Prólogo



A tarde estava quente e abafada no pequeno vilarejo de Lombabini, um local pobre e esquecido cravado bem no meio da África do Sul. No único riacho a cortar o a região estava Mudiwa uma simples e pobre trabalhodora. Ela aproveitava o dia claro para lavar as roupas dos senhores que moravam na grande casa no fim da estrada do vilarejo, era a maneira com que ganhava algum dinheiro e ajudava no sustento de casa. Mudiwa trabalhava arduamente sem saber que sua vida mudaria completamante, já estava terminava de lavar as últ quando algo lhe chaimas peças de roupa quando algo lhe chamou atenção, um cesto flutuava no rio. A mulher se aproximou e com a ajuda de um galho trouxe o cesto para perto de si, retirou a tampa e levou um susto.
- Por Oxum, mas é uma criança!
A criança não parecia com nenhuma das que viviam por ali, o bebê dentro do cesto era loiro e com olhos muito azuis, parecia não ter mais que duas semanas de vida.
- Mas por Iemanjá, quem teria coragem de abandonar uma lindeza dessas? Eu vou levar você pra vila, talvez saibam de onde você é. Vou te levar para o nosso mestre espiritual ele deve saber a coisa mais certa a fazer.
A mulher retirou a criança do cesto, o acomodou sobre as roupas recém lavadas e o levou pra o galpão de oferendas, colocou o menino aos pés do ancião e pediu para que ele lhe indicasse o que fazer. O ancião acendeu uma fogueira, jogou um pó marrom no fogo e recitou o que pareceram encantamentos muito complexos e melodiosos, parou por um instante e o fogo apagou deixando apenas um cheiro de flores no ar.
- E então ancião? O senhor já sabe de onde ele é?
- O menino muito importante será, de presente os deuses lhe deram. Cuidar dele deve você. Muito do que vem pela frente depender dele.
- Ancião eu não sei se estou pronta para cuidar de uma criança, acabei de me casar, não sei se meu marido vai querer uma criança tão diferente de nós.
- Os deuses disso cuidarão, agora ir você deve, com fome estou e galinha assada gostosa é.


Mudiwa levou a criança para casa, onde encontrou com seu marido e lhe contou toda a história, desde como achou a criança até sua conversa com o ancião. Para sua surpresa o marido acatou o conselho do sábio e concordou em criar o bebê como se fosse deles. Resolveram lhe dar o nome de Bryan, pois uma correntinha dourada presa no seu tornozelo tinha esse nome gravado.
Dezoito anos passaram, Bryan era agora um rapaz feito, alto e forte. Porém tinha atitudes um tanto quanto difrentes de outros lombabinianos de sua idade.
- Mami eu não vou vestir isso, a senhora está louca? Prefiro morrer a sair vestido com esse saco de milho!
- Mas meu filho, é a tradição de nosso povo, você fez dezoito anos deve vestir esse traje típico e ser bezuntado em dendê, depois rolar nas penas sagradas abençoadas apelo ancião e subir na árvore divina no meio da floresta!
- Ora mamãe, esse ritual é coisa de bárbaro, de gente atrasada.
- Bryan Marvena, não zombe das tradiçãos de seu povo! Eu sou sua mãe e estou mandando você participar desse festival! Esperei minha vida toda para isso. Se o seu pai não tivesse sido comido por aquele leão ele ficaria muito triste de ver você desdenhar assim dos seus antepassados!
- Mas mamy...
- Nem mais, nem meio mais. Vá agora se lambuzar no dendê e colar as penas que eu arranquei dos gansos albinos que tomam água da fonte de Yansan para você!
Muito a contragosto preparar-se, mas tinha uma última cartada na manga. Ao cair da noite todos os jovens da vila se encontravam no pátio do terreiro onde o ancião iria lhes abençoar e garantir a força necessária para escalar a árvore divina, era esse ritual que abria seus caminhos para a vida adulta .Os rapazes, todos lambuzados em dendê e cobertos de penas brancas, esperavam o ancião para o ínicio da cerimônia.
- Aqui todos estão? - Perguntou o ancião com sua voz grossa e firme saindo de sua cabana.
- Agora estão seu ancião.


Bryan surgiu em um lampejo fulgurante de luz, coberto da cabeça aos pés com plumas de Flamingos e com um grande cocar de penas de pavão na cabeça. Os presentes ficaram chocados com a visão do rapaz, mas o ancião não se abalou.
- Vamos dar ínicio a cerimônia! - O ancião deu bençãos a todos, um por um, e os mandou para a parte final da cerimônia, escalar a árvore dos deuses. Bryan foi o primeiro a escalar a árvore e descer, trazendo seus frutos para o sábio ancião.
- Pode falar, eu sou o máximo não sou?

Um ano depois da cerimônia Bryan era agora um adulto, aos dezenove anos já tinha responsabilidades, vendia tecidos para as mulhres da vila e de outra localidades nos arredores. Tambem reservava um tempo para chacoalhar o corpo nas boates da região, a maior delas era Mutumbumuaiaré, uma palhoça sem paredes que sempre tinha música ao vivo feita por batuqueiros de tambores. Nessa noite a boate anunciava uma atração especial, um show de drag queens vindas diretamente de Pretória para animar a festa. Bryan ficou em polvorosa quando viu o cartaz feito mão grudado no tronco da árvore dos anúncios.
- Gentein, mas essa é a primeira coisa de qualidade que chega nesse buraco, espero que elas façam cover da Rainha Madonna! É hoje que eu morro.
De noite Bryan estava lá se jogando na pista quando o dono do local subiu no aglomerado de caixotes de maça que servia de palco para dar uma aviso:
- Bees amegas,infelizmente o show com fantásticas drags de Pretéoria teve de ser cancelado.
Foi um Deus nos acuda entre os presentes, Bryan era o mais desesperado:
- Mas não é possivel! - berrava ele - Por que elas não vem?
- Acalmem suas histéricas, o caso é que o jipe onde elas estavam foi atacado por uma manada de elefantes.
- Oh meu Deus! Elas morreram?
-Não, elas não morreram com o ataque dos elefantes!
Se ouviu um suspiro geral de alívio.


- Elas morreram pisoteadas pelos rinocerontes que estavam caçando os elefantes.
Bryan ficou arrasado, pela primeira vez ele veria pessoas que não fossem os desdentados pobres que frequentavam a boate e elas morrem, sua vida não era nada fácil.

A vida amorosa de Bryan também não tinha muitas novidades, mas isso estava para mudar. Uma tarde em que Bryan estava fazendo suas cobranças em Lombani uma das suas clientes, uma recém chegada chamada Miyi Shongi, se recusou a pagar o vestido que comprou a Bryan:
- Olha aqui sua cambalaxeira, você vai pagar esse vestido! Deixe de ser veiaca sua horrorosa! - Bryan lançava olhares mortais a mulher enquanto gritava na porta da cabana dela atraindo a curiosiadade dos que ali passavam.
- Mas não pago mesmo, o seu vestido vagabundo rasgou quando eu estava no casamento de minha filha Bimkubwa.
- A culpa não é minha, a senhora deve pesar uns cem quilos e me pediu um manequim 38, não devia nem conseguir respirar naquele vestido. Eu fiquei surpreso por ele ter durado tanto tempo!
- Olhe eu não estou aqui para ser ofendida! - dizendo isso a mulher deu as costas a Bryan e bateu porta feita de bambu em sua cara.
- Sua velha gorda e cafona, você vai ver só!
Bryan sabia o que fazer, a árvore divina daria uma ótima varinha. Sendo muito pobre para comprar uma esperou a noite chegar e se meteu no meio da floresta, mas alguém o observava. Bryan subiu na árvore, com a agilidade de quem sabia decoradas todas as coreografias da Beyoncé, chegou no topo e pegou o galho que lhe pareceu mais adequado. Estava pronto para começar o ritual de fabricação, mas desequilibrou e caiu. A dor foi intensa e antes de desmaiar viu um vulto negro se aproximar.
Ao acordar Bryan estava em um quarto luxuoso todo decorado com seda e brocados.
- Gente, eu morri e vim para no motel Funmilayo?
- Você não está morto! - resopondeu a voz fria do homem que acabava de entrar no quarto.


- Quem é você? - Perguntou Bryan.


O homem baixou o capuz que escondia seu rosto. Era muito pálido, com olhos castanhos e sem nariz.
- Michael Jackson! O que você quer de mim?
- Eu não sou Michael Jackson! Sou Voldemort, Lord Voldemort ,em pessoa!

Voldemort explicou a Bryan que o observava havia muito tempo, desde que ouviu falar da profecia ancião da aldeia e o queria como seu aliado. Também contou que o viu caindo da árvore que o ajudou e cuidou dele. Voldy gostaria que Bryan se juntasse a ele.
- Mas como, Lord Voldemort? Eu sou apenas um estilista de extremo bom gosto que mora no fim do mundo. Pra falar a verdade eu nunca nem entendi direito a profecia que aquele velho maluco e caído fez sobre pra mim.
- Primeiro Bryan você deve ter uma varinha, eu percebi a sua ideia de fazer uma usando a velha árvore divina, depois de trazer você pra cá eu torturei um velho fazedor de varinhas para ele fabricar uma pra você como galho que tinha escolhido.
Voldy puxou a varinha de dentro das vestes e entregou a Bryan. Era uma magnifico objeto dourado com o punho em tom rosado. Assim que tocou na varinha Bryan sentiu seu corpo inteiro formigar e "Like a Virgin" tocou na sua cabeça.
- Mas é um luxo, melhor do que as que eu vi na tv Bruxa uma vez!
- Então Bryan o que me diz? Quer ser meu aliado?
- Mas e a minha mãe? E a minha confecção de roupas? Como ficam as coisas por aqui?
- Ora Bryan, creio que você ainda não entendeu! Eu vou dominar todo o mundo, tudo o que você vê e não vê será meu!
Bryan continuou olhando para Voldemort sem entender muito bem.
- Olha Bryan eu mando uma mesada para a sua mãe. A real é que eu passei muito tempo sendo um espectro e os uniformes dos comensais estão ultrapassados, preciso de alguém que possa refazer todos eles e os deixe mais de acordo com o século XXI.


- Opa é comigo mesmo, se é assim eu aceito, pra onde nós vamos?
- Londres!
Bryan de um grito histérico.
- Meu Nuombé de amgo! Eu vou pra Londres? Não acredito, eu vou sair desse fim de mundo! - Bryan parou por um minuto pensando e em seguida falou. - Lord, o senhor pode me fazer um favor?
- Depende Bryan, que tipo de favor é?
- Não é nada complicado, eu só quero visitar uma pessoa antes de ir embora de vez daqui!

Era noite quando Bryan bateu na porta de Miyi Shongi.
- Ah Meu Umbulago Aimbo, é você de novo? Quer o que aqui?
- Olha aqui sua velha Xexeira, eu só vim aqui dizer que a senhora, tá ferrada pra vida toda, eu não vim aqui cobrar não, vim apresentar uma pessoa a senhora.
- Isso por acaso é uma ameça? Fique sabendo que meu genro Chisulo é matador, um homem de verdade, se alguma coisa me acontecer...
- Como é? Sua Filha casou com o Chisulo?
- Você conhece ele?
- AHHHHH meeeeeeuuu Amoooor! Ele é do Leriado, o pessoal da boate o conhece por Raquel!
- Ora, saia daqui sua aberração!
- O que foi que a senhora disse? - uma voz fria e forte ecoou pelas paredes de barro da cabana de Shongi.
- Quem disse isso?
- Fui eu! - Voldemort se materializou na frente da mulher que tentou fugir entrando na cabana, mas o bruxo abriu o teto da construção.
- Aí meu Xinapo Culoboh! Eu pago moço, eu pago!
- Agora não adianta sua mulher caloteira! Aonde quer que você vá uma chuva de pedras cairá sobre você, ninguém lhe dará abrigo e você definhará aos poucos longe de todos aqueles que ama.
Voldemort agitou a varinha em direção a mulher e imediatamente uma chuva de pedras precipitou sobe a desgraçada mulher.
- Agora vamos embora Bryan, há muito o que fazer!
Bryan segurou na mão direita de voldy para deasaparatarem juntos. Antes de desaparecer no ar deu uma última olhada para Shongi desesperada ao tentando fugir das pedras e sentiu um pouco de pena.


Assim que chegou em Londres Bryan tratou de si mesmo, fez plásticas para corrigir o nariz grande demais, as orelhas de abano e para clarear a pele escurecida pelo sol da África. Mudou o cabelo e comprou roupas de alta costura para se adequar a sua nova vida em uma das melhores e mais chiques cidades do mundo. Voldemort fazia todas as sua vontades, chegou a se indispor com Bellatrix sua mais fíel comensal, para defender Bryan, nenhum desejo era grande demais. Os uniformes desenhados por Bryan para os comensais foram aprovados pelo Lord e o jovem logo abriu sua própria maison de roupas de luxo.

Depois de tantos agrados o que parecia impossivel estava prestes a acontecer, Bryan e voldemort ficariam noivos, ou pelo menos é o que Bryan imaginou quando numa noite, antes da reunião semestral com os comensais, Voldemort disse que o maior sonho de sua vida seria realizado naquela noite. A reunião teve inicio e logo Voldemort pediu a palavra, Bryan sentia o coração pulsar acelerado.
- Bom comensais, eu gostaria de dar avocês duas noticias maravilhosas. A primeira é que finalmente conseguimos, acabei de receber a informação da minha querida Bella.- Bellatrix se levantou e foi aplaudida por todos os presente menos, é claro, por Bryan. - Então como eu dizia, acabei de receber a notícia de que Gambondore está morto!
Dessa vez o braulhos dos aplausos parecia uma explosão, uitos gritos de "VIVA" e "VITÓRIA" foram escutados, os bruxos faziam chover fagulhas de suas varinhas. Voldemort deixou a comemoração rolar por dois minutos e depois pediu silêncio para dar a outra notícia.
- A segunda e maravilhosa notícia de hoje é que o seu mestre não será mais solteiro. - Bryan tremeu na cadeira com um largo sorriso nos lábios. - Isso mesmo, eu irei casar com...











































Pausa Dramática...



















































mais um pouco...


- ... Paola Bracho, isso será ótimo para que eu consiga fortalecer as minhas bases na América Latina, apavorar apenas a Inglaterra é muito pouco e osbritânicos são cinzentos e chatos. Em pouco tempo estarei viajando para o Brasil para oficializar tudo.
Os aplausos demoraram um pouco a vir, os comensais foram pegos de surpresa pela notícia. Os mais chocados eramBellatrix e Bryan. O jovem ficou imóvel enquanto as lagrimas rolavam pelo seu rosto, enquanto a bruxa tinha a boca aberta em forma de O e parecia ter perdido todo o sangue do corpo. Voldemort continuou a falar:
- Também tenho outros planos no Brasil, que serão revelados no momento certo. Agora continuemos a reunião que acaba de se tornar minha festa de noivado.

Voldemort fez todo o esforço possivel para não encontrar com Bryan durante o resto da comemoração. No fim da festa, quando se recolheu a seus aposentos para procurar Bryan, achou o closet metade vazio e uma carta perfumada em cima da penteadeira:

Eu preferia ter apodrecido naquele buraco de onde você me tirou do que estar sofrendo o que você me fez sofrer agora. Cuidado Lord um coração vingativo e rancoroso tem poderes que não podem ser igualados. Adeus
PS: Amanhã chegam as duas carretas para levar o restante das minhas coisas.


 


 

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