Capítulo VI





2 de Novembro
Sugestão idiota da Vanessa para o nome do capítulo
 


Mal pude expressar meu intenso descontentamento quando abri um pouco os olhos e fui acredita por quatro marmanjas pulando em cima de mim.


- FELIZ ANIVERSÁRIO! – Dorcas, Lílian, Emmeline, Héstia berraram na minha cabeça. A explosão de balões coloridos me dava dor de cabeça juntamente com a luz do sol, que irrompia impiedosamente pelo quarto.


Feliz aniversário, Marlene.


- Saiam de cima de mim – resmunguei, em baixo delas. Minha voz saiu abafada pela confusão de roupas, pernas, braços e rostos.


Elas riram, saindo uma de cada vez. Tomei fôlego, mas não pude reclamar, ao ter a visão do meu quarto.


Estava cheio de balões coloridos pregados no teto e vários no chão. Vi cinco vasos de flores e vários embrulhos empilhados no pé da cama.


Não pude conter o sorriso que brotou nos meus lábios.


- Ah, meninas... – comecei, sem conseguir escolher as palavras – obrigado! É um presente ter vocês aqui, juro.


- E adivinhe o que fizemos para você...- começou Emmeline.


Ah droga, outra festa.


Eu nunca entendi a vontade incontrolável destas pessoas de dar festas. Quer dizer, é incrível! Tem uma simples pessoa – além de mim, claro – que não tem esta intensa necessidade de dar/participar de festas?


- Uma festa? – eu disse, com má vontade.


- SÓ DE ME-NI-NAS! – Héstia completou, batendo palminhas. Pelo canto do olho vi Emmeline revirar os olhos.


- Vamos, garotas. – chamou Lily – Será lá em casa!


Revirei os olhos. Duvido que seria só de meninas. Quer dizer, na casa de Lily? Acesso livre para James (principalmente) e Sirius (infelizmente) fora o resto da cambada.


Elas devem ter percebido a minha careta, que se entreolharam rápido e logo Dorcas me tirou as dúvidas:


- Entrada de homens proibida.


- Totalmente vetada – confirmou Lily.


- Vamos até tirar o Bob, a tartaruga da Lily – Héstia disse, sorrindo. Arqueei uma sobrancelha. Ok, eu já tinha entendido da primeira vez.


- O Bob fica – Lily resmungou enquanto Emmeline batia na cabeça dela.  – O quê?


- Vamos, Lene. Abra os seus presentes – e piscou – hoje o dia é seu.


Meu instinto materialista não pode me deixar de fazer olhar para aquela pilha de presentes no pé da cama.

Como eu amo minhas amigas.




Entrei na casa de Lily vendada. O salto estava atrapalhando os meus passos, fazendo-os ficar bem desajeitados.


Eu podia sentir o vento da porta se fechando nas minhas pernas nuas, o vestido curto e preto não tinha sido uma boa idéia, no final das contas.


Ajeitei o vestido. Tomara-que-caia, só eu que acho que esta peça foi inventada por homens? E amo mesmo assim?


Ouvi as risadinhas de Emmeline, Lílian e Dorcas atrás de mim. Héstia não tinha vindo, graças a algum imprevisto qualquer que ela não quis mencionar.


Tentei me orientar na casa da Lily pelo o que eu me lembrava. Coloquei a mão no braço do sofá e logo fui empurrada para ele, de modo que eu ficasse sentada.


Bufei.


- Vocês sabem que o meu nível de confiança em vocês três juntas não é nada, ham, confiável. – resmunguei, cruzando os braços.


- Larga de ser besta – ouvi Lily, a minha direita.


- A festa já vai começar – Emmeline riu e por um momento eu temi pela minha vida nas mãos destas três descontroladas.


Alguém tirou minha venda com força e minha visão demorou a se adaptar no ambiente com luz avermelhada, balões de nitrogênio por toda parte – fora alguns no chão – e o globo de luz, que insistia em girar iluminando pedaços pequenos da sala.


Emmeline apresentava um sorriso que eu definiria como sacana, então desta vez eu não estava tremendo e sim morrendo de medo.


Ah droga, porque eu não podia simplesmente fingir que estava com gripe? Mononucleose?


Não, eu tinha que vir.


Porque apesar de tudo, eu também sou uma festeira.


Eu vou pegar trauma de festas, sério. Quer dizer, cada dia que passam, ficam PIORES. Isto é tão injusto.


- Eu não sei por que disto, mas eu iria agradecer se você tirasse este sorriso, que eu definiria como psicopata, da cara.  – eu disse, fazendo uma careta.


Ela revirou os olhos, ainda sem tirar o sorriso do rosto.


- Calma, não é como se alguém aqui fosse fazer algo com você que você, hm, não gostaria – e pisco para mim. Percebi que ela estava sozinha na sala comigo, e estreitei os olhos. – Larga de ser desconfiada, garota!


Ela correu para o som e o ligou na maior altura, pude ouvir alguns resmungos e batidas do teto, mas só sorri para ela.


Logo Lily e Dorcas chegaram com pizzas e refrigerantes nas mãos e enquanto eu e Dorcas comíamos Emmeline havia puxado Lily para dançar Teenage Dream.


Depois de todas as quatro dançarmos todos os tipos de músicas possíveis no repertório de Emmeline já estávamos brincando de ‘verdade ou desafio’.


Não que tivessem muitos desafios para serem feitos. Fora o fato de que quatro marmanjas estavam brincando de verdade ou desafio.


Mas a gente ignora esta parte.


- Dorcas pergunta para... Emmeline – eu disse, não conseguindo segurar o riso ao ver a feição de Emmeline.


- Vamos, Dorc. Faça uma pergunta bem cabulosa daquelas que mal Emmeline sabe – Lily atiçou, recebendo o olhar reprovador de Emme.


- Vamos ver... – ela parou para pensar e depois olhou para os lados – Qual foi à última vez que você teve alguma coisa com o Edgar?


Lily e eu seguramos muito para não rir. Não sabíamos escolher entre espanto e graça, mas a mistura dos dois estava realmente nos tomando o fôlego.


Mesmo na luz vermelha pude perceber que o rosto de Emmeline avermelhou antes que ela respondesse.


- Não sai daqui? – ela disse, derrotada.


- Nunca – respondemos em coro.


- Três dias depois deles contraírem noivado.


Fizemos cara de espanto.


- Mas isto foi dois meses antes do casamento! – Lily exclamou, boquiaberta. Dorcas ria a ponto de ter lágrimas nos olhos enquanto murmurava ‘eu sabia!’.


- Qual é, eu não estava sabendo de nada – ela bufou – fora o fato de que, hm, ele me pegou com a guarda baixa. Eu não posso resistir da mesma forma que Lene...


Talvez tenha sido meu olhar assassino que fez com que ela parasse no meio da frase, mas eu juro que se ela terminasse não sobraria Emmeline para contar história.


Disto eu tenho certeza.


Revirou os olhos.


- Ok, só não contem pra Héstia, tudo bem? Eu gosto dela e quero que ela seja feliz. O detalhe é que vai ser com o meu... ex-meu homem. Mas nem tudo é perfeito – e piscou – agora já que vocês sabem... Podemos prosseguir?


O jogo depois não teve nada de escandaloso como a revelação – que todas nós sabíamos, diga-se de passagem. Não é como se Emmeline e Edgar sumissem do mapa e nenhuma de nós sacasse o que estava acontecendo – que Emmeline deu, só outros desafios ‘leves’.


Lílian jogou pedra na janela da rabugenta do andar de cima e Dorcas foi obrigada a virar a lata de lixo da casa da frente quando dois guardas passavam e fingir que tinha problemas quando eles vieram falar alguma coisa.


Como foi um jogo duplo, Emmeline teve que ir lá resgatá-la, falando uma língua totalmente inventada para que o guarda deixasse elas irem.


Mas no final das contas o pior foi o meu, já que eu tive que seduzir o filho da rabugenta que trabalha no mesmo lugar que nós para conseguir roubar uma cueca.


Isto parece tão... Filme americano!


Lily havia pedido desafio e estava usando a cueca do vizinho –Adam, era o nome dele – por cima da sua calça legging preta pegando um pouco do seu vestido, que estava por cima.


- Vamos lá, já podem me chamar de super-homem - ela resmungou, levantando e indo para cozinha enquanto deixava três pessoas rolando no chão da sala por tantas risadas.


- Você está linda, Lily – eu custei a dizer, por entre as risadas – não deixe que a opinião delas te abale! – mais risos.


- Muito engraçada! – ela gritou da cozinha.


- Ele bem que é um pedaço de mau caminho, não é, Lene? – Dorcas disse, depois que tínhamos forças o suficiente para ficar sentadas. – Você podia investir – e piscou.


- Concordo. Se você não quiser, saiba que eu estou na fila – Emmeline disse, sorrindo e eu revirei os olhos.


- Bem... Ele não faz o meu tipo.


- COMO UM LOIRO DE BARRIGA DEFINIDA, OLHOS CLAROS, QUEIXO QUADRADO E RICO NÃO FAZ O SEU TIPO, MARLENE MCKINNON? – Lily berrou da cozinha.


Ela e sua estranha fixação por queixos quadrados.


- Ele não tem o Sirius-tipo – Emmeline soltou e eu fui obrigada a fuzilá-la com o olhar.


- Nada disso, eu gosto muito de loiros, ricos e blábláblá – revirei os olhos – só não, sei lá. Eu não ficaria com ele. – completei minha lógica falha – todo seu, Emmeline.


- O REFRIGERANTE ACABOU! QUEM VAI BUSCAR? – Lily berrou da cozinha e Emmeline e Dorcas se entreolharam, fazendo uma careta.


- Vamos lá. – Emmeline disse e ela e Dorcas se levantaram, calçaram os sapatos e pegaram a bolsa.


- Eu vou também – eu disse, me levantando.


- Nananinanão – Lily disse – é o seu aniversário e, além do mais, alguém tem que ficar cuidando da casa. – e piscou para mim. Vamos ali no supermercado comprar mais coisas para a noite das meninas, não vamos demorar.


- Ok, ok – eu me rendi, tendo um pressentimento nada bom.


- Beijos – Elas disseram antes de fechar a porta da sala e me deixarem completamente sozinha. A primeira coisa que eu fiz foi desligar o globo de luz, ele estava me incomodando profundamente e logo depois eu estava cogitando trocar de roupa, até que a campainha soou.


Mal pude conter a vontade de enfiar a cabeça em um buraco quando vi que era ninguém menos que o loiro/bonito/rico, vizinho da Lily. Meu rosto ficou tão vermelho quanto à luz que iluminava a sala e ele sorriu para mim.


- Olá.- além de tudo ele tinha uma voz bonita, também. Será que ele tinha algum defeito?


- Oi – eu disse, tentando fazer uma cara suficientemente convincente de eu-não-roubei-sua-cueca-há-meia-hora.


- Hm, eu estava imaginando, aquela cueca ali no chão, é minha? – ele disse e meu coração parou de bater por um segundo e todo o vermelho que cobria minha face havia desaparecido, deixando meu rosto mais branco do que minha imaginação poderia criar.


- Hã? – foi tudo o que eu consegui dizer. Por favor, por favor. Não deixe que ele faça isto comigo. Onde estão aquelas malditas meninas? Foram elas que fizeram isto? Provavelmente. Eu devo merecer isto, mesmo. Quantas vezes será que a bola de futebol que eu chutei foi parar na cruz, afinal? NENHUMA! Então porque disto?


- Brincadeira – e riu. Ah, Senhor, como pode permitir este tipo de situação em minha vida? Isto é algum tipo de lição para não roubar cuecas? – Então, por que desta luz vermelha? E onde está Lily?


Sorri sem graça. Ok, a luz vermelha fazia a casa parecer de prostituta.


- Dá licença, dá licença – Héstia brotou do inferno apareceu, empurrando Adam e carregando um enorme carrinho de comprar com um bolo enorme que mal entrava no carrinho e a tampava. Ele era realmente muito grande.


Grande no estilo maior do que eu.


Por que será que eu não gosto nada disso?


Não tive reação quando Héstia me empurrou para dentro da casa, passou aquele bolo enorme pela porta e fechou-a na cara de Adam.


Não tive reação quando ela me deu um beijo na bochecha e saiu correndo para porta e a fechou, tocando a campainha três vezes.


E eu, definitivamente, não tive reação quando um Sirius de shortinho preto pulou de dentro do bolo com uma gravatinha estilo playboy no pescoço.




N/a: HÁA! Sintam o drama da Marlene, meus queridos. Tenso aqui não né? Esperem o próximo capítulo, uuuh.
Este capítulo é uma homenagem a Vanessa Nemezio, principalmente pelo fato de ser o aniversário dela dia dois de novembro! *------*
Palmas para ela, galere.  É mais um ano de vida dessa pessoa linda que escreve as maravilhas para vocês. Parabéns nessão, amiga, diva e inspiração. Tudo de bom para ti, hoje e sempre.
Chel Prongs


N/Vanessa: Lembrando que o capítulo está atrasado por minha culpa, podem me bater UASHUAHS ADOREI! Eu quero um Sirius assim pulando do meu bolo de aniversário, francamente. E como assim, que isso Emmeline? Sua sem vergonha! UASHAUS Adorei né Chel, como sempre (: Diva é você querida, sempre <3


Beijos, Vanessa.

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