrica. Passou por alguns empregados, que a olharam curiosos. Chegou a uma porta, a abriu e entrou na área das máquinas. Uma espécie de galpão, onde havia muitas máquinas de fiar e empregados as operando. Muitas plumas brancas pairavam pela sala, que provinham do algodão, dando ao lugar uma visão esbranquiçada, parecendo neve no inverno. Caminhou por entre as máquinas e pode notar algumas crianças, além muitas mulheres e homens, trabalhando ali. Observou tudo com curiosidade, afinal, nunca tinha estado em uma fábrica antes.


 


Mais à frente, viu um homem ruivo, muito bem trajado. Usava um terno preto e gravata. O cabelo muito bem penteado.


 


O tal homem observada o trabalho dos empregados, com olhar austero. Parecia imponente e logo Hermione compreendeu que ele deveria ser o senhor Weasley.


 


De repente o homem ficou sério, olhando para um ponto fixo. Hermione virou a cabeça para olhar o que o senhor Weasley observava. Um homem, empregado, com cachimbo e isqueiro na mão. O senhor Weasley saiu correndo atrás do empregado e este saiu em disparada. Ela ficou sem entender, mas mesmo assustada, saiu atrás deles.


 


Encontrou-os, mais adiante, em meios as máquinas. O senhor Weasley, batia no empregado, com socos. Ela assistia a cena, totalmente horrorizada. Várias pessoas, pararam em volta para ver a briga. Ela notou uma moça loira, que estava à frente do grupo de curiosos, o que incluía algumas crianças.


 


- Pare! - Hermione gritou ao ruivo.


 


O homem não lhe deu atenção, mas para de bater no empregado, que cai no chão. Ele dá um chute no homem caído.


 


- O que eu disse? - Ele perguntou ao homem. - Você ficou louco?


 


- Eu não fiz nada. - Disse o empregado, que ainda se encontrava no chão.


 


- Eu o vi fumando um cachimbo, não minta! - Ele gritou. Seu rosto corando. - Está despedido!


 


- Não! Por favor, senhor Weasley! - Pediu o empregado desesperado. - Tenho filhos pequenos para criar! Morrerão de fome se eu não trabalhar.


 


- Deveria ter se lembrado deles antes de fumar aqui. - Falou o senhor Weasley, com o rosto vermelho. Ela continuava observando a cena, sem entender nada. - Melhor de fome do que queimado. Agora saia! Já disse!


 


O empregado se levantou com dificuldade e saiu andando.


 


- E você? - Perguntou o ruivo rispidamente, olhando para ela. - O que está fazendo aqui?


 


- Eu vim...


 


- Dalton! Tire-a daqui! - Mandou ele e Hermione se assustou com o comportamento daquele senhor.


 


O secretário, que havia a atendido mais cedo, chegou ao seu lado.


 


- Por favor, senhorita, me acompanhe. - Disse ele parecendo receoso.


 


O senhor Weasley saiu rápido dali. Ela cobriu o nariz e a boca com um lenço, pois as plumas dificultavam a respiração. Acompanhou o homem até a saída.


 


Nunca havia presenciado algo tão horrível. Ver o patrão batendo no empregado e ver o pobre homem suplicar pelo emprego, para sustentar os filhos, seria algo que ela jamais esqueceria. Tomou uma carruagem e pediu ao condutor levá-la para o hotel. No caminho, desejou nunca mais encontrar com o rude senhor Weasley.



****


N/A: Terceiro capítulo da fic! Finalmente Hermione conheceu o senhor Weasley! (kkkkk). Haverá muitas surpresas no próximo capítulo, aguardem!

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