Capítulo 10



Eu e Meu Melhor Amigo
Capítulo 10
 


Acordei com o sol batendo na minha cara. Droga! Esqueci de fechar as cortinas. Só não fiquei com mais raiva, porque tinha que acordar cedo mesmo. Levantei da minha cama com a maior relutância, peguei meus trajes de quadribol e fui para o banheiro, vê se eu conseguia driblar aquela preguiça.


 


Fiquei uns vinte minutos lá dentro, quando sai, pensei que iria encontrar Dino, Rony e Simas acordados. Esperança boba... Tive que acordar os três! Como três garotos de quase 17 anos, não honravam os compromissos?


 


- Vamos lá! Todos de pé! – sei que não deveria gritar, pois Neville também estava no quarto... Mas só assim aqueles três levantariam de suas camas.


 


Passados mais vinte minutos, consegui fazê-los levantar das camas e os colocar em seus uniformes... Podem ser meus amigos, mas ganhar no quadribol é mais importante.


 


- Sabemos que quando se fala de quadribol você é nosso capitão. – Rony ficava resmungando. – Mas é sábado! Pelo menos um treino à tarde.


 


- Rony, você sabe, melhor do que eu, que a McGonagall nos mata se chegarmos um minuto atrasados pro Baile. Por isso que só temos esse horário para o treino. – tentava colocar isso na cabeça do ruivo, o que parecia ser bem difícil.


 


Descemos para o Salão Comunal e, como já esperado, estava vazio. Claro que ninguém em sã consciência iria acordar cedo em um sábado. E esse foi mais um motivo pra ficar ouvindo as reclamações daqueles três preguiçosos.


 


Ficamos no salão comunal esperando o restante do time. Ginny e outros dois jogadores que eram do quinto ano.  Não demoramos vai do que dez minutos para juntar todo o time. Saímos em direção co Salão Principal, comemos rapidamente e fomos para o campo treinar.


 


Não quero me gabar, nem nada. Mas se esse ano a grifinoria não ganhar a taça... Bem, só se alguma casa trapacear. Estávamos em nossa melhor forma, todos estávamos atentos e com uma agilidade impressionante. Dei alguns conselhos, mas nada muito crucial. Só alguns erros bobos, mas que podem valer pontos em um jogo. Melhor prevenir, do que remediar.


 


O treino teria duração de uma hora, ou seja, como começamos as 06h30min, o treino terminaria as 07h30min. Não fui eu quem implantou essa condição, foi a McGonagall. Pois, tanto ela, quanto nós da grifinoria, queríamos que, mais uma vez, a taça fosse nossa.


 


Bola ia e bola vinha. Pontos e mais pontos marcados. Gritos de satisfação e mais gritos. Estava ficando bem monótono, até que vislumbrei a imagem de uma morena subindo as arquibancadas. Sorri, uma distração dessa chatice seria bom.


 


Voei pelos ares até ficar as costas da morena; inclinei minha vassoura e parei as suas costas. Um sorriso maroto brotou em meus lábios. Será engraçado dar-lhe um susto. E assim o fiz, quando sussurrei em seu ouvido, ela deu um pulo. Ela não queria aparentar, mas, sim, ela levou um susto.


 


Ficamos conversando, conversando... Até Ginny e Rony virem ao nosso encontro e nos avisar que o treino acabou. Liberei o time, perguntei para Hermione se ela iria para algum lugar. Então, a acompanhei até a biblioteca.


 


Assuntos bobos, uma conversa que não durasse mais do que alguns minutos. Assim se resumiu nosso caminho até a biblioteca. Ficamos em silencio por alguns instante, parece incrível, mas nunca me sinto incomodado quando estou em silencio com ela.


 


- Bem, esta entregue. – sorri para ela.


 


Ficamos um tempo nos encarando, em frente às grandes portas da biblioteca. Nenhuma palavra, só o som das nossas respirações e nossas trocas de olhares. Bem, só até reparar em um pequeno raminho de planta que estava se formando sobre nós.


 


- Acho que eles devem ter uma coisa conosco. – falei meio debochado.


 


- Eles quem? – ela perguntou e depois acompanhou meu olhar.
 


Hermione ficou encarando aquele visgo e eu apenas pensando em como eles conseguiam surgir nas ocasiões mais pertinentes... Ai, foi que me lembrei que estamos em uma escola mágica. Nem tudo tem explicação... Pelo menos não tudo.


 


Encaramos aquela planta até a morena me perguntar o que deveríamos fazer. Estava bem óbvio! Eu sei que não sou o melhor aluno de Hogwarts ou coisa parecida, mas que eu sei que se não houver um beijo entre as pessoas que estão sob o visgo... Ele não vai parar de aparecer nos locais até que o beijo ocorra.


 


- Mas se sairmos, eles vão fica aparecendo sempre, até nos beijarmos.  – ela tentou argumentar.


 


- Não falei para sairmos. – não sei o que foi que me deu, mas quando baixei meu olhar para aqueles lábios rosados. Não me contive! Tinha que sentir aquele gosto doce mais uma vez.


 


E assim o fiz. Sem esperar por nenhuma resposta de Hermione, colei meus lábios ao dele. Quando nossos lábios estavam juntos, pude sentir que a morena se assustara, mas foi se entregando ao beijo.


 


Não estava satisfeito só com um simples tocar de lábios, queria mais, queria sentir seu gosto.  Pedi permissão para aprofundar o beijo e fui aceito. Não era a primeira vez lhe explorava a boca, mas ainda me senti surpreendido ao perceber como aquilo era bom.


 


Hermione, um pouco mais relaxada, começou a passear suas mãos pelas minhas costas e cabelos. Sentindo-me livre para fazer o mesmo, puxei o corpo moreno para mais perto do meu e com minha outra mão puxei seu pescoço para perto também.


 


Em certos momentos gostaria de ser um ser anaeróbico, porque tínhamos que sentir falta de ar justo nos momentos mais inoportunos?


 


Separamos-nos ofegantes. Hermione estava com a boca inchada, o que me fez ter mais vontade de voltar a beijá-la, mas me contive. A morena estava com os cabelos um pouco bagunçados, mas ainda não conseguia ver nada que não fosse convidativo para outro beijo.


 


Mas foi quando notei aquele olhar surpreso que percebi o que tinha feito. Por Merlin, tomei minha melhor amiga nos braços a força. Nem ao menos perguntei se ela queria ou não aquele beijo. Apenas avencei nela.


 


- Mi, - tentei me desculpar. – eu... Eu. – o que pareceu ser inútil.


 


- Shi. – pediu que me calasse.  – Sem palavras. – ela me sorriu doce. – Agora tenho que ir, mas nos vemos por ai, ou até o Baile. – ela me abraçou e entrei na biblioteca.


 


Eu fiquei lá parado, como uma estátua. Não consegui entender muito bem qual foi à reação da morena. Tinha saber o que aquilo significou, mas quando tomei a iniciativa de ir atrás de Hermione, sinto meu corpo ser puxado e bater contra as paredes geladas do corredor.


 


- Mas o que...? – minha boca foi tampada.


 


- Quietinho, Harry querido. – como ela ainda tinha coragem de me chamar assim?


 


- O que quer? – falei quando ela liberou minha boca.


 


- Nada. – sorriu sínica.


 


- Certo, e é nessa hora que eu finjo que acredito em você?


 


- Harry, por que esse mau humor? Sabe, eu vi o que você e a Granger estavam fazendo. – sussurrou em meu ouvido.


 


- O que não deve ter lhe agradado muito, suponho. – respondi com um sorriso amarelo.


 


- Harryzinho, eu sei que isso é só uma fase. Que logo, logo você vai voltar pra mim. – colocou uma mão sobre meu rosto. – E quando esse momento chegar, vou aceitar suas desculpas. – eu ri quando ela falou isso.


- Quando me desculpar? Acho que você inverteu os papeis, Chang.


 


- Não venha me dizer que a Granger já ti envenenou contra mim? – olhou-me indignada.


 


- Não, ela não me envenenou contra você. – soltei-me dos braços dela. – Ao contrario de você, ela sempre me contou a verdade e eu, burro que sou, nunca quis escutar.


 


- Não, você não a ouvia porque sabia que tudo era mentira!


 


- Então, aquela cena de você e um garoto da Lufa-lufa aos beijos, foi um delírio meu?


 


- Eu já falei que a Granger armou pra mim!


 


Soltei o ar cansando. Meu dia estava ótimo, mas com essa conversa que estava tendo, ele tendia a ficar insuportável.


 


- Olha aqui, Cho. – falei com as mãos sobre os olhos. – Sendo armação ou não, fico grato de não ter mais nada com você. – ela tentou falar algo, mas não a deixei. – Estou muito mais feliz sem você na vida. Então, não tente estragá-la! – e assim a deixei soltando fogo pelas narinas.


 


Por Merlin! Como uma pessoa podia ser tão sínica, sonsa? Até que ponto uma pessoa podia chegar? Até que ponto uma pessoa podia chegar a se humilhar para conseguir o que quer?


 


Fiquei vagando pelos corredores. Encontrava algumas pessoas, trocava algumas palavras, mas nada que durasse muito. Voltei ao campo de Quadribol para pode trocar de roupa. Quando olhei para o relógio, vi que já estava na hora do almoço. Estava com tantos problemas na cabeça que nem tinha percebido que estava com fome e que as horas estavam passando.


 


Fui para o Salão Principal, comi com Neville, Rony e Luna.


 


- Tudo certo par ao jogo amanhã? – Luna perguntou.


- Se o nosso goleiro jogar tão bem quanto vem treinando. Só teremos pontos a favor da grifinoria. – falei.


 


- Contanto que você pegue o pomo, tudo ficara bem. – Neville falou.


 


- Ei, não menospreze os outros jogadores. – Rony soltou.


 


- Não estou, só quero que ganhemos sem grandes complicações.


 


- Rony, calma. – falei dando pouco caso. – Você sabe que não seriamos nada sem você.


 


- Isso mesmo, meu amor. – Luna beijou a bochecha do ruivo. – Você é o melhor jogador do time, na minha opinião.


 


Quando acabei de almoçar na me demorei muito, tinha ainda muitos neurônios para queimar. Então, me levantei e continuei a vagar pelos corredores. Não sabia para onde meus pés estavam me levando, só percebi quando ouvi a mulher gorda perguntar qual era a senha.


 


Entrei no salão comunal e tomei meu típico lugar em frente à lareira. Fiquei minutos olhando o fogo crepitar e pensando no beijo que eu e Hermione tivemos hoje mais cedo. Nunca senti nada parecido como sinto quando a beijo e o que só me fazia querer ainda mais beijá-la.


 


Sei que é errado ficar desejando beijos da minha melhor amiga, mas o que posso fazer se meus sentimos, que tanto luto para ficarem adormecidos, me traem nos momentos que mais preciso de autocontrole?


 


Só em lembrar do gosto, da sensação que aqueles lábios rosados e carnudos me proporcionam... Eu tenho que aprender a me controlar!


 


Ainda absorto em meus pensamentos não percebo que alguém está se aproximando e quando finalmente noto que é... Bem, tive que trancar tudo que estava solto.


- Oi. – ela me cumprimento.


 


- Oi.


 


Ela me perguntou se estava com algum problema, porque estava tão distante. E depois veio com a pergunta mais ridícula do mundo: se tinha desistido de levá-la ao Baile. Tinha três grandes motivos para não ter mudado minha decisão. Primeiro: não me imaginava tendo uma noite feliz ou agradável na companhia de outra garota;


 


Segundo: se visse Hermione nos braços de outro garoto que se não eu... E o terceiro: Prezava pela minha cabeça, ou seja, se nos trocássemos de pares em cima do Baile, era bem capaz da McGonagall arrancar nossas cabeças. Mas foi assim que respondi a ela.


 


- Mione, ainda com você pro Baile. Não vai ser por um acidente que você vai ter que encontrar outra companhia. Afinal, onde você vau encontrar um garoto tão bonito, bom dançarino e boa companhia como eu, em tão pouco tempo?


 


- Como sempre, modesto. – sorrimos. – Ainda bem, por que não estava a fim de ter que contar pra McGonagall que ela teria que encontrar outro casal.


 


- Ainda bem mesmo.


 


Com esse assunto morto, continuamos a conversar. Não tínhamos assuntos definidos, apenas falávamos a primeira coisa nos aparecia à cabeça e assim foi se passando as horas. Quando notei, já eram cinco horas.


 


Nossa, como o tempo passa rápido quando estamos na companhia de quem gostamos...


 


Hermione se despediu de mim falando que tinha muita coisa para arrumar, que garotas demoravam a ficarem prontas. Mas não se porque levar tantas horas, Hermione era linda do jeito que era. Ela poderia aparecer com seu pijama após horas de sono que, ainda sim, seria a garota mais bela da noite.


 


Fiquei pela sala comunal até mais ou menos umas seis horas. Todos sabemos que os garotos tem muito menos trabalho para se arrumarem, mas é melhor termos um pouco de tempo extra do que ficar afobado segundos antes da festa.


 


Quando subi para o quarto dos alunos do sétimo ano, parecia que um furacão tinha passado por lá. Roupas jogadas por todos os lados, malões abertos, livros e pergaminhos por toda a parte. Quem disse que garotos não ficam aflitos em Bailes também? Rony que o diga.


 


- O que você pensa que esta fazendo? – perguntei tentando chegar até minha cama.


 


- Não consigo achar minha roupa de gala. – o ruivo estava desesperado.


 


- Já olhou debaixo da sua cama? – ele me olhou como se eu fosse louco. – Você se lembra que quis colocar lá para não ficar louco atrás dele na última hora, né? – passei o olhar pelo quarto. – É, eu acho que não.


 


O ruivo se abaixou do lado da cama, tirou algumas roupas do caminho. Entrou debaixo da cama, demorou-se alguns segundos lá. Mas quando ele emergiu das pilhas de roupas, estava com um pacote marrom em mãos e um sorriso.


 


- Não sei o que você faria sem mim.


 


- Seria muito mais feliz. – falou antes de entrar no banheiro.


 


Como sabia que Rony iria demorar bastante naquele banheiro, fiz-lhe um favor. Sabia que fazer magia nos corredores da escola era proibido, mas como estava em meu quarto... Peguei minha varinha e com auxilio de alguns feitiços,  quarto voltou a parecer um quarto.


 


Fui até meu malão e de lá tirei meu traje de gala. A única vez que usei um desses foi no Baile de Inverno e ficava torcendo para nunca mais usar, mas sabia que usar uma roupa de pingüim essa noite traria uma recompensa. Pelos menos assim eu pensava.


 


Quanto tempo uma pessoa normal demora no banho? No máximo trinta minutos, certo? Então acho que a minha teoria sobre a anormalidade de Rony acabou de se firmar. Aquele garoto ficou por quase uma hora dentro daquele banheiro, se não o tivesse o expulsado do banheiro, teria chegado atrasado para o Baile.


 


- Porque toda essa pressa? – ele me perguntou.


 


- Não é pressa, é querer continuar com a minha cabeça no lugar. – fechei a porta e só sai dali depois de vinte minutos.


 


Nunca pensei que um banho pudesse ser tão revigorante. Não estava tenso, mas muito preocupado. Queria que tudo naquela noite desse tudo certo, por dois motivos. Primeiro: não queria dar mais motivos para a McGonagall ficar no meu pé, já basta ser o capitão do time de quadribol. Segundo: tinha que mostrar a Mione que, tentando, podemos ser perfeito um pro outro.


 


Eu sei, sei! Que coisa gay –brega. – de se falar, mas é nesse sentido que quero dizer. Não deixaria que nada atrapalhasse essa noite, tudo tinha que estar perfeito. Essa noite, mostrarei meus sentimos a minha melhor amiga. Corro o risco de perder sua amizade, mas tenho que me arricar.


 


Meu banho, ao contraio do de Rony, demorou bem menos. Sai do chuveiro e fui logo me trocar, não tinha a menor idéia de que horas eram, só sabia que tinha que estar na sala comunal as 19h30min para receber a Hermione.


 


Saindo do banheiro já não encontrei mais ninguém. Não tinha a menor idéia de como ou onde os outro – Dino, Simas e Neville. – se arrumaram. Passei os olhos pelo quarto e meus olhares pousaram no relógio. Droga! 19h15min! Sai correndo, desci as escadas em dois degraus. Quando cheguei ao Salão Comunal tive a melhor visão de toda minha vida.


 


Um segundo se tornou minutos e minutos; horas. Lá estava ela com um belíssimo vestido roxo, acentuando suas curvas. Sim, eu andei reparando que Hermione já não era mais aquela menina de 11 anos que conheci.


 


Meus olhos foram descendo. Tudo nela estava perfeito, perfeitamente harmonioso. Mas quando cheguei à parte debaixo do vestido, uma pontada de ciúmes tomou conta de mim. A saia era um pouco transparente. Não me sentiria confortável sabendo que outros poderiam olhá-la do mesmo modo que eu estava.


 


Ainda a encarando, notei que aquela transparência era culpa da iluminação. Fiquei um pouco mais aliviado. Mas quando percebi que ela estava se dirigindo a saída, apressei meus passos e agarrei seu braço.


 


- Onde pensa que vai sozinha? – ela se virou para mim sorrindo.


 


 


- Pensei que já tinha descido. – me abraçou. – Vamos, se não McGonagall nos mata. – ela se virou para sairmos, mas fiquei parado lá, segurando seu braço. – Algo de errado? – ela me perguntou; eu neguei. – Então, o que é?


 


 


- Você está linda. – olhei naqueles olhos castanhos. – Muito linda, Mione. – ela me sorriu constrangida.


 


 


- Obrigada. – Hermione baixou o rosto, eu o levantei pelo queixo.


 


 


- Não fique envergonhada. – ela me sorriu mais uma vez. – Agora, vamos.  – estendi meu braço, ela o aceitou e saímos.


 


Não sei se era a imagem, o perfume, a sensação. Mas não conseguia parar de sorrir e ficar olhando Hermione de soslaio. Acho que não estava sendo nem um pouco discreto, pois ela logo perguntou.


 


- O que foi? – perguntou sorrindo, em troca do meu.


 


- Nada. – dei de ombros, mas não consegui esconder o sorriso. Ela me deu um leve soco no ombro.


 


- Nada, sei. – cruzou os braços e me encarou seria. – Vamos, conte-me!


 


- Como é curiosa. – a abracei. – Só estou feliz por estar acompanhando a garota mais bonita do castelo. – sussurrei no ouvido da morena e pude notar que seus pelos se ergueram.


 


Ela nada disse. Tomamos nosso caminho e continuamos a caminhar até a entrada do Salão Principal. Era possível ver vários outros casais caminhando ao nosso lado, mas sempre éramos alvo de comentários. Mas poderíamos evitá-los?


 


Afinal, éramos Harry Potter e Hermione Granger. Sinto dizer, mas quem não nos conhecer... Bem, não vive no mundo bruxo.  E além deste fato incontestável, eu era o par de Hermione o que só fazia aumentar as histórias sobre estarmos tendo um caso.


 


- Essas pessoas não são nem um pouco discretas. – ela falou baixinho para mim.


 


- Nem um pouco. – concordei.


 


Em poucos minutos chegamos ao Salão Principal. Uma grande massa de alunos do sétimo ano se encontrava próxima a entrada. Avistamos Rony e Luna ao longe, eles vieram nos cumprimentar. Eu pensando que era apenas isso me assustei quando ele nos avisou que McGonagall estava louca atrás de nos.


 


Não tinha olhado as horas, mas deveríamos ter chegado em cima da hora. Engraçado como o tempo voou. Eu sei que isso é a coisa mais brega de se dizer, mas quando estamos com uma pessoa que gostamos. – estamos apaixonados. – o tempo parece passar tão mais rápido.


 


Despedimos-nos de Rony e Luna e fomos atrás da professora. Não precisamos procurar muito, afinal, ela nos encontrou. Deu-nos uma bronca enorme por estarmos cinco! Cinco, minutos atrasados e depois nos mandou ficar por lá e que logo nos colocaria em nossos lugares.


 


Sem muita demora logo fomos posicionados em nossos lugares. Como eu e Hermione éramos o quarto casal, adivinhem, ficamos no quarto lugar na fila.


 


- Não sei pra que tanta precisão. É entrarmos em quarto lugar e começarmos a dançar. – soltei.


 


- Garotos, quem os entendem. – Hermione sorriu. – Harry, pense pelo lado bom. Logo tudo isso vai acabar.


 


- Ainda não sei qual é o lado bom. – ela me olhou intrigada. – Tenho ótimos motivos para essa ser uma noite especial e estar com você, é o motivo principal.


 


- Se fosse você diminuiria essas cantadas pra cima de mim, porque vou acabar caindo em suas garras, Sr.Potter. – ela sorriu divertida.


 


Vi-me obrigado a rir também. Não era segredo, não para mim pelo menos, que meus sentimentos por Mione mudaram de amizade para algo maior... Que tenho a ousadia de nomear paixão.


 


Não conversamos mais até os portões serem abertos. Não tinha como negar, todos estávamos apreensivos. Se errássemos algo, todos estariam vendo. Além do fato da McGonagall tornar nossas cabeças em seus novos enfeites de parede.


 


Bem, respirei fundo. Era agora ou nunca, ficava falando para mim mesmo durante o percurso até a pista de dança. A cada passo, podia sentir minha barriga dar voltas e voltas. Só me senti assim uma vez na vida: no Baile de Inverno.


 


Quando chegamos aos nossos lugares, senti minha mão ser apertada. Baixei a vista e vi uma mão fina e pequena, agarrada a minha. Voltei meu olhar para a dona da mão e vejo o quão nervosa ela está. Como estávamos um de frente para o outro, encostei minha testa a dela.


 


- Não se preocupe. Vai dar tudo certo. – ela sorriu nervosa. – Afinal, somo Harry Potter e Hermione Granger.


 


Senti um flash de luz nos atingir. Passei os olhos pelos rostos no salão e encontrei a de Cowling escondido atrás de seu fiel câmera. Sorri. Depois pegaria aquela foto, guardar para a prosperidade. Então a música começou.


 


Passamos tantas horas treinando e ensaiando que, quando aquela valsa acabou, pareceu ser segundos. Com o final da dança, todos aplaudiram e os dançarinos, se assim posso me referir a mim e aos outros alunos, saíram.


 


Encontramos-nos com Ron e Luna; fomos em busca de uma mesa. Todos no sentíamos aliviados com o fim dos ensaios e da cobrança insana da McGonagall. O casal ficou pouco tempo conosco, pois logo voltaram à pista de dança e Hermione não se demorou muito a me arrastar até lá também.


 


Não sei por quanto tempo ou por quantas musicas dançamos. Só sei que quando voltamos à mesa, estava cansado e meus pés; acabados. Aparentemente Hermione estava tão cansada quanto eu, mas quando a morena fez menção de se levantar para pegar uma bebida, a impedi e fui em seu lugar.


 


Pelo caminho esbarrei com alguns amigos. Neville, como sempre, estava dançando a todo vapor. Dino e Simas estavam dando em cima das gêmeas da Lufa-lufa, esses dois estão sempre juntos, até mesmo em suas conquistas. De longe vi Rony e Luna em uma cena bem intima... É pelo visto muitos iam se dar bem naquela noite.


 


Cheguei à mesa dos comes e bebes e esbarrei em Cowling, melhor, ele se jogou em cima de mim.


 


- Oi Harry! – falou sorridente.


 


- Oi. – não queria ser grosseiro, mas não estava com muita paciência. Contudo, ele tinha algo que queria, ou seja, me esforcei para ser agradável. – Cowling, você não teria uma foto minha com a Mione, teria?


 


- Como você sabe?


 


- Bem, o flash da sua câmera não é um dos mais discretos.  – dei de ombros. – Então, você tem a foto?


 


- Sim, tenho sim. Você quer?


 


- Seria ótimo.


 


- Se você puder esperar uns dez minutos, posso te entregar ainda hoje. – ele me olhou esperançoso. – Você esperaria?


 


- Dez minutos? – ele assentiu. – Tudo bem, me encontre em frente à entrada do Salão Principal. – o garoto concordou e saiu correndo.


 


Como ainda tinha que pegar uma bebida para Mione, voltei à mesa e enchi um copo para Hermione.


 


Peguei a bebida e fui até a entrada. Esperava que, pelo menos, alguns minutos tivessem passado. Foi isso que pensei quando senti uma mão em meu ombro. Pena que não era o Cowling.


 


- O que você quer? – falei com pouca paciência.


 


- Nossa, Harry. – ela pegou o copo da minha mão. – Não precisava se dar ao trabalho.


 


- Não me dei. – sorri seco. – Isso era pra Mione.


 


- Mione isso, Mione aquilo. – virou o copo todo de uma vez. – Já sabemos disso. Vamos, eu sei que ela é só um capricho seu. Pode me contar.


 


- Não sei quantos copos de whisky de fogo você já tomou ou quantas cervejas amanteigadas, mas isso não é um capricho meu. – tentei voltar para dentro do Salão, mas ela me puxou.


 


- Harry, Harry, eu sei que você ainda me quer. – sussurrou bem próxima ao meu rosto. – Eu sei que posso te dar muito mais do que ela.


 


- Cho, não acha que bebeu um pouco de mais, não? Você nunca me deu nada além de um belo arranjo na testa.


 


- Mais uma vez essa história? Você sabe que é tudo mentira da sua Mionizinha. – ela falou o nome de Hermione com nojo.


 


- Ah, claro! Porque, é óbvio, que uma pessoa pode meter seu língua dentro da sua garganta contra sua vontade. – bate em minha testa. – Como sou burro, não é? – tentei afastá-la de mim, mas ela me jogou para a parede, pressionando seu corpo ao meu.


 


- Está vendo? Esta começando a recobrar a razão. – nossos rostos estavam a centímetros de distancia. – Agora vou te mostrar como uma língua pode entrar em sua garganta sem que você queira.


 


E sem me dar tempo de soltar uma resposta, ela começou a me beijar. Sua língua não perdeu tempo, logo começou a querer dentro da minha boca. Tentava de todo o jeito solta-la de mim, mas ela parecia ter muito mais força do que aparentava.


 


Quando finalmente consegui me soltar dela, ouvi um choro, um suspiro triste. Volto meu olhar para aquele som e me depara com uma Hermione com lágrimas nos olhos.  Ela falou algo sobre nos deixar à vontade. Como assim à vontade? E sem me dar uma chance de tentar lhe perguntar, a morena se virou e saiu a passos rápidos dali.


 


- Viu? Ela é só uma menininha. – como ela ainda tinha coragem de falar algo? – Eu sou uma mulher. – tentei me beijar novamente, mas dessa vez a joguei para o outro lado.


 


- Não, você não é uma mulher. Você é apenas uma menina boba, egoísta, que não aceita levar um não como resposta. – eu assumi um tom de voz de total desprezo. – E entenda de uma vez por todas: Eu não te amo, não te quero. Posso até um dia ter desejado, mas hoje não, não mais.  – e sai de lá.


 


Sai por aqueles corredores atrás de Hermione. Precisava lhe explicar o que aconteceu, que nada que ela pensava era verdade. Por Merlin, o que será que ela deve ter pensado? Que eu tive uma recaída? Mais uma vez sinto alguém me cutucar no ombro.


 


- Você não desiste mesmo, hein? – falei sem paciência e quando me virei vi um Cowling assustado.


 


- O que foi?


 


- Nada, pensei ser outra pessoa. Desculpe-me. – passei as mãos pelos cabelos.


 


- Tudo certo. – ele sorriu fraco. – Er... ´Tá aqui a sua foto. – ele me estendeu a foto.


 


- Nossa, obrigado. Com tanta coisa na cabeça nem mais me lembrava disso. – peguei da mão do garoto. – Quanto tenho que lhe pagar?


 


- Nada, não faço isso pra ser pago. Amanhã vou trabalhar nas outras fotos e se tiver mais alguma de vocês, vai quer? – respondi que sim. – Ótimo, depois eu ti procuro. – o garoto se virou.


 


- Er... Cowling, você não viu a Mione por ai, viu? – perguntei antes que ele fosse embora.


 


- Vi sim, ela foi pro lago, eu acho. – colocou a mão debaixo do queixo tentando se lembrar. – Aconteceu alguma coisa? Ela enxugando lagrimas dos olhos quando a vi.


 


- Não, nada. – sorri fraco. – Obrigado Cowling, a gente se vê por ai. – agradeci e sai em direção ao lago.


 


Quanto mais passos dava mais distante o lago parecia estar. Merlin, quantos mais passos teria que dar para chegar aquele bendito lago?! Bem, me resposta foi respondida quando vi a imagem da lua refletida na’gua.


 


Chegando mais perto do lago, vi uma silueta sentada. Aparentemente com a cabeça baixa. Fui me aproximando, tomando o cuidado de não ser percebido; não queria assustá-la. Parei a uma distancia considerável dela, não queria assuta-la.Olhei para a foto de mais cedo.


 


Minha testa colada a dela. Falei algo a ela e um sorriso fraco abre em seus lábios. Segundos após começamos a dançar. Respirei fundo, aquele momento parecia ser tão distante. Guardei a foto dentro do meu palito. Aproximei-me mais dele e pude ouvi-la.


 


- Uma boa maneira de terminar a noite, não? – falou em voz alta.


 


Vi lagrimas caindo de seus olhos. Só em saber que tinha causado isso, me fazia ter vontade de me jogar no topo da torre de astronomia. Apesar da culpa não ser inteiramente minha...


 


- Depende, você acha que acabou?


 
_ _ _*_ _ _*_ _ _

N/A: Oie ;D
Primeiro de tudo: THANKS FOR THE COMENTS!
LOVE U ALL!

Lindas e lindos...
Eu sei que eu demorei anos pra ATT, mas foi porque aconteceu tanta coisa ao mesmo tempo que eu endoidei aqui .-.

Espero que vocês tenham gostado desse cap by Harry... E o próximo cap vai bombar... Ain, ain...

'Cês já sabem, né?
COMENTEM! 


 


 


 


 

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