Clandestinos



As paredes das estufas estavam cobertas de plástico. Havia uma placa de proibida entrada até a reforma ser concluída. Ouviu um ruído abafado e sacou a varinha, mas fosse o que fosse sumiu muito rápido. Nas bancadas estavam às flores que tanto gostava ainda cobertas pelas cúpulas; as cores das pétalas eram de um azul marinho que parecia aveludado. Colocou uma por uma nas caixas; pela manha enviaria para o Ministério e de lá de volta ao Peru.


–        Neville?


–        Elizabeth! Você me assustou!


–        Você vai mesmo despachá-las?


–        É o jeito.


–        Acho que poderia esperar mais um pouco; McGonagall se precipitou já lhe disse isso. Podemos chegar numa solução que agrade todo mundo.


–        Não posso mais usá-las em aula.


–        Você pode mantê-las aqui e estudá-las.


–        Pra que? Elizabeth, conhecimento deve ser compartilhado.


–        Tudo bem. Foi só uma sugestão.


–        Agradeço sua preocupação.


–        Deixe-me pelo menos ajudá-lo; eu levo as caixas para dentro do castelo. Para sua sala?


–        Por favor.


A sala de Neville era uma versão menor das estufas de Hogwarts. Sentados sobre a mesa de estudos o casal de professores se beijaram. Neville tirou a capa dos ombros da namorada.


–        Não vamos esperar a próxima visita a Hogsmeade. – disse esquecendo totalmente das Flores Astrais.



Slughorn dividiu a sala em grupos para o preparo da poção para acordar.

Rose e Escórpio acrescentaram juntos ingredientes à poção formando um tipo de pasta gelatinosa.


–        No livro diz que essa é a consistência que a poção deve ficar, ou seja, bem nojenta. – disse Escórpio. Rose sorriu e nem notou que um garoto da Grifinória se aproximou.


–        Rose Weasley? Meu nome é Kevin. – disse o garoto se colocando entre ela e Escórpio. – Sei que deve ouvir muito isso, mas acho seus pais bruxos excepcionais.


–        Ah, obrigada.


–        Você vai muito à biblioteca com seus amigos; eu sei por que costumo passar muito tempo lá também


O garoto continuou falando sem parar e Escórpio acabou se afastando para conversar com Alvo sobre Camile.


–        Ela foi muito legal e disse que tenho belos olhos. Ela tem... – Alvo corou ligeiramente. – Tiago tem razão garotas são legais de olhar.


Os dois olharam em volta; as garotas do primeiro ano da Sonserina e Grifinória estavam todas ocupadas no preparo das poções.


–        Bom, talvez não essas. – disse Alvo.


Cinthia Oleson os empurrou para poder jogar sua poção na pia. A garota estava furiosa com o resultado da poção e pelo jeito que os olhou parecia que a culpa tinha sido dos dois.


Alvo reparou Escórpio olhando Rose conversar com Kevin.


–        Ah, o pequeno Kevin; ele não é tão ruim. – comentou. – Dividimos o dormitório. Toda noite no Salão Comunal lá esta ele dormindo em uma das poltronas cercado de deveres numa poça de baba. Não se preocupe.


–        Com o que? Olhe as orelhas de abano dele; ele consegue ser mais feio que o Neffasto. – disse Escórpio.


–        Ah, é... – disse Alvo rindo e esticando o pescoço pra poder ver melhor o prof. Slughorn em sua mesa.


–        Tem alguma coisa acontecendo com ele. Não está com uma aparência muito boa.


–        Talvez só esteja ficando velho. – respondeu Escórpio.


Rose voltou para perto dos dois.


–        Obrigada por me deixar sozinha com esse garoto.


–        O pequeno Kevin está abaixo dos seus outros pretendentes? – perguntou Alvo rindo.


–        Que outros pretendentes? Nenhum menino que não seja estranho falou comigo até hoje.


–        Como assim? E nós? – protestou Escórpio.


–        Vocês dois são os mais estranhos de todos. – Rose respondeu com naturalidade.


Slughorn reuniu os grupos para dar notas para as poções. Nem a metade da classe concluiu a poção e Sonserina e Grifinória tiveram vinte e cinco pontos descontados. Alvo deu uma última olhada em sua poção antes de jogá-la na pia. Sabia que tinha acrescentado a medida certa dos ingredientes; deu uma olhada na poção de Rose e Escórpio. A consistência era completamente diferente da dele.


As turmas foram dispensadas e sem os dois períodos de Herbologia à tarde tinham um bom tempo livre depois do almoço.


–        Você sabe a senha para entrar na sala de Kassin não sabe? – Alvo perguntou a prima na saída da aula.


–        Ele pode ter mudado a que deu a Cinthia e a mim.


–        Pode ser que sim; pode ser que não. Aposto que ele acha que você pode mudar de idéia e voltar. Temos um bom tempo livre e os professores estão ocupados. Tem uma lareira lá com certeza.


–        Tem uma bela lareira lá Alvo... – disse Rose desconfiada.


–        Você sabe onde Kassin guarda Pó de Flu?


–        O que você tem em mente? A sala de Slughorn de novo?


–        Não. É outra coisa. – respondeu Alvo pensativo.


Chegaram à porta da sala do professor de Transfiguração e Rose tocou a maçaneta e disse a senha: torta de maça


–        Ele adora. – comentou Rose quando a porta se abriu.


A sala não era tão diferente da ocupada por Slughorn; também não havia quadros nas paredes ou fotos pessoais sobre a mesa. Só alguns livros, um caldeirão e um belo estojo de poções.


–        O professor está pesquisando sobre gigantes. – comentou Escórpio dando uma espiada na capa de um dos livros em cima da mesa.


–        Ele não vai conseguir muitas informações; minha mãe diz que a literatura sobre gigantes é muito deficiente.


Apesar de conhecer a sala Rose nunca teve oportunidade de observar detalhes. Foi até a estante; havia dois exemplares sobre a história de Hogwarts; um deles escrito por Hermione Granger.


–        Rose onde está o Pó de Flu? – perguntou Alvo.


–        Deve estar nesses cálices em cima da lareira; já o vi repondo.


Alvo pegou o cálice cheio de Pó de Flu e avisou os amigos:


–        Desta vez eu vou sozinho, não quero meter vocês em encrenca.


–        Deixa disso Alvo! – disse Escórpio rindo.


–        Vou repor o estoque do Hagrid e o dele! – justificou.


–        Não se preocupe é por uma boa causa. – disse Escórpio entrando na lareira.


Rose continuava olhar os objetos do professor. Uma flâmula azul de um time de Quadribol que não existia mais enfeitava a parede. Havia uma porção de cartas sobre a mesa ainda fechadas escritas em árabe; Rose concluiu que a letra era feminina. As gavetas de cima estavam meio abertas cheias pergaminhos e penas. Cada detalhe daquela sala era um pouco de Kassin, e de repente, ela foi tomada por uma vontade de saber mais e estava a ponto de abrir a única gaveta totalmente fechada quando Escórpio a segurou pelo pulso.


–        Você acha que um cara esperto como Kassin ia deixar sua sala sem nenhum feitiço de proteção?


–        N-não você tem razão, mas tem alguma coisa aqui...


–        Se vai nos acompanhar é melhor entrar na lareira. – disse Alvo mostrando o relógio. Escórpio e Rose se juntaram a ele.


–        Vamos pra onde? – perguntou a garota.


–        Subsolo de Hogwarts: Estoque de poções! – disse Alvo atirando o pó na lareira.


As imagens de muitas lareiras passaram a frente deles; Alvo segurou Rose com força; não queria que fossem lançados pela lareira como da vez anterior.


A sala de estoques de poções era imensa e dividida em poções prontas e ingredientes. Da última vez que esteve na ala hospitalar Alvo viu elfos trazerem ingredientes para Madame Pomfrey preparar poções ela mesma; então imaginou que alguns ingredientes não deviam estar protegidos por feitiços. Prateleiras com enormes frascos cheios de líquidos de cores variadas; partes conhecidas e outras nem tanto de animais iam até o teto. Alvo pegou um galão cheio de olhos felinos piscando.


–        O que estamos procurando exatamente Alvo? – perguntou Escórpio.


–        Alguns ingredientes básicos para uma poção simples. Uma poção para curar arrotos por exemplo.


–        Tem etiquetas nas prateleiras. – disse Escórpio apontando uma longa fileira.


–        Certo. Vamos procurar.


Escórpio e Rose pegaram potes mal cheirosos e grudentos.


–        Espero que saiba o que esta fazendo Alvo. – disse Rose se virando e percebendo que estava sozinha. – Escórpio? Alvo?


–        Rose! Você estava atrás de mim! – disse Escórpio e sua voz soou tão distante que Rose ficou assustada.


–        Alvo! – chamou Rose tentando ver alguma coisa entre potes, vidros e garrafões.


–        Rose!


A voz de Escórpio parecia mais longe ainda.


–        Alvo está me ouvindo? – chamou Escórpio e não teve resposta. Deu meia volta, mas a prateleira atrás dele não parecia a mesma.


Houve um longo momento de silêncio; Escórpio sacou a varinha apontou para própria garganta e em seguida para cima. Uma bolha azul saiu da ponta e quando estourou quebrou o incômodo silêncio chamando por Alvo e Rose.


–        Vamos pessoal... – disse a si mesmo começando a ficar nervoso. Então ouviu ao longe a voz de Alvo.


–        É a sala que está se mexendo Escórpio.


–        Atirem para cima pra eu saber onde vocês estão!


A voz Rose surgiu em algum ponto à esquerda de Escórpio.


–        Estou aqui!


–        A sala começou a se mexer quando começamos a mexer nos frascos das prateleiras.  Vou devolver o que peguei! Façam o mesmo! – disse Escórpio.


Nas etiquetas dos vidros constava o corredor a que pertencia.


–        Tentáculos de polvo branco! – disse Rose em voz alta.


O corredor começou a mudar como se fosse trocado; as prateleiras começaram a entrar e sair a sua frente até que localizou a lareira por onde haviam saído. Avisou os amigos para fazerem o mesmo. Alvo surgiu uns três minutos depois e Escórpio logo atrás. Rose ficou aliviada em vê-los.


–        A cada dia fico mais contente de ter falado com você aquele dia no jardim. – disse Alvo dando uma tapa no braço de Escórpio.


–        Fui eu que falei com ele primeiro!


–        Mesmo? Não me lembrava disso. – disse Alvo rindo. – Agora fiquem aqui eu vou buscar os ingredientes que faltam.


–        Alvo você vai se perder de novo! – avisou Rose.


–        Vou pegar apenas amostras e dessa vez vou me garantir.


O garoto puxou um fio do suéter Weasley que usava e amarrou uma ponta no dedo de Rose. Tirou frascos da mochila e sumiu de novo entre as prateleiras.


–        Esse meu primo é teimoso mesmo. – suspirou Rose.


–        Quando tem uma idéia ele não desiste, não é?


–        Ele me surpreendeu; nunca foi atirado desse jeito. Sempre foi quieto, na dele. Você me surpreendeu também.


–        Você me achava feio e malvado?


–        Você não é nem uma coisa nem outra.


Os dois se distraíram esperando Alvo entre os tantos assuntos interessantes que se poder ter aos onze (quase doze) anos. Rose observava Escórpio falar e, de repente, se aproximou do garoto.


–        Que cor são seus olhos? – perguntou.


–        Hã? São cinza segundo minha mãe... – Escórpio respondeu se afastando.


–        Não estão cinza agora deve ser a luz. – Rose disse voltando a olhar para as prateleiras esperando pelo primo.


–        Consegui! – disse Alvo aparecendo só de camiseta segurando vários frascos. Rose conseguiu refazer o suéter parcialmente com um feitiço que aprendeu com a avó.


–        Não ficou tão ruim. – disse Escórpio segurando o riso.


–        Só parece que fui atacado por um gato!


Deixaram os ingredientes na Sala Particular; ainda havia tempo pra comer alguma coisa e, depois de dois tempos de Historia da Magia e um de Feitiços voltaram à sala onde Alvo tentou fazer sem sucesso a poção para curar arrotos. Nem de longe a consistência ou cor da poção lembrava a descrita no livro de poções.


–        A pessoa que precisar dessa poção pode sentar e esperar morrer. – disse Alvo despejando o conteúdo do caldeirão no vaso do banheiro.


–        Alguma coisa me diz que você já esperava esse resultado. – disse Escórpio.


–        Você nos contou sobre a amizade de Slughorn com o comerciante de ingredientes de poções. Que é o tio do Neffasto. – disse Alvo fechando a porta do banheiro para um momento de privacidade.


–        Certo.


–        Esses ingredientes e os que a turma usou no preparo da poção da aula de hoje são todos falsos.


–        Você tem certeza? – perguntou Rose examinando o conteúdo do frasco. – Isso é muito sério!


Alvo abriu a porta do banheiro com o pé ainda enxugando as mãos. Se ajoelhou do lado de Escórpio e pegou um dos frascos.


–        Tenho tanta certeza que sou capaz de apostar minha vida nisso!


Alvo tomou um gole do frasco deixando Rose e Escórpio em alerta. Quando o garoto engastou Rose o segurou, mas o garoto fez sinal que estava bem.


–        Parece cobertura de caramelo estragada! Sério, experimente.


–        Não obrigada, eu acredito em você! – disse Rose empurrando de volta o frasco para o primo e olhando aliviada para Escórpio.


–        Tive a paciência de perguntar ao meu irmão como ele tem se saído nas aulas de poção, e ele me contou que quase nada da certo.


Escórpio encarou Alvo e depois Rose.


–        Alvo, você acha que Slughorn e Neff...


–        Estão roubando o estoque de poções de Hogwarts. Substituindo os ingredientes por essas porcarias! – completou Alvo.


–        O estoque de Hogwarts tem ingredientes exclusivos! – disse Rose.


–        Meu pai disse que a loja estava quase falindo, tanto que mudou para Hogsmeade. – disse Escórpio considerando a possibilidade de Alvo estar certo.


–        Dessa vez temos uma prova que pode expulsá-lo. É só McGonagall procurar pelos ingredientes e conferir.


–        Espera ai Alvo. Temos a prova que Slughorn está desfalcando Hogwarts, mas ele ainda pode livrar a cara do Neffasto.


–        Escórpio tem razão – disse Rose – contra o Neffasto não temos nada concreto; só o parentesco com esse cara da loja. Ele pode alegar que Slughorn fez tudo sozinho ou o forçou sei lá! Não vou agüentar ele sair livre de novo rindo da nossa cara!


–        Certo, então precisamos achar um jeito de não deixar dúvidas que Neff está metido nisso. – disse Alvo.


–        Como? Não podemos chegar nele e perguntar! – disse Rose se levantando.


Alvo e Escórpio se olharam e depois a encararam sorrindo.


–        O que? – perguntou Rose desconfiada.


Os dois garotos sorriram mais ainda.


–         Ohhh não! De jeito nenhum! – respondeu a garota se afastando.


Durante toda a semana os garotos tentaram convencer Rose a pelo menos conversar com Neff.


–        Vamos Rose! Você só precisa conversar com ele e perguntar de modo que ele responda claramente e que outras pessoas possam ouvir...


–        Alvo, não basta você querer que eu me encontre com esse trasgo! Quer que seja em publico?


–        Desencana Alvo, ela não vai fazer. – disse Escórpio quando Rose se afastou para atender um chamado do prof. Kassin e da diretora McGonagall.


–        Peça você a ela.


–        Eu?


–        Ela gosta de você! Não vai negar ou pelo menos não vai ficar tão brava! – Alvo disse rindo.


–        Se ela me acertar igual fez com o Neff?


–        Eu o levo pessoalmente à ala hospitalar.


–        Prefiro que você conte a ela a verdade sobre Agnetha. Ela tem perguntando porque não escrevo pra minha namorada.


–        Por que eu?


–        Porque foi você que começou tudo isso! O que? Está com medo de Rose acertá-lo também?


–        Melhor não arriscar...


Escórpio começou a rir.


Rose encontrou com eles a caminho da última aula de vôo do ano.


–        Kassin ficou feliz que eu tenha reconsiderado. E me espera hoje à noite! – disse a garota desligada de qualquer outra coisa.


–        Hoje à noite? – perguntou Escórpio. – Os fantasmas pediram para encontrarmos com eles hoje à noite.


–        Ah, é mesmo! – respondeu Rose voltando momentaneamente ao mundo onde existiam assuntos menos interessantes do que o professor de Transfiguração.


–        Eu disse que essa a ajuda a Kassin ia deixar você com pouco tempo para outras coisas.


Alvo ia dizer alguma coisa, mas foi interrompido por Escórpio.


–        Tudo bem então...


–        Ah, Escórpio vou tentar não chegar tarde.


–        Não faz mal é sua obrigação.


–        Prometo que vou pensar em alguma coisa para sair mais cedo.


–        Sei que vai tentar... – Escórpio disse num tom compreensível e Alvo olhou para o teto.


A caminho da Sala Particular Alvo comentou:


–        Imagino que não vai querer tocar no assunto da sua não namorada no momento.


–        É deixa pra lá. – respondeu Escórpio.


Os garotos pararam ao lado de um quadro onde quatro freis bebendo vinho discutiam tão alto que chamava atenção de quem passava pelo corredor.


–        Não há mais respeito com os quadros nesta escola! – o frei mais gorducho disse balançando sua caneca. – Uma hora você está aqui e na outra pode estar de cara para parede dentro de um armário!


–        Acho que eles precisam de um grupo e terapia também. – disse Alvo.


Na Sala Particular encontraram Goliad e Guily.


–        Onde está Rose? – perguntou Guily


–        Teve um compromisso com um professor. – respondeu Alvo


–        Eu gostaria de vê-la antes de partirmos.


–        Partir?


–        Estamos indo a uma reunião de fantasmas.


–        Sobre o Critico? – perguntou Escórpio.


O mencionar do nome causava um frisson nos fantasmas; Alvo e Escórpio sentiram, de repente, o ambiente esfriar. Alvo aproveitou para tirar uma duvida:


–        Goliad, existem outras salas como a nossa em Hogwarts?


–        Com certeza sim. Hogwarts é cheia de mistérios que levam a outros maiores. – respondeu Goliad.


Rose apareceu e Goliad contou sobre a viagem que faria com os outros fantasmas. Chegou perto da garota que sentiu uma onda de frio, mas ficou feliz de vê-lo de perto.


–        Somos muito gratos a vocês.


–        Os outros pediram para dizer até breve; eles estariam aqui, mas fantasmas detestam despedidas. Nos veremos em breve. Cuidem-se! Deixem os mistérios para os adultos resolverem está bem? – aconselhou Guily.


–        Tentaremos. – respondeu Alvo.


Os fantasmas sumiram pelo teto.


–        Então, – disse Alvo depois de um tempo. – como conseguiu sair da sala do Kassin mais cedo?


–        Mencionei problemas femininos e McGonagall me dispensou. Tenho que agradecer a Cinthia pela dica.


–        O que isso significa? – perguntou Escórpio.


–        Coisas femininas...


–        A diretora McGonagall estava com vocês?


–        Ela tem feito companhia a Kassin; ele tem recebido toneladas de caixas de doces  cheios de poção do amor. Ele não pode aceitar ou conversar com alunas sem a presença dela. Todo tempo que Cinthia andava se gabando de ter passado com ele também foi passado com a diretora McGonagall.


–        Ela deve ter adorado o seu retorno triunfal! – disse Alvo rindo.


–        Ah, ela amou, mas McGonagall realmente me atrapalhou; eu queria dar uma boa olhada na sala dele.


–        O que espera encontra lá afinal?


–        Sinceramente não sei...


–        Tem a ver com sua mãe? – perguntou Escórpio.


Rose não respondeu; a verdade é que o modo como Kassin falou sobre ela e a mãe para Hagrid e Flitwick a aborrecera e intrigara.


Mais tarde já no dormitório Rose encontrou Cinthia.


–        Você devia passar de vez enquanto pelo Salão Comunal. – disse enquanto Rose arrumava a cama para se deitar. – Só pra saber o que anda acontecendo ou o que anda dizendo.


–        Não me interessa, mas, obrigada pela preocupação Cinthia! Você é a melhor! – respondeu Rose sarcástica.


Nos primeiros dias de dezembro a diretora McGonagall e a profª Duggan enfeitaram os poucos pinheiros que Grope deixou de pé com fitas nas cores de todas as Casas.


O teto do Salão Principal simulava o céu numa noite limpa cheio de estrelas. O prof. Flitwick fez surgir neve para enfeitar os pinheiros e os espalhou pelos corredores da escola.


Alvo, Rose e Escórpio estavam ansiosos para a voltarem para casa. Conversavam sobre os que os pais diriam sobre as detenções. Estariam muito zangados a ponto de comprometer os presentes de natal?


O melhor a fazer enquanto isso não incluía gastar muito tempo com deveres e sim brincar na neve perto da cabana de Hagrid ou jogar xadrez na Sala Particular. Após as férias de natal, porém, a fase prática de várias matérias iria começar.


–        Vamos ter aulas de Astronomia. – disse Alvo enquanto ele e Escórpio faziam bolas de neve.


–        Minha mãe é astrônoma. – comentou Escórpio moldando uma bola de neve e arremessando contra garrafas vazias de suco de abóbora em cima do muro da cabana de Hagrid.


–        Estudar as estrelas e planetas parece interessante; e dizem que a Torre de Astronomia é um dos lugares mais legais do castelo. – disse Rose transfigurando uma das garrafas em uma almofada.


–        Pelo que eu soube não por motivos acadêmicos. Tiago contou que já foi lá muitas vezes com garotas.


–        Como ele consegue entrar lá? – perguntou Rose ignorando as risadas dos meninos.


–        Não sei, mas deve ter algum truque como entrar na cozinha.


–        Eu gostaria de entrar lá uma noite dessas.


–        Com quem? Neff ou seu novo admirador Kevin? – perguntou Alvo.


–        Infelizmente só me sobra vocês dois! – disse Rose acertando o rosto do primo em cheio com uma bola de neve.


Naquela tarde a escola tornou ficar vazia por causa da última visita a Hogsmeade. Os garotos decidiram visitar Hagrid, mas quando chegaram, ele estava arrumando várias caixas num trenó e as cobrindo com uma lona. Grope estava olhando para floresta e não prestou atenção na chegada dos garotos e nem no que o irmão dizia.


–        Ele parece pior não é? – disse Alvo para os amigos e os dois concordaram. – Aonde você vai Hagrid?


–        Ver um amigo a caminho de Hogsmeade. – disse aos garotos colocando uma enorme capa sobre os ombros.


–        Temos ficar presos no castelo. – disse Rose.


–        Daqui a três anos poderão ir.


–        Como será que McGonagall controla essas visitas? Será que se um aluno do quinto ano convidar alguém do segundo pode ir? – perguntou Alvo.


–        Não, não poderá. Só acompanhado de um professor numa emergência, mas isso nunca aconteceu. Agora voltem ao castelo por que o tempo esta piorando. Trago doce pra vocês!


Hagrid viu que sua bota estava desamarrada; abaixou para amarrá-la e quando se levantou os garotos já tinham sumido.


Depois de se livrar do conteúdo do trenó Hagrid se encontrou com Kassin, Flitwick e a diretora McGonagall no Três Vassouras.


–        Hagrid, você notou alguma coisa de diferente na floresta? – perguntou a diretora McGonagall.


–        Silêncio.


–        Silêncio nunca é bom numa floresta. – disse Flitwick.


Neville e Elizabeth Duggan desceram a escada que ligava o pub aos quartos no segundo andar. Meio constrangidos sentaram à mesa.


–        Uma criatura diferente foi vista por alguns habitantes rodeando a vila – continuou a diretora – Guilhermina está tentando saber o que é; um dos funcionários de Rosmerta o viu de longe.


Madame Rosmerta serviu mais uísque de fogo para todos.


–        Vocês têm uma idéia do que possa ser? – perguntou.


–        Aquela ratazana que pegamos nas estufas e qua atacou a casa de Hagrid é uma das maiores criaturas da floresta peruana e se reproduz como coelhos... – disse Kassin. – Acho que ter vindo pra cá pode ter deixado seu predador com fome...


–        Você pode estar errado Kassin. Tem inúmeras criaturas nessa floresta; pode ser de tudo um pouco. – respondeu Neville.


–        Você adoraria se eu estivesse, não é?


–        Assumo minha responsabilidade Kassin. Foi um erro da minha parte não contar com outros fatores trazendo as flores para o castelo.


–        Você era mais ligado a detalhes Neville... o que aconteceu?


–        Não fale com Neville assim! – disse a profª Duggan.


–        Parem os dois! Já estou farta dessas discussões; temos coisas mais importantes a tratar no momento. Essa criatura é responsabilidade de Hogwarts e não digam mais nada. – disse a diretora energicamente.


A profª Grubbly-Plank se reuniu ao grupo com uma expressão preocupada.


–        É melhor reunir o máximo de pessoas possíveis.


Desenrolando um pergaminho ela mostrou o desenho que acabara de fazer segundo as orientações da testemunha. A imagem era de uma criatura de braços muito compridos e garras afiadas.


–        Elizabeth, você sabe o que é isso não sabe?


A profª Duggan puxou o pergaminho e observou a criatura.


–        Seja o que for é ruim não é? – perguntou Neville.


–        Temos que capturá-lo! – disse a professora com entusiasmo.


–        Falem-nos a respeito Elizabeth! – pediu Neville impaciente


–        Desculpe. É que uma criatura incrível... perigosa, mas fascinante. Olhem! Aqui não aparece, mas costumam ter asas não para voar regularmente; só vôos curtos de uma árvore a outra, por exemplo.


–        Eles podem voar. – disse Kassin.


–        Como você sabe?


–        Harry Potter enfrentou um muito parecido com isso no Beco Diagonal uma vez. E aquele podia voar. – respondeu Kassin.


–        Continue Elizabeth. – pediu Neville.


–        Nas pontas dessas asas crescem uma espécie de dardo venenoso que podem ser lançados a grandes distancias.


–        É mais do que ruim. – disse Flitwick.


–        As garras são um capitulo a parte; podem derrubar uma árvore média. A boa noticia é que não anda em bandos. Provavelmente deve está ainda reconhecendo o novo habitat.


–        Essa coisa veio do Peru como os morcegos e aquelas outras coisas? – perguntou Hagrid.


–        Com certeza! É uma criatura dada com extinta pelo Ministério! Vivia na selva peruana agora...


–        Está a poucos quilômetros de uma área habitada. – disse a diretora.


–        Me lembrei Kassin! – disse Elizabeth animada. – *Thuru! Esse era o nome; eu era criança quando li a respeito.


–        Foi uma bela capa do Profeta Diário! – disse Hagrid se lembrando do fato. – Cheguei a pedir a Harry para ficar com ele.


–        Eu sabia que habitavam a África! Essa deve ser a versão peruana! Hagrid essa é uma espécie que nunca ninguém nunca viu!


–        Fascinante! – disseram juntos.


–        Hagrid forme um grupo para vasculhar a floresta. – disse Neville


–        Certo. – respondeu Hagrid animado olhando a volta procurando rostos conhecidos.


–        Pode-se passar a vida inteira procurando uma criatura dessas sem jamais... está tão perto! Guardei esse exemplar do Profeta Diário. – Elizabeth disse a Neville.

–        Que tipo de infância essa moça teve Minerva? – perguntou a profª Grubbly-Plank quando deixaram a mesa.

–        Triste... – respondeu a diretora.


Um tempo depois ficou claro que ninguém tinha intenção de pisar na Floresta Proibida fora os professores.


Flitwick voltou para a mesa para tomar um gole de uísque de fogo com Kassin.


–        Hagrid, Duggan e Grubbly-Plank estão ansiosos para dar uma olhada nessa criatura; talvez até capturá-la. – disse a Flitwick.


–        Elizabeth já está vendo seu nome na capa do Profeta Diário com certeza bem maior do que o de Grubbly-Plank e Hagrid.


–        Não seja maldoso Kassin; conheço Elizabeth desde criança e Neville também; ele gosta muito dela.


–        Chegaram até atrasados na reunião; nesse frio demora muito mais tempo pra por do que pra tirar a roupa.


Flitwick deu uma gargalhada.


–        Não estou dizendo que não estou feliz por Neville; só acho que as coisas estão indo muito rápido. Nesse passo logo a Srta. Duggan será a rica Sra. Longbottom.


–        Elizabeth foi uma das melhores alunas de Hogwarts; foi criada por parentes muito pobres. Ela trabalhou duro pra ser...


–        Eu sei! Só acho que... ele é muito velho para ela. – disse kassin.


Madame Rosmerta serviu pessoalmente uma nova rodada de uísque de fogo para os dois.


–        Essa é por conta da casa. – disse mais simpática do que costume.


–        Obrigado Rosmerta. – disse Flitwick reparando que na verdade a dona do Três Vassouras não tirava os olhos de Kassin.


–        Você a ouviu! Elizabeth era uma criança quando o tataravô dessa criatura saiu no Profeta Diário! Neville devia ter uns vinte anos na época.


–        Achei que estava preocupado com Neville... – disse Flitwick franzindo a testa.


–        Estou preocupado com os dois! Os dois são meus amigos. – respondeu Kassin.


–        Certo...


Hagrid veio até a mesa; parecia preocupado.


–        Você alimentou o filhote e a fêmea de hipogrifo? – perguntou Kassin evitando o olhar curioso de Flitwick.


–        Deixei o trenó carregado de carne na floresta.


–        Quando o filhote poderá voar?


–        Em breve. Sabe, Kassin – disse Hagrid em voz baixa – antes de vir pra cá Alvo, Rose o Escórpio passaram na minha casa. Eu estava de saída...  eu me virei e eles não estavam mais lá.


–        O que está pensando Hagrid? Acha que eles se esconderem no trenó para virem com você para cá?


–        Justo agora com esse Thuru solto por ai! Eles não fariam isso. – disse Hagrid rindo.


Kassin percebeu que Hagrid não tinha muita convicção.


–        Vou avisar Neville e Elizabeth. – disse Kassin ficando de pé.


Os três professores seguiram por uma trilha feita por Hagrid até o ponto onde costumava deixar comida para o hipogrifo. Saíram dos Três Vassouras sem avisar McGonagall. Flitwick ficou em alerta.


–        O que há de errado com essas crianças? – perguntou Elizabeth se encolhendo de frio quando entraram na floresta. – Por isso penso se terei filhos algum dia.


–        Você será uma ótima mãe Elizabeth. – disse Neville gentilmente. – E você Kassin já pensou em ter filho?


–        Não acho que McGonagall queira; logo agora que está em tão boa forma respondeu. – respondeu Elizabeth.


–        Podem rir, mas ela é uma excelente companhia. – respondeu Kassin sem se abalar.


–        Não me admiraria se alguma daquelas poções de amor que você recebeu... – disse Neville rindo.


–        Não falem assim da diretora! – protestou Hagrid.


Todos começaram a rir, incluindo Kassin.


–        Vejam o trenó! Está vazio! – disse Hagrid


–        Está vazio agora. – respondeu Neville.


Saindo do trenó havia três pares de pegada.


–        Repito: o que há de errado com essas crianças? Onde elas podem ter ido nesse lugar?


–        O hipogrifo não veio até o trenó; não há pegadas. Eles devem ter ido procurá-lo – disse Hagrid preocupado.


–        Tem alguma coisa nos observando na escuridão. – disse Neville


–        Hagrid, você conhece tudo por aqui certo? – perguntou Kassin.


–        Boa parte da floresta sim, mas nunca fui até o ninho de Mercedez.


–        Mercedez? – perguntaram os professores.


–        E o nome da fêmea.


–        É um belo nome! – Kassin disse sorrindo.


–        Então estamos indo pra um ponto da floresta que nunca ninguém esteve; observados pela escuridão encontrar três crianças e um hipogrifo chamado Mercedez. – disse Elizabeth tremendo de frio.


–        E o seu filhote. – completou Neville.


–        O chão está muito úmido; o frio está subindo pelas minhas pernas. Vamos logo, quero sair daqui.


–        Com medo de encontrar alguma Megera? Hein Elizabeth? – perguntou Kassin.


–        E você com medo de encontrar um lobisomem?


–        Um dos meus melhores professores...


–        Era um lobisomem eu conheço a história Neville! – disse Kassin.


Caminharam até uma clareira. Viram os garotos e o filhote hipogrifo deitado perto da mãe. Rose correu até Hagrid e pulou no colo dele.


–        Hagrid! Sabia que você viria! Ah, olá... – disse receosa quando viu os professores.


–        Que idéia de vocês três virem até a aqui.


–        Achamos que você ia pra Hogsmeade, mas então ele parou aqui. O que foi uma sorte veja!


–        Bernard está preso em alguma coisa. – disse Escórpio apontando as pernas do pequeno hipogrifo. – Por isso a mãe não foi buscar a comida.


–        Bernard? – perguntou Elizabeth.


–        Bernard Rúbeo Weasley Malfoy Potter! – disse Rose com um sorriso.


–        Vocês três tem noção do perigo que é essa floresta? – perguntou a professora ignorando os risos de Hagrid e dos colegas.


Hagrid colocou Rose no chão e fez uma reverência; os professores o imitaram para poderem chegar perto da mãe e do filhote.


–        É uma espécie de piche – explicou Alvo – achamos melhor não tentar nada até que alguém viesse.


Kassin fez surgir da ponta da varinha uma chama fina que parecia com o a que sai de um maçarico.


–        Essa coisa é resistente.


–        No topo das árvores – disse Neville apontando a varinha – tem alguma coisa lá; eu vi o vulto.


A carcaça de um morcego foi jogada bem ao lado deles.


–        É a tal criatura? – disse Kassin apontando a varinha pra o vulto que agora passava entre as árvores.


–        Que criatura? – perguntou Rose assustada.


–        Será que nos três podemos capturá-lo? – perguntou a profª Duggan animada.


Neville olhou para ela espantado.


–        Elizabeth, você não está falando sério? Dê uma olhada nisso; ele devorou mais da metade.


–        Parou porque achou alguma coisa mais interessante: nós! – disse Kassin.


–        Que criatura? – Alvo e Escórpio perguntaram juntos espantados com o corpo do morcego.


–        Vamos formar um escudo protetor! – disse Neville. – Elizabeth venha mais pra perto da gente.


A professora não conseguiu se mover; estava presa no mesmo tipo de piche que prendia o filhote de hipogrifo


–        Não consigo – disse puxando as pernas – essa coisa grudou nos pés; não consigo nem tirar as botas!


–        Crianças se afastem do hipogrifo! – mandou Neville.


–        Não podemos deixá-los aqui. – disse Rose.


Os três professores formaram um escudo mágico, o maior que puderam. Ficaram dentro de uma espécie de redoma formada pelas três varinhas.


–        Vamos pensar num jeito de sairmos todos daqui – disse Kassin – prestem atenção crianças; enquanto mantemos nossos escudos vocês vão soltar o hipogrifo e a Srta. Duggan. Apontem as varinhas para a coisa grudenta que os prende.


Escórpio e Alvo apontaram para o pequeno hipogrifo e Rose para a Srta. Duggan.


Neville e Kassin viam o vulto se mover cada vez mais próximo até surgir das sombras um monstro com olhos amarelos de asas abertas. As crianças se assuntaram; Escórpio passou o braço pelos ombros de Rose.


–        Ah! Essa é a criatura! – disse Alvo de olhos arregalados.


–        Fascinante! – disseram a profª Duggan e Hagrid juntos.


–        Tudo bem pessoal! – disse Kassin bem devagar. – Ele está lá fora e não vamos deixá-lo entrar para nosso clube. Repitam comigo crianças: Inflamaren.


Alvo ficou de pé e fez sinal positivo para Rose e Escórpio; os três sacaram as varinhas.


–        Inflamaren! – disseram juntos e começaram a cortar o piche que prendia a professora e o hipogrifo ao chão.


–        Concentrem-se está bem; pense que vamos sair daqui e terminar o dia tomando chocolate quente no Salão Principal! – disse Kassin mantendo com Neville e Elizabeth o escudo protetor sobre todos.


Pequenos espinhos estavam batendo nos escudos deixando pequenas marcas verdes. O hipogrifo fêmea começou a se agitar.


–        Hagrid tente acalmá-la! – disse Neville.


–        Os dardos são venenosos! Não toquem no escudo! – gritou Elizabeth.


Os escudos começaram a ficar menores e a temperatura começou a cair muito rápido. Escórpio e professora começaram a tossir. A criatura os rondava paciente; às vezes espremia a cara no escudo assuntando as crianças.


O escudo diminuiu fazendo Hagrid e o hipogrifo se escolherem cada vez mais.


–        Agüenta ai Neville! – disse Hagrid.


–        Estamos quase acabando professor! – disse Escórpio.


–        Ótimo! Vocês estão se saindo muito bem! – disse Neville sorrindo pela primeira vez para Escórpio Malfoy.


A criatura se atirou contra o escudo e começou a arranhá-lo com as garras afiadas.


–        O que faremos depois? – pergunto Alvo.


–        Bom, Elizabeth pode usar o feitiço convocatório para trazer o trenó até aqui! – disse Neville.


–        O escudo perderá muita força! Deixem as crianças; os três juntos podem trazer o trenó até aqui! – disse Kassin.


–        Podemos! – respondeu Alvo.


–        Ótimo! Quando o trenó chegar subam com a profª Duggan e dêem o fora.


O pequeno hipogrifo ficou de pé.


–        Eu também estou livre; bom trabalho Rose! – disse a profª Duggan.


–        E os hipogrifos? – insistiu Rose.


–        Não se preocupe Rose. Vamos todos sair daqui! – disse Kassin sorrindo.


–        Você promete?


–        Claro que sim. Agora, vocês sabem o que fazer.


–        Vão conseguir! – incentivou Hagrid que acariciava o hipogrifo.


Rose, Alvo e Escórpio fizeram o feitiço convocatório juntos:


–        Accio trenó!


–        A espera é sempre a pior parte! – disse Neville.


Os professores mal conseguiam manter os braços esticados. Hagrid e o hipogrifo já estavam deitados no solo gelado da floresta.


–        Lá! O trenó está vindo! – gritou Escórpio


O trenó parou bem do lado da professora que suspendeu o feitiço escudo para Hagrid se levantar e jogar as crianças dentro. Assim que subiram a professora refez o feitiço bem na hora que levavam uma saraivada de dardos venenosos. Neville atingiu a criatura e Elizabeth usou um feitiço de impulsão; o trenó mesmo pesado saltou pela trilha. A criatura pareceu na duvida em segui-lo.


O trenó capotou assim que saiu da floresta, mas Hagrid o desvirou rapidamente tirando as crianças e a profª Duggan. Após verificar se todos estavam bem; Hagrid foi em direção a floresta para salvar os outros.


–        Hagrid! Aonde você vai sem a gente? – gritou Alvo.


–        Vou atrás deles! – disse Hagrid.


–        Não! Ninguém vai atrás de ninguém! – protestou a profª Duggan.


Na floresta os escudos já estavam minúsculo.


–        Neville, você me lembra um amigo que tive há muito tempo.


–        Fico feliz com isso Kassin!


–        Eu realmente gostava dele... mesmo depois dele ter tentado me matar.


Neville deu uma gargalhada


–        Kassin, você é um grande bruxo e um grande amigo.


–        Desculpe criar caso com sua flores. Você não tem culpa de nada disso. Você agüenta manter o escudo sozinho?


–        Acho que vai dar; essa coisa está só esperando um vacilo nosso.


–        Prometi a Rose que eles seriam salvos! – disse Kassin apontando os hipogrifos deitados no chão. – Eu o ataco e você cuida de tirá-los daqui.

–        Você prometeu que todos sairiamos daqui! Eu não esqueci...

O hipogrifo fez um som como que dissesse ao filhote que se acalmasse. Kassin suspendeu sua parte no escudo; lançou um feitiço estuporante na criatura. Neville colocou o pequeno hipogrifo sobre a mãe e os dois professores também montaram. Refeito do feitiço a criatura seguiu a subida lenta do hipogrifo saltando nos galhos das árvores e quando já estavam quase livres da floresta saltou sobre eles.


Neville lançou uma bola de fogo da varinha; e mesmo despencando para a morte a criatura lançou uma última chuva de dardos que foi amparada por um novo escudo protetor feito por Kassin.


–        Elizabeth tinha razão essa espécie de Thuru não voa!


–        Sorte nossa eu estar errado... desta vez!


Flitwick tentava acalmar as crianças. Era tão pequenino que Rose quase o levantou pelas vestes.


–        Alguém precisa ir atrás deles! – gritava a garota para a profª Duggan e a diretora McGonagall.


–        Rose, veja! – exclamou Escórpio apontando para o céu.


O hipogrifo voava lentamente em direção ao grupo carregando o filhote e mais dois passageiros.

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