Capítulo O2




Capítulo O2


O dia seguinte era uma terça-feira, e James tomava seu café da manhã enquanto seu avô lia o jornal, e parecia ter esquecido toda a história de educação sexual do dia anterior.


- O que você acha se eu tivesse um trabalho de verão? – James pergunta ao avô entre uma colherada e outra de cereal.


- Acho uma boa idéia. Seus amigos Sirius e Remus estão trabalhando no parque, não é? – ele fala olhando por sobre o jornal.


- Sim. Sirius falou que seria uma boa se eu trabalhasse lá também. – comentou.


- Acho que você deve fazer isso. Eu sei como deve ser chato ficar o dia inteiro dentro de casa enquanto seus amigos estão por lá, então vá também. – Alan falou bondosamente.


- Vocês não vão se importar? Quer dizer, eu vim aqui pra ficar com vocês também.


- Nos falamos de manhã, e a noite. – sorriu Alan.


James ficou empolgado com a idéia. Sim, ele faria isso, afinal, que mal tem trabalhar onde os seus amigos também trabalham? Sem falar que o parque parece um lugar divertido, mesmo que Sirius ache o contrário.


Terminou de comer e se despediu dos avós. Iria cedo para lá, eram apenas dez da manhã, mas sabia que o parque já estava para abrir. Encontrou com Sr. Mathews logo que passou pelo portão. Seria impossível não reconhecê-lo, e mal James perguntou se teria como ele conseguir trabalhar durante o verão, e o homem já jogou uma camiseta azul escrita “jogos”, assim como a de Sirius. James pegou a camiseta e olhou bem para ela. Parecia velha e já usada, não falou nada, mas também preferiu não fazer nenhum comentário.


Nisso, uma garota, já usando a camiseta rosa dos doces chegou, e prendia sua bicicleta com a corrente.


- Hey, McKinnon, pode mostrar ao… - Sr. Mathews falou, mas não conseguiu lembrar do nome de James.


- Potter. – James disse, e no fundo uma ponta de arrependimento começou a crescer nele.


- Isso, mostre ao senhor Potter onde fica a barraca de tiros. Foi bom você ter aparecido garoto, demiti o irresponsável que trabalhava lá hoje mesmo. – ele falou grosseiro, e James já estava ficando de saco cheio dele, mas Marlene o puxou para dentro do parque.


- Achei que você nunca fosse voltar James. – ela falou com a voz tranqüila, usual dela e o sorriso perfeito e simpático estampado em seu rosto, e passando o braço pela cintura dele, que a abraçou pelos ombros. Mas James a via apenas como uma irmã, e não de outro jeito.


- Essa foi a frase que mais ouvi nas últimas vinte e quatro horas. – eles riram. – Mas estou feliz de ter voltado.


- E eu feliz que você tenha voltado. Hogsmead não é a mesma sem o trio Maroto. – ela falou docemente. – Aqui é a sua barraca, ao lado da de Sirius. – Marlene falou abrindo a portinha lateral e entrando com ele. – Aqui em baixo estão as pistolas. Sempre que alguém usar tem de carregá-las com três bolinhas de tinta. – ela demonstrava e James prestava atenção. – Cada pessoa tem direito aos três tiros da arma por bilhete. Só ganha brinde quem fizer mais de 100 pontos. – mostrou um alvo no fundo da barraca, com vários círculos, sendo o do meio de 50 pontos, e relativamente pequeno demais, não passando muito dos seis centímetros de diâmetro. A pessoa teria que ser muito boa de mira para acertar pelo menos dois ali. – Não vão ser muitas pessoas que vão acertar, e muitas vão se revoltar, mas é só ameaçar chamar o segurança que elas param de reclamar. Para limpar é bem fácil, é só usar esse limpador. – falou mostrando algo que parecia com um rodo.


Marlene falava e falava, explicando exatamente o que ele deveria fazer em cada situação, e caminhava de um lado para o outro na barraca. Muito hiperativa, bem como James lembrava, e ele sorriu com esse pensamento. Sirius continuava um cachorro, Remus continuava responsável. Bem como as coisas deviam ser.


- Estão se divertindo sem mim? – os dois viraram e Sirius estava os encarando com um sorriso divertido, já vestindo a camiseta dos jogos.


- O que veio fazer tão cedo aqui Sirius? – Marlene falou descendo de um banquinho, e olhando no relógio de pulso. – Ainda faltam dez minutos pra abrir o parque. – comentou irônica. Sirius nunca chegava antes da hora.


- Vim ver você. – falou galanteador, e James revirou os olhos, e indo em direção às pilhas de espingardas para carregá-las.


- Guarde as poucas palavras bonitas que você conhece para as garotas babacas e sem cérebro. – disse puxando o boné rosa da mochila e colocando na cabeça.


- Autch, essa doeu. – Sirius fez bico, se fingindo de ofendido. – Já sabe da minha aposta com James? – falou mais baixo, para que só ela ouvisse, mudando o assunto. Marlene negou com a cabeça e ele continuou. – Duvidei que James passaria um mês sem se interessar por qualquer garota. – e então a olhou significativamente.


Marlene não entendeu no momento, mas alguns segundos depois a compreensão se espalhou por seu rosto e começou a rir.


- Claro! Como se isso fosse acontecer! – falou entre gargalhadas. – Tenho que ligar a máquina do algodão. Vejo vocês depois garotos. E James, você vai precisar de muita sorte! – e saiu caminhando calmamente até sua barraca, que ficava quase em frente a de James.


- Hey, Lene! – Sirius chamou e ela virou, ainda na metade do caminho. – Você fica linda de rosa.


Ela bufou e mostrou o dedo do meio pra ele, voltando ao seu caminho. Era de conhecimento geral que Marlene não suportava rosa.


- O que ela quis dizer com o “vai precisar de muita sorte”? É tão ferrado assim trabalhar aqui? – James perguntou arrepiando os cabelos.


- Você é tão inocente. – Sirius riu, e saiu de perto do amigo, indo abrir a sua própria barraca, e deixando James com um ponto de interrogação rodando sua cabeça.


Mas James não estava tão errado assim. Quem visita um parque de diversões não tem idéia de quanto trabalho duro e paciência é preciso por dia. Ele estava se saindo relativamente bem, já que ninguém havia complicado por ser quase impossível de se ganhar algum prêmio. Bem ao contrário do que acontecia com Sirius, que gostava de discutir com as pessoas, principalmente se forem crianças.


Não eram nem três da tarde, quando Remus apareceu na barraca de James. Sirius ouvia pacientemente, ao seu modo, um menininho fazer um escândalo em seu jogo porque o moreno não o deixara jogar mais depois que ele admitiu não ter mais bilhetes.


- Muita diversão no lugar “onde a magia acontece”? – Remus perguntou rindo e se apoiando na parte da frente do balcão, os braços cruzados, e os olhos correndo rapidamente pelo parque.


- Nem me fale. Ainda estou tentando descobrir porque aceitei a idéia maluca do Sirius de eu vir trabalhar aqui também enquanto poderia estar em casa sem fazer nada. – James suspirou, entregando a espingarda carregada de tinta a uma menininha com longas tranças loiras.


- Fica tranqüilo, a hora chata é a partir de agora até as onze. No final do expediente o pessoal todo se reúne no estacionamento pra fazer alguma coisa. – Remus deu de ombros.


- Por falar em expediente, o que você está fazendo aqui agora? – perguntou com uma sobrancelha erguida, e se abaixando quando a menininha apontou a espingarda, que era absurdamente grande para o tamanho dela, para algum ponto perto de sua cabeça, em uma tentativa frustrada de acertar o alvo.


- Eu me dei uma folga. – ele riu. – No carrinho-choque é legal, e tem bastante trabalho, mas o idiota do Snape acha que pode fazer tudo sozinho, então eu saio de perto.


- É aquele mesmo Snape gosmento que estudou com a gente?


- Infelizmente. – murmurou Remus.


- Sirius não estava brincando quando disse que todo mundo trabalhava aqui. – James falou impressionado, e rindo. Pegou a arma da menina antes que ela fizesse alguma besteira, e deu um bichinho de pelúcia pequeno para ela, para que ela não ficasse triste por ele ter acabado com sua brincadeira antes da hora.


- Não mesmo! O pessoal termina o ensino médio e vem trabalhar durante o verão aqui juntar uma grana pra faculdade. Mas o que a maioria não sabe é que aqui é trabalho escravo.


- Percebi, trabalhar das onze da manhã até onze da noite! – exclamou James, e dois meninos gêmeos que chegaram para jogar, entregando seus bilhetes, se espantaram.


- Bem, eu tenho muita folga, já que meu colega de cela lá prefere fazer todo trabalho sozinho. – riu-se Remus, e James o acompanhou.


- Muito bonito, Remus Lupin. – uma garota falou irônica. Ela era alta, com cabelos castanhos claros e ondulados, e olhos castanhos muito escuros. Vestia uma camiseta igual a de Remus, verde com a estampa corrida. Tinha os braços cruzados, e uma sobrancelha erguida, sorrindo arrogantemente para ele. – O resto de nós, pobres funcionários, temos que fazer todo o trabalho pesado sozinhos. – falou dramática, e então riu.


- Hey, Jill. Esse é o James Potter. James, essa é Jill Cooper, ela chegou na cidade poucos meses que você se mudou. – Remus os apresentou, e então a abraçou e beijou o topo de sua cabeça. – Eu e Jill vamos nos casar sabia?


- Fala sério, né? – ela riu, mas não saiu de seu abraço.


- Brincadeira Jilly. – ele bagunçou seu cabelo e tirou os braços da volta dela, que ainda ria. – Você é minha irmãzinha.


James notou que ela fez uma cara feia com a última frase, mas logo sua expressão voltou ao normal.


- Sim, sim, irmãozão. – Jill revirou os olhos. – Mas volte para o trabalho, Snape só complica com qualquer pessoa que queira andar nos carrinhos. – apontou para o corredor de onde tinha vindo antes.


- Ok, chefona. – Remus bateu continência, acenou para James, e sai caminhando lentamente.


Jill suspirou e apoiou os braços na bancada de James, que agora recarregava as armas.


- Eu conheço o Remus a vida inteira, e sei que ele não vai dar o primeiro passo, a não ser que você mostre claramente o que quer. – ele cantarolou, sem tirar os olhos de seu trabalho.


- Como disse? – ela perguntou confusa.


- Disse que você gosta dele. – ele falou se apoiando de frente para ela.


- Claro que gosto, é um dos meus melhores amigos. – deu de ombros.


- Para mim pareceu mais do que isso. – James disse em tom de desafio.


- Desde quando isso aqui virou um balcão de bar onde eu discuto minha precária vida amorosa com um estranho? – Jill perguntou com os olhos apertados, mas em um tom divertido.


- Desde o momento em que você se apoiou aqui suspirando pelo meu amigo. – James falou em tom de quem finaliza, erguendo a cabeça orgulhosamente.


Ela abriu a boca para retrucar, mas não conseguiu pensar em nada muito desaforado para falar. Abanou a mão, e saiu com a desculpa que seu intervalo tinha terminado. James ficou rindo sozinho, enquanto limpava o alvo, aproveitando que não tinha ninguém querendo jogar no momento.




O dia tinha sido bastante estressante, e cada vez mais James dava razão para Sirius, que tinha passado a última hora, das dez às onze da noite reclamando e discutindo com visitantes.


- Eu ainda vou enlouquecer com essas crianças metidas! – ele exclamou quase arrancando os cabelos da cabeça. Tinham acabado de fechar as barracas e estavam indo para o estacionamento, encontrar com os demais.


- Você reclama demais Pads, tente ver o lado bom da coisa, como… o salário! – James falou divertido.


- Só por isso mesmo. Não vejo a hora de podermos ir para Oxford. – resmungou o mais alto.


Quando chegaram no estacionamento, já havia um grupo de umas dez pessoas conversando e rindo alto, e alguns deles com garrafas de cerveja nas mãos. James viu que a maioria deles foram seus colegas na escola, talvez uns dois não tivessem sido. Quando o viram chegando o cumprimentaram alegremente, perguntando sobre tudo o que ele havia feito, e James tentava responder a todas as perguntas sem se confundir muito.


Sirius parara ao lado de Marlene, colocando um braço sobre seu ombro, e ela revirou os olhos, mas sorriu com o canto dos lábios.


- Aaaah, você já está comprometido cara? Agora que estamos todos indo para a faculdade, férias de verão, e você não pode nem sair pra curtir? – Amos Diggory, que já estava um pouco mais alegre que o normal por causa do álcool, perguntou enrolado, e em um tom de voz alto.


- Pois é… - James riu, pegando uma lata de cerveja que alguém alcançava.


- Devemos comemorar sua volta. Festa na minha casa sábado, depois do trabalho! – anunciou Fabian Prewett. James achou melhor não acabar com a alegria deles em fazer uma festa, falando pela décima vez que ficaria apenas três meses.


- Eu consigo a bebida. – falou um rapaz alto, com cabelo castanho escuro e cortado curto, que fumava um cigarro. – Ou pelo menos alguma coisa mais forte do que cerveja.


Ele tinha um ar despojado, e parecia ser uns dois anos mais velho do que os demais.


- Aaron Cooper. – se apresentou para James alguns minutos depois, estendendo a mão, enquanto os outros falavam sobre a festa.


- James Potter. – James o cumprimentou de volta. – É parente de Jill?


- Sim, é minha irmã mais nova. – ele sorriu. – Aceita um? – ofereceu estendendo a caixa de cigarros para ele.


- Não, eu não fumo. – James falou educadamente, negando.


- Não sente vergonha em querer levar o novato para o mal caminho logo no primeiro dia Aaron? – uma voz suave perguntou, chegando por trás de James. Ele virou para ver quem era, e seu coração pulou para a garganta. A garota vinha junto de Jill, as duas vestindo as camisetas verdes e grandes demais para elas. Ela tinha os cabelos de um vermelho intenso, lisos e caindo até o meio de seu braço, e olhos tão verdes que mesmo a fraca iluminação do estacionamento não conseguia esconder. Estava com os braços cruzados na altura do peito e uma sobrancelha fina erguida. – Ah, olá James. – seus lábios se abriram em um sorriso doce quando falou.


James ficou estático por alguns segundos. Aquela era Lilian Evans, a garota com quem desde os cinco anos eles brincavam de serem namoradinhos, que foi seu primeiro beijo e paixão platônica por ambas as partes. E tinha se mudado para a Irlanda um ano antes de ele ir para Londres, sem data para retorno, o que ele jurou que nunca aconteceria. E agora ela estava ali, uma mulher feita e mais bela do que nunca.


Só pareceu acordar quando Sirius passou por ele, deu um cutucão em suas costelas, e disse “acho que vou ganhar meus cinqüenta euros antes do prazo…” e saiu rindo, acompanhado de Marlene.


- Olá, Lil. – ele sorriu.




n/a: bem, bem, capítulo dois :D aviso desde já que o próximo vai demorar uns dias a mais do que eu queria, já que a próxima semana eu tenho pelo menos três provas ferradas, dois relatórios pra entregar, e sabe-se lá mais o que vão inventar hoje ainda :/ agradeço muuuuito a quem leu e comentou, quem leu e não comentou, que só passou e não leu, enfim, qualquer pessoa que olhou para a fic *-*


Agora, me digam como o Brasil pretende sediar as olimpíadas em 2016 aqui se não pra educação e saúde não tem dinheiro? Crie vergonha nessa cara, Brasil (y’ e Lula, vai ter algumas consultas em um fonoaudiólogo (y’


beijos, beijos, e até o próximo :*


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