eight



Capítulo 8


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The plane and the train


 



Hermione passou o resto da noite em silencio, a não ser no momento que Rony arrancou.



Rony não sabia se deixava o colega de corrida ganhar ou perder, afinal, era sua mulher e sua filha que estavam em jogo. Ele se pôs no lugar de Cedrico e pode perceber o quanto ele estava nervoso dentro do carro que corrida.



Rony, por um triz, quase errou a curta e bateu na parede.



- Acorda Rony! – gritou Luna.



Rony passou a mão no rosto e arrancou com o carro.



Seu carro e o de Cedrico estavam próximos, o motorista de Draco comandava a corrida e Draco não sabia se ultrapassava ele. Mas resolveu ultrapassar no ultimo instante.



Não houve comemoração de Luna, Neville e nem Hermione. Eles sabiam o quanto era complicado e teriam que armar uma estratégia melhor.



Rony parou o carro e ficou batendo no volante, impaciente.



- Ótima corrida – comentou Hermione, na janela do carro.



- Obrigada – respondeu ele, sem olhar nos olhos dela.



- Ainda temos duas corridas pela frente, calma.



- O que será que o Malfoy vai fazer com as duas?



Hermione permaneceu em silencio e encarou o chão em silencio. E o silencio havia predominado naquele ambiente, pelo medo de Rony e a forma que Hermione estava reagindo a tudo aquilo. Rony não percebera, mas Hermione estava estranha.



- Creio que hoje, nada.



Rony percebera agora como Hermione agia a este assunto. Ela parecia entender e não sentir medo.



- Está me escondendo algo?



- Jamais. – respondeu dela, sem olhar ele nos olhos. – Vamos – disse ela, entrando no carro.



Rony a olhou sem entender, mas entrou no carro e ligou o carro e partiu.



 



Hoje era a penúltima corrida, Rony chegava depois de ter cruzado a linha de chegada primeiro que Cedrico. Seu coração estava apertado, ele não desceu do carro enquanto a comemoração ocorria. Apenas observava o volante. Na noite passada havia sonhado com a esposa de Cedrico sendo torturada, esses pensamentos permaneciam nele...



- Rony? – perguntou Hermione balançando ele.



- Oi, oi – respondeu ele.



Ela não falou nada, caminhou até o banco do carona e entrou.



- Vamos? – respondeu ela, ligando o GPS e começando a mexer.



- Fugir disso tudo de novo? – perguntou ele.



- Dessa vez precisamos conversas – e foi sua ultima palavra.



Ela permaneceu em silencio e Rony dirigia, tentando se concentrar na estrada e não em seus pensamentos. Quando chegou ao lugar, ele desligou o carro e ficou em silencio. Os relâmpagos estavam vindo de trás das montanhas e a chuva começaria logo.



Hermione saiu do carro, e Rony a observou.



Estavam no mesmo bairro que se encontrava a antiga casa de Hermione, ele percebeu pelas casinhas iguais e pela estrada machucada, porem, não estavam em Milão, era apenas conhecidência.... Ele saiu do carro, o trancou e apressou o passo para alcançar Hermione, mas ela já tinha entrado no lugar.



Quando Rony rompeu a porta de madeira ele se deparou com um restaurante sendo fechado, as mesas empilhadas e cadeiras.



- Estamos fechando – disse um senhor de cabela baixa, entretido com o caixa.



- Não abrem para uma velha amiga? – perguntou Hermione, colocando a bolsa em cima de uma mesinha.



- Hermione? – perguntou o senhor. – Querida, querida, corra aqui!



O senhor foi até Hermione e a abraçou, incrédulo. Logo uma senhora baixinha e gordinha, que lembrava muito a mãe de Rony apareceu na porta e logo abraçou Hermione. Eles conversaram um pouco e logo uma mesa estava sendo posta perto da janela.



- O de sempre? – perguntou o senhor.



- Claro. – respondeu ela.



Ela permaneceu em silencio e ele resolveu quebrá-lo.



- O que tem eles?



- Quando eu estava no começo da minha carreira eu jantava sempre aqui.



- Hum... O que tinha para falar?



- Vamos jantar primeiro – respondeu ela, seca.



Depois de alguns minutos o jantar chegou, era uma pizza aparentemente de calabresa.



- Pode comer pizza?



Ela ficou em silencio enquanto o senhor do balcão a servia.



- Sério. Você vive falando que não pode engordar...



Mas ela não respondeu.



Os dois jantaram e Hermione pagou a conta, como sempre.



Eles ainda estavam sentados na mesinha do lugar, o casal (dono do bar) estava na cozinha do lugar assistindo televisão. A chuva lá fora batia muito forte e Hermione parecia sombria.



- Vou ser franca com você Ronald. – ela fez uma pausa – não quero mais você na minha equipe.



Rony entenderia aquilo como uma ironia da garota, mas ela estava séria, ele se arriscava até a dizer que era a primeira vez que Hermione parecia tão séria...



- O que disse?



Ela abriu a bolsa.



- Aqui estão suas roupas – disse ela- Seu passaporte, tem passagens de avião para Londres e mais, aqui está seu pagamento – disse ela, colocando um envelope pardo em cima das coisas de Rony. Suas roupas estavam dentro de uma pequena mochila.



Rony ficou olhando para a mesa, pasmo.



- Levou tudo isso para a corrida? Já sabia que ia me dispensar?



Ela confirmou com a cabeça.



- Achou alguém melhor que eu?



- Não lhe interessa.



- E a gente Hermione...? – perguntou ele, em um sussurro.



- Nunca houve a gente.



E esse foi o adeus dela. Ela se levantou e partiu. O ultimo barulho que ele escutou foi o ronco do motor do carro no meio da estrada.



- Meu filho... temos que fechar- disse o senhor, com a mãe no ombro de Rony.



 



 



Rony estava no aeroporto, olhava para a passagem em sua mão. Ele apertava a passagem em sua mão e seu vôo era daqui quinze minutos. Seus olhos estavam cansados do choro que predominou parte da madrugada e seu coração estava em repouso. Sentou em um dos bancos que havia ali, pegou o envelope que Hermione lhe entregara. Dele, tirou dinheiro e uma folha dobrada. Achou que Hermione havia esquecido, mas ao abrir a folha, viu um pequeno enigma formado:



- Aguardo seu resgate amanhã, á meia noite e vinte e três. Arco triunfal, liga a Praça do Comércio, à Praça do Rossio.



Ele respirou fundo e apertou o papel entre seus dedos trêmulos, era um enigma e Hermione esperava que ele o decifrasse antes das oito horas do dia seguinte. Pegou sua mochila e tratou de ligar o notbook que tinha nela, e fora pesquisar os lugares citados na folha.



- Rua Augusta.... Lisboa.



Ele se dirigiu até o guichê da empresa do vôo.



- Com licença, vocês podem mudar uma passagem?



- Claro... Qual seria o destino?



- Lisboa.



 



 



 



 



Hermione estava preocupada, era a ultima corrida. A ultima do ano.



- Nossa, você está péssima – disse Luna.



- Não dormi.



- Nervosa?



- Um pouco.



Luna não entendeu, na verdade ela não entenderia. Depois da noite que Hermione e Rony passaram juntos ela havia recebi a visita inesperada. Ele havia ameaçado matar Rony se eles ganhassem a corrida, e ela disse que sabia o que ele estava fazendo com Diggory. Então, ele disse que seria pior se ela ganhasse toda a competição: Ela mataria a mulher e a filha de Cedrico e Rony. Ela não sabia se Rony ia decifrar o que ela havia deixado a ele, mas estava já sem esperança, passava da meia noite e quarenta.



Hermione respirou fundo, avistou os cabelos sem vida de Malfoy. Então, sua cabeça trabalhou e ela descobriu uma forma de não colocar o pescoço de Cedrico na reta dos capangas do arrogante.



- Pronta para perder Granger?



- Quero lhe propor algo!



- Estou escutando.



- Corra você esta corrida.



Ele riu ironicamente.



- Eu? No volante?



- Sim, você!



- Porque iria arriscar todo o dinheiro que investi nisso por minhas mãos?



- Porque se você ganhar, você me terá! – disse ela, e um “uuuh” pode se ouvir dos presentes no lugar.



- Fechado!



 



 



Hermione estava no volante, seus olhos estavam se fechando tamanha fraqueza.



- Você vai se matar! – disse Luna, tentando enfiar um pedaço de pizza na boca de Hermione.



- Não quero isso.



- Você precisa se alimentar!



- Preciso ganhar!



Hermione ligou o carro e partiu para a linha pichada de verde no chão, demarcando o lugar de arrancada. Eram dois carros apenas, Hermione e Malfoy. Hermione apertou sua mão no volante e ligou o carro. Ela respirava ofegante e uma garota ficou a frente dos carros com uma bandeira, era a largada. A garota balançou a bandeira e Hermione acelerou.



Acelerou pensando em Rony, em tudo que havia aprendido e vivido com ele. Acelerou por Cedrico, que deveria estar apreensivo na platéia. Acelerou por Luna e Neville, que se amavam e não conseguiam iniciar um amor. Acelerou por Emma Watson.



Em uma curva fechada, seu carro raspou em uma lojinha de pastéis de Belém e ela bateu em uma cadeira e uma mesinha da própria loja.



Malfoy parou o carro e colocou a cabeça para fora do carro.



- Lingerie vermelha! Você sabe que eu gosto dessa cor.



- VAI SE FUDER! – gritou ela.



Malfoy partiu com o carro, e Hermione tentava tirar o carro do lugar. Mas fazia tempo que ela não pegava no volante, quem fazia isso por ela era Rony. Ela bateu com forma no volante, e suspirou. Havia desistido.



 



 



Um ronco de uma moto surgiu no fundo de seus pensamentos vagos, instantes depois que Malfoy partiu a moto encostou ao lado do carro. Ela pode decifrar que a moto foi violentamente jogada ao chão, assim, deixando cair o retrovisor e alguns pedaços.



- Sai daí – disse uma voz , abrindo a porta do carro.



Sem acreditar direito, sem saber se era alucinação, ela foi para o banco do caroneiro com pressa.



- C-co-co-m-mo?



- Desculpa o atraso, meu vôo atrasou. – disse o ruivo, ligando o carro e fazendo o ponteiro que marca a velocidade ir a 80 km/h.



Hermione ficou quieta, estática. Seu salvador estava ali, ao seu lado e correndo até o fim da rua, que encontrava outra e assim continuaria a corrida por parte da cidade.



 - Você roubou aquela moto?- perguntou Hermione, olhando para trás, tentando ver a moto jogada ao chão.



- Peguei emprestada sem permissão.



- Senti  um tom irônico vagando por suas palavras?



- Aprendi com a melhor. – disse ele, trocando de marcha. – Se segura. – disse ele, pisando com mais força no acelerador.



Agora, eles podiam ver o carro amarelo de Malfoy.



Hermione não havia pensado, mas o que Malfoy faria ao ver Rony dentro do carro? Como seria? Os carros estavam se aproximando e Hermione suava de nervosismo.



Ao chegar perto do carro de Malfoy, o loiro começou a buzinar o carro, como forma de chamar atenção, Hermione abaixou o vidro com o coração em suas mãos.



Mas sua surpresa se iniciou quando avistou Malfoy.



- SUA VAGABUNDA! – gritou ele, com um revolver apontado para Hermione.



Hermione arregalou os olhos, a mão livre foi encontrada por uma mão quente e que a confortava, mas mesmo assim, Rony não conseguiu acalmar ela.



- Malfoy, calma. Podemos resolver isso numa boa! – disse Rony, diminuindo a velocidade do carro.



- CALA BOCA SEU METIDO! – disse ele, desligando o carro – DESCE DO CARRO HERMIONE.



Hermione colocou a mão para abrir a porta. Rony colocou a mão por cima da dela.



- Não- sussurrou ele.



- Não está percebendo? Isso é o jogo dele, sempre foi – disse Hermione, aumentando a voz cada vez mais – no final, é ele que ia ganhar. Sempre foi assim. Eu fui burra de bater de frente com aquele que dita as regras.



- Hermione, se abaixa! – gritou Rony, jogando o corpo por cima de Hermione.



Hermione gritou. Seu corpo foi protegido pelo de Rony, mas o trem que cortou metade do carro. Hermione fechou os olhos com força. Os vidros estilhaçados e toda a pressão jogaram o carro longe.



 



 



Depois da pressão, ela resolveu tirar o sinto de segurança para ver como Rony estava.



- Rony... Rony – dizia ela em meio a lágrimas e gritos. – RONY?



Hermione olhou para os lados, o trem tombado, o carro destruído. E Malfoy? Ela abriu a porta do carro e puxou Rony para fora.  Com dificuldade, seu corpo dolorido do choque ela puchou Rony para o mais longe que pode do carro tombado. Seu corpo arranhado e doido a incomodava, e quando ela pode perceber uma distancia bem longe do carro. Ela sabia que se estivesse vazando gasolina, a vida deles corrida mais risco do que estava correndo.



Ela se pôs de joelhos ao lado de Rony e começou a balançar o garoto, seu rosto estava úmido pelas lagrimas que não parar de cair de seus olhos preocupados.



- Rony. Por favor, acorda. Não faz isso comigo – suplicava ela.



- Meu corpo dói – sussurrou ele.



Ela sorriu e o abraçou com força.



- Meu corpo dói – repetiu ele.



- Você sabia do trem? – perguntou ela.



- Porque foi que eu não te deixei sair? – perguntou ele, abrindo um dos olhos apenas.



Ela sorriu.



- Eu te amo – disse ela.



- Eu também te amo – respondeu ele, passando a mão no rosto dela – mesmo você estando toda suja de grama.



- Eu te arrastei até aqui, me jogo no chão para descansar e você agradece assim?



Ele sorriu e levantou seu corpo, igualmente ao dela dolorido, e a beijou.



- E o Malfoy? – perguntou ela.



Os dois levaram seus olhos até perto do carro destroçado de Malfoy, jogado a frente do trem que tinha um dos faróis ainda aceso. Uma pessoa magra se levantava. Hermione fez menção de se levantar, mas Rony a puxou e levou sua mãos aos lábios dela, ela entendeu que  deveria permanecer em silencio. Mas era tarde mais. O loiro encontrara eles, e a pistola em sua mão, fora apontada diretamente ao casal que agora estava sentado na grama úmida e se abraçava com medo.

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