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Capítulo 3


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Saindo de uma vida, e inicando outra.


 


Rony havia sido largado na porta de casa por Hermione. Ela e Luna partiram, mas ele se sentou a frente de sua pequena casa. A porta parecia confortante junto ao sereno da madrugada. Ele ficou pensando no que faria para não decepcionar Hermione em uma corrida, o que ele precisava.


Mas tudo foi interrompido quando o carro de Potter parou em frente a sua casa.


– Rony? – gritou Gina, saindo do carro.


Ela correu até o irmão, enquanto Harry saia do carro.


– Oi mana – disse ele, abraçando ela sem jeito.


A irmã o abraçava com força. Sempre elegante, Gina era a única irmã entre vários homens na família. Ela tinha cabelos ruivos como os outros, porem, o seu ruivo era mais puxado para a cor avermelhada e a dos irmãos para um laranja. Os olhos vivos e profundos. Ela trajava um blazer preto e seus cabelos estavam soltos, em meio a eles, brincos de prata davam um brilho as orelhas dela.


– O que houve Rony? – perguntou Harry, tirando o casaco do terno e deixando no carro.


– Eu salvei a Watson. – disse ele, um pouco rígido. Não podia contar nada sobre aquela noite para ninguém, Hermione tinha pedido a ele.


– Disso sabemos, mas como foi?


– Ela saiu correndo, ai eu peguei o carro da empresa de segurança e... – ele pensou, não podia dizer que havia sido baleado por capangas de Draco. – E deixei em um beco.


Harry respirou aliviado.


– Melhor, não vou ter que pagar muita coisa.


– É. – disse Rony, apertando os lábios. – Querem entrar?


– Não Rony, só estávamos de passagem. – disse Gina. – Queríamos saber como você estava.


– Estou bem – mentiu ele.


– Ok. Pode me dar o endereço da onde você deixou o carro?


– Naquele beco ao lado do Snack Time. Se tiver algum prejuízo me manda a conta.


– Boa noite – disse Gina, beijando o irmão.


– Boa noite. – respondeu ele, educado.


Rony esperou o carro do cunhado partir. Ele ficou mais alguns instantes ali na porta, e depois entrou para sua simples casa.


 


No dia seguinte o ruivo partia em direção ao seu trabalho, hoje, para pedir as contas. O ruivo estava em frente ao correio no horário certo, oito horas da manhã. A sua chefe chegou e abriu a porta, Rony respirou fundo.


– Bom dia Rony. – disse uma voz, que atormentava Rony desde que começou a trabalhar ali.


– Bom dia Lilá!


A garota entrou no lugar. Ele não demoraria muito, apenas alguns minutos até pensar no que iria dizer para sua chefe. Então, ele entrou confiante dentro do estabelecimento. Rony entrou no correio e logo a senhora Mickhaus  fez a primeira reclamação do dia e a ultima para Rony:


– Ronald, aonde está seu uniforme?


– Aqui – disse ele, colocando o uniforme lavado e dobrado em cima de uma mesa. – Estou me demitindo. – disse ele, um pouco nervoso.


A senhora Mickhaus parou de mexer nos papéis que estava mexendo, levantou os olhos para encarar o funcionário.


– O que disse? – perguntou ela, ficando vermelha. Rony presumiu que o vermelhidão era de raiva.


– É isso senhora Mickhaus. Estou pedindo minhas contas.


– Achou um trabalho melhor Ronald? – perguntou ela, em voz alta. – Ou depois vai vir igual um medindo pedir emprego para mim?


– Senhora Mickhaus, não precisa falar assim – disse Lilá, se metendo.


– CALA-SE LILÁ! – gritou ela. – Olha aqui garoto.. – disse ela, apontando o dedo para ele.


O barulho de um salto se formou no estabelecimento que nem havia aberto ainda.


– A porta estava aberta, e adentrei – disse a mulher elegante, que carregava sobre o corpo um sobretudo preto, calça de couro preta, uma blusa de gola alta, sapatos vermelhos e bolsa vermelha da Chanel.


Ela tirou os óculos escuros da marca Chilli Beans.


– Vamos Ronald? – perguntou ela, encarando a gorduxa que tentava impor alguma coisa a Rony.


– Vamos nada. Ele trabalha aqui, e está em expediente. – disse Mickhaus.


Hermione encarou a castanha. Caminhou para fora do lugar de forma elegante, e logo, Rony foi atrás.


– Onde pensa que vai? – perguntou Mickhaus indo na direção que Rony ia, seguida por Lilá.


Rony e as duas chegaram do lado de fora do lugar, um Mazda RX-7 preto e laranja, com película e podia se ver que ele era transformado em alguns aspectos, como seus retrovisores, saia, e rebaixado. Ele estava estacionado na rua. Hermione abaixou o vidro do carro.


– Toma! – disse ela, jogando a chave para Rony.


Ela colocou os óculos.


– Vamos Rony – disse ela, levantando o vidro.


Ele olhou para a chave em suas mãos e sorriu. Caminhou até a porta do motorista, enquanto ouvia reclamações da antiga chefe, e seu punho foi preenchido pela mão tremula de Lilá.


– Rony.. – disse ela, em meio a lágrimas. – Não vou agüentar aqui sem você.


O garoto olhou para ela, e colocou a mão no ombro da colega de ex trabalho.


– Vai sim, você é forte. E tem muito potencial, saia daqui! – disse ele.


A garota o abraçou. Quando se separou dele, ela secou as lágrimas.


– Obrigada – disse ela saindo de perto dele.


Ele abriu a porta do carro e se sentou na máquina.


– Você falou dos filmes do Velozes e Furiosos, achei que ia gostar desse carro. – disse Hermione.


– É incrível. – disse ele, passando a mão no volante.


– É seu – disse ela.


– O que disse?


– É seu. – repetiu ela.


– Você só pode estar brincando...


– Não. E vamos rápido, já ajustei o GPS para você encontrar o lugar que tenho a minha pequena fábrica de máquinas como essa. Temos muito o que treinar.


Rony ligou o carro, e logo o GPS também.


– Antes para em algum posto que tenha conveniência, quero comprar um lanchinho.


Como ela pediu, Rony dirigiu até um posto que tivesse conveniência, com o GPS apitando e dizendo “Caminho errado”. Hermione desceu do carro e foi até a lojinha. Quando voltou, trouxe uma sacola com vários salgadinhos e dois litrões de refrigerante.


Hermione entrou no carro e colocou as sacolas em seus pés.


– Vamos – ordenou ela.


Até agora, não estava sendo nada cansativo e estressante o novo trabalho de Rony. E ele estava gostando de dirigir sua máquina.


Rony dirigiu por alguns instantes, até eles passarem por uma ponte, aonde saia da cidade. Rony olhou para Hermione, que parecia normal fazer aquele trajeto. Ele saiu da cidade e entrou o GPS o levou até um galpão abandonado.


Hermione saiu do carro levando sua bolsa, Rony ficou a observando.


– Vem Rony – disse ela.


Ele saiu do carro e trancou a porta. Hermione caminhou até a porta do galpão. Ela se agachou a puxou a porta para cima. Quando a porta se abriu, em torno de nove carros estavam estacionados. Não eram apenas carros, eram mega carros. Todos transformados.


– Trouxe um lanchinho meninas – disse Hermione, colocando em cima da mesa as sacolas.


Rony ficou parado na porta, admirando os carros, quando várias mulheres saíram de baixo de alguns carros, com graxa no corpo e algumas ferramentas em mãos.


– Finalmente – comentou uma mulher oriental e de cabelos negros. – Estava faminta. – comentou ela, abrindo as sacolas.


– Cho, você só tem essa barriguinha de ruim. Porque você come por todas nós – disse Luna, descendo as escadas que tinham no fundo do estabelecimento.


Rony estava pasmo. Não sabia o que olhava, as garotas suadas e com roupas curtas ou os carros lindos e perfeitos.


– Olá Rony – disse Luna, tirando os tampões de ouvido.


– Olá – disse ele, um pouco tenso.


– Não precisa se acanhar Rony – disse Hermione – As garotas são super simpáticas, não é garotas? – perguntou Hermione, pegando um salgadinho com a ponta dos dedos e colocando na boca.


– Claaro. – responderam elas em coro. – Olá Rony – disseram elas ainda em sincronia.


– Olá – respondeu ele, bobo. – O que estava fazendo com os óculos? – perguntou Rony, a Luna.


– Estava testando a encomenda da Hermione. – disse Luna. – Pega Hermione.


Hermione limpou a ponta dos dedos. E Luna jogou um revolver para a amiga. Rony arregalou os olhos.


– Chegou quando? – perguntou Hermione, avaliando a arma.


– Vinte minutos.


– E atira bem?


– Aham.


Hermione levantou a arma e fechou um dos olhos, e atirou.


– Na mosca – disse ela, rindo.


Rony estava quieto, e um pouco inseguro. Aonde ele estaria se metendo? Ali eles mexiam com armas e corridas ilegais. Porem, ele precisava do dinheiro, ele tinha que pagar algumas contas e agora estava desempregado. Ele estava fazendo sua escolha: Fazer parte desse mundo.


Das escadas que Luna desceu, um garoto atrapalhado e trazendo um notebook veio em direção a eles.


Neville – disse Hermione.


O garoto quase tropeçou e chegou até eles, arrumando os óculos e segurando o computador sobre o peito.


– Está tudo pronto. Já arrumei o carro e o computador.


– Obrigada. Vamos treinar.


Todas as garotas começaram a pular e bater palmas, menos Luna, que parecia quem colocava ordem ali.


– Vocês não meninas – disse Hermione, apertando os lábios. – Ele – disse Hermione, apontando pra Rony.


 


Do lado de fora do lugar, Rony percebeu que havia uma pista montada. Chegando lá, Hermione se sentou em baixo de um sombreiro e colocou os óculos, ao lado dela sentaram-se nas cadeiras que restavam Luna e Neville.


– Vamos ver o que você sabe fazer – disse Hermione, pegando de cima de uma mesinha uma chave e jogando para Rony – É o carro atrás dos pneus ali. – disse ela, rindo.


Rony caminhou até atrás dos pneus que Luna apontou para ele. Quando chegou lá, encontrou um Fiat Uno vermelho. Ele riu para si mesmo, entrou no carro e ligou o carro. Neville gritou:


– Primeiro você vai ter que fazer a pista toda sem derrubar nenhum pneu. Depois a gente vai te passar algumas manobras de drift. – disse ele.


Rony ligou o carro, teria eu treinar muito naquela pista fechada de pneus. Ele começou dirigindo bem, até que a primeira curva apareceu. O carro sem direção hidráulica piorava tudo. Ele derrubou uma pilha toda de pneus, ele parou o carro e bateu no volante. Hermione gritou


– De novo!


Pelo buraco dos pneus ele viu que ela estava comendo salgadinhos e tomando cerveja em uma garrafa pequena. Ele respirou fundo, e voltou com o carro de ré, com dificuldade para não bater nos pneus. Quando as garotas que trabalhavam para ela arrumaram a pilha de pneus ele foi mais uma vez. E mas uma vez os pneus insistiram em cair.


– De novo! – gritou ela, novamente.


Rony voltou com o carro para o ponto de partida, teria que escutar muitos “De novo” até conseguir passar a pequena pista de dez metros e em torno de  oito curvas fechadas e muito próximas.

 

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