Capítulo 11



Eu e Meu Melhor Amigo
Capítulo 11



Ótimo! O que faltava para minha noite se tornar um verdadeiro fiasco era ele me ver chorando. Vocês ai de cima devem estar adorando isso aqui, não? A melhor amiga estúpida que acha que seu amigo gosta dela e quebra a cara... Bem típico, não?


 


- Então Mione, você acha que a noite já acabou? – ele falou sentando-se ao meu lado.


 


- Não, a noite ainda não acabou. – olhei para a lua. – A lua ainda está no céu. – ele riu.


 


- É verdade.


 


Ficamos em silencio após isso. Não sei o que ele deve estava pensando, mas eu fiquei lá, remoendo aquela cena que presenciei minutos atrás. Acho que sou um pouco masoquista. Como uma pessoa pode ficar revivendo algo que lhe magoou tanto?


 


- Acho que te devo uma explicação. – ele falou depois de um tempo.


 


- Não, não me deve. – ele me encarou. – Não sou sua namorada ou algo do tipo para você me dar satisfações. – mesmo sabendo ser verdade... Machucou.


 


- Você é minha melhor amiga. A pessoa quem mais confio! – ele pegou minhas mãos. – A pessoa que sempre irei confiar e que é meu par nessa noite. É claro que lhe devo explicações. – um sorriso fraco se formou em meus lábios. Aquilo era um conforto.


 


- Tudo bem. – enxuguei minhas lágrimas. – Sou toda ouvidos.


 


E então ele começou a relatar o que aconteceu. Falou que quando tinha ido pegar um ponche para mim, ele se encontrou com Cowling e pediu uma foto que ele tirou de nos dois.


 


- Como assim uma foto de nos dois? – perguntei assustada. Pensando qual momento ele tinha registrado.


 


- Se lembra quando você estava extremamente nervosa e eu falei tudo ia dar certo? – minhas bochechas ficaram vermelhas, só em lembrar da mínima distancia que estávamos... – Está aqui a foto. – ele tirou a foto de dentro do smoking e estendeu para mim. 


 


- O Cowling tem um olho. – comentei admirando a foto. – Melhor escondermos isso.


 


- Porque?


 


- Alguém pode achar que estamos tendo um caso. – sorri fraca.


 


- Mione, - ele tomou meu rosto em suas mãos. – toda Hogwarts já acha isso! – tive que concordar com ele.


 


- Tudo bem. – falei finalmente. – Mas eu vou ficar com ela. – peguei e guardei a foto dentro da minha bolsa.


 


- Mas fui eu quem teve a idéia de pegar a foto. – reclamou.


 


- Esta me negando uma foto? – olhei estupefata para ele; ele riu. – Depois te dou uma cópia, carinho.


 


- Você não perde uma, não é? – perguntei por quê. – Te chamei de carinho apenas uma vez, e foi nessa noite, e você se lembra.


 


- Fazer o que?! – dei de ombros. – Mas vamos voltar ao que estávamos conversando. Ainda quero saber o porque da língua da Chang estar em sua garganta. 


 


Eu já o tinha perdoado, mas queria saber mesmo assim. Sabia que podia me magoar, mas tinha que saber... E quem sabe o pé na bunda que Harry deu na Chang não me faça dar umas risadas?


 


Ele falou que depois que conversou com Cowling , foi até a entrada do Salão e foi lá que a Chang apareceu. Ela chegou se jogando em cima dele e quando ele menos esperou ela o estava beijando.


 


- E o resto você já sabe. – seus ombros murcharam. – Se você quiser algum tempo...


 


- Não, não quero um tempo. retruquei. 


 


- Mione, se você quiser um tempo tudo bem.  – falou se levantando.


 


- Harry, não quero um tempo. – puxei seu braço, forçando-o a sentar-se. – Quantas vezes já não vi a Chang se insinuando pra cima de você?


 


- Mas dessa vez você reagiu diferente. – ele baixou o rosto.


 


- Dessa vez ela conseguiu um beijo. – ele concordou. – Mas, o mais importante, quem saiu ganhando fui eu.


 


- Como assim?


 


- Ela levou um pé na bunda e esta sem par. E eu tenho um belo par para o resto da noite. – encostei minha cabeça em seu ombro.


 


Ficamos assim por um tempo. Um sentido a respiração do outro, encarando o reflexo da lua no lago. Não sei por que fiquei tão magoada. Acho que quando a gente acaba gostando de alguém, não pensamos direito.


 


Como pude pensar que Harry tinha me trocado pela Chang? Tive que sorrir com essa. Coração apaixonado é, realmente, bobo.


 


- Que foi? – ele perguntou quando sorri.


 


- Estou rindo de mim mesma. – ele me olhou intrigado. – Estou rindo porque pensei que você tinha me trocado pela sem sal da Chang.


 


- Depois eu quem sou o modesto.


 


- Você não teria coragem de me trocar pela Chang. – dei um soco em seu ombro. – Ainda mais depois de me ter prometido passar a noite comigo. – voltei a repousar minha cabeça em seu ombro.


 


- Odeio acabar com sua felicidade, mas... – o encarei. – O Baile termina a meia-noite e faltam apenas quinze minutos.


 


- Quinze minutos? – ele assentiu. – Só espero que a minha noite não termine como a da Cinderela.


 


- É só ter certeza que sua sandália esta bem presa em seus pés. – sorri. – Você quer entrar pra aproveitar o final do Baile? – virou-se para mim.


 


- Não. Mas quero ter o direito da minha última dança. – ele me olhou intrigado. – Não precisamos de música. – estendi minha mão e ele a pegou.


 


- Acho que você bebeu alguma coisa. – ele comentou risonho. – Ficaremos parecendo dois loucos dançando sem musica.


 


Ele colocou suas mãos em minha cintura e eu lacei seu pescoço. Começamos a nos mexer de um lado para o outro. A melodia que tinha em mente era uma bem calma. Com o passar do tempo nossos movimentos ficaram mais lentos e me deixei repousar minha cabeça no ombro do moreno.


 


- Um minuto. – ele sussurrou próximo ao meu ouvido. – O sapato esta em seu pé?


 


Paramos de dançar e eu olhei para baixo.


 


- Não sei, o vestido cobre meus pés. – ergui um pouco a saia e vi que ainda estava calçada. – Tudo no lugar. – sorri.


 


- Trinta segundos. Algum pedido em especial? – neguei com a cabeça. – Certeza?- ergueu as sobrancelhas.


 


- Absoluta. – sorri e voltamos a dançar.


 


E mais uma vez descansei minha cabeça no ombro de Harry. Os momentos daquela noite passaram em minha cabeça. Nossa, quem diria que eu passaria de garota feliz para garota triste e terminaria como garota realizada?


 


- Cinco. – ele começou a contar.


 


- Quatro. – sorri.


 


- Três. – nos encaramos.


 


- Dois.


 


- E um. – sussurrei ainda o encarando.


 


Não sei como explicar, mas naquele momento nossos rostos foram se aproximando como se fossem imãs. Fechei meus olhos a centímetros do rosto do moreno. Fiquei esperando pelo contado de nossos lábios, o que não tardou a acontecer.


 


Aquele beijo tinha algo em particular. O beijo era calmo e cálido, sem urgência. Aos poucos fomos aprofundando-o. A cada toque de nossas línguas, sentia um choque em meu corpo. As mãos de Harry não mais estavam em minha cintura, uma estava em minhas costas e a outra em meu pescoço, aproximando-me ainda mais dele.


 


A cada movimento das mãos do moreno sentia arder as partes tocadas. Cravei minhas mãos nos cabelos pretos, puxando-o para mais perto. O beijo foi perdendo intensidade e Harry soltou minha boca.


 


Seus lábios agora estavam ocupados em distribuir beijos em meu pescoço e rosto. A cada beijo, sentia minha pele arder. Ele foi até minha orelha e a mordiscou. Foi refazendo o caminho até meus lábios. Deu-me um leve beijo e mordiscou-me lá também. Eu soltava gemidos de prazer.


 


Ele parou de me beijar, agora era a minha vez de fazê-lo provar do próprio remédio. Beijando seu queixo, senti a sua barba por fazer. Passei a beijar-lhe no pescoço e inalando aquele cheiro que tanto me atormentava.


 


Do pescoço passei a sua orelha. Sorri quando consegui arrancar alguns gemidos do moreno. Mordisquei levemente a orelha de Harry e lá parei.


 


- Que horas são? – sussurrei em seu ouvido e senti seus pelos arrepiarem.


 


- Não tenho a menor idéia. – falou quando voltei a encará-lo.


 


Ficamos lá, em pé. Harry com as mãos em minha cintura e eu, com a minha cabeça em seu ombro. Não tinha noção de tempo. Só sabia que queria que aquele momento durasse para sempre, mas pena que na história da Cinderela, o Baile acaba a meia-noite.


 


- Temos que voltar para o castelo. – ele sussurrou em meu ouvido.


 


- Eu sei, mas não quero. – ele riu.


 


Nos separamos. Harry segurou meu rosto e me beijou levemente. Colou sua testa a minha.


 


- Carinho, - não pude deixar de sorrir. – temos que voltar.


 


- Por quê? – encarei aqueles olhos verdes.


 


- Porque amanhã tenho um jogo de quadribol e podemos ser pegos. – ele riu da minha cara de inconformada. – Anime-se, amanhã é domingo. Teremos o dia todo de folga. – beijou o topo da minha cabeça. – Agora vamos. – afastou-se de mim e me ofereceu sua mão.


 


Olhei relutante para ele, mas acabei cedendo. Caminhos em silêncio até chegarmos à torre. Quando chegamos ao quadro da mulher gorda, a encontramos completamente bêbada.


 


- Não foram só vocês que se divertiram hoje. – ela comentou quando estávamos passando pelo buraco.


 


Caminhamos lentamente pelo Salão. Ele estava vazio, acho que os alunos já deveriam ter ido dormir. O toque de recolher em Hogwarts é bem rigoroso. Paramos quando chegamos ao pé das escadas que levavam até o dormitório feminino.


 


- Bem, acho que é aqui que nos separamos. – falei.


 


- Boa noite, então. – ele falou e soltou minhas mãos.


 


Rolei meus olhos.  Nossa, às vezes, se queremos algo bem feito, faça você mesmo. Chamei seu nome, ele se virou e eu lhe tasquei um beijo.


 


O beijo não teve a mesma intensidade que o anterior, mas me proporcionou as mesmas sensações. Frio na barriga, minhas pernas ficaram bambas, minhas mãos ficaram frias... Mas tudo valera apenas.


 


- Agora, sim. Boa noite. – sussurrei e subi as escadas.


 
_ _ _*_ _ _*_ _ _ 


 


Quando não mais estava ao alcance dos olhos do moreno, encostei-me a parede e escorreguei até o chão. Um sorriso bobo brotou em meus lábios. Nossa, quem diria que eu teria um final de Baile melhor do que o da Cinderela?


 


Levei minha mão até meus lábios, ainda podia sentir o gosto e o toque dos lábios de Harry. Mérlin, Cisa, Morgana... Desculpem-me pelas inúmeras vezes que briguei com vocês! Só tenho a agradecer.


 


Passado alguns minutos, levantei-me e fui até meu quarto, para ter uma boa noite de sono. Bem, era isso que eu queria. Mas assim que entrei no dormitório das meninas do sétimo ano, sou jogada na cama e atacada por milhares de perguntas. Como pude esquecer de Lilá e de Parvarti?


 


- Esta nos devendo dois galeões! – Parvarti cantarolou.


 


- Como assim?


 


- Não se faça de boba, Hermione. – Lilá falou. – Você sabe muito bem do que estamos falando. – ela me olhou divertida.


 


- Não, não sei. – tentei disfarçar um sorriso.


 


- Mione, você não sabe mentir. Logo se vê pela sua tentativa fracassada de esconder um sorriso. – Parvarti se sentou ao meu lado na cama.


 


- Tudo bem. – murchei os ombros. – Mas como ficaram sabendo?


 


- A questão não é como, e sim onde. – Parvarti apontou para uma das janelas do nosso quarto.


 


- É uma das poucas vezes que fico grata por termos ficado com esse quarto. – Lilá me levou até a janela. – Uma bela imagem, não?


 


Quando vi qual era a imagem que se podia ver através da janela gelei. Dentre tantos quartos e janelas, o meu quarto tinha que ter uma janela que dava pro lago?! Logo o meu quarto? Mérlin, Mérlin... Vocês adoram fazer isso, né?


 


- Não se preocupe, seu segredo esta bem guardado conosco. – Parvarti falou. – Agora... Você esta nos devendo dois galeões. – ela estendeu a mão.


 


Acordei do transe.


 


- Não mesmo. – elas me olharam intrigadas. – Nos beijamos depois da meia-noite, depois que o Baile acabou. – sorri vitoriosa.


 


- Como podemos acreditar em você? – Lila me encarou.


 


- Oras, se você me viram, significa que você duas chegaram aqui ou a meia-noite ou depois. – adoro sair ganhando. – Então, são vocês quem me devem dois galeões. – estendi minha mão.


 


- Não podemos acreditar em você e nem você em nós. – Parvarti falou finalmente. – O que acha de esquecermos essa aposta? O importante é que a Mione aqui, ganhou um belo de um beijo. – piscou o olho para mim; eu corei.


 


Concordamos e entramos em um acordo. Quando fui ao banheiro me limpar para poder dormir, elas não deixaram, não até eu contar como tudo aconteceu... E eu pensando que a primeira pessoa que eu contaria isso seria para a Gina. Falando nela... Onde será que ela está? Depois descubro isso.


 


Enfim, tive que contar tudo para aquelas duas. Claro que escondi o fato da Chang ter beijado o Harry e o meu choro. Ninguém além de nós dois precisava saber. Tudo bem, Ginny, Rony e Luna ficariam sabendo, mas só eles... É, talvez meus pais e a Sra. e o Sr.Weasley... Certo, só as pessoas que são importantes para mim e para Harry.


 


- E foi assim. – fiquei aliviada por finalmente ter acabado.


 


- Harry Potter é um doce. – Parvarti falou sonhadora.


 


- Melhor você segurá-lo, Hermione. Porque alguém pode querer tomá-lo. – Lila declarou; joguei um travesseiro nela. – Ei, ele não faz meu tipo!


 


- Quem faz seu tipo, Lila? – perguntei.


 


- Homens mais velhos. – ela falou. – E quem faz o seu tipo Parvarti?


 


- Prefiro os loiros. – agora elas se viraram para mim. – E quem faz seu tipo Mionezinha?


 


- E precisa perguntar? – Lila soltou. – É claro que ela prefere os morenos de olhos verdes e cujas iniciais sejam H e P. – não tive como não ficar vermelha. – Que fofa! Gosta mesmo dele, não? – assenti.


 


- Vocês estão juntos? Namorados? – Parvarti me olhou esperançosa.


 


- Calma, nos beijamos hoje à noite. Não tenho pressa, sei que temos algo. – soltei um suspiro apaixonado. – Sei que estou apaixonada por ele, e posso sentir que ele sente o mesmo ou similar. – fui atingida por uma chuva de travesseiros.


 


Após mais alguns minutos de conversas sobre namoro e relacionamentos, Parvarti e Lila foram dormir e fui liberada para poder tomar um banho. Entrei no banheiro e deixei a água quente cair sobre meu corpo, relaxando um pouco.


 


Antes de me deitar, guardei meu vestido com o maior cuidado possível. Depois tirei a foto que Cowling tirou de mim e Harry e fiquei admirando os dois.


 


- Quem sabe vocês não são mágicos? – soltei e fui me deitar com um sorriso no rosto, mau via a hora de chegar amanhã.


 
_ _ _*_ _ _*_ _ _ 


 


Quando acordei na manhã seguinte o medo me tomou. Medo de que tudo que aconteceu não passasse de um devaneio - o melhor de todos, diga-se de passagem -. Mas quando vi o meu vestido e uma foto minha e de Harry... Bem, não tive duvidas.


 


Levantei-me preguiçosamente da cama. Estava tão feliz que queria passar o dia lá, mas me lembrei do jogo contra a Corvinal. Não perderia por nada. Não perderia a chance de poder esfregar na cara da Chang que ela perdeu.


 


Corri para o banheiro em silencio, não queria ter que acordar Parvarti e Lila e ter de esperar horas para poder usá-lo. Fiz minha higiene pessoal e vesti minha camisa da Grifinória, olhei-me no espelho.


 


- Nada pode estragar o dia de hoje. – falei para meu reflexo.


 


Sai sorridente da torre. O numero de alunos que tomaram o partido da Grifinória era grande... ‘Tá, não tão grande, pois os da Sonserina e Corvinal torciam pelo mesmo time, Corvinal. Mas os da Lufa-lufa foram para o lado do leão! E até alguns alunos da Corvinal viraram a casaca. Luna que o diga.


 


Entrando no Salão Principal, levei um susto. Ainda estava com a imagem nevada do Salão, mas quando vi aquelas quatro mesas cheias de alunos... Voltei à realidade. Passei lentamente pelas mesas. Não sei por que, apenas me deu vontade de guardar aquele momento.


 


Olhando para a direita pude ver os alunos do time da Corvinal, passei meu olhar até cruzar com o dela. Nossa, como me senti feliz quando a Cho me lançou seu olhar mortal. Só em saber que ela teve que se rebaixar tanto e não conseguir nada... Uma realização! Sim, Hermione Jane Granger é vingativa.


 


Quando já não dava mais para sustentar o olhar, voltei a olhar para frente. Fui caminhando até chegar perto de um grupo de alunos vestidos de vermelho, o time de quadribol da Grifinoria. Ginny e Rony me receberam com sorriso e Luna com algum tipo de conselho de como deixar de babar a noite... É, tenho amigos normais.


 


Gina nem me deu tempo de me sentar, foi logo se levantando e me obrigando a contar tudo sobre a noite passada. Claro que iria contar a ela tudo que aconteceu, afinal, a ruiva foi uma das responsáveis, mas não precisava ser tão cedo.


 


- Vamos, Hermione Jane! Conte-me tudo. – cruzou os braços sobre o peito.


 


- Bem,... Er...Foi...Er... – não estava me vendo, mas tinha certeza que meu rosto estava vermelho como o seu uniforme.


 


- Er...Foi...Er...Bem. repetiu, rolando os olhos. – Vamos! Conte-me! – me chacoalhou.


 


Eu ia contar, juro que ia! Mas quando senti um par de braços envolver minha cintura e um beijo em meu pescoço... Bem, como alguém ainda podia manter o foco após isso?


 


- Bom dia, carinho. – ele sussurrou próximo ao meu ouvido e depois depositou um beijo lá.


 


- Bom dia. – respondi fraquinho com um sorriso bobo nos lábios. Ginny ficou apenas nos encarando.


 


- Acho que já sei. – ela piscou para mim. – Vou indo... Estou sobrando aqui. – despediu-se e voltou à mesa.


 


Sabia que todos os olhares, grande parte, estavam direcionados para nos. Mas não me contive, estava tão feliz que não me importava com o que as pessoas podiam fazer ou pensar. O que importava era que estava feliz!


 


- Saudades? – perguntei quando ele me rodou para ficarmos frente a frente.


 


- Muitas. – falou próximo aos meus lábios.


 


Sei que falei que não importava com o que as pessoas falassem ou pensassem sobre estarmos tão próximos, mas nunca falei que não me preocupava com o que eles fossem falar sobre nos ver aos beijos.


 


- O que foi, carinho?- ele perguntou risonho quando viu que minha cara estava completamente vermelha e que estava desviando meu rosto do dele. A despeito disso... Acho tão lindo quando ele me chama de carinho!


 


- Nada. – minha voz saiu fina, ou seja, ele sabia que estava mentido.


 


- Mesmo? – levantou suas grossas sobrancelhas e me encarou. – Porque não é o que sua voz aparenta. – baixei minha cabeça em sinal de desistência. – Nossa, o que foi que te aconteceu? – ergueu meu rosto e sorriu.


 


- É só que... – meus olhos passaram pelo Salão e vi rostos e mais rostos nos encarando. – Está todo mundo olhando pra gente. – falei baixinho.


 


Harry passou seus olhos verdes pelo Salão, tirando suas próprias conclusões, acho. Mas quando voltou a me encarar, ele não deve ter pensado o mesmo que eu. Já que estava com um sorriso maroto.


 


- O pessoal da Sonserina não esta nos encarando e nem um grupo da Corvinal lá no fundo. É errado generalizar. – tentou me repreender, mas dei um soco em seu ombro.


 


- Muito engraçado, Potter. – me desvencilhei dos seus braços; ele segurou os meus.


 


- Ei, não vou fazer nada que não queria. – falou carinhoso. – Tudo em seu tempo, certo? – assenti. – Ótimo. – sorrimos. – Agora, você já comeu?


 


- Não, estou faminta.


 


- Pena que não vou poder lhe fazer companhia. Os times já estão de saída. – acho que ele notou meu olhar tristonho. – Mas antes do jogo começar, dê uma passada no vestiário da Grifinoria. – ele piscou para mim e saiu em direção aos portões do Salão.


 


Sentei-me ao lado de Luna. Ela era a chamada do "contra". Eu não a culpo, Luna tem poucas pessoas que falam com ela em sua própria casa. Acho que por uma questão de afeto, ela acaba por voltar sua afeição para a Grifinoria. Além do fato de que, seus amigos, estão nessa casa. E é sempre bom ressaltar, ela também não vai com a cara da Chang.


 


- Bom dia, Mi. – ela me cumprimentou sorridente.


 


- Bom dia, Luna. – sorri de volta e comecei a encher meu prato.


 


- Pelo visto não fui à unica que tive uma noite feliz ontem. – falou acompanhando meus movimentos.


 


- O que quer dizer com isso? – tentei desmentir.


 


- Bem, não preciso da ajuda dos Banglus pra saber que você e o Harry  não são mais amigos. – nunca pensei que Luna pudesse aprender os olhares de Ginny. É, o que a convivência não faz.


 


- Tão obvio assim?


 


- Só não viu quem não quis. – minhas bochechas arderam. – Anime-se! Finalmente fez a vontade de todos. – sorriu tentando me animar.


 


- Pena que com sorte caminha lado a lado com azar. – falei cabisbaixa comendo meu café.


 


- Como assim?


 


- Posso até estar com Harry, mas as perseguições vão serão ainda piores. – sorri.


 


- Mione, você é uma garota linda e inteligente demais para se importar com essas garotinhas com hormônios a flor da pele. – Luna sempre tinha um bom adjetivo. – Você sabe que o Harry esta com você porque você não é apenas mais uma.


 


- Eu sei. – murchei os ombros. – Sei de tudo isso.  Acho que ainda não caiu a ficha de que atravessamos quilômetros à linha da amizade. – sorri fraco.


 


- Falando nisso... Como vocês estão? Ficantes? Namorados...


 


- Não tenho a menor idéia. – dei de ombros. – Acho que quando tudo acalmar vamos conversar. – Luna notou o meu nervosismo.


 


- Calma, você já sabe o vai dar. – pegou em minhas mãos; eu assenti. – Agora coma logo, porque quero pegar um bom lugar na arquibancada.


 


_ _ _*_ _ _*_ _ _ 
 


Engolido meu café da manhã, fomos até o campo de quadribol. Nossa, às vezes, me esquecia dessa festa toda que os alunos faziam quando tínhamos um jogo. Não sei, porque, talvez por ser da Grifinoria, mas sempre acho que nos jogos da minha casa, o pessoal está mais animado.


 


Fomos arrastadas por uma onda de alunos eufóricos até a entrada. Depois de um tempo achamos um bom lugar. Falei a Luna para guardar meu lugar que logo voltaria. Ela me perguntou o que iria fazer, mas como estava um barulho infernal, fingi que não ouvi e comecei a descer as arquibancadas.


 


Caminhei meio as cegas até o vestiário da Grifinoria, mas acabei por chegar lá. Uma caminhada sofrida, mas bem sucedida. Antes de entrar, tentei ouvir o que se passava lá dentro; não consegui ouvir nada. Coloquei minha cabeça para dentro e vi Harry dando aquele típico discurso incentivador.


 


- Bem, esse é nosso penúltimo jogo do ano, ou seja, temos que ganhar para podermos chegar ao ultimo jogo folgados. – todos do time concordaram animados. – E, sempre é bom ganhar, certo? – mais gritos de concordância.


 


- Ainda mais quando temos a Chang como adversária. – Ginny soltou.


 


- Não vamos trazer magoas pessoais para o campo, Gina. – Harry a advertiu.


 


- Fale isso para aquela japa louca, então! – todos riram com o novo apelido.


 


O moreno falou mais algumas palavras e depois liberou o time. Alguns foram para os fundos do campo e outros voltaram para os “banheiros” para terminarem de se arrumar. E, ao final, sobrou apenas o Potter e a minha cabeça.


 


- Vai entrar ou não? – perguntou me encarando.


 


- Acho que vou entrar. – sorri e coloquei todo o meu corpo para dentro. – Ótimo discurso.


 


- Falei apenas o que tinha o que falar, não quero dar uma de Olívio. – deu de ombros.


 


O assunto morreu e ficamos nos encarando. Eu só fui até lá porque ele me falou que tinha algo para me mostrar ou falar. Mas Harry não fazia nada, apenas ficava lá, me encarando... Será que sempre tenho que tomar a iniciativa?


 


- E então... – ele me olhou assustado por quebrar o silêncio. - O que você tem a me falar?


 


- Não pensei que você seria tão direta, Mi. – coçou a nuca. – Bem, eu quero falar sobre ontem à noite. – olhou para o chão.


 


- Eu também quero, mas não acho que agora seja a melhor hora. Logo terá que subir na vassoura e pegar aquele pomo.


 


- O pomo pode esperar. – nossa, pro moreno trocar o quadribol por isso... Deve ser algo importante. – Mi, não sei bem como te falar isso. – ele tomou um ar serio. – Mas sei que é o certo a se fazer.


 


- Olha só, acho que podemos esperar até o final do jogo... – eu queria fugir daquilo, não queria me machucar! Mas ele me interrompeu com um beijo. Golpe baixo!


 


- Não. Não posso esperar até final do jogo, carinho. – “carinho”? Outro golpe baixo. – Se esperar mais um pouco, vou explodir. – ele segurou minhas mãos e depois as beijou. – Mi, estou apaixonado por você. – ele falou me olhando tão profundamente com aqueles olhos que quase me afoguei num mar verde.


 


Tudo bem, não foi um “eu te amo”, mas foi bem melhor do que eu pensava! Estava me corroendo de medo, medo de que ele tenha percebido o tamanho do erro que cometeu em ter me beijado, mas... Ele está apaixonado por mim! Por mim!


 


- Não sei o que é isso que ´tá acontecendo comigo, mas quando tiver certeza, você será a primeira a saber. - ele piscou pra e eu sorri. - Mas tenho certeza que quero poder te beijar, te abraçar sem ficar me matando de remorso. – nessa hora já estava com os olhos marejados. - E então, namora comigo?


 


Não consegui falar nada, fiquei lá, parada que nem uma tonta. Ele acabou de se declarar para mim e eu fico parada! Que coragem Hermione Jane, que coragem. Comecei a ouvir o barulho dos outros jogadores se aproximando. Era agora ou nunca. Não tinha forças, ou palavras, para falar. Então, a melhor saída seria beijá-lo.


 


Harry estava tão preocupado com o que eu ia responder que quando colei meus lábios ao dele, o moreno ficou em choque. Demorou alguns segundos para ele perceber o que se passava e se entregar ao beijo.


 


Não sei se foi pelas lagrimas, pelo momento ou pela declaração, mas... Aquele beijo tinha algo de diferente. O gosto da boca de Harry, os movimentos de nossas mãos, a urgência do beijo. Tudo parecia ser tão certo.


 


Não nos demoramos muito no beijo. Afinal, ele tinha que pegar um pomo. Quando estávamos nos beijando o barulho das torcidas sumiu, mas quando nos separamos, o barulho da torcida não era mais o único.


 


Todo o time da Grifinoria assobiou e bateu palmas quando nos viu juntos. Minha reação? Fiquei completamente vermelha, mas quando notei que todos estavam felizes com o que acontecera fiquei mais calma.


 


Dino e Simas lamentaram o fato de não estar mais disponível. Ginny falou que já sabia, então não ficara surpresa. Mas a pessoa com quem mais me preocupava com a reação era Rony. Ele, por outro lado, parecia bem calmo, melhor, estava sorridente.


 


- Cara, ainda bem que você tomou juízo e fez a coisa certa. – o ruivo falou colocando a mão sobre o ombro do moreno. – Estava começando a achar que você tinha mudado de idéia. – não precisa ser um gênio para entender o que ele quis dizer com isso.


 


Após algumas parabenizações, os jogadores foram chamados ao campo. Todos saíram deixando Harry e eu para trás. Ainda bem que ainda existia um pouco de bom senso nas pessoas.


 


- Boa sorte. – sussurrei.


 


- Com meu amuleto da sorte tão perto de mim, não tenho como não ter. – beijou-me levemente. – Até mais carinho.


 


- Ei, a resposta é sim. – ele virou-se para mim e sorriu. –  E mais uma coisa: acabe com a Chang. – ainda sorrindo passou pelas cortinas que davam ao campo.


 


Mordi meu lábio inferior para, tentar, impedir um riso. Voltei para meu lugar ao lado de Luna completamente alheia ao que acontecia ao meu redor. Só voltei ao mundo quando a loira me chamou e me chacoalhou.


 


- O que aconteceu? – perguntou preocupada.


 


- Eu tenho um namorado! – falei sorridente e Luna me retribuiu com um maior ainda.


 


Quem estava ganhando? Quantos pontos Grifinoria tinha feito? Não tenho a menor idéia. Estava entretida demais falando para Luna sobre o acontecimento de minutos atrás e, depois, olhando para um certo moreno, para prestar atenção ao placar.



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N/A: Antes que você arranquem meus olhos, mãos e pernas... A cap 'tava pronto, mas ai eu arrumei uma beta por agora e ela me entregou o cap ontem ;D
Então, não me matem e muito menos a Beta (porque ela é uma amor de pessoa)
Eu sei que vocês esperavam algo bem "OMGH!", mas foi o que consegui .-.
Espero que não tenha perdido nenhum(a) leitor(a)

And Keep Posting On! 

Amo vocês no fundo do meu S2 ;D
 
And... God news! ou não...
Eu 'tava lendo os caps e vi que estavam meio ('tá vou escrever pra acabar logo)... Ai eu comecei a reescreve-los! Mas, não se desesperem! Eu já 'tô com um pronto e dependendo desses novos caps... A fic pode se estender por mais um pouco ;D


Xoxo :** 


 


 

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